1 INTRODUÇÃO

Com a finalidade de realizar uma avaliação acerca dos multiplicadores de produção (e geradores) da economia brasileira a partir de uma perspectiva histórica, na presente atividade estruturou-se comparações entre os anos de 2010 à 2017. Cumpre ressaltar que a comparação temporal possui o potencial de demonstrar a alteração na função de produção do país no horizonte temporal avaliado.

Sob uma perspectiva metodológica, deve-se explicar que as tabelas de recursos e usos (TRU) disponibilizadas pelo IBGE para os supracitados períodos não apresentam os consumos intermediários a preços básicos, sendo necessário realizar um tratamento de modo a retirar os tributos e margens dos referidos consumos para, então, elaborar a matriz insumo-produto. Assim como descrito por Guilhoto e Sesso Filho (2005).

Como esse tratamento foge ao escopo da atividade, utilizou-se as matrizes de usos tratadas e disponibilizadas pelo Núcleo de Economia Regional e Urbana da Universidade de São Paulo - NEREUS e, com base nessas matrizes de usos, calculou-se os referidos multiplicadores do Tipo I (modelo aberto) e do tipo II (modelo fechado) para cada período (com as respectivas decomposições de efeitos).

2 VISÃO GERAL

Com base no exposto, foram calculados os multiplicadores para cada um dos 68 setores assim como representado no gráfico abaixo:

Pode-se depreender que em 2010 os 5 setores de maior multiplicador do modelo aberto (Tipo I) foram:

  • Abate e produtos de carne, inclusive os produtos de laticínio e da pesca;

  • Refino de petróleo e coquerias;

  • Outros produtos alimentares;

  • Fabricação de biocombustíveis;

  • Fabricação e refino de açúcar.

Em 2017, contudo, há uma alteração dos setores de maior multiplicador do modelo aberto (Tipo I):

  • Abate e produtos de carne, inclusive os produtos de laticínio e da pesca;

  • Fabricação de biocombustíveis;

  • Fabricação de automóveis, caminhões e ônibus, exceto peças;

  • Fabricação e refino de açúcar;

  • Outros produtos alimentares.

Já no que se refere aos maiores multiplicadores do modelo fechado (Tipo II), pode-se destacar em 2010:

  • Abate e produtos de carne, inclusive os produtos de laticínio e da pesca;

  • Serviços domésticos;

  • Outros produtos alimentares;

  • Fabricação e refino de açúcar;

  • Fabricação de biocombustíveis.

No que se refere ao ano de 2017 para os maiores multiplicadores do modelo fechado (Tipo II), tem-se um movimento similar:

  • Abate e produtos de carne, inclusive os produtos de laticínio e da pesca;

  • Fabricação de automóveis, caminhões e ônibus, exceto peças;

  • Fabricação de biocombustíveis;

  • Serviços domésticos;

  • Fabricação de produtos minerais não metálicos.

A decomposição dos multiplicadores nos efeitos direto, indireto, renda e total, é apresentada abaixo:

Os 5 setores de maior efeito indireto são:

  • Abate e produtos de carne, inclusive os produtos de laticínio e da pesca;

  • Refino de petróleo e coquerias;

  • Outros produtos alimentares;

  • Metalurgia de metais não ferrosos e a fundição de metais;

  • Fabricação de automóveis, caminhões e ônibus, exceto peças.

No que se refere aos efeitos renda:

  • Serviços Domésticos;

  • Educação Pública;

  • Saúde Pública;

  • Atividades de vigilância, segurança e investigação;

  • Educação Privada.

Um possível motivo para explicar a diferença entre os efeitos indireto e renda refere-se a maior porporção da renda (salários) gerados em relação ao valor agregado em cada um dos setores.

Abaixo são apresentados os geradores para valor agregado e impostos ao longo dos anos de 2010 à 2017:

Abaixo são apresentados os geradores para empregos ao longo dos anos de 2010 à 2017:

Abaixo são apresentados os multiplicadores para valor agregado e impostos ao longo dos anos de 2010 à 2017:

Abaixo são apresentados os multiplicadores para empregos ao longo dos anos de 2010 à 2017: