Temos dois tipos de fenômenos presentes na natureza: determinísticos e não determinísticos (ou aleatórios). Nos fenômenos determinísticos, os resultados são sempre os mesmos, qualquer que seja o número de ocorrências verificadas. (Existe uma regra geral, ou modelo que define esta regra, como por exemplo \(I = E/R\) (Lei de Ohm). Nos fenômenos não determinísticos, os resultados não são previsíveis (para cada ocorrência os resultados não são iguais). A estes fenômenos associamos um modelo ou regra não determinístico (ou estocástico), o qual será visto ao longo do curso.
Exemplo: Lançamento de uma moeda honesta; lançamento de um dado; retirada de uma carta de um baralho completo de \(52\) cartas (jogos de azar); determinação da vida útil de um componente eletrônico.
Exemplo: No lançamento de um dado o espaço amostral é o conjunto: \(\Omega = \left\{1,2,3,4,5,6\right\}\). E o evento “face voltada para cima é par” será \(A = \left\{2,4,6\right\}\).
Exemplo: Lançam-se dois dados simultaneamente e verifica-se as faces voltadas para cima. Determine o espaço amostral. Neste caso, cada evento é a reunião de dois pontos amostrais, e pode ser determinado por tabela de dupla entrada ou diagrama em árvore. Enumere os seguintes eventos: A: saída de faces iguais, B: saída de faces cuja soma seja igual a \(10\), C: saída de números primos.
Exemplo: Uma moeda é lançada duas vezes sobre a superfície plana. Em cada um dos dois lançamentos pode ocorrer cara (CA) ou coroa (CO). Determine o espaço amostral.
Exemplo: Três peças são retiradas de uma linha de produção. Cada peça é classificada em boa (B)ou defeituosa (D). Determine o espaço amostral.
Exemplo: Uma moeda é lançada sucessivamente até que apareça “Cara” pela primeira vez. Se ocorrer cara no primeiro lançamento o experimento termina. Caso contrário, ele termina após a primeira ocorrência de “Cara”. Determine o espaço amostral.
Neste caso, o espaço amostral é infinito enumerável, assim como o conjunto dos números naturais \(\mathbb{N}\)).
Exemplo: Temos interesse em contar o número de chamadas telefônicas que chegam a uma central durante um determinado intervalo de tempo. Determine o espaço amostral.
Neste caso, o espaço amostral também é infinito enumerável.
Exemplo: Observar o tempo de vida de uma lâmpada, em horas, como variável contínua. Determine o espaço amostral.
Neste caso, o espaço amostral é infinito e não enumerável (corresponde ao conjunto dos números reais não negativos).
Exemplo: Uma urna contém bolas numeradas de \(1\) a \(15\). Uma bola é retirada da urna e seu número anotado. Sejam \(A\) e \(B\) os seguintes eventos: A: o número da bola retirada é par; B: o número da bola retirada é múltiplo de \(3\). Determine o espaço amostral e os eventos \(A \cup B\), \(A \cap B\) e \(A^{c}\).
Figura 2: Representação gráfica de partição de um espaço amostral.
Dizemos que “\(A\) não está contido em \(B\)”, isto é, que \(A\subsetneq B\) se \(\exists x_0 \in A\) tal que \(x_0 \notin B\). - Eventos Disjuntos (também chamados de mutuamente exclusivos) Dois eventos \(A\) e \(B\) são denominados disjuntos, ou mutuamente exclusivos, se eles não podem ocorrer conjuntamente, ou seja, \(A \cap B = \emptyset\).
Sejam A, B e C eventos associados a um espaço amostral \(\Omega\). As seguintes propriedades são verdadeiras:
Primeiro denotamos no número de elementos de um conjunto \(A\) da seguinte forma:
\(n(A)\): -se “o número de elementos de \(A\)”,
ou também
\(\vert A \vert\): lê-se “o número de elementos de \(A\)”,
O princípio da inclusão / exclusão diz que: \[
n(A \cup B)=n(A)+n(B)-n(A\cap B).
\] Verificamos que:
*Tarefa: Interpretar o princípio da inclusão/exclusão através do Diagrama de Venn.
Cardinalidade:** A cardinalidade de um conjunto é o número de elementos deste conjunto:
\(n(A)\): lê-se “o número de elementos de A” ou “cardinalidade de A”.
