knitr::include_graphics("C:/Users/gabri/Desktop/estatistica-facul/sono_estat.jpg")

Os hábitos do sono e suas consequências

Como os hábitos como o uso do celular, café da manhã e cansaço afetam as horas dormidas e vice-versa.

Introdução

Saber como e quando dormir são conhecimentos realmente importantes o suficiente para serem chamados de condição número um para uma boa saúde. Diz-se que os três elementos da saúde são alimentação, sono e excreção. Ou seja, apesar das diferenças, todo indivíduo possui necessidades e preferências únicas, e os requisitos individuais de sono não são distintos.
Os cientistas e acadêmicos afirmam que estamos na era chamada de era da informação, na qual mais do que nunca na história da humanidade, descobrimos coisas novas e conseguimos compartilhá-las devido a tecnologias, redes e conhecimentos entrelaçados entre eles. Dito isto, não só conhecimentos sobre as informações à nossa volta são descobertos ou comprovados, como conhecimentos acerca de nós mesmos, seja geneticamente ou sobre o nosso cérebro e como reagimos a um mundo tão diferente do que era considerado natural há séculos atrás. Os hábitos considerados normais e aceitos na sociedade atual, denominada pelo autor Byung-Chul Han, como sociedade do cansaço, não condizem nem um pouco como nós deveríamos nos portar tendo o corpo biológico que temos. Isto é, os nossos hábitos como indivíduos na sociedade não são hábitos saudáveis, devido a demanda produtiva que nos é obrigada a serem realizadas.
A Organização Mundial de Saúde(OMS) define saúde como: “O estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença.” Sono, alimentação, rotina, exercícios físicos, relações interpessoais, todos esses hábitos compõem fortemente o que chamamos de uma vida saudável.
No século 21, com o grande desenvolvimento da tecnologia, deixaram de realizar o não tão conhecido sono bifásico, constituído na forma de se dormir duas vezes durante a noite. O avanço tecnológico fomentou as relações entre pessoas e artifícios eletrônicos, manifestando uma possível dependência. Então, um processo de utilização dos aparelhos celulares antes de dormir se tornou rotineiro perante a sociedade, desenvolvendo dificuldades para dormir e piores noites de sono.

Referencial Teórico

Hábitos:

Os hábitos são as pequenas decisões tomadas e as ações que são realizadas todos os dias. De acordo com pesquisadores da Duke University, os hábitos são responsáveis por cerca de 40% de nossos comportamentos em um determinado dia. Compreender como construir novos hábitos (e como funcionam os atuais) é essencial para progredir em sua saúde, sua felicidade e sua vida em geral. Consideram-se como contáveis mecanismos que podem estar subjacentes ao controle habitual da ação.
Nosso próprio interesse em hábitos foi alimentado pelo reconhecimento que grande parte da ação cotidiana é caracterizada pela repetição. Dentre estudos diários de amostragem de experiência usando amostras de alunos e da comunidade, aproximadamente 45% dos comportamentos diários tendiam a ser repetidos no mesmo local quase todos os dias (Quinn & Wood, 2005; Wood, Quinn, & Kashy, 2002). Nesses estudos, as pessoas relataram um conjunto heterogêneo de ações que variaram na força do hábito, incluindo ler o jornal, fazer exercícios e comer fast-food.
Os hábitos alimentares são influenciados por fatores fisiológicos, psicológicos, socioculturais e econômicos que irão moldar e formar a preferência e frequência com que certos alimentos serão consumidos. (SALES, F. H. S.CARVALHO, W. R. C.SANTOS JUNIOR, J. M.SILVA, D. C.SANTOS, C. M., 2014).
De acordo com Medonça (2010), os hábitos são formados a partir do processo de amamentação, organizados em tese minuciosamente pela figura materna, que indica o início da construção dos bons hábitos aos seus filhos. Para o autor, a fase pré-escolar e escolar são as precursoras para o desenvolvimento de hábitos e costumes, tornando-se a fase mais importante para as crianças. Ou seja, a rotina de comportamentos que se repete regularmente forma o hábito para os jovens, que os praticam subconscientemente, de acordo com suas vivências.

