RELATÓRIO FINAL

RELATÓRIO FINAL DO CURSO DE ESTATÍSTICA APLICADA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

PROFESSOR: STEVEN DUTT ROSS

INTEGRANTES:

Giovana Acioli Ferreira dos Santos - Matrícula: 20212520024

Email:

Giovanna Prata de Freitas Aquino - Matrícula: 20212520025

Email:

Nathalia Victoria Alves Cavalcante Magalhães - Matrícula: 20212520035

Email:

Diego Duarcha Vianna - Matrícula: 2021252001

Email:

INTRODUÇÃO

As Olimpíadas surgiram por volta do século VIII a.C., na antiga Hélade, conjunto das cidades-estado da Grécia Clássica. A realização dos jogos ocorria na cidade de Olímpia, de onde veio o nome “Olimpíadas”, para onde os cidadãos das outras cidades peregrinavam a fim de participarem das competições.
Após o fim da Hélade, no mundo antigo, as Olimpíadas caíram no esquecimento durante séculos. Outros esportes foram se desenvolvendo no interior de cada civilização, mas não havia algo que tivesse a envergadura da celebração dos jogos de Olímpia. A restauração das práticas esportivas em um festival como as antigas Olimpíadas só foi realizado na década de 1890 por um aristocrata e pedagogo suíço chamado Pierre de Frédy, mais conhecido como Barão de Coubertin.
O Barão de Coubertin acreditava que a prática do esporte devia ser estimulada na sociedade contemporânea, sobretudo entre os jovens. Além disso, era interessante que houvesse uma organização internacional de jogos esportivos que ajudasse a promover a “paz entre as nações”, já que aquele contexto (de transição do século XX para o século XXI) estava carregado de rivalidades entre as potências imperialistas.
As mulheres enfrentam desigualdades de gênero em quase todas as esferas da sociedade. No esporte não é diferente. As mulheres no esporte ficaram proibidas de disputar as olimpíadas desde a origem. Foram praticamente três mil anos para conseguir entrar no jogo. O próprio Barão de Coubertin, tido como o fundador dos Jogos da Era Moderna, acreditava que um Olimpíada com mulheres seria desinteressante, pouco atraente e inapropriada. Por conta da falta de espaço nos jogos tradicionais, as mulheres chegaram a fundar no início do século 20 uma Liga alternativa oficial para poderem competir.

OBJETIVOS

Apesar de ter sido criada como uma celebração e refeita no intuito de promover a paz as olimpíadas acabaram ressaltando problemas sociais gravíssimos ao redor do mundo. E dentro desse trabalho buscamos como objetivo mostrar a enorme desigualdade de gênero que sofreram e sofrem as mulheres desde o surgimento dos jogos olímpicos.
Mesmo com tamanha resistência de uma sociedade patriarcal buscamos com nosso trabalho mostrar que desde o ano de 1900 nas Olímpiadas de Paris onde houve a primeira participação feminina na história, até os dias atuais houve uma evolução inimaginável dentro do cenário esportivo tanto em relação a representatividade e participação quanto em número de medalhas, com ênfase nos anos de 1984 e 2016, contudo nosso trabalho ainda destaca que mesmo após 30 olímpiadas desde a primeira participação ainda há muito caminho a percorrer em busca de igualdade, afinal igualdade não é um dos princípios do tão famigerado “espírito olímpico”?

METODOLOGIA

Primeiramente, foi fonte de uso uma base de dados retirada do site “kaggle.com”, a qual é de propriedade do autor Lucas Nascimento Moreira e tratada pelo mesmo, nomeada como “Dados históricos das Olimpíadas”, e abrange uma cobertura temporal de 1896 até 2016. Essa possui mais de 250 mil linhas e 15 colunas. Neste trabalho, algumas modificações foram realizadas nessa base de dados, devido ao tamanho temporal dela, não sendo nossa abordagem os anos de 1896 até 2016. Portanto, será explicado toda metodologia realizada.

Nesse sentido, após explorarmos nossa base, filtramos os anos e ficamos apenas com 1984 e 2016, para uma análise mais eficiente. Posteriormente, trabalhamos com a variável ano e idade, filtrando a base de dados para retirar os dados faltantes, a fim de termos essa completa. Com isso, criamos uma tabela contendo a mediana, média, mínimo, máximo e desvio padrão, utilizando o flextable para personalizá-la, com ambas variáveis, visualizando melhor a questão da evolução e da variabilidade de idade em relação a 1984 e 2016.

