Relatório final


Até 12/06/2021, recebemos um mil setescentos e sessenta e uma (1.761) respostas.



Critérios de exclusão

45 respostas contiveram erros de DEcriptografia, até o presente momento não foi possível solucionar este desafio porque pela segurança é imposśivel ver o conteúdo original do envio, nem mesma a empresa que sedia o servidor possui essa informação. A principal categoria de erro ocorreu na categoria Bairro que reside, responsável por 39 das exclusões.

Dessa forma possuímos um mil setescentos e cento e dezesseis (1716) respostas válidas Abaixo você confere cada critério de exclusão

table(baseneg$EstadoBR)
## 
##                                 Alagoas               Amapá            Amazonas 
##                   1                  11                   3                  21 
##               Bahia               Ceará    Distrito Federal     Espírito Santos 
##                 146                  31                  40                  25 
##               Goiás            Maranhão         Mato Grosso  Mato Grosso do Sul 
##                  19                  11                  10                   5 
##        Minas Gerais                Pará             Paraíba              Paraná 
##                 150                  12                   5                  37 
##          Pernambuco               Piauí      Rio de Janeiro Rio Grande do Norte 
##                  55                   9                 518                  14 
##   Rio Grande do Sul            Rondônia             Roraima      Santa Catarina 
##                  63                   4                   1                  37 
##           São Paulo             Sergipe           Tocantins 
##                 521                   9                   3
#um estado vazio
final <-subset(baseneg, EstadoBR!="")

table(final$Favela)
## 
##       Não  Sim 
##    1 1307  452
#uma linha vazia
final <- subset(final, Favela!="")

table(final$Bairro)
## 
##                           Bairro Renda Alta    Bairro Renda Baixa 
##                   495                   195                   345 
##    Bairro Renda Média Bairro Renda Precária 
##                   716                     8
#495 vazios, porem apenas 452 sao favelas tem uma diferenca de 43 respostas
final$Bairro[which(final$Favela=="Sim")] <- "Favela"
final <- subset(final, Bairro!="")
final$FaixaEtária[which(final$FaixaEtária=="Menos de 18 anos")] <- "Até 24 anos"
final$FaixaEtária[which(final$FaixaEtária=="18 - 24 anos")] <- "Até 24 anos"
final$Capital[which(final$Capital=="Interior ñ Rural")] <- "Interior ou litoral"
final$Capital[which(final$Capital=="Litoral")] <- "Interior ou litoral"
final$Capital[which(final$Capital=="Zona Rural")] <- "Interior ou litoral"
final$Gênero[which(final$Gênero=="Bissexual")] <- "Outros"
final$Gênero[which(final$Gênero=="Gay")] <- "Outros"
final$Gênero[which(final$Gênero=="Prefiro não declarar")] <- "Outros"
final$Gênero[which(final$Gênero=="Gênero fluído")] <- "Não - binário"
final$Gênero[which(final$Gênero=="Panssexual")] <- "Não - binário"
final$Gênero[which(final$Gênero=="Queer")] <- "Não - binário"
final$Gênero[which(final$Gênero=="Mulher Transexual ")] <- "Feminino"

Estados do Brasil

A média de respostas por estados foi de aproximadamente 66 respostas. Porém a variação foi muito grande, indo de no mínimo uma (1) resposta, como Roraima, até quinhetos e dez (510), como o estado do Rio de Janeiro.

## 
##             Alagoas               Amapá            Amazonas               Bahia 
##                  11                   3                  21                 142 
##               Ceará    Distrito Federal     Espírito Santos               Goiás 
##                  30                  39                  25                  19 
##            Maranhão         Mato Grosso  Mato Grosso do Sul        Minas Gerais 
##                  11                  10                   5                 143 
##                Pará             Paraíba              Paraná          Pernambuco 
##                  12                   5                  37                  54 
##               Piauí      Rio de Janeiro Rio Grande do Norte   Rio Grande do Sul 
##                   7                 510                  14                  59 
##            Rondônia             Roraima      Santa Catarina           São Paulo 
##                   4                   1                  34                 508 
##             Sergipe           Tocantins 
##                   9                   3
##    Min. 1st Qu.  Median    Mean 3rd Qu.    Max. 
##     1.0     7.5    16.5    66.0    38.5   510.0

Capital x Outros

A maioria dos respondentes declararam que moram na capital do estado. 1037 declararam que moram na capital do estado (60,4%).

## final$Capital : 
##                     Frequency Percent Cum. percent
## Capital                  1037    60.4         60.4
## Reg.Metropolitana         367    21.4         81.8
## Interior ou litoral       312    18.2        100.0
##   Total                  1716   100.0        100.0

É possível que algum estado tenha a maioria das respostas fora do padrão da maioria de respostas vindas da capital?

Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Santa Catarina tiveram um nível maior de respostas vindas de outras regiões do estado.

tabpct(final$EstadoBR, final$Capital, graph = F, percent = "row")
## 
## Row percent 
##                      final$Capital
## final$EstadoBR         Capital  Reg.Metropolitana  Interior ou litoral  Total
##   Alagoas                    6                  4                    1     11
##                         (54.5)             (36.4)                (9.1)  (100)
##   Amapá                      3                  0                    0      3
##                          (100)                (0)                  (0)  (100)
##   Amazonas                  20                  0                    1     21
##                         (95.2)                (0)                (4.8)  (100)
##   Bahia                    101                 10                   31    142
##                         (71.1)                (7)               (21.8)  (100)
##   Ceará                     17                  5                    8     30
##                         (56.7)             (16.7)               (26.7)  (100)
##   Distrito Federal          25                 12                    2     39
##                         (64.1)             (30.8)                (5.1)  (100)
##   Espírito Santos           12                 11                    2     25
##                           (48)               (44)                  (8)  (100)
##   Goiás                      9                  5                    5     19
##                         (47.4)             (26.3)               (26.3)  (100)
##   Maranhão                   8                  0                    3     11
##                         (72.7)                (0)               (27.3)  (100)
##   Mato Grosso                6                  1                    3     10
##                           (60)               (10)                 (30)  (100)
##   Mato Grosso do Sul         2                  0                    3      5
##                           (40)                (0)                 (60)  (100)
##   Minas Gerais              67                 32                   44    143
##                         (46.9)             (22.4)               (30.8)  (100)
##   Pará                       8                  3                    1     12
##                         (66.7)               (25)                (8.3)  (100)
##   Paraíba                    2                  1                    2      5
##                           (40)               (20)                 (40)  (100)
##   Paraná                    18                  5                   14     37
##                         (48.6)             (13.5)               (37.8)  (100)
##   Pernambuco                24                 18                   12     54
##                         (44.4)             (33.3)               (22.2)  (100)
##   Piauí                      4                  0                    3      7
##                         (57.1)                (0)               (42.9)  (100)
##   Rio de Janeiro           358                 95                   57    510
##                         (70.2)             (18.6)               (11.2)  (100)
##   Rio Grande do Norte        5                  4                    5     14
##                         (35.7)             (28.6)               (35.7)  (100)
##   Rio Grande do Sul         29                 20                   10     59
##                         (49.2)             (33.9)               (16.9)  (100)
##   Rondônia                   3                  0                    1      4
##                           (75)                (0)                 (25)  (100)
##   Roraima                    1                  0                    0      1
##                          (100)                (0)                  (0)  (100)
##   Santa Catarina             9                  9                   16     34
##                         (26.5)             (26.5)               (47.1)  (100)
##   São Paulo                292                131                   85    508
##                         (57.5)             (25.8)               (16.7)  (100)
##   Sergipe                    5                  1                    3      9
##                         (55.6)             (11.1)               (33.3)  (100)
##   Tocantins                  3                  0                    0      3
##                          (100)                (0)                  (0)  (100)
ggplot(final, aes(EstadoBR, fill=Capital))+
  geom_bar(position = "fill")+
  coord_flip()

