1. Introdução

A construção civil foi um dos setores da indústria mais afetado pela pandemia do Covid-19, pois devido ao alto índice de contaminação, as esferas federais, estaduais e municipais determinaram medidas de prevenção para o controle de transmissão do novo coronavírus. Desse modo, foi estabelecido a obrigatoriedade do cumprimento de protocolos de segurança, como o isolamento social para atividades não essenciais, os quais preliminarmente propiciaram a paralisação de obras, férias coletivas, redução de jornada de trabalho e suspensão de contratos (BATISTA et al., 2020).

Esses problemas não ocorrem apenas devido às medidas de isolamento no país. O mundo inteiro sofreu com as consequências, principalmente o setor de exportações. A falta de insumos fez com que o preço de diversas matérias-primas, como vidro, alumínio, cobre etc. ficassem mais caras e os prazos de entrega mais lentos. Além disso, a baixa produção e a alta demanda, somadas à desvalorização do real encareceu os materiais. No entanto, mesmo com tantos problemas, o setor da construção apresentou crescimento econômico no ano de 2020 burlando o cenário pandêmico.

De acordo com os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) o setor cresceu 2,7% no segundo trimestre de 2021 e de acordo com o CBIC 2020, fechou o ano de 2020 com a implementação de 112174 postos de trabalho mesmo com a economia nacional se mantendo em relativa instabilidade, demonstrando a importância deste seguimento para a economia do país durante este período pandêmico com um impacto financeiro positivo para o país.

2. Objetivo

O objetivo geral do presente estudo é avaliar a expansão do setor da construção civil durante a pandemia do covid-19 em comparação com o ano anterior, 2019. Por meio da comparação entre as quantidades de empresas existentes, postos de trabalho ocupados e custo de construções nos anos de 2020 e 2019 por região do país, utilizando-se diagramas de dispersão e gráficos Boxplot e teste de hipóteses.

3. Revisão Bibliográfica

O cenário pandêmico ampliou a ocorrência de crises econômicas em diverso países, englobando Brasil, onde o setor econômico desde 2018 já estava tentando se recuperar de uma expressiva recessão ocorrida entre os anos de 2015 e 2017 (MATTEI; HEINEN, 2020). No entanto, o setor da construção civil continuou em plena atividade após ser considerado como atividade essencial e conseguiu driblar a pandemia que estamos enfrentando. Dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad), por meio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) apontam crescimento de 10,7% em 2020, concluindo então, que a construção civil é um dos maiores setores que aquecem a economia brasileira.

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que avalia apenas o trabalho formal, também aponta a construção civil como o setor que mais gerou vagas de janeiro a novembro de 2020: 157.881 mil. A criação de postos de trabalho aumentou 34,6% na comparação com o mesmo período de 2019. O crescimento acumulado do número de trabalhadores com carteira assinada foi de 7,29% em 11 meses. No início de janeiro de 2020, o contingente era de 2,176 milhões e, no final de novembro, 2,324 milhões de trabalhadores com carteira assinada.

Os dois últimos meses do ano são sazonais, é um período mais chuvoso e, normalmente, o saldo de empregos é negativo. No entanto, tivemos o melhor novembro da série histórica, iniciada em 1992. Foram gerados mais de 20 mil novos postos de trabalho, o que mostra a força da reação da construção civil (VASCONCELOS, 2020). A construção civil vem passando por grandes mudanças, mas segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), o setor pode ser otimista.

4. Metodologia

Para este estudo, foi selecionada uma base de dados do IBGE que contém informações sobre região, número de empresas, pessoal ocupado, salários, custos e valores de incorporações e serviços na construção civil referentes aos anos de 2019 e 2020. Foram anexadas às tabelas importadas do banco de dados do IBGE, as regiões de cada estado para melhor avaliação dos objetivos propostos por este estudo.

