Estrutura Populacional e avaliação da informação sobre idade

Pirâmides etárias por grupos de idade

Pirâmides etárias são gráficos organizados para categorizar a população de uma determinada localidade conforme faixas de idade, dividindo-as por sexo. As barras inferiores representam a população mais jovem e as barras superiores representam a população mais velha. Essas populações estão descritas abaixo em porcentagem, sempre em relação à população total da localidade. Esses gráficos são importantes para que se possa visualizar a evolução da população e para que se possa elaborar planejamentos de políticas públicas de longo prazo.

A seguir, pode-se acompanhar a evolução da população do Acre ao longo dos anos 2000, 2010, 2015, 2020 e 2030. Para todas as figuras, os nascidos homens são representados à esquerda e as nascidas mulheres são representadas à direita da pirâmide.


Figura 1: Pirâmides etárias para o Acre de 2000 a 2030 (projetado) Fonte: IBGE

Figura 1: Pirâmides etárias para o Acre de 2000 a 2030 (projetado) 
 Fonte: IBGE


Podemos observar que em 2000 o estado se encontrava em um período com a maior parte da população sendo de jovens e pouquissímos idosos. Isso pode configurar o Acre como na primeira fase da transição demográfica. Assim, com o passar do tempo, percebemos que população idosa cresce (em sinal de diminuição da mortalidade) e a da população infantil decresce. Até que chegamos em 2030, um ano que parece ser o período de bônus demográfico para a unidade da federação. Esse período é de quando a carga de dependência é a menor possível, ou seja, a população em idade ativa (15 anos a 60/65 anos) se sobrepõe à população dependente (0 a 15 anos e pessoas com mais de 60/65 anos). Percebemos isso, pois as porcentagens da população na idade ativa são as maiores do período.



Indicadores de estrutura por idade

A seguir são expostos em tabela os indicadores de estrutura por idade, razão de dependência e índice de envelhecimento:


Ano Prop. Idosos Prop. Crianças Prop. Jovens Razão dep. Índ. Envelhecimento Id. Mediana Id. Média
2000 0.05 0.14 0.39 0.74 0.14 17 23.44
2010 0.06 0.11 0.34 0.61 0.19 22 25.95
2015 0.06 0.11 0.33 0.59 0.20 22 26.42
2020 0.08 0.09 0.29 0.53 0.26 27 28.04
2030 0.11 0.07 0.24 0.44 0.45 27 31.65
Fonte: IBGE


É nítido o aumento da proporção de idosos na população, evidenciado pelo índice de envelhecimento. Em contrapartida a razão de dependência tem diminuído, possívelmente pela redução da população infantil. Esta hipótese pode ser sistentada pelo aumento da idade média e mediana.

A seguir a razão de sexo é exposta em gráfico, para os anos de 2010 e 2030 (projetado). É possível observar uma maior estabilidade na razao de idade superior a 1 durantes os anos iniciais de 2030, mas uma drástica queda para os anos finais de vida. Se por um lado isso pode indicar menor mortalidade masculina na população jovem, indica abrupto aumento da mortalidade na população masculina mais velha.


Fonte: IBGE


Qualidade da declaração de idade no Censo 2000

Quanto à qualidade da declaração de idade, foram calculados os índices de Myers, Whipple e Bachi para a data de nascimento e para a idade presumida. Esses foram calculados usando funções do pacote DemoTools e suas escalas são explicadas a seguir.

  • Índice de Whipple: a função disponibilizada calcula a preferência por relatos de idades com dígitos 0 e 5, que resulta em um valor no intervalo real de 1 a 5 para nenhuma concentração a máxima concentração de relatos, respectivamente. Enquanto a idade presumida apresenta este índice a 1,42, relativamente bem distribuída, a idade calculada utilizando a data de nascimento tem valor 1,06, indicando melhor qualidade de informação.

