O ano de 2019 finalizou com a expectativa de continuadade nos projetos de reformas, controle fiscal e queda estrutural dos juros no Brasil. Com um crescimento baixo em 2019, sendo apenas 1,1%, esperava-se um movimento mais forte, dado o crescimento em variação percentual do CAGED e maior confiança e expectativa com as proposta apresentada pelo ministro da Economia.
Nesse atigo irei trazer como comportaram algumas variáveis da nossa economia, sendo eles o nosso produto, que sofreu uma grande queda no segundo trimestre e as atividades no varejo, onde também houveram setores que se beneficiaram com a digitalização e outros que tiveram seu consumo em larga queda.
O produto brasileiro sofreu uma grande queda, principalmente no segundo trimestre, onde foi intensificado a restrição de circulação de pessoas no país como um todo. Com o avanço do vírus, os lockdowns em diversas cidades fizeram com que parasse atividade econômica por um certo período, fazendo com que desacelerasse a economia como um todo. No terceiro trimeste - e último disponibilizado - houve uma recuperação econômica, no entato, abaixo da expectativa e ainda acumulando saldo negativo no ano.
Em relação ao segundo trimestre de 2020 o produto caiu cerca de 6% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, sinalizando como foi impactado a economia no momento mais acentuado de aumento de casos no Brasil.
Abaixo o produto com variação trimestral. Um tombo muito forte no segundo trimestre com os lockdowns feitos em grande parte do país que fez com que a produção desacelerasse.
A variação do segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre no ano de 2020 foi mais acentuado, justamente pelas medidas restrititivas que foram adotadas a partir de março.O produto caiu cerca de 7% no segundo semestre em comparação com o primeiro e uma recuperação de 10% no terceiro trimestre, conforme tabela abaixo:
O varejo brasileiro é um dos principais setores afetados pela crise do coronavirus, dado que com a restrição de pessoas, a massa de salários caindo, o varejo tende a ter uma redução do consumo e consequetemente lucros e volumes caem de forma mais intensa. Entretanto, existem alguns setores dentro do varejo, devido a necessidade básica ou a digitalização dos processos que conseguiram se manter e até elevar seus resultados. Abaixo trago dados inicialmente dos volumes negociados no varejo brasileiro.
O setor de hipermercados e supermercados não foram tão afetados como outros setores alimenticios, muito pelo contrário, houve um crescimento no volume transacionado durante a pandemia, dado também que entrou como setor básico, sendo assim, não interrompendo suas atividades. Abaixo adicionei uma tabela com o crescimento em forma de variação percentual mensal comparando os meses atuais com os mesmo do ano anterior.
O setor de móveis foi duramente afetado durante a pandemia, dado também que houve uma retração na demanda e uma atenção maior com as finanças voltada para produtos essenciais. O impacto mais forte foi em Abril, justamente onde existiu maiores restrições diante a pandemia onde o volume negociado teve um tombo em comparação ao mesmo mesmo do ano passado de 42,55%.
O setor de vestúarios também sofreu com as restrições e redução da demanda com itens fora do essencial - alimentação, saúde e etc - que fez com que no auge da crise houvesse uma queda de 79% em relação ao mesmo período de 2019. Em outubro o índice caiu 20% em relação ao mesmo período do ano passado, mostrando que ainda o setor ainda não se recuperou diante das circustâncias.
Um dos setores que surpreenderam em 2020 foi o de construção cívil, onde acumulou altas no volume negociado de materiais de construção, fazendo com que existisse escassez e por fim, os preços subissem, gerando uma inflação no setor. No momento mais forte da crise, o setor avançou 27% em abril, mostrando uma resiliência e confiança. O juros mais baixo é outra variável que vem influenciando o custo da dívida ser mais barata e incentivar esse tipo de setor. Em outubro, o volume negociado aumentou em 67%.
A economia brasileira sofreu um grande impacto devido a crise, com uma projeção de queda, segundo o boletim Focus de -4,5% no ano. Alguns setores, como por exemplo, hipermercados e construção foram os que menos sentiram os impactos da redução de demanda e restrições de pessoas. Por outro lado, setores menos ‘essenciais’ sofreram muito mais, acumulando quedas bruscas mensais, como por exemplo, móveis e vestuários. A massa salarial sofreu grande queda, sendo através do aumento do desemprego, como com os acordos de redução salarial. Com o fim do auxílio emergencial, é necessário observar como o varejo como um todo irá se adaptar a essa nova realidade e como será a recuperação econômica neste ano.