A seguir, segue a base de dados utilizada - 2019:

#Relatorio final

#Carregar biblioteca para incluir tabela

library(kableExtra)


#Carregar base de dados objeto da pesquisa - 2019


library(readxl)
Dados_2019 <- read_excel("tabela_11_2019.xlsx")
View(Dados_2019)


#Execução e manipulação da tabela - 2019

kable(Dados_2019, row.names = FALSE)%>%
  kable_styling( full_width = T,bootstrap_options = c("striped", "hover", "condensed", "responsive"), 
                 position = "center", fixed_thead = T) %>%
  scroll_box(width = "900px", height = "600px")
Unidades_de_federação Região Quantidade_Empresas_Unidades_da_Federação_de_origem Quantidade_Empresas_Atuantes_nas_Unidades_da_Federação_(1) Pessoal_ocupado_em_31_12 Salários_retiradas_e_outras_remunerações _1 000R$ Custos_de_ incorporação_e_das_obras_ou_serviços_da_construção_1 000R$ Valor_das_incorporações_obras_e_ou _serviços_da_construção _1 000R$
Norte NA NA NA NA NA NA NA
Rondônia NORTE 272 365 7380 219459 324476 1110257
Acre NORTE 111 130 3238 84141 158042 459375
Amazonas NORTE 416 500 19254 532151 1175407 3333399
Roraima NORTE 82 105 3242 89025 229577 634499
Pará NORTE 647 789 50338 1544663 2682381 8019104
Amapá NORTE 30 54 2132 78846 148472 390731
Tocantins NORTE 230 323 7339 208791 453511 1358057
Nordeste NA NA NA NA NA NA NA
Maranhão NORDESTE 520 630 29176 802972 1245440 3854065
Piauí NORDESTE 491 565 18440 425082 900760 2540194
Ceará NORDESTE 1537 1663 53942 1418294 2675113 7814154
Rio Grande do Norte NORDESTE 723 794 24306 656874 1375014 3602307
Paraíba NORDESTE 914 977 23106 489414 1003884 2909068
Pernambuco NORDESTE 1502 1678 56510 1588058 2461010 7711878
Alagoas NORDESTE 291 354 16726 384950 925826 2254228
Sergipe NORDESTE 293 338 14574 400865 606537 1702151
Bahia NORDESTE 2010 2373 99522 3018184 4421544 14025538
Sudeste NA NA NA NA NA NA NA
Minas Gerais SUDESTE 6843 7237 212955 5939516 10504028 30042940
Espírito Santo SUDESTE 1142 1244 37254 997977 1708687 5106576
Rio de Janeiro SUDESTE 3457 3867 137875 4864796 7053790 21049213
São Paulo SUDESTE 15287 15781 455315 15881916 28619148 75277734
Sul NA NA NA NA NA NA NA
Paraná SUL 4896 5049 109043 3218909 7272221 18027802
Santa Catarina SUL 4445 4749 88893 2505468 5244185 12779684
Rio Grande do Sul SUL 5259 5435 97903 3120605 6481059 16575242
Centro-Oeste NA NA NA NA NA NA NA
Mato Grosso do Sul CENTRO-OESTE 620 787 19323 618537 1186194 3283046
Mato Grosso CENTRO-OESTE 930 1107 28529 880238 2018360 5022456
Goiás CENTRO-OESTE 1738 1885 51000 1413668 3010223 8258804
Distrito Federal CENTRO-OESTE 879 1014 40478 1275684 2632622 6940526

A seguir, segue a base de dados utilizada - 2020:

#Carregar base de dados objeto da pesquisa - 2020

library(readxl)
Dados_2020 <- read_excel("Tabela_11_2020.xlsx")
View(Dados_2020)