Dizemos que os eventos \(A_1,A_2,\ldots,A_n\) formam uma partição do espaço amostral \(\Omega\) se as seguintes propriedades são satisfeitas:
Note que os eventos \(A_i,i=1,\ldots,n\) são disjuntos.
Figura 2: Representação gráfica de partição de um espaço amostral.
O Conjunto das partes de um conjunto \(A\) é o conjunto que contém todos os subconjuntos de \(A\) e é representado por \(\mathcal{P(A)}\). Logo, podemos escrever: \[ \mathcal{P(A)}=\{X,X \subset A\}. \]
Exemplo: - a)Se \(A=\{3\}\), os elementos das partes de A são: o conjunto vazio e o conjunto A. Logo:
\[
\mathcal{P(A)}=\{\emptyset,\{3\}\}.
\] Vale ressaltar que as seguintes afirmações são verdadeiras:
Tarefas: - b)Se \(A=\{5,7\}\), os elementos das partes de A são: \(\ldots\),
e podemos escrever \(\mathcal{P(A)}=\ldots\); - c)Se \(A=\{2,9,21\}\), os elementos das partes de A são: \(\ldots\),
e podemos escrever \(\mathcal{P(A)}=\ldots\);
Resultado de teoria de conjuntos: Se A é um conjunto finito com \(n\) elementos, então o conjunto das partes de A é composto por \(2^n\) elementos. Significa que um conjunto com \(n\) elementos possui \(2^n\) subconjuntos.
#install.packages("DT")
library(DT)
marca=c("A","B","C","A e B", "B e C","C e A","A, B e C","nenhuma das três")
n=c(109,203,162,25,41,28,5,115)
dados=cbind(marca,n)
datatable(dados,caption="Tabela 1: Resultados da Pesquisa",class = 'cell-border order-column compact hover')
Determine:
- a) O número de pessoas consultadas;
- b) O número de pessoas que só consomem a marca \(A\);
- c) O número de pessoas que não consomem as marcas \(A\) ou \(C\);
- d) O número de pessoas que consomem ao menos duas marcas.
O conjunto dos números naturais é utilizado em dados de contagem, como por exemplo: número de pessoas, número de plantas, número de animais, etc.
Notação: \(\mathbb{N}= \{0,1,2,3,\ldots\}\).
Caso especial:
Conjunto dos números naturais sem o zero \(\mathbb{N}^* = \{1,2,3,\ldots\}\).
Propriedade do Fechamento A adição no conjunto dos números naturais é fechada porque a soma de dois números naturais é sempre um número natural. O mesmo não acontece para a subtração.
Propriedade do Fechamento: A multiplicação no conjunto dos números naturais é fechada porque o produto de dois números naturais é sempre um número natural. O mesmo não acontece para a divisão.
O conjunto dos números inteiros é formado pelos elementos do conjunto \(\mathbb{N}\) e de seus elementos simétricos correspondentes. É utilizado em dados de temperatura, dados financeiros (acréscimos ou decréscimos), etc.
Notação \(\mathbb{Z}=\{\ldots,-3,-2,-1,0,1,2,3,\ldots\}\).
Casos especiais do conjunto \(\mathbb{Z}\)
Conjunto dos números inteiros não negativos: \(\mathbb{Z^+}=\{0,1,2,3,\ldots\}=\mathbb{N}\),
Conjunto dos números inteiros não positivos: \(\mathbb{Z^-}=\{\ldots,-3,-2,-1,0\}\),
Conjunto dos números inteiros não nulos: \(\mathbb{Z^*}=\{\ldots,-3,-2,-1,1,2,3,\ldots\}\).
Valem as mesmas operações definidas para os números naturais.
Propriedades adicionais: - a) Elemento oposto: \(a+(-a) = 0, \forall a \in \mathbf{Z}\), logo: - o oposto de \(a\) é \(-a\), - o oposto de zero é zero, - \(a\) e \(-a\) são números simétricos com relação ao zero (as distâncias de zero são iguais), - $a $: lê-se “módulo de \(a\)” é igual à distância de um número \(a\) até o zero,
Propriedade do Fechamento A adição, a subtração e a multiplicação no conjunto dos números inteiros são fechadas.
O conjunto ds números racionais consiste de todos os números que podem ser representados em forma de fração. Matematicamente, \[ \mathbb{Q}=\left\{x,x=\frac{a}{b},a \text{ e } b \in \mathbb{Z} \text{ e } b \neq 0\right\}, \] onde \(a\) é o numerador e \(b\) é o denominador.
