Pré-Projeto de Dissertação

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Pré-Projeto de Dissertação

O processo de urbanização nos grandes centros urbanos, no Brasil, deu-se de forma não planejada, atraindo o mercado imobiliário para as melhores áreas e deixando de lado as de menor interesse e valor comercial, tais fatores fizeram com que a população de menor renda acabasse ocupando estas regiões, muitas vezes vulneráveis, tendo em vista as características geológicas e geomorfológicas encontradas. Com o crescimento destas ocupações, cresceu o número de moradias próximas a encostas, rios, lagos e mangues, ocupando-as na maioria das vezes de forma precária (IPT, 2007).

Associados a estas ocupações os desastres naturais vêm sendo um tema cada vez mais presente em nossa rotina, sendo responsável por perdas significativas na esfera econômica, social e ambiental, se tornando cada vez mais intensos e danosos, o que segundo cientistas já são resultados das mudanças climáticas globais observadas em nosso planeta (TOMINAGA et al, 2012). Segundo a definição do UNISDR (2009), conforme citado por Tominaga et al. (2012), o desastre natural é definido como uma grave desordem no andamento de uma comunidade ou de uma sociedade, causando perdas econômicas, materiais, humanas e ambientais em grande escala, cujos impactos ultrapassam a capacidade da comunidade ou sociedade assumir com seus próprios recursos. Para Tominaga et al. (2012), os principais fenômenos que desencadeiam os desastres naturais são decorrentes da dinâmica da Terra, tais como, deslizamentos de solo e/ou rochas, inundações e enchentes. Estes eventos estão geralmente associados à ocorrência de precipitações pluviométricas intensas e de elevada duração, ocorridas geralmente no verão na região sul e sudeste e no inverno na região nordeste (TADASHI et al, 2012). A fragilidade das edificações construídas próximas a taludes de corte/aterro com elevada inclinação associadas a ausência de saneamento básico acabam aumentando também a vulnerabilidade natural já existente, tornando o terreno ainda mais suscetível a deslizamentos (IPT, 2007). Ações antrópicas como desmatamento, descarte de lixo, cortes em terreno, alterações da drenagem e construções de edificações, associadas a falta de infraestrutura adequada, aumentam os riscos e a instabilidade em áreas de encosta, conforme destaca Tominaga et al. (2012). Segundo Alcantara-Ayala (2002), as ocorrências dos desastres naturais estão ligadas não somente à suscetibilidade, considerando a vulnerabilidade do sistema social fator determinante no impacto dos desastres. O levantamento das características locais e o impacto das formas de ocupação no terreno, são partes importantes na indicação dos melhores métodos para diminuição do risco e prevenção de desastres. A indicação dos elementos de vulnerabilidade e de suscetibilidade é parte primordial na classificação e hierarquização do risco existente. A vulnerabilidade é um elemento importante para definição do risco de desastres, sendo uma das razões para compreensão que o desastre “não é natural”. O risco é uma função da ameaça e da exposição de pessoas e bens a essa ameaça, e das condições de vulnerabilidade.

As formas de usar e ocupar o terreno, a má qualidade da construção das casas/prédios, o desconhecimento da ameaça, rede precária de serviços básicos etc, são elementos de vulnerabilidade, deixando as pessoas mais expostas ao perigo, ou seja,apresentando fragilidade diante do dano (TRAJBER et al. 2012).

O objetivo desta pesquisa consiste em fazer um estudo acerca das vulnerabilidades construtivas de casas/prédios localizados em áreas suscetíveis a movimentos gravitacionais de massa. Buscar-se-á a definição de classes de vulnerabilidades a partir dos danos construtivos esperados devido a um possível impacto de diferentes movimentos de massa nessas estruturas. Será estudada também a forma com que essa variável pode ser considerada na estimativa do risco. Tendo em consideração que esta é mutável dentro da construção de um sistema resiliente, tal levantamento e hierarquização têm potenciais não apenas de melhorar a classificação de risco, mas também para balizar ações de mitigação com foco em sua tipologia. A partir desse estudo pretende-se oferecer mais mecanismos dentro da gestão de risco de desastres, uma vez que um sistema menos vulnerável apresenta maior capacidade de resistência a eventos de variáveis escalas e menor dano.