INTRODUÇÃO

Feminicídio é um termo baseado no crime de ódio relacionado ao gênero, definido como o assassinato de mulheres e qualquer tipo de violência entendida como aversão ao genêro, também conhecido como misoginia. No entanto a Lei do feminicídio (Lei13.104/15) do Código penal, não enquadra indiscriminadamente qualquer assassinato de mulheres como um ato de feminicídio, somente nos seguintes casos:

  • Violência doméstica ou familiar: Quando o crie é resultado da violência doméstica ou praticado junto a ela. Este é o mais comum no Brasil.
  • Desprezo ou discriminação contra a condição da mulher: Quando há discrimiação de genêro através da misoginia e objetificação da mulher

    Em razão do crescimento desses crimes cometidos contra as mulheres, quem fazem o Brasil ocupar o quinto lugar no ranking mundial de violência contra a mulher, houve a necessidade de uma lei que tratasse com rigidez esses tipos de casos. Dados do Mapa da Violência revelam que no ano de 2017 ocorreram mais de 60 mil casos de estupro no Brasil, tendo assim justificativas suficientes para implantação da lei.

OBJETIVO

Partindo do que foi descrito acima, este trabalho tem o intuito de explicitar o aumento singnificativo no número de casos de feminicídio no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro. Sendo assim, foram utilizadas informações presentes no banco de dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro, referente aos anos de 2016 a 2020. Os dados analisados serão os de tentativa de feminicídio, feminicídio e o ano em que ocorreram.

BANCO DE DADOS

O banco de dados trás informações sobre as tentativas e os casos propriamente ditos de feminicídio, durante nos anos de 2016 e 2020, fazendo uma análise mensal de todos os casos. A base contém 6877 objetos e 6 variáveis quantitativas.

BaseFeminicidioEvolucaoMensalCisp <- read.csv("C:/Users/dessa/Downloads/BaseFeminicidioEvolucaoMensalCisp.csv", sep=";")

METODOLOGIA

Apresentarei uma tabela com a média de tentativas de feminicídio e outra dos casos propriamente ditos. Em seguida para uma melhor vizualização, um histograma mostrando o crescimento desses casos e um boxplot, relacionando as variáveis e demonstrando o crescimento mensal e anual dos mesmos.

MÉDIA DOS CASOS DE FEMINICÍDIO

summary(BaseFeminicidioEvolucaoMensalCisp$ano)
##    Min. 1st Qu.  Median    Mean 3rd Qu.    Max. 
##    2016    2017    2018    2018    2019    2020
summary(BaseFeminicidioEvolucaoMensalCisp$feminicidio)
##    Min. 1st Qu.  Median    Mean 3rd Qu.    Max. 
## 0.00000 0.00000 0.00000 0.04464 0.00000 4.00000
summary(BaseFeminicidioEvolucaoMensalCisp$feminicidio_tentativa)
##    Min. 1st Qu.  Median    Mean 3rd Qu.    Max. 
##  0.0000  0.0000  0.0000  0.1707  0.0000  8.0000

Os dados apresentados mostram as médias dos casos de feminicídio e tentativas de feminicídio no Estado do Rio de Janeiro e o ano que houveram mais casos, durante os anos de 2016 e 2020.

VIZUALIZAÇÃO DE DADOS

hist(BaseFeminicidioEvolucaoMensalCisp$ano, col ="red",main = "Evolução Anual do Feminicídio" )

hist(BaseFeminicidioEvolucaoMensalCisp$mes, col = "blue",main = "Evolução mensal do Feminicídio")

Através da vizualização dos dados, podemos notar que no ano de 2018 houve o maior número de casos, mas que no entanto, os anos anteriores e os seguintes, também possuem um alto número de casos, apresentando pouca diferença entre eles.

CRUZANDO DADOS

O Boxplot será utilizado para cruzar os dados apresentados e representa-los numa melhor distribuição, visando uma perspectiva mais abrangente sobre o caráter dos dados.

boxplot(BaseFeminicidioEvolucaoMensalCisp$mes~BaseFeminicidioEvolucaoMensalCisp$ano, col= "pink")

Apartir da análise dos gráficos, notamos que um ano após a implementação da Lei do Feminicídio, no ano de 2015, há uma crescente de casos entre os meses de outubro e dezembro. Após o ano de 2016, a média de casos segue numa constância de crescimento, no qual só no ano de 2018 há um leve aumento no número de casos e por fim, o ano de 2020, que também segue na crescente, tendo somente como diferença os meses de incidências dos casos.

TESTE DE HIPÓTESE

Para avaliar se a estatística possui relevância, utilizamos o teste de hipóteses. Nesse caso o teste de correlação de Pearson, utilizado para medir o grau de associação entre duas variáveis quantitativas, no caso as variáveis “ano” e “mes”, e se esta é significativa.

ρ=0 Não há relação entre as variáveis ρ≠0 Existe associação entre as variáveis

Como a correlação é diferente de zero, as variáveis estão correlacionadas.

cor.test(BaseFeminicidioEvolucaoMensalCisp$mes,BaseFeminicidioEvolucaoMensalCisp$ano)
## 
##  Pearson's product-moment correlation
## 
## data:  BaseFeminicidioEvolucaoMensalCisp$mes and BaseFeminicidioEvolucaoMensalCisp$ano
## t = -16.135, df = 6875, p-value < 2.2e-16
## alternative hypothesis: true correlation is not equal to 0
## 95 percent confidence interval:
##  -0.2136878 -0.1681409
## sample estimates:
##        cor 
## -0.1910172

CONCLUSÃO

Mesmo com a Lei do feminicídio, como uma forma que caracterizar a violência que ocorre diariamente com a mulher, podemos concluir que ainda sim é uma prática que continuou crescendo ao longo dos anos. Esse é um problema de toda a nossa sociedade que naturaliza comportamentos machistas reafirmando toda uma carga oriunda da nossa cultura, do patriarcado e afins. No entanto, leis como essa são importantes para que as mulheres se sintam minimamente respaldadas diante de situações como essa e para que assim consigamos diminuir a incidência desses tipos de casos.