Todos os anos, os terremotos causam devastação maciça e milhares de mortes, e ainda estamos longe de poder prever quando eles ocorrerão. Os Terremotos recentes no Haiti são outro lembrete de como de repente e inesperadamente eles podem atacar.
Por sua natureza, os terremotos são um fenômeno súbito, então a ciência de prevê-los é complexa. Durante anos, os cientistas têm trabalhado na elaboração de métodos para analisar terremotos na busca de minimizar seus danos. O risco está sempre presente, seja ele severo ou dificilmente detectável, e deve, portanto, ser gerenciado.O terremoto de 12 de janeiro de 2010 no Haiti foi uma forte lembrança disso. Agora é hora de construir o futuro incorporando princípios proativos de gerenciamento de riscos.
Não se trata apenas de prever se um terremoto acontecerá é importante, mas onde estará seu epicentro e quão grave ele será.
A identificação e análise de riscos ajudam a esclarecer como os perigos sismicos se manifestam, assim como sua intensidade e distribuição espaço-temporal. Além disso, esses processos facilitam a avaliação da vulnerabilidade ao risco e como ele se desenvolve, aumenta e, além disso, fornece informações sobre como a vulnerabilidade pode ser reduzida e diminuir perdas em vida humana e material.
O objetivo principal desse estudo é identificar as regiões mais expostas ao risco sísmico.Informações que serão importantes para tomadas de decisões em relação a construções sismo-resistentes de uma certa localidade.
Analisar as principais caracteristicas dos terremotos que aconteceram, isto é, verificar: correlação entre a sua magnitude e tipo de magnitude, correlação entre a pronfundidade do sismo e a magnitude, correlação entre a tipo de magnitude e a profundidade do terremoto.
Para a elaboração das análises, foi necessario a utilização de uma base de dados contendo os terremotos que ocorreram entre janeiro de 1950 a dezembro de 2018. Esses dados foram obtidos atráves da USGS, uma instituição cientifica multidiciplinar e imparcial que se dedica aos estudos dos recursos naturais e os desastres naturais.
Foi utilizado o programa R para elaboração das análises através de gráficos: Boxplot: ferramenta gráfica para representar a variação de dados observados de uma variável numérica por meio de quartis. Histograma: distribuição de frequências, é a representação gráfica em colunas ou em barras de um conjunto de dados previamente tabulado e dividido em classes uniformes ou não uniformes. Mapas :uma representação visual de uma região. Testes de Hipoteses: é um procedimento estatístico que permite tomar uma decisão (aceitar ou rejeitar a hipótese nula Ho) entre duas ou mais hipóteses (hipótese nula Ho ou hipótese alternativa H1), utilizando os dados observados de um determinado experimento. É importante que se verifique o teste de normalidade no primeiro momento para toda cada variável, para identificar se a distribuição - é normal ou não, e posteriormente faz-se o teste de correlação.
library(RcmdrMisc)
## Loading required package: car
## Loading required package: carData
## Loading required package: sandwich
library(readxl)
terremoto <- readXL("C:/Users/homedell/Documents/ESTATISTICA 2019.1/trabalho final/terremoto.xlsx",
rownames=FALSE, header=TRUE, na="", sheet="terremoto", stringsAsFactors=TRUE)
library(leaflet)
m<-leaflet(data = terremoto) %>% addTiles() %>%
addMarkers(~longitude, ~latitude, popup = ~as.character(mag), label = ~as.character(mag))
getColor <- function(terremoto) {
sapply(terremoto$mag, function(mag) {
if(mag <= 4) {
"green"
} else if(mag <= 5) {
"orange"
} else {
"red"
} })
}
icons <- awesomeIcons(
icon = 'ios-close',
iconColor = 'black',
library = 'ion',
markerColor = getColor(terremoto)
)
terremoto$time2<-terremoto$time
library(tidyr)
terremoto2<-separate(terremoto, time2, into= c("ano", "resto","resto2"), sep = "\\-")
terremoto2<-terremoto2[,1:23]
terremoto<-terremoto2
remove(terremoto2)
magType:método ou algoritmo usado para calcular a magnitude preferida do evento.