Moram em favelas/periferia?

1264 pessoas declararam não morar em favelas, periferias ou comunidades (73,7%).

## final$Favela : 
##         Frequency Percent Cum. percent
## Não          1264    73.7         73.7
## Sim           452    26.3        100.0
##   Total      1716   100.0        100.0

Das 452 pessoas que declararam morar em favelas, 396 se auto declararam como negras (87,6%).

## 
## Row percent 
##             final$Raça
## final$Favela  Amarela  Branca  Indígena   Negra  Total
##          Não       10     459         4     791   1264
##                 (0.8)  (36.3)     (0.3)  (62.6)  (100)
##          Sim        3      45         8     396    452
##                 (0.7)    (10)     (1.8)  (87.6)  (100)


E quem não mora em favela, mora em:

Aqueles que não moram em favela, podiam informar se o bairro em que moram era composto pela maioria de pessoas de alta/média/baixa renda, ou ainda de renda precária. A categoria mais predominante do local de moradia foi em bairro composta por famílias com renda média. 716 pessoas responderam que moram em bairro de classe média (41,7%).

## final$Bairro : 
##                       Frequency Percent Cum. percent
## Bairro Renda Alta           195    11.4         11.4
## Bairro Renda Baixa          345    20.1         31.5
## Bairro Renda Média          716    41.7         73.2
## Bairro Renda Precária         8     0.5         73.7
## Favela                      452    26.3        100.0
##   Total                    1716   100.0        100.0

Conforme a tabela abaixo, podemos verificar que a predominância de pessoas negras só não ocorreu em bairros considerados compostos por famílias de renda alta, onde pessoas brancas são 54,4%. Importante destacar que nos bairros compostos por famílias de renda precária 87,5% das pessoas negras.

tabpct(final$Bairro, final$Raça, graph = F, las=1, percent = "row")
## 
## Row percent 
##                        final$Raça
## final$Bairro             Amarela  Branca  Indígena   Negra  Total
##   Bairro Renda Alta            2     106         0      87    195
##                              (1)  (54.4)       (0)  (44.6)  (100)
##   Bairro Renda Baixa           1      70         1     273    345
##                            (0.3)  (20.3)     (0.3)  (79.1)  (100)
##   Bairro Renda Média           7     282         3     424    716
##                              (1)  (39.4)     (0.4)  (59.2)  (100)
##   Bairro Renda Precária        0       1         0       7      8
##                              (0)  (12.5)       (0)  (87.5)  (100)
##   Favela                       3      45         8     396    452
##                            (0.7)    (10)     (1.8)  (87.6)  (100)

Faixa etária

A faixa etária mais predominante foi de pessoas com trinta e cinco anos ou mais (n=593 ; 34,6%). Seguida imediatamente pela faixa etária de pessoas com até 24 anos (n=522; 30,4%)

## final$FaixaEtária : 
##              Frequency Percent Cum. percent
## Até 24 anos        522    30.4         30.4
## 25 - 29 anos       320    18.6         49.1
## 30 - 34 anos       281    16.4         65.4
## 35 ou mais         593    34.6        100.0
##   Total           1716   100.0        100.0


Raça

1187 pessoas são de raça negra (69,2%), a mais predominante entre todas. Pessoas auto declaradas brancas são a segunda mais predominante (n= 504; 29,4%).

## final$Raça : 
##          Frequency Percent Cum. percent
## Amarela         13     0.8          0.8
## Branca         504    29.4         30.1
## Indígena        12     0.7         30.8
## Negra         1187    69.2        100.0
##   Total       1716   100.0        100.0


Gênero

867 pessoas (50,5%) se declaram do gênero masculino. Damos destaque a estruturação manipulada pela análise que foi a atribuição do termo “outros” para todas as pessoas que preferiram não declarar, ou responderam de forma livre categorias relacionadas a sua orientação sexual, como gay, bissexual e outros. Pessoas não - binárias também compreendem respondentes que se auto declararam como gênero-fluido ou queer. Esta agregação foi feita para marcar estas pessoas como não concordantes com a forma de classsificação binária.

## final$Gênero : 
##               Frequency Percent Cum. percent
## Feminino            806    47.0         47.0
## Masculino           867    50.5         97.5
## Não - binário        34     2.0         99.5
## Outros                9     0.5        100.0
##   Total            1716   100.0        100.0


Transexualidade

30 pessoas pessoas se auto declararam como pessoas trans, enquanto 13 pessoas preferiram não declarar.

## 
##                  Não Prefiro não declarar                  Sim 
##                 1673                   13                   30

É fundamental olhar como essas trinta pessoas declararam seu gênero para entender melhor a composição deste grupo populacional que frequentemente é noticiado como vítima de violência policial também. Podemos ver na tabela abaixo que a categoria de gênero mais predominante entre pessoas trans foi não-binaria (n=16 ; 47,1%).

tabpct(final$Gênero, final$Trans,  percent = "col", graph = F)
## 
## Column percent 
##                final$Trans
## final$Gênero     Não       %  Prefiro não declarar       %  Sim       %
##   Feminino        795  (47.5)                     4  (30.8)    7  (23.3)
##   Masculino       858  (51.3)                     3  (23.1)    6  (20.0)
##   Não - binário    13   (0.8)                     5  (38.5)   16  (53.3)
##   Outros            7   (0.4)                     1   (7.7)    1   (3.3)
##   Total          1673   (100)                    13   (100)   30   (100)


Escolaridade

A escolaridade mais predominante foi de pessoas com ensino superior completo (n=450 ; 26,2%), imediatamente seguida por pessoas com ensino superior incompleto (n=442 ; 25,8%)

## final$Escolaridade : 
##                        Frequency Percent Cum. percent
## Fundamental incompleto        27     1.6          1.6
## Fundamental completo          29     1.7          3.3
## Médio incompleto              72     4.2          7.5
## Médio completo               280    16.3         23.8
## Superior incompleto          442    25.8         49.5
## Superior completo            450    26.2         75.8
## Pós-graduação                416    24.2        100.0
##   Total                     1716   100.0        100.0

Pelo gráfico conseguimos visualizar que existe uma distribuição homogênea entre as três categorias de maior escolaridade. Podemos afirmar que a maioria dos respondentes acessaram o ensino superior (n=1308 ; 76,2%).


