Até 12/06/2021, recebemos um mil cento e dezoito (1.018) respostas.
Os dois estados possuem praticamente a mesma quantidade de respostas. Rio de Janeiro com 510 e São Paulo com 508. Fazendo com que a média e media de respostas seja de 509
##
## Rio de Janeiro São Paulo
## 510 508
## Min. 1st Qu. Median Mean 3rd Qu. Max.
## 508.0 508.5 509.0 509.0 509.5 510.0
A maioria dos respondentes declararam que moram na capital do estado. 650 declararam que moram na capital do estado (63,9%).
## final$Capital :
## Frequency Percent Cum. percent
## Capital 650 63.9 63.9
## Reg.Metropolitana 226 22.2 86.1
## Interior ou litoral 142 13.9 100.0
## Total 1018 100.0 100.0
É possível que algum estado tenha a maioria das respostas fora do padrão da maioria de respostas vindas da capital?
Ambos os estados apresentam a maioria dos respondentes da capital. Porém percebe-se que São Paulo teve maior participação da região metropolitana, interior ou litoral do que o Rio de Janeiro.
##
## Row percent
## final$Capital
## final$EstadoBR Capital Reg.Metropolitana Interior ou litoral Total
## Rio de Janeiro 358 95 57 510
## (70.2) (18.6) (11.2) (100)
## São Paulo 292 131 85 508
## (57.5) (25.8) (16.7) (100)
755 pessoas declararam NÃO morar em favelas, periferias ou comunidades (74,2%).
## final$Favela :
## Frequency Percent Cum. percent
## Não 755 74.2 74.2
## Sim 263 25.8 100.0
## Total 1018 100.0 100.0
Das 263 pessoas que declararam morar em favelas, 228 se auto declararam como negras (86,7%).
##
## Row percent
## final$Raça
## final$Favela Amarela Branca Indígena Negra Total
## Não 6 268 2 479 755
## (0.8) (35.5) (0.3) (63.4) (100)
## Sim 2 29 4 228 263
## (0.8) (11) (1.5) (86.7) (100)
Aqueles que não moram em favela, podiam informar se o bairro em que moram era composto pela maioria de pessoas de alta/média/baixa renda, ou ainda de renda precária. A categoria mais predominante do local de moradia foi em bairro composta por famílias com renda média. 404 pessoas responderam que moram em bairro de classe média (39,7%).
## final$Bairro :
## Frequency Percent Cum. percent
## Bairro Renda Alta 122 12.0 12.0
## Bairro Renda Baixa 224 22.0 34.0
## Bairro Renda Média 404 39.7 73.7
## Bairro Renda Precária 5 0.5 74.2
## Favela 263 25.8 100.0
## Total 1018 100.0 100.0
Conforme a tabela abaixo, podemos verificar que a predominância de pessoas negras só não ocorreu em bairros considerados compostos por famílias de renda alta, onde pessoas brancas são 56,6%. Importante destacar que nos bairros compostos por famílias de renda precária e/ou baixa 80% das pessoas são negras.
##
## Row percent
## final$Raça
## final$Bairro Amarela Branca Indígena Negra Total
## Bairro Renda Alta 1 69 0 52 122
## (0.8) (56.6) (0) (42.6) (100)
## Bairro Renda Baixa 0 43 0 181 224
## (0) (19.2) (0) (80.8) (100)
## Bairro Renda Média 5 155 2 242 404
## (1.2) (38.4) (0.5) (59.9) (100)
## Bairro Renda Precária 0 1 0 4 5
## (0) (20) (0) (80) (100)
## Favela 2 29 4 228 263
## (0.8) (11) (1.5) (86.7) (100)
A faixa etária mais predominante foi de pessoas com trinta e cinco anos ou mais (n=356 ; 35%). Seguida pela faixa etária de pessoas com até 24 anos (n=301; 29,6%)
## final$FaixaEtária :
## Frequency Percent Cum. percent
## Até 24 anos 301 29.6 29.6
## 25 - 29 anos 192 18.9 48.4
## 30 - 34 anos 169 16.6 65.0
## 35 ou mais 356 35.0 100.0
## Total 1018 100.0 100.0
707 pessoas são de raça negra (69,4%), a mais predominante entre todas. Pessoas auto declaradas brancas são a segunda mais predominante (n= 297; 29,2%).
## final$Raça :
## Frequency Percent Cum. percent
## Amarela 8 0.8 0.8
## Branca 297 29.2 30.0
## Indígena 6 0.6 30.6
## Negra 707 69.4 100.0
## Total 1018 100.0 100.0
A distribuição racial dos respondentes não se equipara à população dos estados, segundo o último Censo em 2010.O estado de São Paulo possui:
1,4% de Raça/cor amarela (+0,4),
63,7% de Raça/cor branca (+28,9),
0,1% de Raça/cor indígena (-0,3),
5,4% + 29,4 de Raça/cor negra (-29)
Enquanto que nossos respondentes possuem a seguinte distribuição
##
## Row percent
## final$Raça
## final$EstadoBR Amarela Branca Indígena Negra Total
## Rio de Janeiro 3 120 4 383 510
## (0.6) (23.5) (0.8) (75.1) (100)
## São Paulo 5 177 2 324 508
## (1) (34.8) (0.4) (63.8) (100)
É possível notar o que as pessoas respondentes são na maioria negras, diminuindo principalmente a proporção de pessoa brancas. Dessa forma é importante frisar que nossa rede de apoio, duvulgação e campanha foi focada na população negra que é a mais afetada por abordagens policiais.
Por isso, salientamos que estamos falando das experiências vividas, majoritariamente, pela população negra do Rio de Janeiro e São Paulo e/ou de pessoas ligadas à essa população.
Temos praticamente a mesma quantidade de pessoas dos gêneros masculinos e femininos. Damos destaque a estruturação manipulada pela análise que foi a atribuição do termo “outros” para todas as pessoas que preferiram não declarar, ou responderam de forma livre categorias relacionadas a sua orientação sexual, como gay, bissexual e outros. Pessoas não - binárias também compreendem respondentes que se auto declararam como gênero-fluido ou queer. Esta agregação foi feita para marcar estas pessoas como não concordantes com a forma de classsificação binária.
