## ── Attaching packages ─────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────── tidyverse 1.2.1 ──
## ✔ ggplot2 3.2.0 ✔ purrr 0.3.2
## ✔ tibble 2.1.3 ✔ dplyr 0.8.1
## ✔ tidyr 0.8.3 ✔ stringr 1.4.0
## ✔ readr 1.3.1 ✔ forcats 0.4.0
## ── Conflicts ────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────────── tidyverse_conflicts() ──
## ✖ dplyr::filter() masks stats::filter()
## ✖ dplyr::lag() masks stats::lag()
##
## Attaching package: 'modelr'
## The following object is masked from 'package:broom':
##
## bootstrap
A CAPES é um órgão do MEC que tem a atribuição de acompanhar a pós-graduação na universidade brasileira. Uma das formas que ela encontrou de fazer isso e pela qual ela é bastante criticada é através de uma avaliação quantitativa a cada x anos (era 3, mudou para 4).
Usaremos dados da penúltima avaliação da CAPES:
cacc_tudo = read_projectdata()
glimpse(cacc_tudo)
## Observations: 73
## Variables: 31
## $ Instituição <chr> "UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS",…
## $ Programa <chr> "INFORMÁTICA (12001015012P2)", "CIÊ…
## $ Nível <int> 5, 4, 3, 3, 3, 5, 4, 3, 3, 3, 5, 3,…
## $ Sigla <chr> "UFAM", "UFPA", "UFMA", "UEMA", "FU…
## $ `Tem doutorado` <chr> "Sim", "Sim", "Não", "Não", "Não", …
## $ `Docentes colaboradores` <dbl> 0.25, 5.50, 3.00, 6.25, 1.75, 2.00,…
## $ `Docentes permanentes` <dbl> 24.75, 14.00, 10.00, 14.00, 9.50, 2…
## $ `Docentes visitantes` <dbl> 0.00, 0.00, 0.00, 0.00, 0.00, 0.75,…
## $ `Resumos em conf` <int> 20, 23, 15, 5, 4, 10, 6, 136, 0, 24…
## $ `Resumos expandidos em conf` <int> 25, 24, 7, 10, 1, 68, 9, 13, 4, 6, …
## $ `Artigos em conf` <int> 390, 284, 115, 73, 150, 269, 179, 0…
## $ Dissertacoes <int> 108, 77, 50, 25, 31, 75, 60, 129, 4…
## $ Teses <int> 14, 0, 0, 0, 0, 24, 5, 0, 0, 0, 29,…
## $ periodicos_A1 <int> 15, 19, 5, 1, 7, 21, 21, 0, 3, 8, 4…
## $ periodicos_A2 <int> 19, 21, 11, 1, 4, 32, 13, 0, 9, 2, …
## $ periodicos_B1 <int> 19, 38, 7, 3, 6, 26, 16, 2, 6, 4, 3…
## $ periodicos_B2 <int> 1, 12, 2, 6, 0, 0, 11, 0, 0, 2, 1, …
## $ periodicos_B3 <int> 3, 16, 2, 2, 3, 16, 15, 0, 4, 6, 9,…
## $ periodicos_B4 <int> 0, 4, 0, 3, 3, 0, 1, 3, 1, 6, 0, 0,…
## $ periodicos_B5 <int> 10, 16, 8, 4, 12, 4, 16, 2, 6, 2, 1…
## $ periodicos_C <int> 9, 34, 12, 5, 2, 3, 11, 9, 5, 10, 1…
## $ periodicos_NA <int> 7, 15, 8, 11, 12, 6, 19, 31, 7, 14,…
## $ per_comaluno_A1 <int> 4, 1, 0, 0, 1, 7, 5, 0, 1, 0, 10, 0…
## $ per_comaluno_A2 <int> 5, 5, 5, 0, 2, 15, 3, 0, 3, 0, 3, 0…
## $ per_comaluno_B1 <int> 4, 2, 5, 2, 2, 14, 6, 0, 2, 0, 17, …
## $ per_comaluno_B2 <int> 0, 1, 1, 0, 0, 0, 1, 0, 0, 0, 1, 0,…
## $ per_comaluno_B3 <int> 2, 2, 0, 1, 0, 7, 9, 0, 2, 0, 4, 0,…
## $ per_comaluno_B4 <int> 0, 0, 0, 0, 2, 0, 1, 0, 1, 3, 0, 0,…
## $ per_comaluno_B5 <int> 5, 0, 4, 0, 8, 3, 6, 0, 4, 0, 4, 0,…
## $ per_comaluno_C <int> 6, 5, 3, 1, 2, 3, 7, 1, 2, 4, 8, 0,…
## $ per_comaluno_NA <int> 6, 14, 2, 2, 9, 3, 6, 4, 5, 1, 10, …
Uma das maneiras de avaliar a produção dos docentes que a CAPES utiliza é quantificando a produção de artigos pelos docentes. Os artigos são categorizados em extratos ordenados (A1 é o mais alto), e separados entre artigos em conferências e periódicos. Usaremos para esse lab a produção em periódicos avaliados com A1, A2 e B1.