#Execução e manipulação da tabela - 2020

kable(Dados_2020, row.names = FALSE)%>%
  kable_styling( full_width = T,bootstrap_options = c("striped", "hover", "condensed", "responsive"), 
                 position = "center", fixed_thead = T)%>%
  scroll_box(width = "900px", height = "600px")
Unidades_de_federação Região Quantidade_Empresas_Unidades_da_Federação_de_origem Quantidade_Empresas_Atuantes_nas_Unidades_da_Federação Pessoal_ocupado_em_31_12 Salários_retiradas_e_outras_remunerações _1000R$ Custos_de _incorporação_e_das_obras _e_ou_serviços_1000R$ Valor_das_incorporações_obras_e_ou_serviço_1000R$
Norte NA NA NA NA NA NA NA
Rondônia NORTE 301 432 7953 212374 375359 1223344
Acre NORTE 90 110 3388 87692 181605 470567
Amazonas NORTE 438 492 20953 597465 1416722 4249506
Roraima NORTE 54 85 4260 147679 265109 717698
Pará NORTE 625 765 59704 1774117 2987184 9296455
Amapá NORTE 43 74 2649 103365 168309 487311
Tocantins NORTE 284 335 8815 215630 451506 1318628
Nordeste NA NA NA NA NA NA NA
Maranhão NORDESTE 544 652 35250 977404 2188926 5821658
Piauí NORDESTE 447 518 19352 454907 971575 3202939
Ceará NORDESTE 1523 1661 55179 1304699 2943388 7804728
Rio Grande do Norte NORDESTE 795 893 27998 583797 1168009 3548279
Paraíba NORDESTE 958 1015 23442 501565 1052212 3559692
Pernambuco NORDESTE 1468 1598 54976 1437411 2791513 8059702
Alagoas NORDESTE 364 420 20031 484106 1053851 2750961
Sergipe NORDESTE 349 378 13056 407747 566407 1715579
Bahia NORDESTE 2170 2409 96164 2919732 5117365 14067489
Sudeste NA NA NA NA NA NA NA
Minas Gerais SUDESTE 7190 7499 243104 6896050 12519359 35915936
Espírito Santo SUDESTE 1153 1350 40536 1022076 2036190 6099819
Rio de Janeiro SUDESTE 3587 3935 126212 4432311 6005257 20555165
São Paulo SUDESTE 15791 15967 484803 16496707 26891289 77952561
Sul NA NA NA NA NA NA NA
Paraná SUL 5432 5717 120698 3725641 9270765 22604588
Santa Catarina SUL 4753 4946 87623 2662674 5990385 14496103
Rio Grande do Sul SUL 5103 5334 94181 2899134 7466466 17915998
Centro-Oeste NA NA NA NA NA NA NA
Mato Grosso do Sul CENTRO-OESTE 690 939 21379 640567 1129134 3354921
Mato Grosso CENTRO-OESTE 1180 1395 31061 928054 2092948 5807981
Goiás CENTRO-OESTE 1960 2151 57443 1636163 3374472 9582078
Distrito Federal CENTRO-OESTE 870 956 38259 1342922 2573293 6892288

A tabela abaixo constitui o dicionário de dados, em que constam as variáveis e uma breve explicação do que cada uma delas significa.

library(readxl)
Dicionario <- read_excel("Dicionario.xlsx")
View(Dicionario)

#Execução e manipulação da tabela

library(DT)

DT::datatable(Dicionario, rownames = FALSE, colnames = FALSE)

As informações sobre quantidade de empresas e pessoal ocupado por região serão apresentados através de gráficos do tipo boxplots para cada ano, histogramas e Q-Q plot. Além disso, será realizado teste de hipóteses para analisar a influência da região (variável qualitativa) no crescimento econômico da indústria da construção civil com base no números de empresas do setor existentes (variável quantitativa) no período de pandemia.

5. Análise de Resultados

5.1 Boxplot

Para avaliação entre o relacionamento de variáveis qualitativas (Região) com variáveis quantitativas (quantidade de empresas e número de pessoal ocupado) fez-se uso do gráfico do tipo bloxpot.

