Diagnóstico de Acidentalidade de 2020

Distribuições de Ocorrências

Acidentes

No ano de 2020 foram registrados 9141 acidentes, dos quais 3768 foram acidentes com vítimas, correspondendo a 41.22% da totalidade dos acidentes. A distribuição dos tipos de acidentes pode ser vista no gráfico.

Acidentes com Vítimas

A distribuição dos tipos de acidentes com vítimas pode ser vista no gráfico.

Registros por Fonte

A distribuição registros por fonte de registro segue a seguinte distribuição, BRIGADA MILITAR: 5, DDT: 359, DEPTRAN: 3761, EPTC: 5016.

Ocorrências de acidentes em segmentos e cruzamentos CAT

De acordo com os dados do Cadastro de Acidentes de Trânsito (CAT) da EPTC, no ano de 2020 foram registrados nas vias públicas de Porto Alegre 2620 acidentes em cruzamentos e 6521 acidentes em segmentos de vias (Gráfico 3).

Ocorrências de acidentes com vítimas em segmentos e cruzamentos CAT/Brigada Militar

De acordo com os dados do CAT, no ano de 2020 foram registrados nas vias públicas de Porto Alegre 639 acidentes com vítimas em cruzamentos e 3129 acidentes com vítimas em segmentos de vias. Este dado apresenta a ocorrencia de 16.96% dos acidentes com vitimas nos cruzamentos da capital (Gráfico 4).

Diagnóstico CAT

De acordo com os dados apresentados os acidentes com com vítimas em cruzamentos no ano de 2020 totalizam 639 ocorrências, enquanto que os acidentes com vítimas em segmentos de vias totalizam 3129. Afim de identificar essa distribuição, foi realizada a análise espacial dos dados buscando classificar os acidentes em cruzamentos e segmentos de vias de acordo com a disposição espacial dos mesmos.

Classificação de acidentes com vítimas em um raio de 15 metros dos cruzamentos

Afim de identificar os acidentes associados a cruzamentos viários, foi realizado o georreferenciamento de todos acidentes com vítimas ocorridos no ano de 2020; após o georreferenciamento, foram identificados todos acidentes compreendidos em um raio de 15 metros do centro dos cruzamentos do município.

Após análise espacial dos dados, foi possível identificar que 46.59% dos acidentes ocorem dentro de um raio de 15 metros do centro dos cruzamentos, com uma distribuição de 4108 acidentes em cruzamentos e 4710 acidentes em segmentos de vias.

Acidentes

Os dados apresentados a seguir aplicam a segmentação dos acidentes por cruzamentos e segmentos de via de acordo com a obtenção das coordenadas de acidentes utilizando o software QGIS. Os dados de cruzamentos se referem à coordenada da intersesão das vias que se conectam obtidas a partir do WGIS utilizando o mapa oficial de logradouros da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Uma vez obtidas as coordenadas das intersesões foram gerados raios de quinze metros ao redor das mesmas e todos acidentes com coordenadas inseridas nos raios gerados foram considerados acidentes em cruzamento.

Totais

Uma vez georreferenciados e classificados os acidentes, procedeu-se com a segmentação dos dados por tipo de desfecho e acidente. Foram registrados 9141 em 2020, sendo que 323 não puderam ser georreferenciados for imprecisão na informação dos locais de ocorrência.

A primeira fase tratou de identificar espacialmente os locais de ocorrencia dos 8818 acidentes georreferenciados em 2020,

Acidentes com Vítimas

Foi realizada a identificação espacial dos locais de ocorrencia dos 3614 acidentes, identificando 56.86% acidentes com vítimas em segmentos de via e 43.14% acidentes com vítimas em cruzamentos.

Acidentes com Vítimas Fatais

Foi realizada a identificação espacial dos locais de ocorrencia dos 61 acidentes com vítimas fatais, identificando 59.02% acidentes com vítimas fatais em segmentos de via e 40.98% acidentes com vítimas fatais em cruzamentos.

Atropelamentos

Foi realizada a identificação espacial dos locais de ocorrencia dos 506 atropelamentos, identificando 61.07% atropelamentos em segmentos de via e 38.93% atropelamentos em cruzamentos.

Atropelamentos Fatais

Foi realizada a identificação espacial dos locais de ocorrencia dos 25 atropelamentos fatais, identificando 52% atropelamentos com vítimas fatais em segmentos de via e 48% atropelamentos com vítimas fatais em cruzamentos.

Acidentes com motocicletas

Foi realizada a identificação espacial dos locais de ocorrencia dos 2699 acidentes envolvendo motocicletas, identificando 55.32% acidentesem segmentos de via e 44.68% acidentes em cruzamentos.

Acidentes com bicicletas

Foi realizada a identificação espacial dos locais de ocorrencia dos 176 acidentes envolvendo bicicletas, identificando 56.82% acidentesem segmentos de via e 43.18% acidentes em cruzamentos.

