Do total de 40 registros da base de dados, 26 pessoas responderam aceitar participar da pesquisa. Dessas 26 pessoas, 23 pessoas já foram abordadas. Para melhor compreensão, sempre nos reportaremos às pessoas no total como “entrevistadas”, e aquelas que declararam já ter sido abordada como “abordadas”.
É importante salientar que a raça/cor informada possuía as categorias parda e preta, que foram reagrupadas sob a raça/cor “negra”.
Além disso, 13 pessoas foram reclassificadas como travestigêneres, das quais 9 informaram ser mulheres trans e 4 informaram ser travestis.
Conforme tabela abaixo, 76,9% (n=20) declararam ser negras. A maior participação de pessoas negras no público da pesquisa é consequência da estratégia de aplicação apenas em territórios de periferia do Rio de Janeiro. Um fenômeno explicado pela gentrificação nos territórios urbanos e do racismo estrutural no Brasil.
| Raça/cor | Qtde |
|---|---|
| Branca | 5 |
| Indígena | 1 |
| Negra | 20 |
| Raça/cor | Perc |
|---|---|
| Branca | 19.2 |
| Indígena | 3.8 |
| Negra | 76.9 |
O mesmo gráfico acima foi repetido comparando a raça/cor das pessoas entrevistadas. Como pode ser visuaziado no gráfico 1.b, pessoas negras são as mais predominantes em todas as categorias, portanto, este relatório parcial se dedicará a analisar apenas as pessoas negras, tendo em vista que comparar com pessoas de outras raças ainda é inviável com o número de respostas.
Esperamos que com a ampliação de questionários e maior tempo de pesquisa, mais pessoas de outras raças sejam incluídas no grupo de respondentes e possamos fazer análises comparativas entre diferentes grupos raciais.
Com a exclusão de pessoas brancas e indígenas da base, o novo total da base de análise é de 20 pessoas. Onde 90% (n=18) já foram abordadas
| Já abordada | Qtde |
|---|---|
| Com frequência | 5 |
| Não | 2 |
| Sim, antes dos meus 18 anos. | 1 |
| Sim, antes e depois dos meus 18 anos. | 8 |
| Sim, depois dos meus 18 anos. | 4 |
| Já abordada | Perc |
|---|---|
| Com frequência | 0.25 |
| Não | 0.10 |
| Sim, antes dos meus 18 anos. | 0.05 |
| Sim, antes e depois dos meus 18 anos. | 0.40 |
| Sim, depois dos meus 18 anos. | 0.20 |
Dessas 18 pessoas já abordadas, 66,7% são mulheres travestigêneres.
| Gênero | Qtde |
|---|---|
| Homem Cisgênero | 3 |
| Homem trans | 1 |
| Mulher Cisgênera | 1 |
| Travestigênere | 12 |
| Nenhuma | 1 |
| Gênero | Qtde |
|---|---|
| Homem Cisgênero | 16.7 |
| Homem trans | 5.6 |
| Mulher Cisgênera | 5.6 |
| Travestigênere | 66.7 |
| Nenhuma | 5.6 |
75% das mulheres travestigênere nunca foram tratadas de acordo com sua identidade de gênero
Das 12 mulheres travestigêneres, 9 já se sentiram ameaçadas, tal qual o único respodente trans masculino.
Todos as identidades de gênero já sofreram violência policial, exceto mulheres cisgêneras. 83% das mulheres travestigêneres também já passaram por essa violência.
Não existe grandes diferenças do gênero das pessoas que já foram levadas à delegacia.
Metade das mulheres travestigêneres já foram acusadas de crime (n=6)
67% das mulheres travestigêneres já foram extorquidas pela polícia (n=8)
As únicas pessoas que já foram violentadas por policiais fora de um contexto de abordagem são mulheres travestigêneres, 67% delas já passaram por essa situação (n=8)
As mulheres travestigêneres foram as que menos foram impedidas de acessarem sua moradia em decorrência de operação, 58% delas se encaixam nesse padrão. Os homens são aqueles que mais passaram por esse quadro, dos 5 homens da pesquisa, apenas um nunca passou por essa experiência.
A maior parte das mulheres travestigêneres nunca tiveram suas casas invadidas.
Das 3 pessoas já que foram violentadas ao denunciar uma violência ocorrida, 2 são mulheres travestigêneres e 1 é homem cisgênero