## final$Gênero :
## Frequency Percent Cum. percent
## Feminino 492 48.3 48.3
## Masculino 499 49.0 97.3
## Não - binário 21 2.1 99.4
## Outros 6 0.6 100.0
## Total 1018 100.0 100.0
A distribuição de gênero também não é equivalente aos dados populacionais do Censo de 2010: O Rio de Janeiro possui: 47,69% de homens e 52,31 de mulheres São Paulo possui: 48,66% de homens e 51,34% de mulheres
Entre nossos respondentes temos a seguinte distribuição:
##
## Row percent
## final$Gênero
## final$EstadoBR Feminino Masculino Não - binário Outros Total
## Rio de Janeiro 251 244 10 5 510
## (49.2) (47.8) (2) (1) (100)
## São Paulo 241 255 11 1 508
## (47.4) (50.2) (2.2) (0.2) (100)
16 pessoas pessoas se auto declararam como pessoas trans, enquanto 5 pessoas preferiram não declarar.
##
## Não Prefiro não declarar Sim
## 997 5 16
É fundamental olhar como essas vinte e uma pessoas declararam seu gênero para entender melhor a composição deste grupo populacional que frequentemente é noticiado como vítima de violência policial também. Podemos ver na tabela abaixo que a maioria das pessoas trans se auto declarou como não-binaria (n=10 ; 62,5%).
##
## Column percent
## final$Trans
## final$Gênero Não % Prefiro não declarar % Sim %
## Feminino 487 (48.8) 1 (20) 4 (25.0)
## Masculino 497 (49.8) 1 (20) 1 (6.2)
## Não - binário 9 (0.9) 2 (40) 10 (62.5)
## Outros 4 (0.4) 1 (20) 1 (6.2)
## Total 997 (100) 5 (100) 16 (100)
A escolaridade mais predominante foi de pessoas com ensino superior completo (n=294 ; 28,9%), imediatamente seguida por pessoas com ensino superior incompleto (n=266 ; 26,1%)
## final$Escolaridade :
## Frequency Percent Cum. percent
## Fundamental incompleto 9 0.9 0.9
## Fundamental completo 16 1.6 2.5
## Médio incompleto 34 3.3 5.8
## Médio completo 165 16.2 22.0
## Superior incompleto 266 26.1 48.1
## Superior completo 294 28.9 77.0
## Pós-graduação 234 23.0 100.0
## Total 1018 100.0 100.0
final$FxEscol2 <- final$FxEscol
levels(final$FxEscol2) <- c("Até 24 até médio", "Até 24 até médio", "Até 24 com superior",
"Até 24 com superior", "25 - 29 até médio", "25 - 29 até médio",
"25 - 29 com superior", "25 - 29 com superior", "30 - 34 até médio",
"30 - 34 até médio", "30 - 34 com superior", "30 - 34 com superior",
"35+ até médio", "35+ até médio", "35+ com superior",
"35+ com superior")
Pelo gráfico conseguimos visualizar que existe uma distribuição homogênea entre as três categorias de maior escolaridade. Podemos afirmar que a maioria dos respondentes acessaram o ensino superior (78%).
No Brasil, a raça e a escolaridade são grandes marcadores sociais e, ajudam a compreender o perfil sócio econômico das pessoas. Em nosso questionário decidimos não perguntar a renda pessoal/familiar para facilitar o uso e tempo de resposta, porém trouxemos a informação do local de moradia para compreender em que contexto cada pessoa estaria inserida.
Sendo assim apresentaremos em seguida um gráfico que busca resumir estas três informações: raça, escolaridade x idade e moradia. No gráfico, cada ponto simboliza um respondente. Pontos azuis representam pessoas que declararam morar em comunidades/periferias/favelas.
Olhando de cima para baixo conseguimos ver que a maioria dos pontos se concentram na escolaridade que acessou o ensino superior, como já citado. Porém existe um comportamento distinto principalmente na escolaridade que acessou o ensino superior, conseguimos ver a quase ausência de pontos azuis do lado esquerdo do gráfico. Simbolizando que, entre as pessoas respondentes, as auto declaradas brancas praticamente não moram em favelas.
Já na parte inferior do gráfico conseguimos identificar uma predominância dos pontos azuis, principalmente para à direita do gráfico. O que nos leva a afirmar que entre as pessoas respondentes com menor escolaridade, as que se auto declaram como negras tem maior probabilidade de morar em favela.
De uma forma geral, também conseguimos visualizar que os pontos azuis são mais frequentes do lado direito. Simbolizando o que já foi comentado, que nas favelas a maioria das pessoas são negras.
Toda esta análise é importante para sabermos se as abordagens policiais ocorrem mais em grupo populacional ou não. Apenas para termos uma prévia, confira abaixo o mesmo gráfico porém dividido entre quem foi abordado e quem não. Neste gráfico os pontos laranjas representam pessoas que foram abordadas.
Note que existe uma diferença entre as cores no gráfico. Há uma maior presença de pontos laranjas na raça negra do que na raça branca. Indicando que negros são mais abordados pela polícia em geral. Pessoas negras são mais abordadas indistitamente do nível de escolaridade mais abordadas se moram em favelas. Principalmente nas escolaridades mais altas em pessoas com mais idade. Pessoas brancas que foram abordadas possuem maior escolaridade. Há poucas pessoas brancas morando em favelas, e há uma pequena distinção de abordagens em pessoas brancas pelo local que moram, apesar de serem poucas.
A partir desta parte do relatório, você confere as análises de conteúdo sobre as abordagens policias.
652 pessoas (64%) já passaram por abordagens policiais
## final$Abordado :
## Frequency Percent Cum. percent
## Não 366 36 36
## Sim 652 64 100
## Total 1018 100 100
A tendência mostrada em gráficos anteriores se confirma na tabela abaixo. Note que na linha do “Sim” -já foram abordadas- 528 se auto declara negra (81% dos abordados).
##
## Row percent
## final$Raça
## final$Abordado Amarela Branca Indígena Negra Total
## Não 6 180 1 179 366
## (1.6) (49.2) (0.3) (48.9) (100)
## Sim 2 117 5 528 652
## (0.3) (17.9) (0.8) (81) (100)
Uma das formas mais clássicas de calcular o risco para um desfecho é realizando uma regressão logística. No nosso caso, podemos considerar como desfecho ser abordado ou não. Assim, é possível calcular matematicamente qual distribuições de vários atributos estão mais associadas a ser abordado. Como, mostramos até aqui variáveis sócio - demográficas, iremos calcular qual chance de ser abordado levando em consideração todas as variáveis mostradas até aqui, com exceção do estado de residência. É fundamental citar que para essas análises, foram excluídas pessoas da raça/cor “amarela” (8) e “indígena” (6), por serem grupos pouco prevalentes entre os respondentes e dificultariam as análises.