No Brasil, a raça e a escolaridade são grandes marcadores sociais e, ajudam a compreender o perfil sócio econômico das pessoas. Em nosso questionário decidimos não perguntar a renda pessoal/familiar para facilitar o uso e tempo de resposta, porém trouxemos a informação do local de moradia para compreender em que contexto cada pessoa estaria inserida.

Sendo assim apresentaremos em seguida um gráfico que busca resumir estas três informações: raça, escolaridade e moradia. No gráfico, cada ponto simboliza um respondente. Pontos azuis representam pessoas que declararam morar em comunidades/periferias/favelas.

ggplot(final, aes(Raça, Escolaridade))+
  geom_jitter(aes(colour=Favela), width = 0.50, alpha=0.50)

Olhando de cima para baixo conseguimos ver que a maioria dos pontos se concentram na escolaridade que acessou o ensino superior, como já citado. Porém existe um comportamento distinto principalmente na escolaridade “pós-graduação”, conseguimos ver a quase ausência de pontos azuis do lado esquerdo do gráfico. Simbolizando que, entre as pessoas respondentes, as auto declaradas brancas com pós-graduação praticamente não moram em favelas.

Já na parte inferior do gráfico conseguimos identificar uma predominância dos pontos azuis, principalmente para à direita do gráfico. O que nos leva a afirmar que entre as pessoas respondentes com menor escolaridade, as que se auto declaram como negras tem maior probabilidade de morar em favela. De uma forma geral, também conseguimos visualizar que os pontos azuis são mais frequentes do lado direito. Simbolizando o que já foi comentado que nas favelas, a maioria das pessoas são negras.

Toda esta análise é importante para sabermos se as abordagens policiais ocorrem mais em grupo populacional ou não. Apenas para termos uma prévia, confira abaixo o mesmo gráfico porém dividido entre quem foi abordado e quem não. Neste gráfico os pontos laranjas representam pessoas que foram abordadas.

ggplot(final, aes(Favela, Escolaridade))+
  geom_jitter(aes(colour=Abordado), width = 0.50, alpha=0.50)+
  facet_wrap(~Raça)+
  theme(text = element_text(size=8))+
  scale_color_brewer(palette="Dark2")

Note que existe uma diferença entre as cores no gráfico. Há uma maior presença de pontos laranjas na raça negra do que na raça branca. Indicando que negros são mais abordados pela polícia em geral. Pessoas negras são mais abordadas indistitamente do nível de escolaridade e de onde moram. Pessoas brancas que foram abordadas possuem maior escolaridade. Há poucas pessoas brancas morando em favelas, e não há distinção de abordagens em pessoas brancas pelo local que moram, apesar de serem poucas.

Conteúdo

A partir desta parte do relatório, você confere as análises de conteúdo sobre as abordagens policias.

Quantas já foram abordadas

1074 pessoas (62,6%) já passaram por abordagens policiais

## final$Abordado : 
##         Frequency Percent Cum. percent
## Não           642    37.4         37.4
## Sim          1074    62.6        100.0
##   Total      1716   100.0        100.0

A tendência mostrada em gráficos anteriores se confirma na tabela abaixo. Note que na linha do “Sim” -já foram abordadas- 859 se auto declara negra (80% dos abordados).

tabpct(final$Abordado, final$Raça, graph = F, percent = "row",las = 1)
## 
## Row percent 
##               final$Raça
## final$Abordado  Amarela  Branca  Indígena   Negra  Total
##            Não       10     302         2     328    642
##                   (1.6)    (47)     (0.3)  (51.1)  (100)
##            Sim        3     202        10     859   1074
##                   (0.3)  (18.8)     (0.9)    (80)  (100)


Análise de risco

Uma das formas mais clássicas de calcular o risco para um desfecho é realizando uma regressão logística. No nosso caso, podemos considerar como desfecho ser abordado ou não. Assim, é possível calcular matematicamente qual distribuições de vários atributos estão mais associadas a ser abordado. Como, mostramos até aqui variáveis sócio - demográficas, iremos calcular qual chance de ser abordado levando em consideração todas as variáveis mostradas até aqui, com exceção do estado de residência.

##                   Stratified by Abordado
##                    level                  Não         Sim          p      test
##   n                                       642         1074                    
##   Capital (%)      Capital                370 (57.6)   667 (62.1)   0.005     
##                    Reg.Metropolitana      130 (20.2)   237 (22.1)             
##                    Interior ou litoral    142 (22.1)   170 (15.8)             
##   Favela (%)       Não                    527 (82.1)   737 (68.6)  <0.001     
##                    Sim                    115 (17.9)   337 (31.4)             
##   Bairro (%)       Bairro Renda Alta       94 (14.6)   101 ( 9.4)  <0.001     
##                    Bairro Renda Baixa     126 (19.6)   219 (20.4)             
##                    Bairro Renda Média     305 (47.5)   411 (38.3)             
##                    Bairro Renda Precária    2 ( 0.3)     6 ( 0.6)             
##                    Favela                 115 (17.9)   337 (31.4)             
##   FaixaEtária (%)  Até 24 anos            246 (38.3)   276 (25.7)  <0.001     
##                    25 - 29 anos           108 (16.8)   212 (19.7)             
##                    30 - 34 anos            90 (14.0)   191 (17.8)             
##                    35 ou mais             198 (30.8)   395 (36.8)             
##   Raça (%)         Amarela                 10 ( 1.6)     3 ( 0.3)  <0.001     
##                    Branca                 302 (47.0)   202 (18.8)             
##                    Indígena                 2 ( 0.3)    10 ( 0.9)             
##                    Negra                  328 (51.1)   859 (80.0)             
##   Gênero (%)       Feminino               452 (70.4)   354 (33.0)  <0.001     
##                    Masculino              181 (28.2)   686 (63.9)             
##                    Não - binário            7 ( 1.1)    27 ( 2.5)             
##                    Outros                   2 ( 0.3)     7 ( 0.7)             
##   Trans (%)        Não                    633 (98.6)  1040 (96.8)   0.076     
##                    Prefiro não declarar     3 ( 0.5)    10 ( 0.9)             
##                    Sim                      6 ( 0.9)    24 ( 2.2)             
##   Escolaridade (%) Fundamental incompleto  15 ( 2.3)    12 ( 1.1)   0.101     
##                    Fundamental completo    12 ( 1.9)    17 ( 1.6)             
##                    Médio incompleto        25 ( 3.9)    47 ( 4.4)             
##                    Médio completo         106 (16.5)   174 (16.2)             
##                    Superior incompleto    157 (24.5)   285 (26.5)             
##                    Superior completo      153 (23.8)   297 (27.7)             
##                    Pós-graduação          174 (27.1)   242 (22.5)


Quantidade de abordagens

A partir desta parte do relatório, você confere as análises apenas de quem declarou ter passado por abordagens policiais (951 pessoas).