Metodologia:

A palavra “hábitos” foi pesquisada na plataforma “Google”, no entanto, não foi possível utilizar nenhuma das definições encontradas, pois elas não possuíam referências científicas. Dessa forma, a mesma palavra foi explorada na plataforma “Internet Archive”, uma organização sem fins lucrativos dedicada a manter um arquivo multimídia de informações, e o artigo “Habits- A Repeat Performance” (Neal, Woody e Quinn, 2006), cuja pesquisa foi realizada na Universidade de Duke, foi encontrado e seu conceito de hábitos, contemplado nesse artigo.
Esse mesmo termo foi procurado no “ResearchGate”, e uma citação do artigo “Habits in everyday life: Thought, emotion, and action. Journal of Personality and Social Psychology, 83, 1281–1297” também foi contemplada nesse artigo. Ademais, foi encontrado um artigo de Anna Keski-Rahkonen, a qual publicou o artigo “The process of recovery in eating disorder sufferers’ own words: An Internet-based study”.
Para melhor conhecimento sobre o assunto, foi necessário a busca da palavra “Sleep” em órgãos competentes de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), os quais possuem artigos que abordam com clareza o tema pesquisado.
A base de dados foi encontrada na plataforma “Kaggle”, uma subsidiária da Google LLC, é uma comunidade on-line de cientistas de dados e profissionais de aprendizado de máquina, que compartilham suas pesquisas e seus estudos. Para tal, palavra “Habits” foi pesquisada, e não foram encontrados resultados satisfatórios, por isso, foram procurados termos que possuíam convergência com ela, como “sleep”e “health”, onde a base “SleepStudyData” foi encontrada, e utilizada para o desenvolvimento dos gráficos no Software “R”. Todos os gráficos produzidos foram feitos a partir dessa base.
A base de informações descrita na pesquisa consistia em dados coletados a partir do hábito de sono de estudantes dos Estados Unidos. Esses dados foram conduzidos como um estudo piloto para determinar com clareza se os estudantes demonstravam satisfação com a pesquisa. As perguntas feitas para os entrevistados foram:
Enough = Você acha que dorme o suficiente?
Hours = Em média, quantas horas de sono você dorme durante a semana?
PhoneReach = Você dorme com seu telefone ao alcance dos braços?
PhoneTime = Você usa seu telefone dentro de 30 minutos após adormecer?
Tired = Em uma escala de 1 a 5, quão cansado você está ao longo do dia? (1 não estar cansado, 5 estar muito cansado)
Breakfast = Você costuma tomar café da manhã?
Sendo as palavras “Enough”, “Hours”, “PhoneReach”, “PhoneTime”, “Tired”, “Breakfast” o nome das variáveis, como mostrado acima:

Libraries utilizados ao todo no relatório.

library(tidyverse)
## -- Attaching packages --------------------------------------- tidyverse 1.3.1 --
## v ggplot2 3.3.5     v purrr   0.3.4
## v tibble  3.1.6     v dplyr   1.0.7
## v tidyr   1.1.4     v stringr 1.4.0
## v readr   2.1.0     v forcats 0.5.1
## -- Conflicts ------------------------------------------ tidyverse_conflicts() --
## x dplyr::filter() masks stats::filter()
## x dplyr::lag()    masks stats::lag()
library(readxl)
library(readr)
library(DT)

library(dplyr)

library(ggplot2)
library(ggridges)
library(ggplot2)
library(dplyr)
library(tidyr)
library(forcats)

Data utilizada no trabalho

library(tidyverse)
library(readxl)
getwd()
## [1] "C:/Users/gabri/Desktop/estatistica-facul"
sleep <- read.csv("SleepStudyData.csv")

Dados resumidos da data

summary(sleep)
##     Enough              Hours         PhoneReach         PhoneTime        
##  Length:104         Min.   : 2.000   Length:104         Length:104        
##  Class :character   1st Qu.: 6.000   Class :character   Class :character  
##  Mode  :character   Median : 7.000   Mode  :character   Mode  :character  
##                     Mean   : 6.657                                        
##                     3rd Qu.: 7.000                                        
##                     Max.   :10.000                                        
##                     NA's   :2                                             
##      Tired        Breakfast        
##  Min.   :1.000   Length:104        
##  1st Qu.:2.000   Class :character  
##  Median :3.000   Mode  :character  
##  Mean   :3.077                     
##  3rd Qu.:4.000                     
##  Max.   :5.000                     
## 
datatable(sleep)