Casos especiais do conjunto \(\mathbb{Q}\)
Conjunto dos números racionais não negativos: \(\mathbb{Q^+}\),
Conjunto dos números racinais não positivos: \(\mathbb{Q^-}\),
Conjunto dos números racionais não nulos: \(\mathbb{Q^*}\).
Valem as mesmas operações definidas para os números inteiros.
Propriedades adicionais
Propriedade do Fechamento A adição, a subtração, a multiplicação e a divisão (exceto divisão por zero) no conjunto dos números racionais são fechadas.
Dízima periódica simples: o período (algarismo que se repete) aparece após a vírgula. Exemplos:
Dízima periódica composta: há um ou mais algarismos entre a vírgula e o período. Temos a existência do antiperíodo. Exemplos:
Qualquer dízima periódica pode ser expressa na forma de uma fração com denominador
diferente de zero.
É uma forma de representar números muito grandes ou muito pequenos na forma de potências de base \(10\). Exemplo: - a) \(5.000.000 = 5 . 10^6\), donde a mantissa é igual a \(5\) e o expoente é igual a \(6\), - b) \(0,0000000021 = 2,1 . 10^{-9}\), donde a mantissa é igual a \(2,1\) e o expoente é igual a \(-9\).
A mantissa, em módulo, deve ser maior ou igual a \(1\), e menor do que \(10\),
O expoente, em módulo, é o número de casas decimais em que deslocamos a vírgula para a esquerda ou para a direita.
Dica Depois de encontrar a fração geratriz, efetue o cálculo da razão no caderno ou na calculadora e confira o resultado.
O conjunto dos números irracionais consiste dos números cujas representações decimais não são exatas e não são periódicas, ou seja, estes números não podem ser escritos sob forma de fração). Por exemplo:
O conjunto dos números \(\mathbb{R}\) é a união do conjunto dos números racionais \(\mathbb{Q}\) com o conjunto dos números irracionais \(\mathbb{I}\). Assim, temos:
\[ \mathbb{R} = \mathbb{Q} \cup \mathbb{I} \text{ e } \mathbb{Q} \cap \mathbb{I} = \emptyset. \]
Figura 3: Representação dos conjuntos numéricos.
Temos as seguintes relações:
Relação de ordem \(b>a \Leftrightarrow b - a >0\),
Propriedade da tricotomia Sejam \(a,b \in \mathbb{R}\), então uma e somente uma das afirmações é válida:
\[
a=b \text{ ou } a>b \text{ ou } a<b.
\] Deste modo, temos que a cada ponto da reta corresponde a um único número real.
Figura 4: Representação dos números reais na reta.
Casos especiais do conjunto \(\mathbb{R}\)
Conjunto dos números reais não negativos: \(\mathbb{R^+}\),
Conjunto dos números reais não positivos: \(\mathbb{R^-}\),
Conjunto dos números reais não nulos: \(\mathbb{R^*}\).
Valem as mesmas operações definidas para os números racionais.
Propriedade do Fechamento A adição, a subtração, a multiplicação e a divisão (exceto divisão por zero) no conjunto dos números reais são fechadas.
Propriedades adicionais
Sejam \(a,b \text{ e } c \in \mathbb{R}\), as seguintes afirmações valem:
Regras análogas valem para a relação “maior do que”.
Os intervalos da reta são subconjuntos de \(\mathbb{R}\) que podem ser limitados ou ilimitados.
Os intervalos limitados podem ser fechados, abertos ou semi-abertos, Assim, para quaisquer números \(a \text{ e } b \in \mathbb{R}\), com \(a \leq b\):
Os intervalos ilimitados podem ser semi-retas ou retas. Assim, para qualquer número \(a \in \mathbb{R}\):
Tarefa Representar cada um destes intervalos graficamente.
[3.] Escreva os intervalos na linguagem de conjuntos e represente na reta real:
Algumas vezes nos defrontamos com afirmações envolvendo os números naturais e a pergunta que surge é: será estas afirmações são verdadeiras sempre, ou seja, vale para qualquer número natural?
Exemplo: Será que estas afirmações são sempre verdadeiras?
Resposta Já adianto para o leitor que as afirmações acima são sempre verdadeiras. A seguir, veremos como provar a veracidade destas afirmações. Para tanto, utilizaremos o princípio da indução finita.