A gategoria mais predominante informou que foi abordada entre 2 e 4 vezes (n=374 ; 39,3%)

## base3$Quantidade : 
##             Frequency Percent Cum. percent
## Uma vez           194    18.1         18.1
## 2 - 4             423    39.4         57.4
## 4 - 6             157    14.6         72.1
## 7 - 9             122    11.4         83.4
## acima de 10       178    16.6        100.0
##   Total          1074   100.0        100.0

As outras categorias de informação possuem uma distribuição parecidas. Chamamos atenção para a categoria que informou ter sido abordada mais que dez vezes. Para estas pessoas, o questionário abria a possibilidade de preenchimento manual da quantidade.

Entre as pessoas que responderam passar por mais de dez abordagens, a média informada foi de 36,86 vezes. Variando de 2 a 1000. A média da quantidade de abordagens varia entre as raças. Pessoas negras informaram terem sido abordadas em média 38 vezes, brancas 22 e indígenas 12.

base3$`Qtd_+10` <- as.numeric(base3$`Qtd_+10`)
base3 %>% group_by(Raça) %>% summarise(mean(`Qtd_+10`, na.rm=T))
## # A tibble: 4 x 2
##   Raça     `mean(\`Qtd_+10\`, na.rm = T)`
##   <chr>                             <dbl>
## 1 Amarela                            20  
## 2 Branca                             22.2
## 3 Indígena                         3344  
## 4 Negra                              46.7

Em uma tentativa de normalizar este valor, e um possível erro de informação, excluímos os valores que ficaram abaixo do primeiro quartil (15) e acima do terceiro quartil (30). Com essa correção dos valores mais extremos, percebemos que a média se desloca para menos. Sendo o novo valor de 21,49 vezes. E não há diferença da quantidade de abordagens, entre aqueles que foram abordados mais de dez vezes.

base3$`Qtd_+10`[which(base3$`Qtd_+10`<15)] <- NA
base3$`Qtd_+10`[which(base3$`Qtd_+10`>30)] <- NA
base3 %>% group_by(Raça) %>% summarise(mean(`Qtd_+10`, na.rm=T))
## # A tibble: 4 x 2
##   Raça     `mean(\`Qtd_+10\`, na.rm = T)`
##   <chr>                             <dbl>
## 1 Amarela                            20  
## 2 Branca                             20.4
## 3 Indígena                           20  
## 4 Negra                              21.3


Por fim, vale a pena verificarmos como as quantidades até 10 se comportam entre as raças. Pessoas negras abordadas apenas uma vez são apenas 15%, enquanto que pessoas brancas que foram abordadas apenas uma vez são 50%. Já a porcentagem que foi abordado mais de 10 vezes é superior para pessoas negras. Entre pessoas negras, 18% informou que foi abordado mais de 10 vezes, contra 8,3% entre brancas

## 
## Row percent 
##                 base3$Raça
## base3$Quantidade  Amarela  Branca  Indígena   Negra  Total
##      Uma vez            1      58         3     132    194
##                     (0.5)  (29.9)     (1.5)    (68)  (100)
##      2 - 4              1      83         0     339    423
##                     (0.2)  (19.6)       (0)  (80.1)  (100)
##      4 - 6              0      28         4     125    157
##                       (0)  (17.8)     (2.5)  (79.6)  (100)
##      7 - 9              0      17         0     105    122
##                       (0)  (13.9)       (0)  (86.1)  (100)
##      acima de 10        1      16         3     158    178
##                     (0.6)     (9)     (1.7)  (88.8)  (100)

Quantidade por fx etária Existe uma correlação de mais abordagens conforme maior faixa etária?

## 
## Row percent 
##                 base3$FaixaEtária
## base3$Quantidade  Até 24 anos  25 - 29 anos  30 - 34 anos  35 ou mais  Total
##      Uma vez               59            42            29          64    194
##                        (30.4)        (21.6)        (14.9)        (33)  (100)
##      2 - 4                105            79            68         171    423
##                        (24.8)        (18.7)        (16.1)      (40.4)  (100)
##      4 - 6                 37            39            27          54    157
##                        (23.6)        (24.8)        (17.2)      (34.4)  (100)
##      7 - 9                 31            27            24          40    122
##                        (25.4)        (22.1)        (19.7)      (32.8)  (100)
##      acima de 10           44            25            43          66    178
##                        (24.7)          (14)        (24.2)      (37.1)  (100)

A tabela acima não sugere essa relação.
Porém pelo gráfico abaixo, parece ter uma correlação apenas para 2 a 4 abordagens, onde há um acúmulo correlaiconado com a idade.


Última abordagem

346 pessoas (36,4%) tiveram sua última abordagem há mais de 1 ano e menos de 5 anos.

## base3$Última : 
##                 Frequency Percent Cum. percent
## < 3 meses             175    16.3         16.3
## 3 - 6 meses            93     8.7         25.0
## 6 meses - 1 ano       125    11.6         36.6
## 1 a 5 anos            376    35.0         71.6
## > 5 anos              221    20.6         92.2
## Não lembra             84     7.8        100.0
##   Total              1074   100.0        100.0

Uma das ressalvas de nossa pesquisa é justamente que a juventude negra é a que está mais exposta às abordagens policiais. Por isso é importante ver se existe diferença na última abordagem recordada pela raça e faixa etária. Entre 18 e 34 anos a categoria mais predominante foi de pessoas que foram abordadas pela última vez entre 1 a 5 anos. Porém, a partir de 25 anos de idade, mais pessoas declararam ter sido abordadas pela última vez há mais de 5 anos. E finalmente, entre os respondentes com mais de 35 anos a maioria respondeu que foi abordada há mais de 5 anos. Importante notar o crescimento da raça branca conforme as faixas etárias. O que representa que a maioria dos nossos respondentes brancos são de faixa etária mais avançada e que foram abordadas até seus 30 anos de idade.

Sobre a possibilidade das pessoas estarem se referindo à abordagens de tempos atrás, no caso das mais maduras:
Há uma ausência de pontos rosa na coluna de pessoas que relatam que sua última abordagem ocorreu há mais de 5 anos e entre as que não lembram, apenas. Isso não se repete entre as outras colunas. Então pode haver um efeito de viés de memória, pois pessoas com a última abordagem há mais de 5 anos são na sua maioria com 35 anos ou mais. O que se espera dessas pessoas?

ggplot(base3, aes(Escolaridade, Última))+
  geom_jitter(aes(colour=FaixaEtária), width = 0.50, alpha=0.50)+
  coord_flip()


O que houve na abordagem?