Acidentes com Veículos de Transporte Coletivo de Porto Alegre

Foi realizada a identificação espacial dos locais de ocorrencia dos 307 acidentes envolvendo Coletivos de Porto Alegre, identificando 54.07% acidentesem segmentos de via e 45.93% acidentes em cruzamentos.

Acidentalidade no ano de 2020

A primeira etapa de análise dos dados no ano de 2020 consistiu em identificar os tipos de acidentes e suas frequências, bem como a diferenciação dos mesmos por desfecho e locais enquanto cruzamentos e segmentos de via. A segunda etapa desse trabalho se ocupa de identificar as ocorrências por regiões de ocorrência, faixas horárias e horas pico.

Inicialmente foram criados hexagonos de forma a definir um grid delimitando áreas homogêneas; posteriormente a cada hexagono foram atribuidos os acidentes correspondentes à sua área, gerando uma escala de cor associada com a frequencia de acidentes a cada elemento. Nessa disposição, os hexagonos com maior frequencia de acidentes se aproximam da área de calor vermelha, enquanto aqueles com menor índice de acidentes se localizam na área fria amarela.

Locais de ocorrência de acidentes

Ocorrências de acidentes com vítimas por tipo

Faixas horárias de ocorrência de acidentes com vítimas por tipo

Também foram analisadas as faixas horárias em que ocorrem acidentes com vítimas por tipo de acidente. Como pode ser visto no gráfico 7, os acidentes geralmente de distribuem em todas as faixas horárias do dia, com exceção daqueles com baixa frequência de ocorrências.

Ocorrências de acidentes com vítimas por faixa horária

Uma vez identificado que os acidentes com vítimas costumam ocorrer em todas as faixas horárias, procedeu-se com a análise da frequencia de acidentes por faixa horaria, esta análise permitiu identificar o incremento do número de ocorrências de acidentes com vítimas no pico da tarde (Gráfico 7). Dos 3768 acidentes com vítimas, 0 ocorreram no pico da manhã, correspondento a 0%, outros 0 ocorreram no pico do meio dia, correspondento a 0% e por fim, 0 ocorreram no pico da tarde, correspondento a 0%.

Tipos de acidentes com vítimas por pico

As análises também permitiram identificar um padrão da distribuição dos tipos de acidentes com vítimas nos diferentes picos. Destacando-se as ocorrências de abalroamentos, atropelamentos e colisões, ilustradas no gráfico 9.

Acidentes com vítimas durante picos

Embora a distribuição dos tipos de acidentes siga uma distribuição uniforme nos diferentes picos, o volume de ocorrências nos picos apresenta significativo acréscimo ao longo do dia, como pode ser visto no gráfico 10.

Acidentes fatais

Seguindo a abordagem realizada sobre os acidentes com vítimas, foram analisadas as faixas horárias em que ocorreram os 61 acidentes com vítimas fatais. Como pode ser visto no gráfico 11, os acidentes fatais geralmente de distribuem de maneira aleatória; muito em função do baixo número do ocorrências. Ainda assim, é possível perceber que as fatalidades advindas de choques acontecem no período noturno, enquanto que os atropelamentos fatais se distribuem ao longo da segunda metade do dia, se concentrado no pico da tarde; comportamento semelhante também pode ser identificado nos abalroamentos fatais.

Faixas horárias de ocorrência de acidentes fatais por tipo

Ocorrências de acidentes fatais por faixa horária

Os dados relativos aos 61 acidentes fatais do ano de 2020 demonstram que ocorreram 0 acidentes fatais no pico da manhã, correspondendo a 0%, enquanto que ocorreram 0 acidentes fatais no pico do meio dia, correspondendo a 0% e ainda, ocorreram 0 acidentes fatais no pico da tarde, correspondendo a 0% dos acidentes fatais.
Seguindo a distribuição dos acidentes com vítimas, os dados relativos aos acidentes fatais também apresentaram maior numero de ocorrências ao longo da segunda metade do dia (Gráfico 12).

Acidentes fatais durante picos

Relativamente aos tipos de acidentes, o gráfico 13 demonstra a significativa contribuição dos acidentes do tipo atropelamento na composição do conjunto de acidentes fatais. Os dados demonstram que os atropelamantos correspondem a 80% dos acidentes fatais nio pico da manhã, reproduzindo os mesmos 55% dos acidentes fatais no pico do meio dia e já no pico da tarde os atropelamentos correspondem a 31% dos acidentes fatais.

Acidentes com vítimas em 2020 e filas Waze

O mapa abaixo demonstra as regiões com maior intensidade de alertas de filas no aplicativo WAZE, acrescentando a localização dos 8818 acidentes georreferenciados ocorridos no ano de 2020.

