O mercado de trabalho brasileiro tem sido caracterizado, desde 2014, por altas taxas de desemprego. Essa situação, contudo, é distribuída desigualmente pelo território nacional. Alguns destaques do 3º trimestre de 2019:
A Bahia apresenta a maior taxa de desemprego, 16,8%, sendo seguido pelo Amapá (16,7%);
Os estados do Norte e Nordeste, de forma geral, apresentam as maiores taxas de desemprego, enquanto os estados do Sul têm obtido melhores resultados, sendo o estado o de Santa Catarina o que apresenta o melhor resultado (5,8%).
O Maranhão teve uma taxa de desemprego de 14.1% no 3º trimestre de 2019, estando no grupo que apresenta as mais altas taxas do país.
Santa Catarina, no Sul, apresenta taxa de desocupação próxima ao pleno emprego, de 5,8%, sendo o estado com a menor taxa de desemprego do país.
A população em situação de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas no Maranhão teve um aumento no 3º. trimestre de 2019, tendência observada desde o primeiro trimestre do ano. Com isso, mais 46 mil pessoas passaram a estar nessa situação no 3º trimestre de 2019.
O número de pessoas desocupadas no Maranhão, portanto, teve uma redução que foi acompanhada pelo aumento de pessoas em situação de insuficiência de horas trabalhadas, um reflexo da crise por que passa o país.
As tendências encontradas nos dados para o Estado do Maranhão mostram que:
O comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas continua a ser o principal setor a ocupar a população no Maranhão, tendência observada em toda a série histórica da Pnad Contínua.
A administração, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais é o segundo setor que mais gera ocupação no Maranhão, característica estrutural do Estado.
A agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura teve o número de pessoas ocupadas no setor reduzido drasticamente desde 2012, com a eliminação de 419mil ocupações. Apesar disso, ainda é o 3º setor responsável pelo maior número de ocupados no Estado. Como o setor é importante para amortecer a vulnerabilidade alimentar, é importante análises mais detidas sobre as transformações estruturais que estão ocorrendo no campo maranhense.
O setor da construção ainda é um dos principais a gerar ocupação no estado, apesar da forte crise no setor, como mostrado em nosso relatório especial sobre o setor.
Verifica-se que os empregados no setor privado representam, no 3º trimestre de 2019, o maior contingente de pessoas ocupadas no estado desde 2017, com 841 mil pessoas. Esse número, contudo, inclui os ocupados no setor privado que não possuem vínculo de trabalho formal (com carteira) .
Os ocupados no setor privado sem carteira chegaram a 421 mil, número praticamente igual ao dos ocupados no setor privado com carteira, que no 3º trimestre de 2019 eram 420 mil, ou seja, quase 50% dos ocupados no setor privado não possuem vínculo formal de trabalho.
O contingente de trabalhadores por conta própria representa o segundo maior grupo, com 752 mil pessoas.
A Administração Pública, com 380 mil ocupados no setor, é um dos mais importantes empregadores, seja com vínculos estatutários ou outras modalidades de contratação.