Gênero do policial

Entre as pessoas de raça/cor branca:
50% das pessoas não binárias foram abordadas por policiais de gênero diferente
3,6% das pessoas de gênero masculino foram abordadas por policiais de gênero diferente
10,2% das pessoas de gênero feminino foram abordadas por policiais de gênero diferente
Entre as pessoas de raça/cor negra:
14,9% das pessoas de outros gêneros foram abordadas por policiais de gênero diferente
20% das pessoas não binárias foram abordadas por policiais de gênero diferente
3,6% das pessoas de gênero masculino foram abordadas por policiais de gênero diferente
25,3% das pessoas de gênero feminino foram abordadas por policiais de gênero diferente


Revistas

50% das respostas de pessoas brancas declararam não ter ocorrido nenhuma situação constrangedora nas revistas pessoais, versus 43% entre pessoas negras. A maior diferença foi a porcentagem de pessoas que tiveram seus órgãos genitais tocados. 43% das pessoas negras relatam ter passado por essa situação, versus 35,9% das pessoas brancas. 13,9% das respostas de pessoas negras declararam ter que tirar uma peça de roupa em revistas pessoas, versus 14,4% entre respostas de pesssoas brancas.


Como foi o tratamento?

Entre as pessoas de raça/cor amarela, as respostas variaram de 33% entre excelente, bom e péssimo Entre as pessoas de raça/cor branca, 30,7% consideraram o tratamento nem bom nem ruim, seguidas de 25,2% que consideraram o tratamento ruim. Entre as pessoas de raça/cor indígena, 60% consideraran o tratamento péssimo e 40% consideraram ruim. Entre as pessoas de raça/cor negra, 42,7% consideraram o tratamento péssimo, seguidas de 29,2% que consideraram o tratamento ruim (71,9% das pessoas negras).

tabpct(base3$Raça, base3$Tratamento, graph = F, percent = "row")
## 
## Row percent 
##           base3$Tratamento
## base3$Raça  Excelente     Bom  Nem bom nem ruim    Ruim  Péssimo  Total
##   Amarela           1       1                 0       0        1      3
##                (33.3)  (33.3)               (0)     (0)   (33.3)  (100)
##   Branca           15      34                62      51       40    202
##                 (7.4)  (16.8)            (30.7)  (25.2)   (19.8)  (100)
##   Indígena          0       0                 0       4        6     10
##                   (0)     (0)               (0)    (40)     (60)  (100)
##   Negra            14      45               182     251      367    859
##                 (1.6)   (5.2)            (21.2)  (29.2)   (42.7)  (100)


Situações

Enquanto 31,1% de pessoas brancas declararam não ocorrer nenhuma atitude negativa nas abordagens, entre negros apenas 11,5% relatam o mesmo. 26% de pessoas negras relataram haver violência psicológica, versus 20,1% entre pessoas brancas. 18,3% de pessoas negras declararam ter sofrido assédio moral, versus 11,6% entre pessoas brancas. Para outras categorias as diferenças no percentual de respostas variaram menos que 5% entre as raças brancas e negras.


Sentimentos

j <- table(sentb)
j <- cbind(oq=row.names(j),qtd=j)
j <- as.data.frame.matrix(j)
j$oq <- as.character(j$oq)
j$qtd <- as.character(j$qtd)
j$qtd <- as.numeric(j$qtd)
j$tt <- sum(j$qtd)
j$oqperc <- round((j$qtd/j$tt)*100,1)
j$raca <- ""
j$raca <- "Branca"
k <- table(sentn)
k <- cbind(oq=row.names(k),qtd=k)
k <- as.data.frame.matrix(k)
k$oq <- as.character(k$oq)
k$qtd <- as.character(k$qtd)
k$qtd <- as.numeric(k$qtd)
k$tt <- sum(k$qtd)
k$oqperc <- round((k$qtd/k$tt)*100,1)
k$raca <- ""
k$raca <- "Negra"
l <- rbind(j,k)
l$oq <- as.factor(l$oq)
l$oq <- factor(l$oq, levels=c("Nenhuma das alternativas anteriores",
                              "Tendo minha privacidade invadida",
                              "Revoltado",
                              "Aliviado por não ter acontecido algo pior",
                              "Com raiva ou ódio",
                              "Com medo",
                              "Humilhado",
                              "Exposto",
                              "Desrespeitado",
                              "Frustrado ou impotente",
                              "Inseguro"))
sent <- ggplot(l, aes(oq, oqperc, fill=oq))+
  geom_bar(stat = 'identity', show.legend = F)+
  facet_wrap(~raca)+
  coord_flip()+
  labs(x="",y="")
ggplotly(sent  + theme(legend.position = "none"))


Transporte

tab1(base3$Transporte, sort.group = "decreasing", graph=F)
## base3$Transporte : 
##                    Frequency Percent Cum. percent
## a pé                     559    52.0         52.0
## de carro                 335    31.2         83.2
## Transporte público        97     9.0         92.3
## moto                      71     6.6         98.9
## bicicleta                 10     0.9         99.8
## skate                      2     0.2        100.0
##   Total                 1074   100.0        100.0

Nota-se que a maior parte das pessoas informaram que foram abordadas se locomovendo a pé, sendo a maioria das pessoas, porém percebemos que existe uma influência da predominância dos respondentes de raça/cor negra que são os que mais foram abordados quando andando a pé, conforme tabela abaixo:

tabpct(base3$Raça, base3$Transporte, percent = "row", graph = F)
## 
## Row percent 
##           base3$Transporte
## base3$Raça    a pé  bicicleta  de carro   moto  skate  Transporte público
##   Amarela        2          0         1      0      0                   0
##             (66.7)        (0)    (33.3)    (0)    (0)                 (0)
##   Branca        68          2       108     16      0                   8
##             (33.7)        (1)    (53.5)  (7.9)    (0)                 (4)
##   Indígena       7          0         3      0      0                   0
##               (70)        (0)      (30)    (0)    (0)                 (0)
##   Negra        482          8       223     55      2                  89
##             (56.1)      (0.9)      (26)  (6.4)  (0.2)              (10.4)
##           base3$Transporte
## base3$Raça  Total
##   Amarela       3
##             (100)
##   Branca      202
##             (100)
##   Indígena     10
##             (100)
##   Negra       859
##             (100)

Há uma diferença siginificante entre as os meios de transporte declarados entre as raças.
As pessoas de todas as raças declararam terem sido mais abordados quando se deslocando a pé, variando de 56,1% entre pessoas negras até 70% entre pessoas indígenas, menos pessoas de raça branca.
Pessoas brancas foram mais abordadas quando se deslocando de carro.
Existe também uma grande diferença para abordagens no transporte público.
10,4% das pessoas negras informaram já terem sido abordadas no transporte público, enquanto apenas 4% de pessoas brancas declaram o mesmo.