Análise de gráficos e discussão

Gráfico 1 - Horas dormidas

Este gráfico histograma indica a quantidade de pessoas que dormem um determinado número de horas variando entre 2 a 10 horas.

hist(sleep$Hours,ylab = "Quantidade de Pessoas", xlab = "Horas Dormidas", labels = TRUE, main = "Histograma de Horas Dormidas", col = "pink",ylim = c(0,40))

Numerosos estudos e centenas de artigos acadêmicos em todo o mundo destacam um fato. Aqueles que dormem muito pouco ou muito tempo são mais propensos a adoecer e ter uma vida útil mais curta. Não se sabe ao certo se as pessoas adoecem com menos sono ou se por possuírem estilos de vida pouco saudáveis dormem menos. No entanto, o importante é que quem dorme menos de 6 horas por dia ou dorme mais de 9 horas por dia é, em média, menos saudável.
A Universidade de Michigan, catalogou os hábitos das pessoas de 100 países diferentes e descobriram que os holandeses são a nação que mais dorme: são 8h16 diárias. Ademais, Cingapura e Japão se encontram empatados como os países que dormem menos, com 7h24. Logo depois, em terceiro lugar, está localizado o Brasil: 7h36. Os dados do estudo mostraram uma ligação entre hora de ir para a cama e quantidade de sono.
O histograma nos situa separadamente o número de pessoas que dormem determinadas horas. Ele nos demonstra que a maioria das pessoas dorme entre 6 a 7 horas, sendo a maior quantidade dormindo 7. Além disso, a média de horas dormidas das 104 pessoas é de 6.7.

Gráfico 2 - Correlação entre cansaço e sono

Este gráfico Plot indica a relação da quantidade de horas dormidas pelas pessoas avaliadas no dataset com o nível de cansaço das mesmas.

attach(sleep)
plot(sleep$Hours,sleep$Tired,pch=17, col="darkblue",
     xlab="Horas Dormidas", ylab="Nível de Cansaço de 1 a 5",cex=1.5, main = "Correlação entre nível de cansaço e horas de sono")

As noites mal dormidas geram problemas para o corpo humano. Os danos que consideram-se percebidos de imediato são: Dificuldade de concentração, indisposição, diminuição da produtividade e criatividade, redução da capacidade de memória, instabilidade emocional e mais importante, ela se sentirá cansada ao longo do dia. Esses problemas podem interferir diretamente na vida social e profissional de uma pessoa, levando em consideração que, cansada, não conseguirá demonstrar um bom desempenho em sua rotina. Quando dormir pouco se torna rotineiro, fica mais difícil para o corpo recuperar todo o sono perdido, iniciando um ciclo vicioso que impacta diretamente a saúde física e mental.
O gráfico acima demonstra a quantidade de horas dormidas pelas pessoas que responderam de 1 a 5 seu nível de cansaço. Tendo isso em vista, há dois fatores a serem destacados. O primeiro é que todos os entrevistados que apresentam um nível de cansaço 1, dormem entre 7 a 9 horas, quantidade considerada perfeitas para adultos, percebendo-se claramente uma correlação. o segundo fator seria os outliers indicando que as duas pessoas que dormem 2 horas e a única pessoa que dorme 10 horas, demonstram também um nível 5 e 4 de cansaço respectivamente, sem exceções.

Gráfico 3 - Correlação entre cansaço e café da manhã

Este Boxplot indica os níveis de cansaço de 1 a 5 no eixo Y e duas boxes, uma demonstrando as pessoas que não comem café da manhã e as pessoas que comem.

boxplot(Tired~Breakfast, data = sleep,
        col=c("red","navy"), main="Correlação entre Nível de Cansaço e Café da Manhã")