Quando uma afirmação é enunciada em termos de números naturais, o P.I.F. constitui um eficiente instrumento para demonstrar esta afirmação para o caso geral.
Vamos supor que temos uma série de soldadinhos de chumbo colocados em fila, que começa por um deles e prossegue indefinidamente. Nosso objetivo é - empurrando apenas um soldadinho - garantir que todos caiam. Como derrubar todos os soldados?
Para tanto, basta nos assegurarmos de que:
Assim, mesmo que a fila se estenda indefinidamente, podemos afirmar que todas os soldadinhos cairão.
###Descrição formal do P.I.F. Dada uma afirmação, ou proposição, geralmente denotada pela letra \(P\). Esta propriedade está em função de \(n\), com \(n \geq 1\) (os números naturais a partir do \(1\)). O P.I.F. consiste das seguintes etapas:
Concluídas as etapas I) e II), fica provado que a proposição \(P\) é verdadeira para qualquer número natural \(n \geq 1\).
Exemplo: Demonstre a propriedade “b)” do exemplo através do P.I.F.
Solução: A demonstração consiste das seguintes etapas:
Como as etapas I) e II) foram concluídas, fica provado que \(1+q+q^2+\ldots+q^n=\frac{1-q^{n+1}}{1-q}, \forall n \geq 1.\)
A análise combinatória envolve cálculos relacionados à contagem, que envolve a análise das possibilidades e das combinações possíveis entre um conjunto de elementos. A análise combinatória é largamente utilizada nos cálculos de probabilidades.
A Probabilidade é um campo da estatística e matemática que envolve calcular as chances de obter determinado resultado diante de um experimento aleatório. São exemplos um lançamento de dados ou a possibilidade de ganhar na loteria. A probabilidade (\(P\)) é igual à razão entre o número de eventos favoráveis (\(n_f\)) e o número de eventos possíveis (\(n\)): \[ P=\frac{n_f}{n}. \]
Quando um evento é composto por \(2\) etapas sucessivas e independentes, de tal modo que o número de possibilidades na primeira etapa é igual a \(n_1\) e o número de possibilidades na segunda etapa é igual a \(n_2\), então o número total de possibilidades \((n)\) é dado pelo produto \(n_1 \times n_2\): \[ n=n_1 \times n_2. \] Este raciocínio se extende para várias etapas sucessivas independentes: \[ n=n_1 \times n_2 \times \ldots \times n_m. \] Em resumo, no princípio fundamental da contagem, multiplica-se o número de opções entre as escolhas que lhe são apresentadas.
Exemplo: Jeniffer irá participar da promoção de uma loja de roupas que está dando um vale compras no valor de \(1.000,00\) reais. Ganhará o desafio o primeiro participante que conseguir fazer o maior número de combinações com o kit de roupas cedido pela loja. No kit temos: seis camisetas, quatro saias e dois pares de sapatos. De quantas maneiras distintas Jeniffer poderá combinar todo o vestuário do kit de roupas?
Pelo princípio fundamental da contagem, o total de possibilidades é dado pelo produto: \[\begin{eqnarray*}
\text{ n } &=& \text{ Total de camisetas $\times$ Total de saias $\times$ Total de pares de sapatos}\\
&=& n_1 \times n_2 \times n_3 = 6 \times 4 \times 2 = 48.
\end{eqnarray*}\]
Sendo \(n\) um número inteiro maior do que \(1\) (um), define-se fatorial de \(n\), à expressão: \[
n! = n\times (n-1) \times (n-2) \times \ldots \times 3 \times 2 \times 1, \text{ com } n \in \mathbb{N} \text{ e } n>1.
\] Casos especiais: \(0!=1\) e \(1!=1\) Exemplo: Efetuando cálculos com fatorial:
- a) \(4! = 4.3.2.1 = 24.\) donde lê-se: “fatorial de \(4\) é igual a \(24\)”;
- b) \(7! = 7.6.5.4.3.2.1 = 5040\) donde lê-se: “\(7\) fatorial é igual a \(5040\)”;
- c) \(2! = 2.1=2\) donde lê-se: “fatorial de \(2\) é igual a 2”.
Exemplo: Simplificando expressões com fatorial:
\(\checkmark\) Desenvolve-se o fatorial até poder “cortar” o numerador com denominador;
\(\checkmark\) A expressão com fatorial “vira” sem fatorial depois de simplificar.
