Em Cålculo I trabalhamos com funçþes de uma variåvel \(y = f(x)\) e o gråfico correspondente \(y = f(x)\), que Ê uma curva (no plano)
DomĂnio:\(D:[a,b]\)
Agora trabalharemos com funçþes de vårias variåveis. Muitas funçþes dependem de mais do que uma variåvel independente.Estas funçþes aparecem naturalmente na natureza, na economia e nos mais variados campos da ciência. Por exemplo:
A temperatura em um determinado ponto da terra depende da latitude, da longitude e a altitude, ou seja, depende de 3 variĂĄveis.
O lucro de um determinado produto, depende do custo da matĂŠria prima, do custo da mĂŁo de obra e em alguns casos de outros custos adicionais.
A ĂĄrea aproximada da superfĂcie do corpo de uma pessoa depende do seu peso e altura.
O volume de um cilindro circular reto depende de seu raio e a altura.
Todos estes exemplos representam funçþes de vårias variåveis. Assim, no último exemplo, temos que o volume do cilindro pode ser indicado por uma função de duas variåveis independentes \(r\) e \(h\), indicada por \(V=V (r,h)\), e cuja regra Ê \(V(r,h)= \pi \cdot r^{2} \cdot h\).
As funçþes reais de vĂĄrias variĂĄveis reais independentes sĂŁo definidas da mesma forma que as funçþes no caso de uma variĂĄvel. Os pontos no domĂnio sĂŁo pares ordenados (triplas, quĂĄdruplas, n-uplas) de nĂşmeros reais, e os valores na imagem sĂŁo nĂşmeros reais.
A terminologia e a notação para funçþes de duas ou mais variåveis são anålogas àquelas para funçþes de uma variåvel. Por exemplo, a expressão \(z = f (x, y)\) significa que \(z\) Ê uma função de \(x\) e \(y\) no sentido de que um único valor da variåvel dependente \(z\) Ê determinado especificando valores para as variåveis independentes \(x\) e \(y\).
Analogamente, \(w = f (x, y, z)\) expressa \(w\) como uma função de \(x\), \(y\) e \(z\) e \(u = f (x_{1}, x_{2}, . . . , x_{n})\) expressa \(u\) como uma função de \(x_{1}, x_{2},âŚ, x_{n}\).
DEFINIĂĂO : Uma função de duas variĂĄveis reais a valores reais ĂŠ uma função \(f:A\rightarrow B\), onde \(A \subset \mathbb{R}^{2}\). Uma tal função associa a cada par \((x, y) \in A\), um Ăşnico nĂşmero \(Ć( x, y ) \in \mathbb{R}\). O domĂnio ĂŠ todo o plano \(xy\) ou parte dele.
A superfĂcie ĂŠ um plano infinito, paralelo a \(x\),\(y\) e passando por \(z=5\).
Exemplo 02: Determine o domĂnio, o grĂĄfico e a imagem da função \(f(x,y)=\sqrt{9-x^{2}-y^{2}}\).
A imagem de \(f(x, y)\) ĂŠ o conjunto de valores que \(f(x, y)\) assume para \((x, y) \in D\). Pode ser obtida projetando o grĂĄfico \(z = f(x, y)\) no eixo dos \(z: I = [0, 3]\):
Exemplo 03: Descreva o domĂnio da função \(f(x,y)= \sqrt{y-x^{2}}\).
Solução: Uma vez que \(f\) ĂŠ definida somente onde \(y â x^{2} ⼠0\), o domĂnio ĂŠ a regiĂŁo fechada, nĂŁo limitada. A parĂĄbola \(y=x^{2}\) ĂŠ a fronteira do domĂnio. Os pontos acima da parĂĄbola compĂľem o interior do domĂnio.
Exemplo 04: meu livro do anton pĂĄgina 926
Estamos todos familiarizados com os mapas topogråficos (ou de contornos) nos quais uma paisagem tridimensional, tal como a extensão de uma montanha, estå representada por linhas de contorno bidimensionais ou curvas de elevação constante.
Suponha que o grĂĄfico de \(f(x, y)\) ĂŠ a superfĂcie da montanha do PĂŁo de Açúcar:
O mapa de contornos foi construĂdo passando planos de elevação constante pela montanha, projetando o contorno resultante sobre uma superfĂcie plana e classificando os contornos por sua elevação.