Outrossim, utilizamos as variáveis ano e sexo, e fizemos uma tabela de números absolutos com o flextable e um gráfico de barra com o ggplot, a fim de relacionar ambas e analisar se há uma desigualdade de gênero em relação ao número de jogadores e jogadoras em cada ano.

Ademais, unimos duas variáveis ano e sexo, tornando-a uma só: anosexo, para conseguirmos fazer uma tabela de números absolutos e gráfico de barra, por meio do ggplot relacionando ambas variáveis com as medalhas. Além disso, na variável medalha, foram retirados os dados faltantes, os quais impossibilitam observar os dados que possuímos, fazer o gráfico, e teste de hipótese, por exemplo. A partir disso, foi criado uma tabela de números absolutos com o flextable, um gráfico de barras através do ggplot, com a variável criada anosexo e , comparando as duas.

A posteriori, foi realizado o teste de hipóteses das variáveis ano e idade. Considerando que a base de dados é extensa, aplicamos o teste Anderson-Darling, pois tem função de analisar a normalidade de duas variáveis quantitativas. Em seguida, usamos o teste de correlação, a fim de determinar a relação das duas variáveis, se o ano interfere na idade dos atletas.

Além disso, fizemos o teste de hipóteses das variáveis ano e sexo. Tendo em vista que estamos analisando uma variável quantitativa (ano) e outra qualitativa( sexo), utilizamos o teste Shapiro-Wilk, objetivando concluir se os dados possuem ou não distribuição normal. Posteriormente, aplicamos o teste Wilcoxon, para deduzir se a variável ano influencia na distribuição de homens e mulheres.

Por fim, o último teste realizado foi em torno das variáveis anosexo e medalhas, por meio do teste Qui-Quadrado, já que é próprio para avaliar duas variáveis qualitativas. Assim,utilizamos ele para analisar a influência dos anos na distribuição de medalhas por sexo.

➤ DICIONÁRIO DE DADOS

⁝ ANO - Ano da olimpíada
⁝ EDICAO - Edição da olimpíada
⁝ CIDADE_SEDE - Cidade em que ocorreu
⁝ PAIS - País em que ocorreu
⁝ DELEGACAO - Delegação do atleta
⁝ EQUIPE - Equipe do atleta
⁝ ID_ATLETA - Número de Id do atleta
⁝ NOME_ATLETA - Nome do atleta
⁝ SEXO - Sexo do atleta
⁝ IDADE - Idade do atleta
⁝ ALTURA - Altura do atleta
⁝ PESO - Peso do atleta
⁝ ESPORTE - Esporte praticado
⁝ EVENTO - Jogo/esporte/sexo
⁝ MEDALHA - Medalhas recebidas
CRIADA ANOSEXO - Junção de ANO E SEXO

➤ VARIÁVEIS DE ESTUDO

⁝ ANO E SEXO
⁝ MEDALHA E SEXO (POR ANO)
: ANO E IDADE

➤ HIPÓTESES

: Há uma distribuição de idades ao longo dos dois anos
: As participações das mulheres aumentaram nas olimpíadas
: As mulheres ganharam mais medalhas em relação a 2016
: Os anos não interferem na distribuição de medalhas/mulheres/homens.

Dessa maneira, segue abaixo a base de dados utilizada para fins deste trabalho:

library(readr)
microdados <- read_csv("C:/Users/02aci/Downloads/microdados.csv")
library(dplyr)
library(flextable)
library(DT)
library(ggplot2)
library(prettydoc)
microdados2 <-microdados %>% filter(ano==1984 | ano==2016)
microdados2 <-microdados2 %>%
  mutate(
    anosexo = case_when(
      ano == 1984 & sexo =="F" ~ "Feminino_1984",
      ano == 1984 & sexo =="M" ~ "Masculino_1984",
      ano == 2016 & sexo =="F" ~ "Feminino_2016",
      ano == 2016 & sexo =="M" ~ "Masculino_2016",
      TRUE                      ~ "outros"))

microdados_sem_dados_faltantes <- microdados2 %>% filter(is.na(medalha)==F)

microdados_sem_dados_faltantes2 <- microdados2 %>% filter(is.na(idade)==F)
microdados_sem_dados_faltantes2 <- microdados_sem_dados_faltantes %>% filter(is.na(idade)==F)

datatable(microdados2)

