Feminicídios no Brasil

Feminicídio é o homicídio cometido contra mulheres que é motivado por violência doméstica ou discriminação de gênero.

Objetivos e hipóteses

  1. Temos como o principal objetivo no nosso trabalho analisar, através do banco de dados, as taxas dos casos de feminicídio e tentativas ao longo dos meses nos últimos anos para provar a hipótese de que as mesmas vem sofrendo alterações ao passar do tempo.

  2. Além disso,

Descrição detalhada do conjunto de dados

  • Cisp: o centro integrado de segurança pública, onde cada uma dessas ocorrências foram registradas;
  • Ano: ano em que foi registrado a ocorrência;
  • Mês: período mensal o qual foi registrada a ocorrência;
  • Feminicídio: quantidade de ocorrências de crime de feminicídio;
  • Feminicidio tentativa: ocorrências de tentativas de crime de feminicidio;
  • Fase: São 3 fases: 1) aumento de tensão: as tensões acumuladas no cotidiano, as ameaças pelo agressor criam na vítima uma sensação de perigo eminente. 2) ataque violento: o agressor maltrata física e psicolagicamente a vítima; estes maus-tratos tendem a escalar na sua frequência e intensidade. 3) lua-de-mel: o agressor envolve agora a vítima de carinho e atenções, desculpando-se pelas agressões e prometendo mudar (nunca mais voltará a exercer violência). Há um ciclo que se carcteriza pela sua repetição sucessiva ao longo de meses ou anos, podendo ser cada vez menores as fases da tensão e de apaziguamento e cada vez mais intensa a fase do ataque violento. Usualmente este padrão de interação termina onde antes começou. Em situações limite, o culminar destes episódios poderá ser o homicídio.

Número de observações

São 4960 linhas que representam os feminicídios ou tentativa de feminicídio.

Fonte dos dados

É o 6º documento.

http://www.ispdados.rj.gov.br/CrimesVida.html

## Parsed with column specification:
## cols(
##   cisp = col_double(),
##   vano = col_double(),
##   mes = col_double(),
##   feminicidio = col_double(),
##   feminicidio_tentativa = col_double(),
##   FASE = col_double()
## )

Métodos utilizados

  • Primeira análise: Feminicídios por ano


Tal gráfico representa cada observação obtida em uma escala horizontal, permitindo uma melhor visualização dos dados ao longo do eixo. O gráfico de linhas representado é normalmente utilizado para se possuir um maior controle em alterações ao longo do tempo e para facilitar a identificação de tendências e anomalias.

Em tal gráfico, temos uma visualização dos dados ao longo do eixo e assim podemos afirmar que em 2016 houve uma baixa (16 casos) no número de feminicidios ocorridos em relação aos anos seguintes. Há no ano de 2017 um aumento de 52 casos em relação ao ano anterior e isso prossegue até o fim do ano de 2018, que registra 71 casos, porém é possível visualizar que no ano de 2019 houve uma redução de 16 casos, mesmo que tal ano ainda não tenha se encerrado.


  • Segunda análise: Tentativas de feminicídios por ano


Com o gráfico de linhas relacionando tais variáveis, há uma maior facilidade na interpretação de uma forte tendência de aumento dos casos no ano de 2016 até o ano de 2018 e uma redução no ano de 2019.

Tem um número baixo (53 casos) no ano de 2016 e logo em 2017 um aumento de mais de 100% nos casos de tentativas, registrando 248 casos de tentativas de feminicídio. Já em 2018 o número de casos continua crescendo, mas de uma forma mais gradativa e não acelerada com 288 casos registrados. E em 2019, embora o ano não tenha de encerrado ainda, o número de casos sofre uma baixa redução apresentando 241 casos.

  • Terceira análise: Tabela
##   Category V1  V2
## 1     2016 16  53
## 2     2017 68 248
## 3     2018 71 288
## 4     2019 55 241

Tabelas em geral são arranjos sistemáticos de dados numéricos dispostos de forma (colunas e linhas) para fins de comparação. A apresentação em formas de tabela deve expor os dados de modo fácil e que deixe a leitura mais rápida. Nesse sentido, a tabela acima possui em sua primeira coluna os anos, segunda coluna os total dos casos de feminicídio e na terceira, o total de casos de tentativas de feminicídios.