#2019

#Boxplot

#Manipulação de dados

Dados_2019$Região<-as.factor(Dados_2019$Região)

#Construção de gráfico tipo boxplot

#Quantidade de empresas x Região 

# quantitativa = Quantidade de empresas 
# qualitativa = Região

boxplot(Quantidade_Empresas_Unidades_da_Federação_de_origem~Região, data=Dados_2019, col=c("red","#faa005","#1bc704","#0f8efc","yellow"), xlab = "Regiões", ylab = "Quantidade de empresas", main="Bloxpot 1 \n Nº de empresas por região - 2019\n")

O boxplot 1 acima demonstra que a quantidade de empresas no ano de 2019 variam de acordo com a região do país, observa-se que a região Sudeste é a que apresenta o maior número de empresas ativas no setor da construção civil, seguida das regiões Sul, Nordeste, Centro-oeste e norte respectivamente.

# Boxplot 2 - Número de ocupados x Região 

# quantitativa = Numero de ocupados 
# qualitativa = Região

boxplot(Pessoal_ocupado_em_31_12~Região, data=Dados_2019, col=c("red","#faa005","#1bc704","#0f8efc","yellow"), xlab = "Regiões", ylab = "Número de ocupados", main="Bloxpot 2 \n Nº de ocupados por região - 2019\n")

O boxplot 2 acima demonstra que a quantidade de pessoas ocupadas no ano de 2019, ou seja, empregadas no setor da construção civil também varia de acordo com a região do país, observa-se que a região Sudeste é a que apresenta o maior número de pessoas ocupadas, seguida pelas regiões Nordeste, Sul, centro-oeste e Norte respectivamente. Desta forma, percebe-se que a região Sul mesmo com um número maior de empresas ativas do que a região nordeste, detêm uma quantidade menor de pessoas empregadass que a mesma.

#2020

#Boxplot

#Manipulação de dados


Dados_2020$Região<-as.factor(Dados_2020$Região)

#Construção de gráfico tipo boxplot

#Quantidade de empresas x Região 

boxplot(Quantidade_Empresas_Unidades_da_Federação_de_origem~Região, data=Dados_2020, col=c("red","#faa005","#1bc704","#0f8efc","yellow"), xlab = "Regiões", ylab = "Quantidade de empresas", main="Bloxpot 3 \n Nº de empresas por região - 2020\n")

O boxplot 3 acima demonstra o mesmo cenário identificado no boxplot 1 referente ao ano de 2019, que a quantidade de empresas variam de acordo com a região do país, observa-se que a região Sudeste é a que apresenta o maior número de empresas ativas no setor da construção civil seguida das regiões Sul, Nordeste, Centro-oeste e norte respectivamente.

# Boxplot 4 - Número de ocupados x Região 

# quantitativa = Numero de ocupados 
# qualitativa = Região/localidade

boxplot(Pessoal_ocupado_em_31_12~Região, data=Dados_2020, col=c("red","#faa005","#1bc704","#0f8efc","yellow"), xlab = "Regiões", ylab = "Número de ocupados", main="Bloxpot 4 \n Nº de ocupados por região - 2020\n")

O boxplot 4 acima demonstra que a quantidade de pessoas ocupadas no ano de 2020, ou seja, empregadas no setor da construção civil também variam de acordo com a região do país, observa-se que a região Sudeste é a que apresenta o maior número de pessoas ocupadas, seguida pelas regiões Nordeste, Sul, centro-oeste e Norte respectivamente, igualmente acontece no mesmo período de 2019.

5.2 Teste de hipótese

A realização dos testes será efetuada com análise dos pressupostos a partir dos residuos do modelo estatístico criado a partir da base de dados utilizada para estudo. Adota-se alpha=0,05 para todos os testes realizados. Dessa forma, a regra de decisão ficaria definida como:

Se p-value ≤ alpha, rejeita H0. Se p-value > alpha, não rejeita H0.

5.2.1 Variável Qualitativa vs Variável Quantitativa

Para analisar se a variável Região (qualitativa) interfere na variável Quantidade_Empresas_Unidades_da_Federação_de_origem (quantitativa) que refere-se a quantidade de empresas existentes será realizado o teste de hipóteses e para isso será utilizada a base de dados no ano de 2019.