Nosso corpo tem um relógio biológico. O órgão central que regula este relógio biológico é o cérebro. No entanto, a maior parte da fonte de energia do nosso cérebro é o açúcar no sangue, obtido a partir de carboidratos. Portanto, pode-se dizer que a quantidade de açúcar no sangue entregue através de uma refeição determina diretamente a função do cérebro. Por causa disso, quando tomamos café da manhã, nossa capacidade de aprendizado, memória e concentração às vezes melhoram.
A Dra. Anna Kesky-Rakonen, da Universidade de Helsinque, Finlândia, publicou os resultados de um estudo realizado com 5.500 adolescentes e seus pais sobre café da manhã e peso no Estudo Clínico Europeu de 2003. Pessoas que pulam o café da manhã têm maior risco de ganho de peso como resultado de lanchar antes do almoço e consumir mais cigarros e álcool do que aqueles que pulam o café da manhã, segundo o estudo.
Basicamente, no gráfico é possível avaliar que as pessoas que costumam tomar café da manhã(tendo em vista que o café da manhã nos Estados Unidos é a refeição principal), têm um nível de cansaço, em média, consideravelmente menor do que as pessoas que não tomam. Além disso, como dá para ver no outlier presente na sessão de quem toma café da manhã, apenas 3 estão no nível 5 de cansaço enquanto no não, 7 estão.

Gráfico 4 - Correlação pessoas que dormem o suficiente

Este gráfico de pizza demonstra claramente que das 104 pessoas perguntadas, 68 consideram que não dormem o suficiente e 36 consideram que sim.

tabela_suficiente <- table(sleep$Enough)
tabela_suficiente
## 
##  No Yes 
##  68  36
pie(tabela_suficiente,labels = c("68 não consideram", "36 consideram"),col = c("pink","skyblue"),
    main = "Pessoas que consideram que dormem o suficiente")

Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, cerca de um em cada três adultos não dorme o suficiente. “Algumas pessoas têm dificuldade em adormecer. Mas outras optam por ficar acordadas e acabam cronicamente privadas de sono”, diz a Dra. Sogol Javaheri, especialista em sono do Brigham e Women’s Hospital, afiliado à Harvard.
Dito isto, no gráfico é demonstrado que 68 pessoas consideram que não dormiram o suficiente e 36 pessoas consideram que dormiram. Entretanto, observando o gráfico 1, analisado antes, podemos concluir que apenas 43 pessoas não dormiram as horas ideais, tendo bastante diferença das 68 que acharam não dormiram o suficiente e as verdadeiras 43 pessoas que não dormiram de fato.

Conclusão

Considerando a análise de gráficos, discussões, dados e correlações feitas ao longo de todo relatório, podemos concluir que com uma média de sono das 104 pessoas de 6.7, a maioria delas não dorme o suficiente expressado pelos cientistas como ideal entre 7 a 9 horas de sono. Ademais, concluímos também que as pessoas avaliadas que não se sentem cansadas durante o dia, dormem exclusivamente entre as 7 a 9 horas ideais, salientando a importância dos dados analisados e do quão agravante é o sono em relação ao cansaço e à saúde. Dito isto, é importante salientar a importância também do café da manhã nesse processo de cansaço e disposição durante o dia. Foi demonstrado no gráfico 3 que o hábito de tomar café da manhã influencia fortemente no cansaço durante o dia daqueles entrevistados, argumentando a favor de que de uma forma ou outra, nossa alimentação gera um bom sono. Portanto, por último, podemos ressaltar a grande importância que são os hábitos de dormir bem e comer bem, além de ressaltar a importância que são colher dados e representá-los de forma a nos elucidar perante o que pode nos ajudar a construir um futuro melhor.

Bibliográfia

https://www.kaggle.com/mlomuscio/sleepstudypilot?select=README.md

http://web.archive.org/web/20110526144503/http://dornsife.usc.edu/wendywood/research/documents/Neal.Wood.Quinn.2006.pdf

Wood, W., Quinn, J.M., & Kashy, D. (2002). Habits in everyday life: Thought, emotion, and action. Journal of Personality and Social Psychology, 83, 1281–1297.

https://fia.com.br/blog/habitos-saudaveis/#:~:text=H%C3%A1bitos%20saud%C3%A1veis%20s%C3%A3o%20rotinas%20que,vida%20ben%C3%A9ficos%20para%20a%20sa%C3%BAde.&text=Para%20isso%2C%20vale%20citar%20o,apenas%20a%20aus%C3%AAncia%20de%20doen%C3%A7a.%E2%80%9D

https://www.scielo.br/j/sausoc/a/4RZkjYgTHV5zjD9jY9t7sSh/?lang=pt

https://www.pfizer.com.br/noticias/ultimas-noticias/dormir-bem-importancia-de-uma-boa-noite-de-sono#:~:text=Ao%20dormir%20menos%20de%208,possuem%20h%C3%A1bitos%20saud%C3%A1vel%20de%20sono.