Pessoas que declararam que foram mais abordadas em lugares diversos estavam se deslocando mais a pé.

tabpct( base3$Local, base3$Transporte ,las=1, percent = "row")
## 
## Row percent 
##                 base3$Transporte
## base3$Local         a pé  bicicleta  de carro   moto  skate  Transporte público
##                       10          0         1      0      0                   0
##                   (90.9)        (0)     (9.1)    (0)    (0)                 (0)
##   Diversos           204          4       183     29      1                  45
##                   (43.8)      (0.9)    (39.3)  (6.2)  (0.2)               (9.7)
##   Mesmos lugares     193          3        73     19      1                  21
##                   (62.3)        (1)    (23.5)  (6.1)  (0.3)               (6.8)
##   Sem padrão         152          3        78     23      0                  31
##                     (53)        (1)    (27.2)    (8)    (0)              (10.8)
##                 base3$Transporte
## base3$Local       Total
##                      11
##                   (100)
##   Diversos          466
##                   (100)
##   Mesmos lugares    310
##                   (100)
##   Sem padrão        287
##                   (100)


Racismo

63,7% das pessoas declararam que nunca tiveram sua raça/cor mencionada em abordagens. O que correspondente disso nos permite dizer que pelo menos 36,3% das pessoas já tiveram sua raça/cor mencionada em alguma abordagem

base3$Racismo <- factor(base3$Racismo, levels = c("Nunca mencionaram sua raça ou cor","Poucas vezes mencionaram sua raça ou cor","Às vezes mencionaram, às vezes não","Mencionaram na maioria das vezes, mas não sempre","Sempre mencionaram sua raça ou cor"))
tab1(base3$Racismo, graph = F, sort.group = "decreasing")
## base3$Racismo : 
##                                                  Frequency Percent Cum. percent
## Nunca mencionaram sua raça ou cor                      684    63.7         63.7
## Às vezes mencionaram, às vezes não                     129    12.0         75.7
## Poucas vezes mencionaram sua raça ou cor               109    10.1         85.8
## Mencionaram na maioria das vezes, mas não sempre        77     7.2         93.0
## Sempre mencionaram sua raça ou cor                      75     7.0        100.0
##   Total                                               1074   100.0        100.0

Pela tabela abaixo, é possível notar que este quadro é completamente inverso entre as raças.
Entre pessoas brancas, 94,1% nunca tiveram sua raça cor mencionada, versus 56,5% entre pessoas negras.

tabpct(base3$Raça, base3$Racismo, percent = "row", graph = F)
## 
## Row percent 
##           base3$Racismo
## base3$Raça  Nunca mencionaram sua raça ou cor
##   Amarela                                   3
##                                         (100)
##   Branca                                  190
##                                        (94.1)
##   Indígena                                  6
##                                          (60)
##   Negra                                   485
##                                        (56.5)
##           base3$Racismo
## base3$Raça  Poucas vezes mencionaram sua raça ou cor
##   Amarela                                          0
##                                                  (0)
##   Branca                                           9
##                                                (4.5)
##   Indígena                                         0
##                                                  (0)
##   Negra                                          100
##                                               (11.6)
##           base3$Racismo
## base3$Raça  Às vezes mencionaram, às vezes não
##   Amarela                                    0
##                                            (0)
##   Branca                                     0
##                                            (0)
##   Indígena                                   1
##                                           (10)
##   Negra                                    128
##                                         (14.9)
##           base3$Racismo
## base3$Raça  Mencionaram na maioria das vezes, mas não sempre
##   Amarela                                                  0
##                                                          (0)
##   Branca                                                   0
##                                                          (0)
##   Indígena                                                 1
##                                                         (10)
##   Negra                                                   76
##                                                        (8.8)
##           base3$Racismo
## base3$Raça  Sempre mencionaram sua raça ou cor  Total
##   Amarela                                    0      3
##                                            (0)  (100)
##   Branca                                     3    202
##                                          (1.5)  (100)
##   Indígena                                   2     10
##                                           (20)  (100)
##   Negra                                     70    859
##                                          (8.1)  (100)


Armas

Existe uma distribuição que pode ser considerada homogênea entre as diversas frequências sobre o uso de armas nas abordagens, exceto para as categorias “não me lembro” e “não estavam armados”, 2,3% e 1,5% respectivamente.
Porém se formos agregar qualquer informação de uso de arma, desde “mão no coldre” até “sempre” teríamos 74,1% de pessoas que passaram por abordagens

base3$Armas <- factor(base3$Armas, levels = c("Nunca", "Não me lembro", "Não estavam armados", "Mão na arma no coldre","Algumas vezes","Sempre"))
tab1(base3$Armas, graph = F, sort.group = "decreasing")
## base3$Armas : 
##                       Frequency Percent Cum. percent
## Algumas vezes               277    25.8         25.8
## Sempre                      266    24.8         50.6
## Mão na arma no coldre       259    24.1         74.7
## Nunca                       231    21.5         96.2
## Não me lembro                25     2.3         98.5
## Não estavam armados          16     1.5        100.0
##   Total                    1074   100.0        100.0

Analisando essas categorias entre as diferentes raças/cor, temos que entre pessoas brancas, a categoria mais predominante é que nunca tiveram abordagens com uso de armas pelos policiais (35,1%). Entretanto, para pessoas negras, a categoria mais predominante foi algumas vezes já passaram por abordagens com uso de armas.

Fazendo a mesma análise que utilizamos para a distribuição geral, temos que pessoas negras relataram que em 79,2% teve pelo menos policiais com a mão no coldre da arma até o uso sempre de armas. Enquanto que entre pessoas brancas esse percentual cai para 54,9%

tabpct(base3$Raça, base3$Armas, percent = "row", graph = F)
## 
## Row percent 
##           base3$Armas
## base3$Raça   Nunca  Não me lembro  Não estavam armados  Mão na arma no coldre
##   Amarela        1              0                    0                      2
##             (33.3)            (0)                  (0)                 (66.7)
##   Branca        71             14                    6                     52
##             (35.1)          (6.9)                  (3)                 (25.7)
##   Indígena       1              0                    0                      4
##               (10)            (0)                  (0)                   (40)
##   Negra        158             11                   10                    201
##             (18.4)          (1.3)                (1.2)                 (23.4)
##           base3$Armas
## base3$Raça  Algumas vezes  Sempre  Total
##   Amarela               0       0      3
##                       (0)     (0)  (100)
##   Branca               43      16    202
##                    (21.3)   (7.9)  (100)
##   Indígena              2       3     10
##                      (20)    (30)  (100)
##   Negra               232     247    859
##                      (27)  (28.8)  (100)