Salientamos que, serão feitas análises específicas para esses grupos e publicadas como Material Especial.
final <- subset(final, Raça!="Amarela" & Raça!="Indígena")
As análises da regressão logística demonstram que existe associação com a variável de interação entre idade e escolaridade e ser abordado. Acima dos 25 anos, todas as faixas mostraram associação exceto pessoas de 30-34 anos com até o ensino médio. E interessante foi perceber que nas faixas com associação as pessoas com acesso superior possuem uma chance menor de ser abordada, exceto as com mais de 35 anos de idade. Pessoas do gênero masculino possuem 3,90 mais chance de serem abordadas que do gênero feminino.
Pessoas de gênero não binário possuem 3,50 mais chance de serem abordadas que do gênero feminino. Pessoas da raça/cor negra possui 4,49 vezes mais chance de serem abordadas quando comparadas a pessoas brancas Morar na favela se mostra associado a ser abordado com 1,45 mais chance de ser abordado de quem não mora. Não há associação entre a parte do estado que mora e a abordagem policial.
## Stratified by Abordado
## level Não Sim p test
## n 359 645
## EstadoBR (%) Rio de Janeiro 173 (48.2) 330 (51.2) 0.402
## São Paulo 186 (51.8) 315 (48.8)
## Capital (%) Capital 222 (61.8) 418 (64.8) 0.072
## Reg.Metropolitana 75 (20.9) 149 (23.1)
## Interior ou litoral 62 (17.3) 78 (12.1)
## Favela (%) Não 292 (81.3) 455 (70.5) <0.001
## Sim 67 (18.7) 190 (29.5)
## Bairro (%) Bairro Renda Alta 55 (15.3) 66 (10.2) 0.001
## Bairro Renda Baixa 76 (21.2) 148 (22.9)
## Bairro Renda Média 160 (44.6) 237 (36.7)
## Bairro Renda Precária 1 ( 0.3) 4 ( 0.6)
## Favela 67 (18.7) 190 (29.5)
## FxEscol2 (%) Até 24 até médio 60 (16.7) 59 ( 9.1) <0.001
## Até 24 com superior 78 (21.7) 100 (15.5)
## 25 - 29 até médio 5 ( 1.4) 23 ( 3.6)
## 25 - 29 com superior 60 (16.7) 102 (15.8)
## 30 - 34 até médio 3 ( 0.8) 13 ( 2.0)
## 30 - 34 com superior 43 (12.0) 106 (16.4)
## 35+ até médio 15 ( 4.2) 42 ( 6.5)
## 35+ com superior 95 (26.5) 200 (31.0)
## Raça (%) Branca 180 (50.1) 117 (18.1) <0.001
## Negra 179 (49.9) 528 (81.9)
## Gênero (%) Feminino 250 (69.6) 236 (36.6) <0.001
## Masculino 102 (28.4) 389 (60.3)
## Não - binário 5 ( 1.4) 16 ( 2.5)
## Outros 2 ( 0.6) 4 ( 0.6)
## Trans (%) Não 354 (98.6) 629 (97.5) 0.353
## Prefiro não declarar 2 ( 0.6) 3 ( 0.5)
## Sim 3 ( 0.8) 13 ( 2.0)
A partir desta parte do relatório, você confere as análises apenas de quem declarou ter passado por abordagens policiais e ser de raça/cor negra ou branca (645 pessoas).
A gategoria mais predominante informou que foi abordada entre 2 e 4 vezes (n=240 ; 37,2%)
## base3$Quantidade :
## Frequency Percent Cum. percent
## Uma vez 116 18.0 18.0
## 2 - 4 240 37.2 55.2
## 4 - 6 94 14.6 69.8
## 7 - 9 84 13.0 82.8
## acima de 10 111 17.2 100.0
## Total 645 100.0 100.0
As outras categorias de informação possuem uma distribuição parecidas. Chamamos atenção para a categoria que informou ter sido abordada mais que dez vezes. Para estas pessoas, o questionário abria a possibilidade de preenchimento manual da quantidade.
Entre as pessoas que responderam passar por mais de dez abordagens, a média informada foi de 42,28 vezes. Variandode 5 a 1000. A média da quantidade de abordagens varia entre as raças. Pessoas negras informaram terem sido abordadas em média 44 vezes e brancas 23.
## Min. 1st Qu. Median Mean 3rd Qu. Max. NA's
## 5.00 15.00 20.00 42.28 30.00 1000.00 561
## # A tibble: 2 x 2
## Raça `mean(Qtd_.10, na.rm = T)`
## <fct> <dbl>
## 1 Branca 23.6
## 2 Negra 44.2
Em uma tentativa de normalizar este valor, e um possível erro de informação, excluímos os valores que ficaram abaixo do primeiro quartil (15) e acima do terceiro quartil (30). Com essa correção dos valores mais extremos, percebemos que não há grandes diferenças da quantidade de abordagens por raça/cor, entre aqueles que foram abordados mais de dez vezes.
## # A tibble: 2 x 2
## Raça `mean(Qtd_.10, na.rm = T)`
## <fct> <dbl>
## 1 Branca 19.9
## 2 Negra 22.0
Por fim, vale a pena verificarmos como as quantidades até 10 se comportam entre as raças. Pessoas negras abordadas apenas uma vez são apenas 15,5%, enquanto que pessoas brancas que foram abordadas apenas uma vez são 29,1%. Já a porcentagem que foi abordado mais de 10 vezes é superior para pessoas negras. Entre pessoas negras, 19,1% informou que foi abordado mais de 10 vezes, contra 8,5% entre brancas
##
## Row percent
## base3$Quantidade
## base3$Raça Uma vez 2 - 4 4 - 6 7 - 9 acima de 10 Total
## Amarela 0 0 0 0 0 0
## (NaN) (NaN) (NaN) (NaN) (NaN) (100)
## Branca 34 44 19 10 10 117
## (29.1) (37.6) (16.2) (8.5) (8.5) (100)
## Indígena 0 0 0 0 0 0
## (NaN) (NaN) (NaN) (NaN) (NaN) (100)
## Negra 82 196 75 74 101 528
## (15.5) (37.1) (14.2) (14) (19.1) (100)
Quantidade por fx etária Existe uma correlação de mais abordagens conforme maior faixa etária?