ANÁLISE DE ANO X IDADE

➤ TABELA COM NÚMEROS ABSOLUTOS (MÉDIA, MÍNIMO, MÁXIMO, MEDIANA E DESVIO PADRÃO)

microdados_sem_dados_faltantes2 %>% select(anosexo,idade) %>% group_by(anosexo) %>% 
  summarise(Mediana=median(idade,na.rm = T), Minimo=min(idade,na.rm = T),
            Maximo=max(idade), Media=mean(idade),desvio_padrao=round(sd(idade),2))%>%
  flextable() %>% theme_vader()

➤ CONCLUSÃO

No que se pode observar, concluímos que é possível analisar uma dispersão de dados. No que se refere a idade, é visto diversas idades diferentes, confirmando a grande abrangência de diferentes idades nessas olimpíadas, fato observado não apenas em 1984, como também em 2016. A tabela de números absolutos mostra a discrepância de dados, que variam de 14 anos até 52 anos em 1984, e de 15 anos até 58 anos em 2016. Em suma, podemos concluir que independente do ano ou do sexo, a idade possui distribuições diferentes e o ano não influencia nessa distribuição, sendo possível notar que a cada ano, a idade aumenta.

ANÁLISE DE ANO X SEXO

➤ TABELA DE NÚMEROS ABSOLUTOS

tabela1 <- table(microdados2$ano, microdados2$sexo) %>% data.frame()
tabela1 <- tabela1 %>% rename (Ano=Var1, Sexo=Var2, Quantidade=Freq)
tabela1 %>% flextable() %>% theme_vader()

➤ GRÁFICO DE BARRAS

ggplot(microdados2) +
  aes(x = ano, fill = sexo) +
  geom_bar(position = "dodge") +
  scale_fill_viridis_d(option = "cividis", 
                       direction = 1) +
  labs(x = ".", y = "Frequência", title = "ANO X SEXO") +
  theme_minimal() +
  theme(plot.title = element_text(face = "bold", hjust = 0.5), axis.title.y = element_text(face = "bold"))

➤ CONCLUSÃO

Nesse gráfico, é possível analisar que, no ano de 1984, houve uma grande discrepância entre o número de participações dos atletas femininos e masculinos. Com isso, nota-se que as mulheres fazem parte da minoria, sendo quase a terça parte dos homens presentes nessas Olimpíadas. Assim, evidencia-se a desigualdade de gênero nesses Jogos, expressa no fato de que o sexo feminino não possuía espaço e incentivo para estarem em ambientes esportivos tanto quanto o sexo masculino. Enquanto, no ano de 2016, observa-se que a quantidade de participantes de ambos os sexos é mais equivalente. No entanto, as mulheres continuam tendo uma participação menor do que dos homens, tendo uma diferença de um pouco mais de mil pessoas. Esse cenário constata que a desigualdade de gênero permanece mesmo após muitos anos e que o sexo feminino continua com menos espaço e oportunidades nas Olímpiadas.

ANÁLISE DE ANO X SEXO X MEDALHA

➤ TABELA DE NÚMEROS ABSOLUTOS

tabela345 <- table(microdados_sem_dados_faltantes$anosexo, microdados_sem_dados_faltantes$medalha) %>% data.frame()
tabela345 <- tabela345 %>% rename (Sexo_ano=Var1, Medalhas=Var2, Quantidade=Freq)
tabela345 %>% flextable() %>% theme_vader()

➤ GRÁFICO DE BARRAS

perf <- ggplot(microdados_sem_dados_faltantes) +
  aes(x = anosexo, fill = medalha) +
  geom_bar(position = "dodge") +
  scale_fill_viridis_d(option = "cividis", 
                       direction = 1) +
  labs(x = ".", y = "Frequência", title = "ANO X SEXO X MEDALHA")+
  theme_minimal() +
  theme(plot.title = element_text(face = "bold", hjust = 0.5), axis.title.y = element_text(face = "bold"))
perf+scale_fill_manual(values=c("#02075e","#f1f731","#9e9e8d"))