Motivos apresentados

m <- table(motivb)
m <- cbind(oq=row.names(m),qtd=m)
m <- as.data.frame.matrix(m)
m$oq <- as.character(m$oq)
m$qtd <- as.character(m$qtd)
m$qtd <- as.numeric(m$qtd)
m$tt <- sum(m$qtd)
m$oqperc <- round((m$qtd/m$tt)*100,1)
m$raca <- ""
m$raca <- "Branca"
n <- table(motivn)
n <- cbind(oq=row.names(n),qtd=n)
n <- as.data.frame.matrix(n)
n$oq <- as.character(n$oq)
n$qtd <- as.character(n$qtd)
n$qtd <- as.numeric(n$qtd)
n$tt <- sum(n$qtd)
n$oqperc <- round((n$qtd/n$tt)*100,1)
n$raca <- ""
n$raca <- "Negra"
o <- rbind(m,n)
o$oq <- as.factor(o$oq)
o$oq <- factor(o$oq, levels=c("Nenhuma das alternativas anteriores",
                              "Me disseram que tinham recebido uma denúncia e precisavam me abordar",
                              "Me disseram que EU PARECIA SER um suspeito que estavam procurando",
                              "Me informaram que estavam fazendo uma operação especial e precisavam me abordar",
                              "Estavam abordando várias pessoas no local",
                              "Me disseram que estranharam alguém como eu ali naquele local que eu estava",
                              "Me disseram que minha ATITUDE era suspeita",
                              "Não me informaram o motivo",
                              "Me informaram que estavam me abordando como parte da rotina do trabalho"))

motiv <- ggplot(o, aes(oq, oqperc, fill=oq))+
  geom_bar(stat = 'identity', show.legend = F)+
  facet_wrap(~raca)+
  scale_fill_brewer(palette="Set1")+
  coord_flip()
ggplotly(motiv  + theme(legend.position = "none"))


Identificação

46,6% declararam que nunca foram abordadas por policiais sem identificação, o que nos permite afirmar também que a maioria das pessoas [53,4%] já foram abordadas pelo menos uma vez por policiais sem nenhum tipo de identificação

base3$Identificação <- factor(base3$Identificação, levels = c("Nunca", "Uma vez", "Algumas vezes", "Sempre"))
tab1(base3$Identificação, graph = F, sort.group = "decreasing")
## base3$Identificação : 
##               Frequency Percent Cum. percent
## Nunca               500    46.6         46.6
## Algumas vezes       310    28.9         75.4
## Sempre              161    15.0         90.4
## Uma vez             103     9.6        100.0
##   Total            1074   100.0        100.0

Esse mesmo valor, de pelo menos uma vez é diferente entre as raças/cor das pessoas.
33,3% das pessoas brancas algumas vezes tiveram abordagem com policiais sem nenhuma identificação.
57% das pessoas negras pelo menos uma vez tiveram abordagem com policiais sem nenhuma identificação.

tabpct(base3$Raça, base3$Identificação, percent = "row", graph = F)
## 
## Row percent 
##           base3$Identificação
## base3$Raça   Nunca  Uma vez  Algumas vezes  Sempre  Total
##   Amarela        2        0              1       0      3
##             (66.7)      (0)         (33.3)     (0)  (100)
##   Branca       124       20             38      20    202
##             (61.4)    (9.9)         (18.8)   (9.9)  (100)
##   Indígena       4        0              4       2     10
##               (40)      (0)           (40)    (20)  (100)
##   Negra        370       83            267     139    859
##             (43.1)    (9.7)         (31.1)  (16.2)  (100)


Tempo

A categoria mais predominante do tempo de abordagem foi a de “5 a 15 minutos” [48%].
O tempo mais curto possível de informar na resposta foi a segunda categoria mais predominante. Abordagens de até 5 minutos tiveram 23,6% das respostas.

base3$Tempo <- factor(base3$Tempo, levels = c("Até 5 minutos", "De 5 a 15 minutos", "De 15 a 30 minutos",
                                              "De 30 a 45 minutos","De 45 minutos a 1 hora","Mais que 1 hora"))
tab1(base3$Tempo, graph = F, sort.group = "decreasing")
## base3$Tempo : 
##                        Frequency Percent Cum. percent
## De 5 a 15 minutos            515    48.0         48.0
## Até 5 minutos                254    23.6         71.6
## De 15 a 30 minutos           194    18.1         89.7
## De 30 a 45 minutos            57     5.3         95.0
## De 45 minutos a 1 hora        32     3.0         98.0
## Mais que 1 hora               22     2.0        100.0
##   Total                     1074   100.0        100.0

Podemos verificar na tabela abaixo, que a categoria de 5 a 15 minutos, que foi a mais predominante na população geral também tem o mesmo comportamente entre raças. Pesssoas brancas responderam que em 44,6% das abordagens que passaram tiveram esse tempo, e pessoas negras 48,8%. Podemos afirmar também que, proporcionalmente não há diferença significativa do tempo de abordagem entre as raças. Com exceção de pessoas da raça/cor branca, que a maioria experimentei abordagens de até 5 minutos (66,7%).

tabpct(base3$Raça, base3$Tempo, percent = "row", graph = F)
## 
## Row percent 
##           base3$Tempo
## base3$Raça  Até 5 minutos  De 5 a 15 minutos  De 15 a 30 minutos
##   Amarela               2                  0                   1
##                    (66.7)                (0)              (33.3)
##   Branca               53                 90                  39
##                    (26.2)             (44.6)              (19.3)
##   Indígena              1                  6                   1
##                      (10)               (60)                (10)
##   Negra               198                419                 153
##                    (23.1)             (48.8)              (17.8)
##           base3$Tempo
## base3$Raça  De 30 a 45 minutos  De 45 minutos a 1 hora  Mais que 1 hora  Total
##   Amarela                    0                       0                0      3
##                            (0)                     (0)              (0)  (100)
##   Branca                    10                       6                4    202
##                            (5)                     (3)              (2)  (100)
##   Indígena                   1                       1                0     10
##                           (10)                    (10)              (0)  (100)
##   Negra                     46                      25               18    859
##                          (5.4)                   (2.9)            (2.1)  (100)


Grupos policiais


Local

A maioria dos respondentes informou que não há um padrão do local de abordagem, 43,4% informaram que pode ser próximo de casa ou diferentes lugares, ou até mesmo em qualquer lugar (sem padrão) 26,7%.

