Trabalho de demonstração de aprendizado no R.

Introdução

O presente trabalho busca analisar a distribuição dos estabelecimentos de saúde públicos no estado da Paraíba. O recorte espacial geográfico utilizado são as Mesorregiões, classificação dado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo a Paraíba dividia em quatro mesorregiões: Sertão Paraibano, Borborema, Agreste Paraibano e Mata Paraibana. O trabalho tem como objetivo principal realizar uma distribuição espacial por estabelecimento de saúde através das mesorregiões. Os dados que são utilizados para analisar a distribuição dos estabelecimentos de saúde pública no estado da Paraíba, tais como: número de unidades de saúde, número leitos UTI e número dos óbitos; foram obtidos na base de dados DATASUS.

Processamento dos Dados

1.1 Instalar e carregar os pacotes necessários para a manipulação dos dados

Para manipularmos a base de dados em questão utilizaremos o pacote tidyverse

install.packages("tidyverse", repos = "http://cran.us.r-project.org")
## Installing package into 'C:/Users/lagof/Documents/R/win-library/4.0'
## (as 'lib' is unspecified)
## package 'tidyverse' successfully unpacked and MD5 sums checked
## 
## The downloaded binary packages are in
##  C:\Users\lagof\AppData\Local\Temp\RtmpMraix6\downloaded_packages
library(tidyverse)
## -- Attaching packages ------------------------------------------------------------------------------------------- tidyverse 1.3.0 --
## v ggplot2 3.3.2     v purrr   0.3.4
## v tibble  3.0.1     v dplyr   1.0.0
## v tidyr   1.1.0     v stringr 1.4.0
## v readr   1.3.1     v forcats 0.5.0
## -- Conflicts ---------------------------------------------------------------------------------------------- tidyverse_conflicts() --
## x dplyr::filter() masks stats::filter()
## x dplyr::lag()    masks stats::lag()

1.2 Criando o diretório de trabalho

As variáveis são classificadas da seguinte maneira:

setwd("C:/Users/lagof/Desktop/ICDE")

Data_estabelecimentos <- read.csv2("C:/Users/lagof/Desktop/ICDE/Base_saude.csv", encoding = "UTF-8")

knitr::kable(x = head(Data_estabelecimentos))
X.U.FEFF.municipio meso unidade_saude populacao leitos mortes
Água Branca Sertão Paraibano 17 10234 0 63
Aguiar Sertão Paraibano 12 5640 0 28
Alagoa Grande Agreste Paraibano 27 28496 0 173
Alagoa Nova Agreste Paraibano 20 20849 0 139
Alagoinha Agreste Paraibano 19 14489 0 105
Alcantil Borborema 11 5492 0 31

1.3 Análise das variáveis

A base de dados é composta das seguintes variáveis:

  • municipio = Nome do município.
  • meso = mesorregião geográfica de acordo com a classificação do IBGE.
  • unidade_saude = Número de unidades de saúde pública por município.
  • leitos = Número de leitos de UTI por município.
  • mortes = Número de óbitos por município de residência.

As variáveis são classificadas da seguinte maneira:

glimpse(Data_estabelecimentos)
## Rows: 223
## Columns: 6
## $ X.U.FEFF.municipio <chr> "Água Branca", "Aguiar", "Alagoa Grande", "Alago...
## $ meso               <chr> "Sertão Paraibano", "Sertão Paraibano", "Agreste...
## $ unidade_saude      <int> 17, 12, 27, 20, 19, 11, 4, 21, 8, 11, 20, 14, 27...
## $ populacao          <int> 10234, 5640, 28496, 20849, 14489, 5492, 2567, 19...
## $ leitos             <int> 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, ...
## $ mortes             <int> 63, 28, 173, 139, 105, 31, 19, 123, 6, 70, 99, 1...

2 Análise dos dados

2.1 Distribuição populacional nas mesorregiões

A distribuição da população da Paraíba de acordo com a classificação de mesorregião é ilustrada no gráfico a seguir:

Data_estabelecimentos %>% 
  ggplot() +
  geom_col(aes(x = meso, y = populacao)  ) +
  labs(x= "Mesorregião", y= "População")+
  ggtitle("População por Mesorregião") +
  theme_minimal()

Este gráfico demonstra a relação população por mesorregião. Pode-se visualizar através deste gráfico, o maior destaque para as populações das mesorregiões do Agreste paraibano e da Mata, regiões que contêm as duas maiores cidades do Estado da Paraíba, ou seja, João Pessoa e Campina Grande. E também regiões que concentram o maior contingente populacional do Estado. E sertão paraibano por sua vez, tem a maior distribuição territorial, e justamente por conta deste detalhe, armazena-se nesta região o maior número de cidades alocados nas 4 mesorregiões do Estado da Paraíba.

2.2 Unidades de saúde

Visualizando a distribuição das unidades de saúde por mesorregião.