➤ CONCLUSÃO

No que se refere a distribuição de medalhas por sexo em cada ano, é possível perceber que as mulheres aumentaram o número de ganhos de todos os níveis de medalhas em 2016, quase duplicando seus números em relação a 1984. Além disso, os homens diminuíram em todos os níveis, uma perda pequena mas significativa. Desse modo, fica evidente que a inclusão das mulheres aumentou suas oportunidades e abriu espaço para crescer ainda mais esses números. No entanto, apesar da grande mudança, os homens ainda seguem ganhando mais medalhas, em todo os níveis, evidenciando que a luta pela igualdade dentro das olimpíadas ainda tem um longo caminho para percorrer.

TESTE DE HIPÓTESES

Os testes de hipóteses foram feitos para entendermos a interferência da variável “Sexo” na variável “idade”; da variável “anosexo” na variável “medalha”; e da variável “ano” na variável “sexo” e também para se avaliar se há ou não relação entre os anos de 1984 e 2016 em todas as questões propostas. Para isso, se deve considerar alpha = 0.05 em todos os testes realizados nas 3 variáveis. O resultado final foi decidido conforme a regra:
Se p-valor ≤ alpha, rejeita H0.
Se p-valor > alpha, não rejeita H0.

➤ TESTE DE HIPÓTESES - ANO X IDADE

A diante, na variável ANO X IDADE, foi feito o teste de normalidade (Shapiro-Wilk) para a verificação do pressuposto. O resultado final foi decidido conforme a hipótese:
H0: os dados seguem uma distribuição normal.
H1: os dados não seguem uma distribuição normal.
modelo2 <- aov( idade ~ anosexo, data= microdados_sem_dados_faltantes2)
residuos2 <- residuals(modelo2)


shapiro.test(residuos2)
## 
##  Shapiro-Wilk normality test
## 
## data:  residuos2
## W = 0.92571, p-value < 2.2e-16
options (scipen=999)
# p-value < 0.00000000000000022
Dessa forma, foi observado que NÃO SEGUEM UMA DISTRIBUIÇÃO NORMAL, já que seu p-valor resultou em um número menor que o valor de alpha, rejeitando a hipótese nula e considerando a alternativa H1, logo devo usar um procedimento não-paramétrico
Para o cruzamento de uma variável qualitativa (anosexo) e quantitativa (idade) que não seguem uma distribuição normal e com mais de duas categorias, foi feito o teste de kruskal wallis. O resultado final foi decidido conforme a hipótese:
> H0: os anosexos são amostradas por distribuições identicas de idade
> H1: os anosexos são amostradas por distribuições diferentes de idade
os 4 anos são iguais?
os 4 anos são diferentes?
kruskal.test(idade ~ anosexo, data= microdados_sem_dados_faltantes2)
## 
##  Kruskal-Wallis rank sum test
## 
## data:  idade by anosexo
## Kruskal-Wallis chi-squared = 246.04, df = 3, p-value < 2.2e-16
# p-value < 0.00000000000000022
Com base no resultado do teste de kruskal wallis, concluímos que:
-> os anosexos são amostradas por distribuições diferentes de idade
-> os anosexos não inteferem na distribuição de medalhas

Após isso, realizamos o teste de comparação múltipla para comparar as 4 categorias entre elas e decidir se há alguma relação entre elas.

PMW <- pairwise.wilcox.test(microdados_sem_dados_faltantes2$idade, microdados_sem_dados_faltantes2$anosexo, p.adjust.method = "fdr")
PMW
## 
##  Pairwise comparisons using Wilcoxon rank sum test with continuity correction 
## 
## data:  microdados_sem_dados_faltantes2$idade and microdados_sem_dados_faltantes2$anosexo 
## 
##                Feminino_1984 Feminino_2016 Masculino_1984
## Feminino_2016  < 2e-16       -             -             
## Masculino_1984 < 2e-16       1.1e-08       -             
## Masculino_2016 < 2e-16       0.0012        < 2e-16       
## 
## P value adjustment method: fdr
-> Com isso, concluímos que nenhum ano por sexo tem relação com a idade dos atletas, há uma distribuição diferente