##
## Row percent
## base3$FaixaEtária
## base3$Quantidade Até 24 anos 25 - 29 anos 30 - 34 anos 35 ou mais Total
## Uma vez 33 28 15 40 116
## (28.4) (24.1) (12.9) (34.5) (100)
## 2 - 4 57 46 39 98 240
## (23.8) (19.2) (16.2) (40.8) (100)
## 4 - 6 22 19 18 35 94
## (23.4) (20.2) (19.1) (37.2) (100)
## 7 - 9 23 17 18 26 84
## (27.4) (20.2) (21.4) (31) (100)
## acima de 10 24 15 29 43 111
## (21.6) (13.5) (26.1) (38.7) (100)
A tabela acima não sugere essa relação.
Porém pelo gráfico abaixo, parece ter uma correlação apenas para 2 a 4 abordagens, onde há um acúmulo correlacionado com a idade.
212 pessoas (32,9%) tiveram sua última abordagem há mais de 1 ano e menos de 5 anos.
## base3$Última :
## Frequency Percent Cum. percent
## < 3 meses 111 17.2 17.2
## 3 - 6 meses 58 9.0 26.2
## 6 meses - 1 ano 75 11.6 37.8
## 1 a 5 anos 212 32.9 70.7
## > 5 anos 142 22.0 92.7
## Não lembra 47 7.3 100.0
## Total 645 100.0 100.0
Uma das ressalvas de nossa pesquisa é justamente que a juventude negra é a que está mais exposta às abordagens policiais. Por isso é importante ver se existe diferença na última abordagem recordada pela raça e faixa etária. Entre 18 e 34 anos a categoria mais predominante foi de pessoas que foram abordadas pela última vez entre 1 a 5 anos. Porém, a partir de 25 anos de idade, mais pessoas declararam ter sido abordadas pela última vez há mais de 5 anos. E finalmente, entre os respondentes com mais de 35 anos a maioria respondeu que foi abordada há mais de 5 anos. Importante notar o crescimento da raça branca conforme as faixas etárias. O que representa que a maioria dos nossos respondentes brancos são de faixa etária mais avançada e que foram abordadas até seus 30 anos de idade.
Sobre a possibilidade das pessoas estarem se referindo à abordagens de tempos atrás, no caso das mais maduras:
Entre as categorias de última abordagem até 1 ano existe um mix aleatório de cor, porém a partir da última abordagem relatada a mais de um ano existe uma presença maior dos pontos azuis e roxos.
Isso indica que pessoas com mais de 30 anos de idade experenciaram abordagens há mais de um ano pelo menos, principalmente as com maior escolaridade.O que se espera dessas pessoas?
Por fim, resta-nos saber se a variável de interação que construímos pode ter alguma correlação com a última abordagem. Muitos desdobramentos podem sair desse gráfico, porém a pergunta norteadora inicial é se questionar: aonde você enxerga mais pontos rosas? Como esse grupo social é visto pela polícia? O que o gráfico demonstra é que jovens de até 24 anos relatam mais abordagens a menos tempo. Dentro desta faixa etária ainda o que parece acontecer é que jovens brancos também relatam com mais frequência abordagens que aconteceram entre 1 a 5 anos de idade.
Já no outro extremo de faixa etária, pessoas acima de 35 anos relatam abordagens mais antigas, e que pessoas brancas mais velhas relatam mais numerosamente abordagens que sofreram há mais tempo que pessoas negras.
Pessoas brancas relatam consulta aos documentos 6% a mais,
pergunta aonde se estava indo 1,4% a mais,
houve revista pessoal 0,7% a mais
revista no carro 1,9% a mais
Pessoas negras relatam revista na bolsa 1% a mais
ligação ao tráfico 3,3% a mais
pertences jogados no chão 2% a mais
revista no celular 1,1% a mais
situação armada 0,5% a mais
ser acusado de roubo 1,9% a mais
documentos rasgados 0,2% a mais
O que houve dependendo do local
Entre as pessoas de raça/cor branca:
1,5% das pessoas de gênero masculino foram abordadas por policiais de gênero diferente
12% das pessoas de gênero feminino foram abordadas por policiais de gênero diferente
Entre as pessoas de raça/cor negra:
25% das pessoas de outros gêneros foram abordadas por policiais de gênero diferente
25% das pessoas não binárias foram abordadas por policiais de gênero diferente
4,7% das pessoas de gênero masculino foram abordadas por policiais de gênero diferente
26,3% das pessoas de gênero feminino foram abordadas por policiais de gênero diferente
Pessoas brancas relataram não ocorrer nada 10% a mais
Pessoas negras tiveram suas partes íntimas tocadas 7% a mais, e pedidas para tirar uma peça 3% a mais.
Entre as pessoas de raça/cor branca, 29,9% consideraram o tratamento nem bom nem ruim, seguidas de 25,2% que consideraram o tratamento ruim. Entre as pessoas de raça/cor negra, 45,1% consideraram o tratamento péssimo, seguidas de 29,4% que consideraram o tratamento ruim (74,5% das pessoas negras).
##
## Row percent
## base3$Tratamento
## base3$Raça Excelente Bom Nem bom nem ruim Ruim Péssimo Total
## Amarela 0 0 0 0 0 0
## (NaN) (NaN) (NaN) (NaN) (NaN) (100)
## Branca 9 18 35 32 23 117
## (7.7) (15.4) (29.9) (27.4) (19.7) (100)
## Indígena 0 0 0 0 0 0
## (NaN) (NaN) (NaN) (NaN) (NaN) (100)
## Negra 4 26 105 155 238 528
## (0.8) (4.9) (19.9) (29.4) (45.1) (100)
Pessoas negras relatam 7% a mais de violência psicológica,
Pessoas brancas não relatam nada 12% a mais
Pessoas negras relatam 3% a mais de xingamentos
6% a mais de assédio moral
1% a mais de ameaças contra si
2,8% a mais de violência física
2% a mais de assédio sexual
1% a mais de ameaça de morte
Pessoas brancas se sentiram 1% a mais inseguras
Pessoas negras se sentiram 1% a mais frustradas
Não há diferençã em se sentir desrespeitada
Pessoas negras se sentem 1% a mais expostas
4% a mais humilhadas
0,6% a mais com medo
0,6% a mais com raiva
Pessoas brancas se sentem 2% a mais aliviadas
Pessoas negras se sentem 0,4% a mais revoltadas
1% a mais com privacidade invadida
Pessoas brancas 5% a mais de nenhuma
## base3$Transporte :
## Frequency Percent Cum. percent
## a pé 332 51.5 51.5
## de carro 216 33.5 85.0
## Transporte público 50 7.8 92.7
## moto 39 6.0 98.8
## bicicleta 7 1.1 99.8
## skate 1 0.2 100.0
## 0 0.0 100.0
## Total 645 100.0 100.0
Nota-se que a maioria das pessoas informaram que foram abordadas se locomovendo a pé. Porém percebemos que existe uma influência da predominância dos respondentes de raça/cor negra que são os que mais foram abordados quando andando a pé, conforme tabela abaixo:
##
## Row percent
## base3$Transporte
## base3$Raça a pé bicicleta de carro moto skate
## Amarela 0 0 0 0 0 0
## (NaN) (NaN) (NaN) (NaN) (NaN) (NaN)
## Branca 0 38 2 62 11 0
## (0) (32.5) (1.7) (53) (9.4) (0)
## Indígena 0 0 0 0 0 0
## (NaN) (NaN) (NaN) (NaN) (NaN) (NaN)
## Negra 0 294 5 154 28 1
## (0) (55.7) (0.9) (29.2) (5.3) (0.2)
## base3$Transporte
## base3$Raça Transporte público Total
## Amarela 0 0
## (NaN) (100)
## Branca 4 117
## (3.4) (100)
## Indígena 0 0
## (NaN) (100)
## Negra 46 528
## (8.7) (100)
Há uma diferença siginificante entre as os meios de transporte declarados entre as raças.
Pessoas brancas foram mais abordadas quando se deslocando de carro (53%).
Existe também uma grande diferença para abordagens no transporte público.
8,7% das pessoas negras informaram já terem sido abordadas no transporte público, enquanto apenas 3,4% de pessoas brancas declaram o mesmo.
Pessoas que declararam que foram mais abordadas em lugares diversos estavam se deslocando mais a pé.
##
## Row percent
## base3$Transporte
## base3$Local a pé bicicleta de carro moto skate
## 0 8 0 0 0 0
## (0) (100) (0) (0) (0) (0)
## Diversos 0 113 2 108 14 0
## (0) (43.1) (0.8) (41.2) (5.3) (0)
## Mesmos lugares 0 115 2 51 9 1
## (0) (60.5) (1.1) (26.8) (4.7) (0.5)
## Sem padrão 0 96 3 57 16 0
## (0) (51.9) (1.6) (30.8) (8.6) (0)
## base3$Transporte
## base3$Local Transporte público Total
## 0 8
## (0) (100)
## Diversos 25 262
## (9.5) (100)
## Mesmos lugares 12 190
## (6.3) (100)
## Sem padrão 13 185
## (7) (100)
Transporte x Capital/outros Existem pequenas diferenças no meio de locomoção pela área do estado em que as pessoas respondentes foram abordadas.
A categoria mais predominante permanece sendo as que foram abordadas quando se locomoviam a pé. Porém as pessoas do Interior ou litoral são as que mais informaram que estavam se locomovendo de bicicleta. 3,8% das pessoas do interior estavam se locomovendo de bicicleta, versus 0,7% na região metropolitana e na capital.
As pessoas da região metropolitana do estado estavam se locomovendo de moto numa proporção próxima as pessoas do interior, mas superior as da capital. Entretanto, possuem proporção de pessoas se locomovendo de transporte público com proporção próxima a da capital.
##
## Row percent
## base3$Transporte
## base3$Capital a pé bicicleta de carro moto skate
## Capital 0 217 3 143 19 1
## (0) (51.9) (0.7) (34.2) (4.5) (0.2)
## Reg.Metropolitana 0 74 1 49 13 0
## (0) (49.7) (0.7) (32.9) (8.7) (0)
## Interior ou litoral 0 41 3 24 7 0
## (0) (52.6) (3.8) (30.8) (9) (0)
## base3$Transporte
## base3$Capital Transporte público Total
## Capital 35 418
## (8.4) (100)
## Reg.Metropolitana 12 149
## (8.1) (100)
## Interior ou litoral 3 78
## (3.8) (100)
61,1% das pessoas declararam que nunca tiveram sua raça/cor mencionada em abordagens. O correspondente disso nos permite dizer que pelo menos 38,9% das pessoas já tiveram sua raça/cor mencionada em alguma abordagem
## base3$Racismo :
## Frequency Percent Cum. percent
## Nunca mencionaram sua raça ou cor 394 61.1 61.1
## Às vezes mencionaram, às vezes não 85 13.2 74.3
## Poucas vezes mencionaram sua raça ou cor 70 10.9 85.1
## Mencionaram na maioria das vezes, mas não sempre 50 7.8 92.9
## Sempre mencionaram sua raça ou cor 46 7.1 100.0
## Total 645 100.0 100.0
Pela tabela abaixo, é possível notar que este quadro é completamente inverso entre as raças.
Entre pessoas brancas, 93,2% nunca tiveram sua raça cor mencionada, versus 54% entre pessoas negras.
##
## Row percent
## base3$Racismo
## base3$Raça Nunca mencionaram sua raça ou cor
## Amarela 0
## (NaN)
## Branca 109
## (93.2)
## Indígena 0
## (NaN)
## Negra 285
## (54)
## base3$Racismo
## base3$Raça Poucas vezes mencionaram sua raça ou cor
## Amarela 0
## (NaN)
## Branca 7
## (6)
## Indígena 0
## (NaN)
## Negra 63
## (11.9)
## base3$Racismo
## base3$Raça Às vezes mencionaram, às vezes não
## Amarela 0
## (NaN)
## Branca 0
## (0)
## Indígena 0
## (NaN)
## Negra 85
## (16.1)
## base3$Racismo
## base3$Raça Mencionaram na maioria das vezes, mas não sempre
## Amarela 0
## (NaN)
## Branca 0
## (0)
## Indígena 0
## (NaN)
## Negra 50
## (9.5)
## base3$Racismo
## base3$Raça Sempre mencionaram sua raça ou cor Total
## Amarela 0 0
## (NaN) (100)
## Branca 1 117
## (0.9) (100)
## Indígena 0 0
## (NaN) (100)
## Negra 45 528
## (8.5) (100)
Existe uma distribuição que pode ser considerada homogênea entre as diversas frequências sobre o uso de armas nas abordagens, exceto para as categorias “não me lembro” e “não estavam armados”, 1,7% e 1,6% respectivamente.