- a)\(\frac{n!}{(n-3)!} = \frac{n . (n-1) . (n-2) . (n-3)!}{(n-3)!}=n . (n-1) . (n-2)\);
- b)\(\frac{(n+2)!}{(n+1)!} = \frac{(n+2)(n+1)!}{(n+1)!} = n+2\);
- c)\(\frac{(n+1)!-n!}{n!} = \frac{(n+1)n!-n!}{n!} = \frac{n![(n+1)-1]}{n!}=n\);
- d)\(\frac{(2n+2)!}{(2n+1)!} = \frac{(2n+2)(2n+1)!}{(2n+1)!} = 2n+2\).
Permutações são agrupamentos ordenados em que o número de elementos do agrupamento (\(n\)) é igual ao número de elementos disponíveis (\(n\)). Além disso, cada elemento do agrupamento aparece somente uma vez. A contagem do número de permutações é dada pela fórmula: \[ \begin{array}{lcl} P_n=n! &&\text{ donde lê-se: "O número de permutações de $n$ elementos é igual a $n!$." } \end{array} \]
Exemplo: De quantas modos \(6\) carros podem estacionar em um pátio com \(6\) vagas de garagem?
Primeiro modo, sem usar fórmula de permutação: O primeiro carro tem \(6\) opções para estacionar, o segundo \(5\), o terceiro \(4\), o quarto \(3\), o quinto \(2\) e o sexto apenas \(1\). Logo o número de possibilidades é \(6! = 6. 5. 4. 3. 2. 1 = 720\).
Outro modo, com fórmula de permutação: O número de possibilidades é dado por \(P_6=6!=720\).
Arranjos são agrupamentos ordenados em que os elementos são distintos e o número de elementos do agrupamento (\(p\)) é menor ou igual ao número de elementos disponíveis (\(n\)). A contagem do número de arranjos é dada pela fórmula: \[ A_{n,p}=\frac{n!}{(n-p)!} \text{ com $p \leq n$}, \] donde lê-se: “O número de arranjos de \(n\) elementos tomados \(p\) a \(p\) é igual a \(n!\) sobre \((n-p)!\)”
Exemplo: Um anagrama é uma combinação qualquer de letras. Quantos anagramas de \(4\) letras distintas podemos formar com um alfabeto de \(23\) letras?
Primeiro modo sem usar fórmula de arranjo: Queremos formar anagramas do tipo: VERIFICAR. Na primeira posição temos \(23\) opções de letras, na segunda \(22\), na terceira \(21\) e na quarta temos \(20\). Logo o número de possibilidades é \(23.22.21.20=212520\).
Outro modo, com fórmula de arranjo: \[
A_{23,4}=\frac{23!}{19!} = 23.22.21.20=212520,
\] donde lê-se: “O número de arranjos distintos de \(23\) elementos tomados \(4\) a \(4\) é igual a 212520.”
Logo o número de anagramas é igual a \(212520\). Por exemplo: Sendo as letras de A a Z sem considerar o K, Y e W, então temos \(23\) letras e os anagramas CALO, OLAC, PIRA, REZA, OLHA, OEMU são alguns dentre as \(212520\) opções disponíveis. Observe que não é sempre que um anagrama é uma palavra do dicionário em português.
Combinações são agrupamentos em que a ordem dos elementos não é importante. O número de elementos do agrupamento (\(p\)) é menor ou igual ao número de elementos disponíveis (\(n\)). Além disso, cada elemento do agrupamento aparece somente uma vez. A contagem do número de combinações é dada pela fórmula: \[ C_{n,p}=\frac{n!}{p!(n-p)!}, \text{ com $p \leq n$}, \] donde lê-se: “O número de combinações de \(n\) elementos tomados \(p\) a \(p\) é igual a \(n!\) sobre \(p!(n-p)!\)”.
Interpretação:
\(\checkmark\) Como a ordem dos elementos não é importante, então no denominador nós colocamos \(p!\); \(\checkmark\) \(p!\) é o número de permutações de \(p\) elementos; \(\checkmark\) significa que estamos descartando os agrupamentos que só diferem pela ordem dos elementos.
Exemplo: Quantos subconjuntos de \(3\) elementos possui o conjunto \(C=\{1,2,3,4,5\}\).