Nessa tabela, é possível visualizar no ano de 2016 uma baixa no número de feminicídios ocorridos em relação aos anos seguintes (2017, 2018 e 2019). Já no ano de 2017 vemos que há um aumento significativo de 52 casos em relação ao ano anterior. No ano de 2018, ainda é possível visualizar um cenário de aumento, porém apenas com 3 casos a mais que o ano anterior. Já no ano de 2019, embora não tenha se encerrado, apresentou uma baixa nos números de feminicídios ocorridos com 55 casos.

Além disso, os dados apresentados nos gráficos anteriores estão resumidos e agrupados na tabela acima, permitindo, assim, a visualização da situação dos casos de feminicídio e de tentativas de feminicídio para análise.

  • Quarta análise: Teste de hipótese - Correlação

É um método estatístico para que se possa medir as relações entre as variáveis e o que elas representam e o qual essas variáveis tendem a mudar juntas. Tal coeficiente procura compreender como uma variável se comporta em um cenário onde outra está variando, visando identificar se existe alguma relação entre a variabilidade de ambas.

  1. Correlação entre o número de feminicídios ocorridos por mês:

Com tal coeficiente de -0.005283321, é possível afirmar que a relação entre as variáveis não existe, já que esse se aproxima de zero.

## [1] "cisp"                  "vano"                  "mes"                  
## [4] "feminicidio"           "feminicidio_tentativa" "FASE"
## Warning in cor.test.default(feminicidio$feminicidio, feminicidio$mes,
## method = "spearman"): Cannot compute exact p-value with ties
## 
##  Spearman's rank correlation rho
## 
## data:  feminicidio$feminicidio and feminicidio$mes
## S = 2.0432e+10, p-value = 0.7099
## alternative hypothesis: true rho is not equal to 0
## sample estimates:
##          rho 
## -0.005283321
  1. Correlação entre o número de tentativas de feminicídios por mês:

Como os índices acima, tal demonstra também uma fraca relação entre as variáveis, pois seu índice é de -0.002451583, ou seja, aproxima-se de zero.

## [1] "cisp"                  "vano"                  "mes"                  
## [4] "feminicidio"           "feminicidio_tentativa" "FASE"
## Warning in cor.test.default(feminicidio$feminicidio_tentativa,
## feminicidio$mes, : Cannot compute exact p-value with ties
## 
##  Spearman's rank correlation rho
## 
## data:  feminicidio$feminicidio_tentativa and feminicidio$mes
## S = 2.0375e+10, p-value = 0.863
## alternative hypothesis: true rho is not equal to 0
## sample estimates:
##          rho 
## -0.002451583
  1. Correlação entre os casos de feminicídios ocorridos e tentivas do mesmo:

Como todos os índices demonstrado esse não é diferente e nos apresenta um índice de 0.0889861, ou seja, uma relação inexistente entre as variáveis.

## [1] "cisp"                  "vano"                  "mes"                  
## [4] "feminicidio"           "feminicidio_tentativa" "FASE"
## Warning in cor.test.default(feminicidio$feminicidio,
## feminicidio$feminicidio_tentativa, : Cannot compute exact p-value with ties
## 
##  Spearman's rank correlation rho
## 
## data:  feminicidio$feminicidio and feminicidio$feminicidio_tentativa
## S = 1.8516e+10, p-value = 3.445e-10
## alternative hypothesis: true rho is not equal to 0
## sample estimates:
##       rho 
## 0.0889861

Conclusão

Diante dos gráficos e tabela vistos acima, é possível perceber que as tentativas de feminicídios são mais recorrentes do que o feminicídio realmente ocorrido. Apesar disso, infelizmente, as mesmas ferem muitas mulheres e deixam sequelas tanto físicas quanto emocionais. Felizmente, de 2018 para esse ano tanto as tentativas quanto os feminicídios tiveram suas taxas reduzidas, contudo, ainda falta muito para chegar no ideal, isto é, um total de zero tentativas e zero feminicídios ocorridos.