Porém se formos agregar qualquer informação de uso de arma, desde “mão no coldre” até “sempre” teríamos 74,9% de pessoas que passaram por abordagens
## base3$Armas :
## Frequency Percent Cum. percent
## Algumas vezes 175 27.1 27.1
## Mão na arma no coldre 161 25.0 52.1
## Sempre 147 22.8 74.9
## Nunca 141 21.9 96.7
## Não me lembro 11 1.7 98.4
## Não estavam armados 10 1.6 100.0
## Total 645 100.0 100.0
Analisando essas categorias entre as diferentes raças/cor, temos que entre pessoas brancas, a categoria mais predominante é que nunca tiveram abordagens com uso de armas pelos policiais (35,9%). Entretanto, para pessoas negras, a categoria mais predominante foi algumas vezes já passaram por abordagens com uso de armas.
Fazendo a mesma análise que utilizamos para a distribuição geral, temos que pessoas negras relataram que em 79,9% teve pelo menos policiais com a mão no coldre da arma até o uso sempre de armas. Enquanto que entre pessoas brancas esse percentual cai para 60,7%
##
## Row percent
## base3$Armas
## base3$Raça Nunca Não me lembro Não estavam armados Mão na arma no coldre
## Amarela 0 0 0 0
## (NaN) (NaN) (NaN) (NaN)
## Branca 42 4 4 33
## (35.9) (3.4) (3.4) (28.2)
## Indígena 0 0 0 0
## (NaN) (NaN) (NaN) (NaN)
## Negra 99 7 6 128
## (18.8) (1.3) (1.1) (24.2)
## base3$Armas
## base3$Raça Algumas vezes Sempre Total
## Amarela 0 0 0
## (NaN) (NaN) (100)
## Branca 25 9 117
## (21.4) (7.7) (100)
## Indígena 0 0 0
## (NaN) (NaN) (100)
## Negra 150 138 528
## (28.4) (26.1) (100)
Armas x Local Pessoas que responderam ser mais abordadas em diversos lugares responderam que 28,6% das vezes os policiais ficavam com a arma no coldre.
Pessoas que responderam ser mais abordadas nos mesmos lugares responderam que 29,5% das vezes os policiais sempre usaram armas.
Pessoas que responderam ser mais abordadas sem padrão de lugar responderam 35,1% das vezes os policiais algumas vezes usaram armas.
##
## Row percent
## base3$Armas
## base3$Local Nunca Não me lembro Não estavam armados
## 1 1 0
## (12.5) (12.5) (0)
## Diversos 69 7 4
## (26.3) (2.7) (1.5)
## Mesmos lugares 39 1 4
## (20.5) (0.5) (2.1)
## Sem padrão 32 2 2
## (17.3) (1.1) (1.1)
## base3$Armas
## base3$Local Mão na arma no coldre Algumas vezes Sempre Total
## 0 3 3 8
## (0) (37.5) (37.5) (100)
## Diversos 75 67 40 262
## (28.6) (25.6) (15.3) (100)
## Mesmos lugares 50 40 56 190
## (26.3) (21.1) (29.5) (100)
## Sem padrão 36 65 48 185
## (19.5) (35.1) (25.9) (100)
Não existe diferença nos informados como rotina, com atitude suspeita
Pessoas negras não foram informadas 1% a mais
0,7% a mais de pessoas negras foram informadas serem estranhas ali
12% a mais de pessoas brancas foram abordadas em blitz
1,2% a mais de pessoas negras foram abordadas em operações especiais
6% a mais de pessoas negras foram abordadas por se parecerem com um suspeito
4% a mais de pessoas negras foram abordadas por motivo de denúncia
1,4% a mais de pessoas brancas como nenhuma
45,9% declararam que nunca foram abordadas por policiais sem identificação, o que nos permite afirmar também que a maioria das pessoas [54,1%] já foram abordadas pelo menos uma vez por policiais sem nenhum tipo de identificação
## base3$Identificação :
## Frequency Percent Cum. percent
## Nunca 296 45.9 45.9
## Algumas vezes 194 30.1 76.0
## Sempre 92 14.3 90.2
## Uma vez 63 9.8 100.0
## Total 645 100.0 100.0
Esse mesmo valor, de pelo menos uma vez é diferente entre as raças/cor das pessoas.
39,3% das pessoas brancas pelo menos uma vez tiveram abordagem com policiais sem nenhuma identificação.
57,4% das pessoas negras pelo menos uma vez tiveram abordagem com policiais sem nenhuma identificação.
##
## Row percent
## base3$Identificação
## base3$Raça Nunca Uma vez Algumas vezes Sempre Total
## Amarela 0 0 0 0 0
## (NaN) (NaN) (NaN) (NaN) (100)
## Branca 71 11 22 13 117
## (60.7) (9.4) (18.8) (11.1) (100)
## Indígena 0 0 0 0 0
## (NaN) (NaN) (NaN) (NaN) (100)
## Negra 225 52 172 79 528
## (42.6) (9.8) (32.6) (15) (100)
Identificação x Local A categoria mais predominante obedece a distribuição geral de nunca terem sido abordadas por policiais sem nenhuma identificação. Porém é possível ver uma diferença aproximadamente de 4% mais abordagens sem identificação em pessoas que foram abordadas em locais sem padrão.
Pessoas que foram abordadas em locais sem padrão apresentam proporção aproximada de abordagens sem identificação das pessoas que foram abordadas nos mesmos lugares. Pessoas que foram abordadas nos mesmos lugares apresentaram a maior proporção de uma vez terem sido abordados por policiais sem identificação.
##
## Row percent
## base3$Identificação
## base3$Local Nunca Uma vez Algumas vezes Sempre Total
## 3 0 2 3 8
## (37.5) (0) (25) (37.5) (100)
## Diversos 134 24 74 30 262
## (51.1) (9.2) (28.2) (11.5) (100)
## Mesmos lugares 81 24 55 30 190
## (42.6) (12.6) (28.9) (15.8) (100)
## Sem padrão 78 15 63 29 185
## (42.2) (8.1) (34.1) (15.7) (100)
Identificação x Armas 69,5% das pessoas que nunca foram abordadas por policiais sem identificação também nunca teram passado por abordagens que policiais usaram armas. 81,8% das pessoas que não se lembram do uso de armas também nunca foram abordadas por policiais sem identificação, e 70% que afirmam que os policiais não estavam armados também nunca foram abordadas por policiais sem identificação.