OKR

OKR (Objectives and Key Results) é uma metodologia/filosofia de gestão muito utilizada por empresas no vale do Silício. De modo simplificado, pode se dizer que é uma fórmula para definir metas a partir de um objetivo qualitativo e indicadores quantitativos como “Eu vou” (Objetivo) “medido por” (conjunto de resultados-chave).

O OKR utiliza diferentes medidas, sendo pelo menos uma dada por um valor absoluto a ser maximizado ou minimizado (valor direto); pelo menos uma medida de quociente que forneça uma taxa (valor relativo); além de uma medida sustentabilidade/sobrevivência que consiste em indicar se o ambiente avaliado apresenta uma tendência virtuosa ou não (valor de tendência).

Utilizando esta filosofia, foi definido o objetivo de garantir a segurança dos deslocamentos, considerando seu impacto para o sistema e a importância do mesmo para a sociedade relativamente à preservação de vidas e garantia de segurança dos deslocamentos. O desempenho na busca por tal objetivo se desdobra em três indicadores abaixo referidos que servem de proxy para compreensão da dinâmica da acidentalidade.

Utilizou-se o OKR para monitorar os valores absolutos de acidentes fatais, uma medida de sustentabilidade dada pelo fator de severidade, e a taxa de acidentes com vítimas.

Para obtenção da medida de sustentabilidade realiza-se o cálculo do fator de severidade; onde acidentes sem vítimas recebem peso 1, acidentes com feridos peso 5 e acidentes fatais peso 13. O produto dos pesos pela frequência de ocorrências fornece o índice de severidade mensal por região, permitindo identificar a dinâmica de severidade local. Assim, se uma dada região inicialmente mantém o mesmo número de ocorrências, mas reduz o número de ocorrências com vítimas o índice de severidade acaba por diminuir, podendo reduzir ainda mais caso seja seguido da redução de ocorrências - tendência virtuosa.

\[ Fator\, de \, Severidade = (nº acidentes sem vítimas * 1)+(nº acidentes com feridos * 5)+(nº acidentes fatais * 13) \]

A taxa mensurada consiste da razão (acidentes com vítimas/ocorrências), que fornece a taxa de desfechos com vítimas a cada 100 acidentes. \[Taxa \, por \, 100 \, Acidentes = \frac{Acidentes com Vítimas}{nº total de acidentes}*100 \]

Resultados

O ano de 2020 foi um ano atípico, o que gerou reflexos no comportamento da acidentalidade. Nesse quadro, abril se caracteriza como o mês de 2020 com maior impacto dos efeitos da quarentena COVID-19, apresentando um comportamento bastante atípico.

Ao longo dos períodos analisados acidentes sem vítimas costumam se situar em torno de 60% das ocorrências, no entanto em abril os acidentes com vítimas representaram 54.% das ocorrências.

Em relacão aos acidentes com e sem vítimas, nos meses de janeiro a março a média mensal de acidentes registrados foi de 926, a média mensal de acidentes em 2020 foi de de 761 acidentes, enquanto que em abril foram registrados 379 acidentes, sendo 2 fatais e 205 com feridos (54%).

Os dados demonstram o quanto o início das ações de isolamento impactaram na segurança dos deslocamentos. O mês de abril apresentou redução de ocorrências, seguido do aumento da taxa de acidentes com vítimas: taxa de 54.51 acidentes com vítimas a cada 100, frente a uma taxa de 42.36 ao longo de 2020. Ao mesmo tempo em abril ocorreram 172 acidentes com danos materiais, quando a média mensal de acidentes com danos materiais em 2020 foi de 447 ocorrências.

Estes resultados ao apresentarem uma importante transição na distribuição de ocorrências fez com que a redução de acidentes com danos materiais reduzisse o fator crítico, dada a contribuicão aditiva desse tipo de ocorrência sobre o cálculo do fator crítico. Ao mesmo tempo que a contribuição incremental de acidentes sem vítimas sobre o fator crítico diminuiu em termos absolutos, a taxa de acidentes com vítimas apresentou uma elevacão de 28% em abril em relacão à média mensal de 2020.

Os dados apresentados podem ser resultado da redução do volume veicular circulante que contribiu para o aumento de velocidade e maior liberdade de manobra, o que gera um ambiente propício a ocorrência de acidentes de maior gravidade, elevando a taxa de acidentes com feridos.

Os dados demonstram que as quatro regiões de Porto Alegre contribuiram para o aumento da taxa de acidentes com vítimas em abril de 2020, sendo que a região sul apresentou uma taxa de acidentes com vítimas superior a 60%, reforcando a tendência de anos anteriores, quando a região sul apresentou maiores taxas de acidentes com vítimas.

OKR Porto Alegre

OKR por PCA

Região Norte

Região Centro

Região Leste

Região Sul