# Modelo estatístico- 2019


library(readxl)
Dados_2019 <- read_excel("tabela_11_2019.xlsx")
View(Dados_2019)


modelo <- aov(Quantidade_Empresas_Unidades_da_Federação_de_origem ~ Região, data = Dados_2019)   

residuos <- residuals(modelo)

residuos
           2            3            4            5            6            7 
   16.571429  -144.428571   160.571429  -173.428571   391.571429  -225.428571 
           8           10           11           12           13           14 
  -25.428571  -400.111111  -429.111111   616.888889  -197.111111    -6.111111 
          15           16           17           18           20           21 
  581.888889  -629.111111  -627.111111  1089.888889   160.750000 -5540.250000 
          22           23           25           26           27           29 
-3225.250000  8604.750000    29.333333  -421.666667   392.333333  -421.750000 
          30           31           32 
 -111.750000   696.250000  -162.750000 

A avaliação do pressuposto de normalidade de distribuiçaõ dos dados é realizado com base nos residuos do modelo estatístico, inseridos acima. O histograma, bem como o Q-Q Plot são duas ferramentas gráficas que auxiliam a verificação do pressuposto de normalidade, percebe-se que não há uma relação de normaliddade na distribuião dos dados.

# Avaliando o pressuposto de normalidade

hist(residuos)

qqnorm(residuos)

Porém, será realizado o teste de normalidade Shapiro- Wilk para confirmar ou não o pressuposto de normalidade.

H0: os dados seguem uma distribuição normal H1: os dados NÃO seguem uma distribuição normal alpha = 0.05

#Se pvalor <= alpha Rejeita HA #Se pvalor > alpha NÃO Rejeita H0

# Teste de normalidade (Shapiro Wilk)

#H0: os dados seguem uma distribuição normal
#H1: os dados NÃO seguem uma distribuição normal
#alpha = 0.05

# Se pvalor <= alpha Rejeita HA 
# Se pvalor > alpha  NÃO Rejeita H0

shapiro.test(residuos)

    Shapiro-Wilk normality test

data:  residuos
W = 0.61664, p-value = 3.253e-07

Para a quantidade de empresas existentes , pvalor < 0,05, logo rejeita H0. Sendo assim, os residuos não seguem uma distribuição normal, o pressuposto da normalidade foi violado. Com isto, como a variável região possui 05 grupos, adota-se em seguida o teste de Kruskal-Wallis, um método não paramétrico, onde:

H0: A distribuição de empresas segue o mesmo quantitativo nas cinco regiões do país em 2019 H1: Pelo menos uma região se destaca mais quanto ao números de empresas existentes alpha = 0.05

#Se pvalor <= alpha Rejeita H0 #Se pvalor > alpha NÃO Rejeita H0

#H0: A distribuição de empresas segue o mesmo quantitativo nas cinco regiões do país em 2019
#H1: Pelo menos uma região se destaca mais quanto ao números de empresas existentes 
#alpha = 0.05

# Se pvalor <= alpha Rejeita H0 
# Se pvalor > alpha  NÃO Rejeita H0


kruskal.test(Quantidade_Empresas_Unidades_da_Federação_de_origem ~ Região, data=Dados_2019)

    Kruskal-Wallis rank sum test

data:  Quantidade_Empresas_Unidades_da_Federação_de_origem by Região
Kruskal-Wallis chi-squared = 19.117, df = 4, p-value = 0.0007455

O pvalor < 0,05, logo rejeita a hipótese nula H0. Portanto, a quantidade de empresas difere de acordo com a região, sendo assim, pelo menos uma se destaca mais, no que diz respeito a quantidade. E como o pressuposto de normalidade não foi garantido, será realizado o teste de Comparações Múltiplas de Wilcoxon.

pairwise.wilcox.test(Dados_2019$Quantidade_Empresas_Unidades_da_Federação_de_origem,
                            Dados_2019$Região,
                            p.adjust.method="fdr")

    Pairwise comparisons using Wilcoxon rank sum exact test 

data:  Dados_2019$Quantidade_Empresas_Unidades_da_Federação_de_origem and Dados_2019$Região 

         CENTRO-OESTE NORDESTE NORTE SUDESTE
NORDESTE 0.559        -        -     -      
NORTE    0.030        0.030    -     -      
SUDESTE  0.071        0.033    0.030 -      
SUL      0.071        0.030    0.033 1.000  

P value adjustment method: fdr 

Com p-valor < 0,05, a hipótese nula H0 é rejeitada. Assim, os grupos são amostrados de regiões com diferentes distribuiçoes,ou seja, a quantidade de empresas do setor da construção civil ativas não possui distribuição semelhante em todas as regiões do país, o que é perceptível no Boxplot, em que se observa esta diferença.