Resp.: Queremos subconjuntos do tipo: \(C_1=VERIFICAR\). Trata-se de combinação pois a ordem dos elementos não é importante, por exemplo \(\{1,2,3\}=\{1,3,2\}\). \[
C_{5,3}=\frac{5!}{3!(5-3)!}=\frac{5.4.3!}{3!2!}=\frac{5.4}{2.1}=10 \text{ subconjuntos. }
\] Fazendo a listagem dos subconjuntos, temos: \(C_1=\{1,2,3\},C_2=\{1,2,4\},C_3=\{1,2,5\},C_4=\{2,3,4\},C_5=\{2,3,5\},C_6=\{2,4,5\},C_7=\{1,3,4\},C_8=\{1,3,5\},C_9=\{1,4,5\},C_{10}=\{3,4,5\}\).
Exemplo:
- a) Em uma eleição para representante de turma, \(3\) alunos candidataram-se: Vanessa, Caio e Flávia. Quantos são os possíveis resultados dessa eleição?
Resp.: Trata-se de permutação pois a ordem (1º lugar, 2º lugar e 3º lugar) em que as pessoas aparecem é importante. \[
P_3=3!=6 \text{ resultados diferentes. }
\] - b) Quantos números de \(3\) algarismos distintos podemos formar com os dígitos \(7\),\(8\) e \(9\)?
Resp. Trata-se de permutação pois a ordem em que os números aparecem é importante. \[
P_3=3!=6 \text{ números de algarismos distintos. }
\] Fazendo a listagem dos números, temos: \(789, 798, 879, 897, 978, 987\).
Caso 2 Números de \(3\) algarismos que terminam com \(4\): devemos escolher \(2\) algarismos dentre \(4\) opções disponíveis (\(1\), \(2\), \(3\) e \(5\)). \[
A_{4,2}=\frac{4!}{2!} = 4.3 = 12 \text{ números}.
\] Então podemos formar \(24\) números diferentes. Os números \(1342\), \(1352\), \(3142\), \(3152\), \(1324\) e \(3124\) são alguns dentre as \(24\) opções disponíveis.
Permutações com elementos repetidos ocorrem quando alguns elementos que compõem o agrupamento aparecem de forma repetida. A contagem do número de permutações é dada pela fórmula: \[ \begin{array}{lcl} P_n(n_1,n_2,\ldots,n_k)=\frac{n!}{n_1! n_2! \ldots,n_k!} \end{array} \] donde lê-se: “O número de permutações de \(n\) elementos sendo \(n_1\), \(n_2\), ,\(n_k\) elementos repetidos é igual a \(n!\) sobre o produto dos fatoriais de \(n_1\) até \(n_k\)”.
Exemplo: Quantos anagramas são possíveis formar com a palavra CASA?
Resp. A palavra CASA possui: \(4\) letras \((n=4)\) e duas vogais que se repetem \((n_1=2)\). \[
P_4(2)=\frac{4!}{2!} = 4.3 = 12 \text{ permutações com 4 letras sendo 2 letras aparecendo de forma repetida }.
\] Logo temos \(12\) anagramas possíveis. Fazendo a listagem dos anagramas, temos: CASA, ACSA, ASCA, ASAC, SCAA, CSAA, AASC, AACS, CAAS, SAAC, SACA e ACAS.
Interpretação do exemplo
\(\checkmark\) Como há \(2\) A’s repetidos temos que dividir pelo número de permutações destes dois A’s; \(\checkmark\) significa que estamos descartando os anagramas em que as letras A e A se permutam.
Arranjos com repetição ocorrem quando a seleção dos elementos para compor o agrupamento é feita com reposição. Um exemplo clássico é o problema da urna com bolinhas numeradas, em que ao pegar uma bolinha nós anotamos o número e devolvemos a mesma para a urna, para que esta tenha a chance de ser selecionada novamente. A contagem do número de arranjos é dada pela fórmula: \[ AR_{n,p}=\underbrace{n.n \ldots n}_{\text{ p vezes } } = n^p, \] e lê-se: “O número de arranjos com repetição de \(n\) elementos tomados \(p\) a \(p\) é igual a \(n\) elevado a \(p\)”.
Exemplo: a) Qual é o número total de anagramas que podemos formar juntando três letras quaisquer de um alfabeto de \(23\) letras?
Resp. O número total é \(23^3=12167\) anagramas, começando com AAA e terminando com ZZZ.
Em um baralho de 52 cartas, cinco cartas são escolhidas sucessivamente. Quantas são as seqüências de resultados possíveis (sendo a ordem importante):