Mb: Onda corporal de curto periodo Md: Onda de duração pequena Ml: Onda local de magnitude pequena Ms: Onda de superfície de 20 segundos Mw:Onda de superfície de curto periodo Mwc: Onda de superfície de longo periodo (100 a 2000s) Mwr: Onda regional de curto periodo ( 10 a 100s) Mww: Onda de grande velocidade
contagem <- table(terremoto$magType)
nomes <- levels(terremoto$magType)
porcent <- round(contagem/sum(contagem)*100,0)
rotulo <- paste(nomes," (",porcent,"%",")",sep="")
par(bg="skyblue")
library(plotrix)
pie3D(table(terremoto$magType), labels=rotulo, explode=0.12, main="Tipos de Magnitude",
col=c("#dd4a37", "#003154","#6F35FC","#F7D02C","#D685AD","#C22E28","#EE8130","#A98FF3"))
par(bg="skyblue")
boxplot(mag~magType, data=terremoto, id=list(method="y"), xlab="Tipo de Magnitude", ylab="Magnitude",
main="Boxplot Tipo de Magnitude",col=c("#1bd650","#db4c13","#2541ce","#8c8283","#525929","#8e9596","#8c4646","#f70404"),cex.lab=1, cex.main=1.3)
library(ggridges)
library(ggplot2)
##
## Attaching package: 'ggplot2'
## The following object is masked from 'package:ggridges':
##
## scale_discrete_manual
ggplot(terremoto, aes(x = mag, y = magType, fill = magType)) +
geom_density_ridges() +
theme_ridges() +
theme(legend.position = "none")
## Picking joint bandwidth of 0.184
Verificamos uma quantidade muito grande de Mb, tipo de magnitude de onda corporal de curto período. Representa-se 70% das classes de tipo de terremotos. Encontra-se em segundo lugar com 14%, o tipo ml cuja onda local de magnitude pequena.
Observamos que o tipo de magnitude MW, tem uma concentração muito grande de magnitudes altas, variando entre 5,3 à 6,2 , acompanhando o mesmo, o tipo de magnitude MWC, sendo variação de 5,1 a 5,8 ,além de uma outlier (7), que por acaso foi o pior terremoto em questão de destruição já registrado no Haiti, com mais de 250 mil mortos.
Ao longo do periodo do estudo em questão, podemos observar no gráfico, que tivemos uma concentração das magnitudes entre 4 e 5 graus.
par(bg="#e09874")
with(terremoto, Hist(mag, scale="frequency", breaks="Sturges", col=c("#b071bc"),xlab="Magnitude",ylab="Número de Terremotos",
main="Magnitude dos Terremotos"))
Muitos terremotos que aconteceram, tiveram epicentros muito abaixo aproximadamente 10 km de profundidade. É um fator muito importante a ser considerado, porque quanto mais na superfície estiver a onda sismica, mais forte chegará na base das estruturas.
par(bg="#e09874")
with(terremoto, Hist(depth, scale="frequency", breaks="Sturges", col=c("#93bf9f"),xlab="Profundidade",ylab="Número de Terremotos",
main="Profundidade dos Terremotos"))
p<-ggplot(terremoto, aes(x=mag, y=depth, color=mag,)) +
geom_violin(trim=FALSE)
p+scale_color_manual(values=c("#E69F00"))
Neste gráfico de disperssão, podemos observar claramente a média de profundidade dos terremotos que ocorreram.
par(bg="skyblue")
scatterplot(mag~depth, regLine=TRUE, smooth=FALSE, boxplots='xy', xlab="Profundidade ", ylab="Magnitude", main="Gráfico de Dispersão Magnitude vs Profundidade",
data=terremoto)
gg <- ggplot(terremoto, aes(x=mag, y=depth)) +
geom_point(aes(col=magType, size=mag)) +
geom_smooth(method="loess", se=F) +
xlim(c(0, 8)) +
ylim(c(0, 120)) +
labs(subtitle="Magnitude Vs Profundidade",
y="Profundidade",
x="Magnitude",
title="Scatterplot",
caption = "Source: terremoto")
plot(gg)
Observamos que os terremotos ao longo dos anos, tiveram uma média de magnitude de 4,6. Valor que está entre a estatística mundial, onde a maior quantidade de terremotos (em torno de 8 mil por ano) são de 4 a 4,9 de magnitude. Esse terremotos provocam estragos menores (vidros quebrados e fissuras em edifícios) sem grande riscos de edificios entrarem em colapso.