tab1(base3$Local, sort.group = "decreasing", graph = F)
## base3$Local : 
##                Frequency Percent Cum. percent
## Diversos             466    43.4         43.4
## Mesmos lugares       310    28.9         72.3
## Sem padrão           287    26.7         99.0
##                       11     1.0        100.0
##   Total             1074   100.0        100.0
tabpct(base3$Raça, base3$Local, percent = "row", graph = F)
## 
## Row percent 
##           base3$Local
## base3$Raça       Diversos  Mesmos lugares  Sem padrão  Total
##   Amarela     0         2               0           1      3
##             (0)    (66.7)             (0)      (33.3)  (100)
##   Branca      2       115              48          37    202
##             (1)    (56.9)          (23.8)      (18.3)  (100)
##   Indígena    0         2               4           4     10
##             (0)      (20)            (40)        (40)  (100)
##   Negra       9       347             258         245    859
##             (1)    (40.4)            (30)      (28.5)  (100)


Imagem

79% das pessoas informaram que nunca tiveram nenhum registro de imagem tomado em abordagens, ou por decorrência dela

tab1(base3$Imagem, sort.group = "decreasing", graph = F)
## base3$Imagem : 
##                                                      Frequency Percent
## Nunca                                                      848    79.0
## Apenas docs                                                129    12.0
## Foto ou vídeo                                               76     7.1
## Eu já fui levado para delegacia e tiraram minha foto        21     2.0
##   Total                                                   1074   100.0
##                                                      Cum. percent
## Nunca                                                          79
## Apenas docs                                                    91
## Foto ou vídeo                                                  98
## Eu já fui levado para delegacia e tiraram minha foto          100
##   Total                                                       100

Porém, para as categorias que informava algum registro de imagem realizado, a raça negra apresenta maior percentual em todas elas quando comparada às pessoas branas. A diferença percentual entre negros e brancos que tiveram seus documentos fotografados foi de 3,8%; Que tiveram fotos ou vídeos feitos na abordagem foi de 5,5%; Que foram levados para delegacia e tiveram registro de imagem feito foi a menor diferença, apenas 0,6%

tabpct(base3$Raça, base3$Imagem, percent = "row", graph = F)
## 
## Row percent 
##           base3$Imagem
## base3$Raça  Apenas docs  Eu já fui levado para delegacia e tiraram minha foto
##   Amarela             1                                                     0
##                  (33.3)                                                   (0)
##   Branca             18                                                     3
##                   (8.9)                                                 (1.5)
##   Indígena            1                                                     0
##                    (10)                                                   (0)
##   Negra             109                                                    18
##                  (12.7)                                                 (2.1)
##           base3$Imagem
## base3$Raça  Foto ou vídeo   Nunca  Total
##   Amarela               0       2      3
##                       (0)  (66.7)  (100)
##   Branca                5     176    202
##                     (2.5)  (87.1)  (100)
##   Indígena              2       7     10
##                      (20)    (70)  (100)
##   Negra                69     663    859
##                       (8)  (77.2)  (100)


Menor de 18

55,8% declararam terem sido abordados quando tinham menos de 18 anos.

tab1(base3$Menor18, graph = F)
## base3$Menor18 : 
##         Frequency Percent Cum. percent
## Não           475    44.2         44.2
## Sim           599    55.8        100.0
##   Total      1074   100.0        100.0

Pessoas brancas apresentaram o menor percentual de abordagem ocorridas antes dos 18 anos (40,1%). 100% de pessoas de raça/cor amarela foram abordadas antes dos 18 anos. 60% de pessoas de raça/cor indígena e, 59,3% de pessoas de raça/cor negra foram abordadas antes dos 18 anos de idade.

tabpct(base3$Raça, base3$Menor18, percent = "row", graph = F)
## 
## Row percent 
##           base3$Menor18
## base3$Raça     Não     Sim  Total
##   Amarela        0       3      3
##                (0)   (100)  (100)
##   Branca       121      81    202
##             (59.9)  (40.1)  (100)
##   Indígena       4       6     10
##               (40)    (60)  (100)
##   Negra        350     509    859
##             (40.7)  (59.3)  (100)


Abordagem em casa

85,8% das pessoas declararam que nunca tiveram suas casas invadidas por policiais

tab1(base3$Casa, graph = FALSE)
## base3$Casa : 
##         Frequency Percent Cum. percent
## Não           922    85.8         85.8
## Sim           152    14.2        100.0
##   Total      1074   100.0        100.0

Porém, percebe-se uma gradiente ascendente da porcentagem entre as diferentes raças que tiveram suas casas invadidas. 6,4% das pessoas brancas, 10% das pessoas indígenas e 16,1% das pessoas negras já tiveram suas casas invadidadas por policiais.

tabpct(base3$Raça, base3$Casa, graph = F, percent = "row")
## 
## Row percent 
##           base3$Casa
## base3$Raça     Não     Sim  Total
##   Amarela        3       0      3
##              (100)     (0)  (100)
##   Branca       189      13    202
##             (93.6)   (6.4)  (100)
##   Indígena       9       1     10
##               (90)    (10)  (100)
##   Negra        721     138    859
##             (83.9)  (16.1)  (100)


Delegacia

87% das pessoas informaram nunca terem ido para delegacia após uma abordagem

## base3$Delegacia : 
##         Frequency Percent Cum. percent
## Não           935    87.1         87.1
## Sim           139    12.9        100.0
##   Total      1074   100.0        100.0

Importante notar que pessoas indígenas foram as que apresentaram o maior percentual de pessoas que já foram para a delegacia(30%), seguidas de pessoas brancas (15,3%), e então negras (12,5%).

## 
## Row percent 
##           base3$Delegacia
## base3$Raça     Não     Sim  Total
##   Amarela        3       0      3
##              (100)     (0)  (100)
##   Branca       171      31    202
##             (84.7)  (15.3)  (100)
##   Indígena       7       3     10
##               (70)    (30)  (100)
##   Negra        754     105    859
##             (87.8)  (12.2)  (100)


Na delegacia

Um total de 139 pessoas foram levadas para a delegacia, entre essas pessoas temos a seguinte distribuição racial

75,5% das pessoas levadas para delegacia são negras

## base5$Raça : 
##          Frequency Percent Cum. percent
## Negra          105    75.5         75.5
## Branca          31    22.3         97.8
## Indígena         3     2.2        100.0
##   Total        139   100.0        100.0

Existe o mesmo espectro proporcional entre pessoas negras e brancas que foram levadas a delegacia. Porém a proporção dos acontecimentos diferem entre as raças.
Enquanto 61,1% das pessoas brancas que foram levadas para delegacia apenas prestaram esclarecimentos e foram liberadas, essa porcentagem foi de 53,7% entre pessoas negras. E, pessoas negras responderam mais a processos do que pessoas brancas proporcionalmente falando.
16,5% das pessoas negras responderam por processo, enquanto apenas 11,1% das pessoas brancas passaram pelo mesmo. Essa diferença de 5 pontos percentuais se repete entre as pessoas que foram levadas apenas para reconhecimento.
19% das pessoas negras foram levadas para reconhecimento seguido de liberação, enquanto apenas 13,9% de pessoas brancas passaram pelo mesmo.


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