  • Índice de Myers: a função calcula a preferencia ou evitação de algum dígito nos relatos, resultando em um valor no intervalo real de 0 a 90. Calculado para a idade presumida, o índice assume valor 10,88, enquanto assume valor 1,76 para a data de nascimento. Isso indica que há alguma preferência ou rejeição, mas pouco acentuada, por algum dígito final da idade.

  • Índice de Bachi: é similar ao índice de Myers, mas aplicado para determinar a magnitude da preferência por cada dígito final. Os resultados são muito similares ao caso anterior – 10,28 para idade presumida e 1,69 para data de nascimento. A interpretação é análoga.

A pirâmide etária para idade simples é exposta a seguir, indicando algumas concentrações de relato de idade, mas sem um destaque específico.


Fonte: IBGE

Fonte: IBGE

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## [1] 5.1 4.1 4.1 2.1



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Projeção de População

Metodologia de projeção e estimação da população

Estimar e projetar a população de uma nação é de suma importâcia para que governos tenham balizadores para a criação e gestão de políticas de assistência à população que nela reside. A seguir são discutidos alguns métodos de estimação da população aplicados no Brasil.


Metodologia utilizada para projetar a população do país segundo UF

O método usado para projetar a população do país segundo UF é chamado de Método das Componentes Demográficas, o qual incorpora tendências futuras do comportamento da fecundidade, mortalidade e migração. Além disso, fornece projeções populacionais segundo sexo e grupos de idade através da equação compensadora da demografia ou equação de equilíbrio populacional.

No entanto, sua aplicação não constitui uma tarefa fácil pois, para estabelecer hipóteses a respeito do futuro das três componentes demográficas, são necessárias informações estatísticas de qualidade e, quanto menor o tamanho da população, mais difícil a obtenção de dados confiáveis. Isto se dá principalmente pela variabilidade aleatória a que estão sujeitos em pequenos domínios. Assim, o Método das Componentes não pode ser aplicado em qualquer tipo de população, mas apenas naquelas que possuem indicadores de fecundidade, mortalidade e migração consistentes.

Portanto, devido a problemas de acessibilidade a informações de qualidade em áreas mais carentes, e, como um todo, sobre a mortalidade, pode ser que esse não seja o método mais aplicável para a execução dessas projeções.


Metodologia para estimar populações dos municípios brasileiros

O método utilizado para estimar populações de municípios se chama Método AiBi, aplicado pela primeira vez no Brasil por Madeira e Simões. Nele se observa a tendência de crescimento populacional do município - entre dois censos demográficos consecutivos - em relação à tendência de crescimento de uma área geográfica de área maior. Ou seja, considera que as populações dos domínios menores são uma função linear da população do domínio maior.

A desvantagem do método é que, por não haver barreiras para as participações relativas, podem aparecer populações negativas. Então, não é recomendado utilizá-lo para projeções populacionais com prospectivas muito extensas. Na verdade, o recomendado pelo método é que o período projetado utilize informações de período do mesmo tamanho no passado.

Em teoria, esse método é recomendado quando as áreas menores estão em declínio populacional ou apresentam crescimento pequeno, assim como quando o padrão de crescimento populacional nas pequenas áreas não é o mesmo da área maior. É compreensível o seu uso para projeções dos municípios já que, em períodos curtos, ele aparenta ter todas as ferramentas necessárias para fazer essa estimação com precisão. Além disso, o fato de que as projeções de população para cada Unidade da Federação do Brasil são disponibilizadas pelo IBGE por meio do método das componentes demográficas ajuda na projeção dos municípios que se utilizam dessas áreas maiores para então chegar nas informações das áreas menores.


Projeção da população do Acre de 2010 a 2020

Para realizar as projeções de 2015 e 2020 foram utilizidos os dados do censo 2010 sobre a população do Acre, além dos indicadores de natalidade e mortalidade calculados com base nos dados do SIM e SINASC de 2019.

Apesar de as populações projetadas apresentarem uma pequena queda na quantidade absoluta de pessoas, algo que pode ser natural, elas apresentam uma queda muito grande em relação aos nascidos vivos. Isto pode ser devido à qualidade dos dados de fecundidade por parte do SINASC, resultando em indicadores ruins na tábua de fecundidade utilizada para calcular as projeções.