➤ TESTE DE HIPÓTESE - ANO E SEXO

A diante, na variável ANO X SEXO, foi feito o teste de normalidade (shapiro wilk) para a verificação do pressuposto. O resultado final foi decidido conforme a hipótese:
H0: os dados seguem uma distribuição normal.
H1: os dados não seguem uma distribuição normal.
modelo3 <- aov(ano ~ sexo, data= microdados_sem_dados_faltantes)
residuos3 <- residuals(modelo3)

shapiro.test(residuos3)
## 
##  Shapiro-Wilk normality test
## 
## data:  residuos3
## W = 0.74399, p-value < 2.2e-16
options (scipen=999)
# p-value < 0.00000000000000022
No caso da variável ANO X SEXO, foi observado que NÃO SEGUEM UMA DISTRIBUIÇÃO NORMAL, já que seu p-valor é menor do que alpha.
Para o cruzamento de uma variável qualitativa e quantitativa que não seguem uma distribuição normal, foi feito o teste de wilcoxon, por se referir a apenas 2 variáveis categóricas. O resultado final foi decidido conforme a hipótese:
H0: os anos são amostradas por distribuições identicas de sexo
H1: os anos são amostradas por distribuições diferentes de sexo
wilcox.test(ano ~ sexo, data = microdados_sem_dados_faltantes)
## 
##  Wilcoxon rank sum test with continuity correction
## 
## data:  ano by sexo
## W = 1940113, p-value < 0.00000000000000022
## alternative hypothesis: true location shift is not equal to 0
# p-value < 0.00000000000000022
–> Os anos são amostrados por distribuições diferentes de sexo

➤ TESTE DE HIPÓTESES - ANO X SEXO E MEDALHA

Para o cruzamento de uma variável qualitativa e qualitativa, foi feito o teste qui quadrado, O resultado final foi decidido conforme a hipótese:
H0: Não há associação das medalhas para o ano_sexo
H1: há associação entre as medalhas em relação ao ano_sexo
- Se o p-valor < alpha Rej H0
- Se o p-valor > alpha NÃO Rej H0
tabela <- table (microdados_sem_dados_faltantes$anosexo, microdados_sem_dados_faltantes$medalha)
tabela
##                 
##                  Bronze Gold Silver
##   Feminino_1984     182  188    178
##   Feminino_2016     331  318    320
##   Masculino_1984    394  383    373
##   Masculino_2016    372  347    335
teste_qui_quadrado <- chisq.test(tabela)
teste_qui_quadrado$expected
##                 
##                    Bronze     Gold   Silver
##   Feminino_1984  188.3612 182.0285 177.6103
##   Feminino_2016  333.0693 321.8715 314.0591
##   Masculino_1984 395.2835 381.9941 372.7224
##   Masculino_2016 362.2859 350.1059 341.6082
teste_qui_quadrado
## 
##  Pearson's Chi-squared test
## 
## data:  tabela
## X-squared = 1.0063, df = 6, p-value = 0.9854
options (scipen=999)
- pvalor > alpha
- pvalue: 0.9851
- Não há associação do ano por sexo com as medalhas

CONCLUSÃO

Infere-se, portanto, que a partir de uma análise minuciosa e descritiva, as hipóteses trabalhadas foram confirmadas. Em primeira análise, nota-se a exacerbada abrangência de idades nos esportes olímpicos de ambos os sexos , incluindo desde pré- adolescentes até a faixa etária adulta. Todavia, os homens tiveram, em comparação ao ano de 1984, um aumento de sua faixa etária, em 2016, de 8 anos, como exibidas em uma tabela de números absolutos e gráfico de dispersão, possibilitando maior visualização e entendimento, dessa questão. Portanto, é notória a variedade de idades nas olimpíadas, tanto do sexo feminino quanto do masculino.