Note que o grĂĄfico de \(f(x, y)\) Ă volta dos cumes da montanha se parece com um parabolĂłide elĂptico (voltado para baixo), enquanto que o grĂĄfico de \(f(x, y)\) Ă volta do vale da montanha se parece com um parabolĂłide hiperbĂłlico (âselaâ). Podemos identificar isso tambĂŠm no Mapa de contorno.
Imagine que descemos a montanha da altura \(k = 200\) para \(k = 150\), ora pelo caminho \(1\), como ilustrado na figura acima, ora pelo caminho \(2\). Por qual dos caminhos o declive da montanha Ê maior? O declive Ê maior pelo caminho \(1\), pois descemos a mesma altura percorrendo uma distância menor.
Os mapas de contornos sĂŁo Ăşteis tambĂŠm para o estudo de funçþes de duas variĂĄveis. Se a superfĂcie \(z = f(x, y)\) for cortada pelo plano horizontal \(z = k\), entĂŁo todos os pontos da interseção tĂŞm \(f(x, y) = k\). A projeção dessa interseção sobre o plano \(xy\) ĂŠ denominada curva de nĂvel de altura k ou curva de nĂvel com constante k. Um conjunto de curvas de nĂvel para \(z = f(x, y)\) ĂŠ chamado de um esboço de contornos ou mapa de contornos de f.
Exemplo: Esboce o mapa de contornos de \(f(x, y)= 6-3x-2y\) usando as curvas de nĂvel de altura \(k = â6,0,6, 12\).
A seguinte figura apresenta o grĂĄfico da função \(f(x, y)= 6-3x-2y\)As curvas de nĂvel da função \(f(x, y)= 6-3x-2y\) para um certo \(k\) satisfazem
SĂŁo retas com inclinação \(-\frac{3}{2}\) e estĂŁo as curvas de nĂvel para os valores \(k = â6, 0, 6,12\) sĂŁo.
Exemplo: Esboce o mapa de contornos de \(f(x, y) = 4x^{2} + y^{2}\) usando as curvas de nĂvel de altura \(k = 0, 1, 2, 3, 4, 5\).
Se \(k = 0\), então o gråfico Ê o único ponto \((0, 0)\). Se \(k > 0\), podemos reescrever a equação como
que representa uma famĂlia de elipses com cortes no eixo \(x\) iguais \(a\pm \frac{\sqrt{k}}{2}\) cortes no eixo \(y\) iguais \(a\pm {\sqrt{k}}\) O mapa de contornos para os valores especificados de \(k\) ĂŠ
DEFINIĂĂO Uma função com trĂŞs variĂĄveis associa a cada tripla ordenada \((x,y, z) \in D \subseteq \mathbb{R}^{3}\) um Ăşnico nĂşmero real, denotado por \(f (x, y, z)\) .
ExemploO domĂnio da função \(f(x,y,z)=ln(zây)+xy \sin z\), ĂŠ o conjunto \(D=f(x,y,z) \in \mathbb{R}^{3}: z>y\)
Uma vez que os grĂĄficos de funçþes de trĂŞs variĂĄveis consistem em pontos \((x, y, z,f (x, y, z))\) em um espaço quadridimensional, nĂŁo podemos esboçå-los de maneira eficaz em nosso sistema tridimensional de coordenadas de referĂŞncia. Podemos ver como a função se comporta, entretanto, analisando suas superfĂcies de nĂvel tridimensionais.
Contudo, se \(k\) for consntante, entĂŁo o grĂĄfico da equação \(f(x,y,z)=k\) serĂĄ geralmente, uma superfĂcie no espaço tridimendional.
Exemplo: Descreva as superfĂcies de nĂvel de \(f(x,y,z)=(x^{2}+y^{2}+z^{2})\)
Solução: As superfĂcies de nĂvel tĂŞm equaçþes da forma \(x^{2}+y^{2}+z^{2}=k\),
-Se \(k>0\), o gråfico dessa equação Ê uma esfera de raio \(\sqrt{k}\) centrada na origem;
-Se \(k=0\), o grĂĄfico ĂŠ um Ăşnico ponto \((0,0,0)\);
-Se \(k<0\), nĂŁo hĂĄ superfĂcie de nĂvel, pois nĂŁo temos pontos \((x,y,z)\) que satisfaz a equação.