51,9% das pessoas que relataram que policiais ficavam com pelo menos a mão sobre a arma já foram abordadas pelo menos uma vez por policiais sem identificação. 65% das pessoas que relataram que algumas vezes já foram abordadas com policiais usando armas já foram abordadas pelo menos uma vez por policiais sem identificação. 70,8% das pessoas que relataram que sempre foram abordadas com policiais usando armas já foram abordadas pelo menos uma vez por policiais sem identificação. Os dados sugerem, apoiados pelo gráfico que existe uma pequena correlação entre policiais não utilizarem identificação e o uso de armas.
##
## Row percent
## base3$Identificação
## base3$Armas Nunca Uma vez Algumas vezes Sempre Total
## Nunca 98 10 18 15 141
## (69.5) (7.1) (12.8) (10.6) (100)
## Não me lembro 9 1 0 1 11
## (81.8) (9.1) (0) (9.1) (100)
## Não estavam armados 7 1 0 2 10
## (70) (10) (0) (20) (100)
## Mão na arma no coldre 78 22 38 23 161
## (48.4) (13.7) (23.6) (14.3) (100)
## Algumas vezes 61 17 77 20 175
## (34.9) (9.7) (44) (11.4) (100)
## Sempre 43 12 61 31 147
## (29.3) (8.2) (41.5) (21.1) (100)
A categoria mais predominante do tempo de abordagem foi a de “5 a 15 minutos” [48,5%].
O tempo mais curto possível de informar na resposta foi a segunda categoria mais predominante. Abordagens de até 5 minutos tiveram 21,2% das respostas.
## base3$Tempo :
## Frequency Percent Cum. percent
## De 5 a 15 minutos 313 48.5 48.5
## Até 5 minutos 137 21.2 69.8
## De 15 a 30 minutos 128 19.8 89.6
## De 30 a 45 minutos 30 4.7 94.3
## De 45 minutos a 1 hora 22 3.4 97.7
## Mais que 1 hora 15 2.3 100.0
## Total 645 100.0 100.0
Podemos verificar na tabela abaixo, que a categoria de 5 a 15 minutos, que foi a mais predominante na população geral também tem o mesmo comportamente entre raças. Pesssoas brancas responderam que em 41% das abordagens que passaram tiveram esse tempo, e pessoas negras 50,2%. Podemos afirmar também que, proporcionalmente não há diferença significativa do tempo de abordagem entre as raças.
##
## Row percent
## base3$Tempo
## base3$Raça Até 5 minutos De 5 a 15 minutos De 15 a 30 minutos
## Amarela 0 0 0
## (NaN) (NaN) (NaN)
## Branca 30 48 26
## (25.6) (41) (22.2)
## Indígena 0 0 0
## (NaN) (NaN) (NaN)
## Negra 107 265 102
## (20.3) (50.2) (19.3)
## base3$Tempo
## base3$Raça De 30 a 45 minutos De 45 minutos a 1 hora Mais que 1 hora Total
## Amarela 0 0 0 0
## (NaN) (NaN) (NaN) (100)
## Branca 5 5 3 117
## (4.3) (4.3) (2.6) (100)
## Indígena 0 0 0 0
## (NaN) (NaN) (NaN) (100)
## Negra 25 17 12 528
## (4.7) (3.2) (2.3) (100)
Tempo x Estado É possível dizer que mesmo que as diferenças sejam pequenas, existe um aumento na proporção de pessoas de São Paulo relativa a abordagens de maior tempo quando comparadas as do Rio.
##
## Row percent
## base3$Tempo
## base3$Estado Até 5 minutos De 5 a 15 minutos De 15 a 30 minutos
## Rio de Janeiro 80 164 62
## (24.2) (49.7) (18.8)
## São Paulo 57 149 66
## (18.1) (47.3) (21)
## base3$Tempo
## base3$Estado De 30 a 45 minutos De 45 minutos a 1 hora Mais que 1 hora
## Rio de Janeiro 11 8 5
## (3.3) (2.4) (1.5)
## São Paulo 19 14 10
## (6) (4.4) (3.2)
## base3$Tempo
## base3$Estado Total
## Rio de Janeiro 330
## (100)
## São Paulo 315
## (100)
Tempo x Armas Aparentemente não existe uma correlação entre o tempo da abordagem e o uso de armas. Porém a distribuição não é aleatória ou uniforme. Pessoas que nunca tiveram abordagens com uso de arma experimentaram abordagens de 5 a 15 minutos de forma mais predominante (46,8%).
Pessoas que não se lembram experimentaram na mesma proporção abordagens até 5 minutos ou de 5 a 15 minutos (36,4% cada uma). Já pessoas que declaram que os policiais não estavam armados experimentaram em 60% abordagens de até 5 minutos.
##
## Row percent
## base3$Tempo
## base3$Armas Até 5 minutos De 5 a 15 minutos De 15 a 30 minutos
## Nunca 45 66 19
## (31.9) (46.8) (13.5)
## Não me lembro 4 4 2
## (36.4) (36.4) (18.2)
## Não estavam armados 6 4 0
## (60) (40) (0)
## Mão na arma no coldre 49 74 25
## (30.4) (46) (15.5)
## Algumas vezes 19 97 41
## (10.9) (55.4) (23.4)
## Sempre 14 68 41
## (9.5) (46.3) (27.9)
## base3$Tempo
## base3$Armas De 30 a 45 minutos De 45 minutos a 1 hora
## Nunca 8 1
## (5.7) (0.7)
## Não me lembro 0 0
## (0) (0)
## Não estavam armados 0 0
## (0) (0)
## Mão na arma no coldre 5 5
## (3.1) (3.1)
## Algumas vezes 8 6
## (4.6) (3.4)
## Sempre 9 10
## (6.1) (6.8)
## base3$Tempo
## base3$Armas Mais que 1 hora Total
## Nunca 2 141
## (1.4) (100)
## Não me lembro 1 11
## (9.1) (100)
## Não estavam armados 0 10
## (0) (100)
## Mão na arma no coldre 3 161
## (1.9) (100)
## Algumas vezes 4 175
## (2.3) (100)
## Sempre 5 147
## (3.4) (100)
A informação mais predominante foi que as abordagens ocorrem em lugares diveresos, 40,6% do total.