As tabelas correspondentes são expostas a seguir.


Censo 2010


Faixa Etária detalhada Masculino Feminino Total
0 a 4 anos 39475 37890 77365
5 a 9 anos 42008 40150 82158
10 a 14 anos 44447 43260 87707
15 a 19 anos 38440 38543 76983
20 a 24 anos 35188 35147 70335
25 a 29 anos 33369 34049 67418
30 a 34 anos 29128 29977 59105
35 a 39 anos 23836 23941 47777
40 a 44 anos 19940 19988 39928
45 a 49 anos 15765 15716 31481
50 a 54 anos 12883 13036 25919
55 a 59 anos 10218 10239 20457
60 a 64 anos 7713 7507 15220
65 a 69 anos 5757 5864 11621
70 a 74 anos 4085 4000 8085
75 a 79 anos 2816 2692 5508
80 anos e mais 3256 3236 6492
Fonte: IBGE
Projeção 2015
Faixa.Etária.detalhada Feminino Masculino Total
0 a 4 anos 16775 17614 34389
5 a 9 anos 39921 41668 81589
10 a 14 anos 43163 44341 87504
15 a 19 anos 38491 38518 77009
20 a 24 anos 35039 34937 69976
25 a 29 anos 34000 32963 66963
30 a 34 anos 29850 28754 58604
35 a 39 anos 23847 23518 47365
40 a 44 anos 19869 19620 39489
45 a 49 anos 15635 15593 31228
50 a 54 anos 12851 12604 25455
55 a 59 anos 10141 9848 19989
60 a 64 anos 7301 7416 14717
65 a 69 anos 5639 5339 10978
70 a 74 anos 3758 3696 7454
75 a 79 anos 2476 2446 4922
80 anos e mais 4793 4755 9548
Total 343549 343630 687179
Fonte: Ministério da Saúde - SIM e SINASC
Projeção 2020
Faixa.Etária.detalhada Feminino Masculino Total
0 a 4 anos 16770 17608 34378
5 a 9 anos 39693 41330 81023
10 a 14 anos 43066 44235 87301
15 a 19 anos 38439 38596 77035
20 a 24 anos 34932 34688 69620
25 a 29 anos 33951 32562 66513
30 a 34 anos 29723 28385 58108
35 a 39 anos 23753 23204 46957
40 a 44 anos 19750 19305 39055
45 a 49 anos 15554 15423 30977
50 a 54 anos 12669 12331 25000
55 a 59 anos 10044 9491 19535
60 a 64 anos 7101 7130 14231
65 a 69 anos 5423 4951 10374
70 a 74 anos 3531 3344 6875
75 a 79 anos 2277 2125 4402
80 anos e mais 5588 5278 10866
Total 342264 339986 682250
Fonte: Ministério da Saúde - SIM e SINASC



Comparações de pirâmides etárias

É possível verificar nas pirâmides etárias projetadas pelo IBGE para os anos de 2010, 2020 e 2060 que o maior pico de nascidos vivos do Acre já passou, e essa quantidade tende a ser menor a cada ano que passa. Apesar disso, devido à inércia demográfica, a população desse estado tende a continuar crescendo de forma cada vez mais lenta, até o momento em que finalmente o número de óbitos da população será superior ao de nascidos vivos.


Fonte: IBGE

Fonte: IBGE



Comparações das projeções obtidas com as do IBGE

A projeção do IBGE para 2010, quando comparada ao censo 2010, apresenta a quantidade de população superior ao esperado em todas as faixas etárias.

Nas comparações de 2015 e 2020, como já foi dito, as projeções realizadas neste documento apresentam um número muito pequeno de nascidos vivos. Apesar disso, a população estimada pelo IBGE nas outras faixa etárias é sempre um pouco superior, o que pode se dar pela superioridade encontrada quando comparada com os dados do censo.


Comparação 2010
Comparação 2015
Comparação 2020

Fonte: IBGE



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