Conforme os dados analisados, observamos que no Haiti as placas tectônicas causam terremotos de profundidades “muito rasas”, onde o gráfico confirma que a maior parte dos terremotos acontecem em uma profundidade de média de 10 km.
par(bg="#e09874")
with(terremoto, lineplot(ano, mag))
Analisamos que entre a década de 70 até 2010, tivemos uma regularidade de terremotos com uma média de 4,5 de magnitude.A partir dos anos 2010 houve um grande aumento de terremotos com uma variação de magnitude ( de 3 a 7) muito acima da média anterior (4,5).
Importante destacar,segundistas em terremotos, sempre acontecem outros terremotos secundários com menor magnitude, após um terremoto primário de grande magnitude, como aconteceu em 2010
MAPA DE TERREMOTOS
m<-leaflet(data = terremoto) %>% addTiles() %>%
#addMarkers(~longitude, ~latitude, popup = ~as.character(mag), label = ~c(as.character(mag),ano))%>%
addAwesomeMarkers(~longitude, ~latitude, icon=icons, label=~as.character(mag)) %>%
addProviderTiles(providers$Esri.WorldImagery,group = "Esri.WorldImagery") %>%
addProviderTiles(providers$CartoDB,group = "CartoDB") %>%
addLayersControl(baseGroups = c("Esri.WorldImagery","CartoDB"),
options = layersControlOptions(collapsed = FALSE))
m
MAPA DE TERREMOTOS COM MAGNITUDE MAIOR QUE 4
terremoto %>%
leaflet() %>%
addTiles() %>%
addCircleMarkers(lat=terremoto$latitude, lng=terremoto$longitude, weight=4, radius=4,
color= ifelse(terremoto$mag>4,"red","green"),stroke=TRUE,
popup= paste(terremoto$type,
"<br><strong>Magnitude: </strong>", terremoto$mag,
"<br><strong>Depth: </strong>", terremoto$depth)) %>%
addLegend(labels=c("Magnitude > 4", "Magnitude < 4"), colors=c("red","green"))
MAPA DE ANO DE ACONTECIMENTO
library(leaflet.extras)
m<-leaflet(data = terremoto) %>% addTiles() %>%
addMarkers(~longitude, ~latitude, popup = ~as.character(mag), label = ~c(as.character(mag),ano),group = "Circulos")%>%
addHeatmap(lng = as.numeric(terremoto$longitude),
lat = as.numeric(terremoto$latitude)
,radius = 10,
group = "Calor") %>%
addProviderTiles(providers$Esri.WorldImagery,group = "Esri.WorldImagery") %>%
addProviderTiles(providers$CartoDB,group = "CartoDB") %>%
addLayersControl( overlayGroups = c("Circulos","Calor"),
baseGroups = c("Esri.WorldImagery","CartoDB"),
options = layersControlOptions(collapsed = FALSE))
m
O teste de hipótese é uma ferramenta estatística baseada na utilização de uma amostra aleatória extraída de uma população de interesse, com o objetivo de testar uma afirmação sobre um parâmetro ou característica desta população. O teste de hipótese tem como objetivo averiguar se um determinado valor hipotético representa bem ou não uma determinada ocasião.
Teste de Normalidade O teste de normalidade é o teste que examina formalmente se um conjunto de observações de uma determinada variável possuem distribuição normal.Faz-se :
Critério de Decisão Método do P-value: Rejeitar H0 se o P-value ≤ α (onde α é o nível de significância, por exemplo, 0.05). Não rejeitar H0 se o P-value > α.