## base3$Local :
## Frequency Percent Cum. percent
## Diversos 262 40.6 40.6
## Mesmos lugares 190 29.5 70.1
## Sem padrão 185 28.7 98.8
## 8 1.2 100.0
## Total 645 100.0 100.0
##
## Row percent
## base3$Local
## base3$Raça Diversos Mesmos lugares Sem padrão Total
## Amarela 0 0 0 0 0
## (NaN) (NaN) (NaN) (NaN) (100)
## Branca 1 61 32 23 117
## (0.9) (52.1) (27.4) (19.7) (100)
## Indígena 0 0 0 0 0
## (NaN) (NaN) (NaN) (NaN) (100)
## Negra 7 201 158 162 528
## (1.3) (38.1) (29.9) (30.7) (100)
78,6% das pessoas informaram que nunca tiveram nenhum registro de imagem tomado em abordagens, ou por decorrência dela
## base3$Imagem :
## Frequency Percent
## Nunca 507 78.6
## Apenas docs 83 12.9
## Foto ou vídeo 41 6.4
## Eu já fui levado para delegacia e tiraram minha foto 14 2.2
## 0 0.0
## Total 645 100.0
## Cum. percent
## Nunca 78.6
## Apenas docs 91.5
## Foto ou vídeo 97.8
## Eu já fui levado para delegacia e tiraram minha foto 100.0
## 100.0
## Total 100.0
Porém, para as categorias que informava algum registro de imagem realizado, a raça negra apresenta maior percentual em todas elas quando comparada às pessoas brancas. A diferença percentual entre negros e brancos que tiveram seus documentos fotografados foi de 8,4%; Que tiveram fotos ou vídeos feitos na abordagem foi de ,6%; Que foram levados para delegacia e tiveram registro de imagem feito foi a menor diferença, apenas 0,6%
##
## Row percent
## base3$Imagem
## base3$Raça Apenas docs
## Amarela 0 0
## (NaN) (NaN)
## Branca 0 7
## (0) (6)
## Indígena 0 0
## (NaN) (NaN)
## Negra 0 76
## (0) (14.4)
## base3$Imagem
## base3$Raça Eu já fui levado para delegacia e tiraram minha foto Foto ou vídeo
## Amarela 0 0
## (NaN) (NaN)
## Branca 2 4
## (1.7) (3.4)
## Indígena 0 0
## (NaN) (NaN)
## Negra 12 37
## (2.3) (7)
## base3$Imagem
## base3$Raça Nunca Total
## Amarela 0 0
## (NaN) (100)
## Branca 104 117
## (88.9) (100)
## Indígena 0 0
## (NaN) (100)
## Negra 403 528
## (76.3) (100)
57,1% declararam terem sido abordados quando tinham menos de 18 anos.
tab1(base3$Menor18, graph = F)
## base3$Menor18 :
## Frequency Percent Cum. percent
## 0 0.0 0.0
## Não 277 42.9 42.9
## Sim 368 57.1 100.0
## Total 645 100.0 100.0
As pessoas negras relataram maior proporção de abordagens ocorridas antes dos 18 anos (60,2%)
tabpct(base3$Raça, base3$Menor18, percent = "row", graph = F)
##
## Row percent
## base3$Menor18
## base3$Raça Não Sim Total
## Amarela 0 0 0 0
## (NaN) (NaN) (NaN) (100)
## Branca 0 67 50 117
## (0) (57.3) (42.7) (100)
## Indígena 0 0 0 0
## (NaN) (NaN) (NaN) (100)
## Negra 0 210 318 528
## (0) (39.8) (60.2) (100)
86,5% das pessoas declararam que NÃO tiveram suas casas invadidas por policiais
tab1(base3$Casa, graph = FALSE)
## base3$Casa :
## Frequency Percent Cum. percent
## 0 0.0 0.0
## Não 558 86.5 86.5
## Sim 87 13.5 100.0
## Total 645 100.0 100.0
Porém, percebe-se uma grande diferença entre a invasão de casa por policiais entre respondentes negras e brancas. 5,1% das pessoas brancas e 15,3% das pessoas negras já tiveram suas casas invadidadas por policiais.
tabpct(base3$Raça, base3$Casa, graph = F, percent = "row")
##
## Row percent
## base3$Casa
## base3$Raça Não Sim Total
## Amarela 0 0 0 0
## (NaN) (NaN) (NaN) (100)
## Branca 0 111 6 117
## (0) (94.9) (5.1) (100)
## Indígena 0 0 0 0
## (NaN) (NaN) (NaN) (100)
## Negra 0 447 81 528
## (0) (84.7) (15.3) (100)
86,8% das pessoas informaram nunca terem ido para delegacia após uma abordagem
## base3$Delegacia :
## Frequency Percent Cum. percent
## 0 0.0 0.0
## Não 560 86.8 86.8
## Sim 85 13.2 100.0
## Total 645 100.0 100.0
A proporcão de pessoas que foram levadas para delegacia é superior entre as pessoas brancas.
##
## Row percent
## base3$Delegacia
## base3$Raça Não Sim Total
## Amarela 0 0 0 0
## (NaN) (NaN) (NaN) (100)
## Branca 0 98 19 117
## (0) (83.8) (16.2) (100)
## Indígena 0 0 0 0
## (NaN) (NaN) (NaN) (100)
## Negra 0 462 66 528
## (0) (87.5) (12.5) (100)
Um total de 85 pessoas foram levadas para a delegacia, entre essas pessoas temos a seguinte distribuição racial
77,6% das pessoas levadas para delegacia são negras
## base5$Raça :
## Frequency Percent Cum. percent
## Negra 66 77.6 77.6
## Branca 19 22.4 100.0
## Indígena 0 0.0 100.0
## Amarela 0 0.0 100.0
## Total 85 100.0 100.0
Existe o mesmo espectro proporcional entre pessoas negras e brancas que foram levadas a delegacia. Porém a proporção dos acontecimentos diferem entre as raças.
Enquanto 65% das pessoas brancas que foram levadas para delegacia apenas prestaram esclarecimentos e foram liberadas, essa porcentagem foi de 56,2% entre pessoas negras. E, pessoas negras responderam mais a processos do que pessoas brancas proporcionalmente falando.
16,4% das pessoas negras responderam por processo, enquanto apenas 10% das pessoas brancas passaram pelo mesmo.
16,4% das pessoas negras foram levadas para reconhecimento seguido de liberação, enquanto 15% de pessoas brancas passaram pelo mesmo.
Existem 359 pessoas que responderam nunca terem sido abordadas e, 81% delas afirmaram conhecerem pessoas que passaram por racismo em abordagens policiais.
Seguimos realizando análises e conferindo os resultados para verificação da qualidade das informações