Data_estabelecimentos %>% 
  ggplot() +
  geom_col(aes(x = meso, y = unidade_saude)  ) +
  labs(x= "Mesorregião", y= "Número de unidades de saúde")+
  ggtitle("Unidades de Saúde por Mesorregião")+
  theme_minimal()

Neste gráfico podemos observar a distribuição dos números de unidades de saúde por mesorregião, pode-se justificar o Agreste paraibano com o maior número de postos de saúde por ser uma região populosa e que contém um número maior de cidades, apesar de ser menor que o número de cidades do Sertão paraibano, região que tem o maior número de municípios, tal relação se reflete no número elevado de estabelecimentos de saúde. Já em relação a região da mata paraibana, onde se concentra o maior contingente populacional do estado da Paraíba, este por sua vez ficou em segundo, justificado, pela relação município estabelecimento.

2.3 Leitos de UTI no estado da Paraíba

Para entendermos a disponibilidade de acesso aos serviços de saúde públicas para a população paraibana em cada mesorregião, mais especificamente como estão distribuídos os leitos de UTI.

Data_estabelecimentos %>% 
  ggplot() +
  geom_col(aes(x = meso, y = leitos)) +
  labs(x= "Mesorregião", y= "Leitos de UTI")+
  ggtitle("Gráfico 2: Leitos de UTI na Paraíba")+
  theme_minimal()

No gráfico 2, fica evidente a maior concentração de leitos de UTI na região de Mata Paraibana. As regiões do Agreste e Sertão Paraibano são as regiões que possuem mais de 1 milhão de habitantes, mas possuem pouca disponibilidade de leitos de UTI, apontando a fragilidade do sistema de saúde para atender casos de maior complexidade. A piora na mesorregião da Borborema que não dispõe de nenhum leito, revelando a baixa capacidade de cuidados emergenciais e a vulnerabilidade de seus habitantes em casos de atendimentos que necessitem de cuidados imediatos.

2.4 Taxa de mortalidade

Outra variável fundamental para a análise é a taxa de mortalidade, que é calculada da seguinte forma:

  • TM= Mortalidade/população total

    Dessa forma criaremos a variável taxa_mortalidade do seguinte modo:

Data_estabelecimentos %>% 
select(unidade_saude, populacao, meso, mortes) %>% 
mutate(taxa_mortalidade = mortes/populacao) %>% 
        mutate(taxa_mortalidade = replace_na(taxa_mortalidade, 0)) %>% 
        mutate_at(vars(-meso), funs(round(., 7))) %>%   
        mutate(taxa_per = taxa_mortalidade)  %>% 
        ggplot() +
  geom_col(aes(x = meso, y = taxa_per)) +
  labs(x= "Mesorregião", y= "Óbitos por mil habitantes")+
  ggtitle("Taxa de Mortalidade por mil habitantes")+
  theme_minimal()

Este gráfico mostra a distribuição da taxa de mortalidade por mil habitantes, assim, a região que tem a maior taxa de mortalidade por mil habitantes é a região do Agreste Paraibano e a região do Sertão Paraibano, neste caso, o presente trabalho procurou explorar a concentração de mortes. Lembrando que não reflete, a total realidade do Estado da Paraíba, por levar em consideração somente as mortes por mil habitantes de forma absoluta, ou seja, a região da Mata Paraibana. Tanto a região do Agreste e o Sertão Paraibano não apresentam números significativos de leitos de UTI em relação ao número de habitantes, indicando uma correlação entre taxa de mortalidade e leitos de UTI , o que aponta um sistema de saúde mais precário em relação a Mata Paraibana, porém, deve-se buscar mais dados, como indicadores de violência, para se ter um resultado mais preciso. Em suma, o que o gráfico refletiu, foi uma disparidade na taxa de mortalidade das regiões que tem o menor número de habitantes, entre as 4, que neste caso, foram as mesorregiões do Agreste Paraibano e do Sertão Paraibano.

Conclusão

O presente trabalho, buscou através de dados locacionais do número de estabelecimentos de saúde distribuídos pelo Estado da Paraíba, realizar uma conexão e divisão entre as mesorregiões do Estado, que no Estado estudado é dividido em quatro grandes mesorregiões, a do Agreste paraibano, a do Sertão Paraibano, Borborema e pôr fim a Mata Paraibana. Além desta distribuição espacial, o presente trabalho também procurou realizar outras análises, como a taxa de mortalidade por mil habitantes por mesorregião, a relação de distribuição de estabelecimentos de saúde por mil habitantes e uma relação entre a população de cada mesorregião. Portanto, como resultados principais do trabalho, pode se observar que a região onde se concentra a maior população do Estado é a região da mata paraibana, seguida pelo agreste. regiões estas que estão mais próximas do litoral. Em relação aos resultados a distribuição do número de estabelecimentos de saúde, pode notar que a região do Agreste se destacou nesta análise, tendo a maior concentração do número de unidades de saúde. Agora a maior surpresa no presente trabalho se deu na análise de distribuição de estabelecimentos por mil habitantes, onde a mesorregião do Sertão Paraibano teve maior concentração neste dado. Tendo todas as suas análises concluídas de demonstrada com sucesso, o presente trabalho conseguiu atingir seus objetivos, mostrando que o estudo deve ser aprofundado, para que a distribuição de estabelecimentos de saúde seja de certa forma mais igualitárias de acordo com a necessidade da população do Estado da Paraíba.