Em segunda análise, é lícito postular a quantidade de mulheres e dos homens nos jogos de 1984 e de 2016. No ano de 1984, devido a sociedade patriarcal, a qual dificultava e julgava a participação das mulheres nos esportes, observa-se que a gritante discrepância entre o gênero femino e o gênero masculino, uma vez que possuía apenas 2.983 atletas femininas em comparação a 8.605 atletas masculinos, sendo uma diferença de 5.622 atletas. Já em 2016, esse cenário extremista, alterou-se . Isso porque, com o passar dos anos, a questão da desigualdade de gênero e do machismo estrutural começou a fazer parte de debates, diálogos e questionamentos, além do aumento do poder de voz das mulheres, se comparado a 1984. Assim, o número de mulheres participantes foi de 6.223, sendo uma diferença de 3.240 mulheres em relação a 1984, e o número de homens foi de 7.465, reduzindo em 1.140 relacionando-se a 1984. Logo, é possível concluir que a participação das mulheres nas olimpíadas aumentaram significativamente com o passar dos anos e a dos homens diminuíram. No entanto, mesmo estando mais equilibrado essa quantidade, o sexo feminino ainda sim encontra-se em menor quantidade, ratificando a questão trabalhada ao longo desse trabalho: a da desigualdade de gênero nas olimpíadas e o menor espaço delas no ambiente olímpico. Desse modo, é necessário que a sociedade continue essa conscientização e o incentivo da participação feminina nos esportes.

Por fim, foi analisada a quantidade de medalhas ( ouro, prata e bronze) em consonância com o sexo e o ano. Em 1986, as mulheres ganharam no total 548 medalhas, e os homens 1150, sendo mais que a metade em comparação com o das mulheres. Isso ocorreu, devido a ínfima quantidade do gênero feminino nos jogos olímpicos, pela falta de estímulo, incentivo e principalmente pelo machismo, como citado anteriormente. Em 2016, as mulheres conquistaram 969 medalhas, aumentando notoriamente sua quantidade em relação a 2016, e o total de medalhas dos homens foi de 1090, diminuindo suas conquistas em comparação com 1984. Na tabela e gráfico, expostos anteriormente, percebe-se nitidamente essa situação: Enquanto nas mulheres houve um aumento nas três medalhas ,as dos homens diminuíram nas três. Dessa forma, essa situação ocorreu, dado que o gênero feminino, com o passar dos anos, foi sendo mais valorizado no meio esportivo, deixando de ser visto como “sexo frágil”, e tendo potencial de jogar igual ou melhor do que o genêro masculino, o que foi comprovado com esse aumento de medalhas conquistadas por mulheres e a diminuição das conquistadas pelos homens. Todavia, ainda há desafios de maior valorização, patrocínios e visibilidade pela população dessa questão, necessitando de meios para sanar, retardar, tal questão.

Nesse sentido, medidas são necessárias para reduzir a questão da desigualdade de gênero nas olimpíadas. Assim, o governo, responsável pelo bem-estar social, por meio de maior incentivo financeiro, deve aumentar o número de bolsas de atletas, incentivando, assim,maior participação nos esportes, principalmente bolsas atletas femininas. Outrossim, a mídia, como uns dos principais meios de comunicação e de influência no comportamento social, pode criar mais campanhas de divulgação de valorização e de expansão da cota feminina nos jogos, por meio de postagens frequentes, depoimentos de atletas mulheres, tanto na televisão quanto nas redes sociais. Logo, isso consequentemente aumentará a visibilidade das mulheres no esporte,desconstruindo visões machistas e antepassadas ainda infelizmente existentes no corpo social, e atraindo mais patrocínio, por exemplo de empresas privadas.

Portanto, essas são algumas propostas viáveis para reduzir a desigualdade de gênero nas olimpíadas, a médio- longo prazo, já que tal problemática está intrínseca na sociedade a anos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Swaddling, Judith (2000). The Ancient Olympic Games 2 ed. Austin: University of Texas Press. 54 páginas. Consultado em 03 de agosto de 2022

As mulheres no esporte: 3 mil anos proibidas nas Olimpíadas. Disponível em: https://blogdoenem.com.br/as-mulheres-no-esporte-ficaram-3-mil-anos-proibidas-nas-olimpiadas/. Consultado em 03 de agosto de 2022

The Olympic Flags and Emblem. The Vancouver Organizing Committee for the 2010 Olympic and Paralympic Winter Games. Consultado em 03 de agosto de 2022

Olympic Sports of the Past. International Olympic Committee. Consultado em 03 de agosto de 2022

Sports. International Olympic Committee. Consultado em 03 de agosto de 2022

FERNANDES, Cláudio. “Olimpíadas”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/educacao-fisica/olimpiadas.htm. Acesso em 04 de agosto de 2022.

Olympic Games - the Medal Ceremonies (registration required). Encyclopædia Britannica. Consultado em 03 de agosto de 2022