5.2.2 Variável Quantitativa vs Variável Quantitativa

Para valiar se a quantidade de empresas existentes (Quantitativa) no ano de 2019 tem relação com a quantidade de empresas existentes por estado no ano da pandemia, 2020, utiliza-se outro teste de hipótese por se tratar de duas variáveis quantitativas.

Avaliação do pressuposto de normalidade, foi realizado um teste de normalidade das variáveis adotadas para o ano de 2019 e 2020:

## Hipótese: Avaliar se a quantidade de empresas existentes (Quantitativa) no ano de 2019 tem relação com a quantidade de empresas no ano da pandemia, 2020. 
## Dados coletados em 2019 e 2020
## Método: Coeficiente de correlação


#H0: os dados seguem uma distribuição normal
#H1: os dados NÃO seguem uma distribuição normal
#alpha = 0.05
# Se pvalor <= alpha Rejeita HA 
# Se pvalor > alpha  NÃO Rejeita H0

# Dados de 2019

shapiro.test(Dados_2019$Quantidade_Empresas_Unidades_da_Federação_de_origem)

    Shapiro-Wilk normality test

data:  Dados_2019$Quantidade_Empresas_Unidades_da_Federação_de_origem
W = 0.61607, p-value = 3.203e-07

p-value = 3.203e-07 < 0,05, então rejeita H0

# Dados de 2020

shapiro.test(Dados_2020$Quantidade_Empresas_Unidades_da_Federação_de_origem)

    Shapiro-Wilk normality test

data:  Dados_2020$Quantidade_Empresas_Unidades_da_Federação_de_origem
W = 0.62096, p-value = 3.668e-07

p-value = 3.668e-07 < 0,05, então rejeita H0

Portanto etas variáveis, tanto de 2019 quanto de 2020, não seguem uma distribuição normal, desta maneira o próximo teste a ser relizado será o teste de Spearman:

#H0: rho = 0
#H1: rho := 0
#apha = 0,05

cor.test(Dados_2020$Quantidade_Empresas_Unidades_da_Federação_de_origem,Dados_2019$Quantidade_Empresas_Unidades_da_Federação_de_origem,method = "spearman")

    Spearman's rank correlation rho

data:  Dados_2020$Quantidade_Empresas_Unidades_da_Federação_de_origem and Dados_2019$Quantidade_Empresas_Unidades_da_Federação_de_origem
S = 8, p-value < 2.2e-16
alternative hypothesis: true rho is not equal to 0
sample estimates:
     rho 
0.997558 

p-value < 2.2e-16 p-valor< alpha, então rejeita H0

Desse modo, existe uma relação linear entre a quantidade de empresa existentes por estado no ano de 2019 e 2020

6. Conclusão

O estudo evidenciou que o número de empresas da construção civil ativas, pessoal ocupado, custo e valores de salários, incorporações e serviços da construção foram maiores no ano de 2020 quando comparado com o ano de 2019. Ou seja, mesmo com a recessão econômica que o Brasil já enfrentava somado ao período pandêmico, a indústria da construção conseguiu superar as expectativas e apresentar diante de todos os problemas uma melhora financeira colaborando para a economia do país.

Outro fator observado pelas análises gráficas, além da melhora econômica no ano de 2020, é que a região Sudeste é a que obteve maior parte deste avanço do setor da construção civil. Somado a isso, observou-se que a taxa de desemprego neste setor conseguiu obter uma melhora significativa.

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