Resumo
H0:Hipotése nula- sem efeito H1:Hipotése alternativa Obtemos a estatistica do teste com os dados de uma amostra. Obtemos o valor de p-probabilidade de obter o resultado que obtivemos, sendo H0 verdadeira. Definimos o nível de significancia- usualmente igual a 0,05
Interpretamos o valor de p-valor:
Teste de Normalidade
H0: Os dados seguem uma distribuição Normal
H1: Os dados não seguem uma distribuição Normal
normalityTest(~mag, test="shapiro.test", data=terremoto)
##
## Shapiro-Wilk normality test
##
## data: mag
## W = 0.95871, p-value = 1.664e-05
P-valor é menor que 0.05, logo os dados não seguem uma distribuição Normal
Teste de Normalidade
H0: Os dados seguem uma distribuição Normal
H1: Os dados não seguem uma distribuição Normal
normalityTest(~depth, test="shapiro.test", data=terremoto)
##
## Shapiro-Wilk normality test
##
## data: depth
## W = 0.45385, p-value < 2.2e-16
P-valor é menor que 0.05, logo os dados não seguem uma distribuição Normal
Teste de Normalidade
H0: Os dados seguem uma distribuição Normal
H1: Os dados não seguem uma distribuição Normal
normalityTest(~as.numeric(ano), test="shapiro.test", data=terremoto)
##
## Shapiro-Wilk normality test
##
## data: as.numeric(ano)
## W = 0.5699, p-value < 2.2e-16
P-valor é menor que 0.05, logo os dados não seguem uma distribuição Normal
Considerando a seguinte hipótese:
H0 Existe uma relação entre a profundidade do terremoto e a sua magnitude
H1 Não Existe uma relação entre a profundidade do terremoto e a sua magnitude
with(terremoto, cor.test(depth, mag, alternative="two.sided", method="spearman"))
## Warning in cor.test.default(depth, mag, alternative = "two.sided", method =
## "spearman"): Cannot compute exact p-value with ties
##
## Spearman's rank correlation rho
##
## data: depth and mag
## S = 1089800, p-value = 0.04249
## alternative hypothesis: true rho is not equal to 0
## sample estimates:
## rho
## 0.1447001
ANÁLISE DE TESTES DE HIPÓTESE
Primeiramente analisamos a normalidade, utilizando o teste de Shapiro-Wilk, onde obtivemos os seguinte resultados:
Ano: p-valor = 2.2e-16, menor que 0,05, logo é Não Normal
Profundidade: p-valor = 2.2e-16, menor que 0,05, logo é Não Normal
Magnitude: p-valor = 1.664e-05, menor que 0,05, logo é Não Normal
Teste de Hipótese Profundidade x Magnitude (Quanti x Quanti): após verificação e por ser Não Normal, utilizamos o teste de Spearman, onde obtivemos o p-valor = 0,04249. Rejeitamos a hipótese nula,não existe uma relação entre a profundidade do terremoto e a sua magnitude.
Concluimos que existe um grande risco de continuar acontecendo terremotos no Haiti, com média de 4,5 de magnitude e profundidade de média 10 km, considerando os dados das decadas de 50 até 2018.É inevitavel sair desse risco por causa das placas tectónicas que atravessam O Haiti.
Ainda, não é possível prever os terremotos,quando e onde será o seu epicentro, porém considerado algumas análises, podemos evitar risco de grande desastres como aconteceu em 2010. Como foi mostrado nas análises, os terremotos não tem nenhuma relação de quanto será a sua magnitude em relação a sua profundidade, e também o ano que pode ter a maior magnitude. Portanto, é importante buscar soluções para esse risco.
Neste estudo, podemos identificar através de mapas, lugares onde os sismos são mais frequentes ao longo dos anos analisados, são informações preciosas para poder escolher qual tipo de estruturas que deve ser construida em um determinado local.
[1] BUSSAB, W. O.; MORETTIN, P. A. – Estatística Básica. Atual Editora,São Paulo, 1988
[2] ASSUMPÇÃO, Marcelo & DIAS NETO, Coriolano M. Sismicidade e estrutura interna da Terra.TEIXEIRA, Wilson et al. org.
[3] Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. 568p. il. p. 43-62