cacc = cacc_tudo %>%
transmute(
docentes = `Docentes permanentes`,
producao = (periodicos_A1 + periodicos_A2 + periodicos_B1),
produtividade = producao / docentes,
mestrados = Dissertacoes,
doutorados = Teses,
tem_doutorado = tolower(`Tem doutorado`) == "sim",
mestrados_pprof = mestrados / docentes,
doutorados_pprof = doutorados / docentes
)
cacc_md = cacc %>%
filter(tem_doutorado)
skimr::skim(cacc)
cacc %>%
ggplot(aes(x = docentes)) +
geom_histogram(bins = 15, fill = paleta[1])
cacc %>%
ggplot(aes(x = producao)) +
geom_histogram(bins = 15, fill = paleta[2])
cacc %>%
ggplot(aes(x = produtividade)) +
geom_histogram(bins = 15, fill = paleta[3])
Se quisermos modelar o efeito do tamanho do programa em termos de docentes (permanentes) na quantidade de artigos publicados, podemos usar regressão.
Importante: sempre queremos ver os dados antes de fazermos qualquer modelo ou sumário:
cacc %>%
ggplot(aes(x = docentes, y = producao)) +
geom_point()
Parece que existe uma relação. Vamos criar um modelo então:
modelo1 = lm(producao ~ docentes, data = cacc)
tidy(modelo1, conf.int = TRUE, conf.level = 0.95)
glance(modelo1)
Para visualizar o modelo:
cacc_augmented = cacc %>%
add_predictions(modelo1)
cacc_augmented %>%
ggplot(aes(x = docentes)) +
geom_line(aes(y = pred), colour = "brown") +
geom_point(aes(y = producao)) +
labs(y = "Produção do programa")
Se considerarmos que temos apenas uma amostra de todos os programas de pós em CC no Brasil, o que podemos inferir a partir desse modelo sobre a relação entre número de docentes permanentes e produção de artigos em programas de pós?
Normalmente reportaríamos o resultado da seguinte maneira, substituindo VarIndepX e todos os x’s e y’s pelos nomes e valores de fato:
Regressão múltipla foi utilizada para analisar se VarIndep1 e VarIndep2 tem uma associação significativa com VarDep. Os resultados da regressão indicam que um modelo com os 2 preditores no formato VarDep = XXX.VarIndep1 + YYY.VarIndep2 explicam XX,XX% da variância da variável de resposta (R2 = XX,XX). VarIndep1, medida como/em [unidade ou o que é o 0 e o que é 1] tem uma relação significativa com o erro (b = [yy,yy; zz,zz], IC com 95%), assim como VarIndep2 medida como [unidade ou o que é o 0 e o que é 1] (b = [yy,yy; zz,zz], IC com 95%). O aumento de 1 unidade de VarIndep1 produz uma mudança de xxx em VarDep, enquanto um aumento…
Produza aqui a sua versão desse texto, portanto:
summary(modelo1)
##
## Call:
## lm(formula = producao ~ docentes, data = cacc)
##
## Residuals:
## Min 1Q Median 3Q Max
## -71.941 -16.894 1.139 16.139 76.518
##
## Coefficients:
## Estimate Std. Error t value Pr(>|t|)
## (Intercept) -41.2731 6.5299 -6.321 2.01e-08 ***
## docentes 4.8134 0.2725 17.662 < 2e-16 ***
## ---
## Signif. codes: 0 '***' 0.001 '**' 0.01 '*' 0.05 '.' 0.1 ' ' 1
##
## Residual standard error: 28.37 on 71 degrees of freedom
## Multiple R-squared: 0.8146, Adjusted R-squared: 0.812
## F-statistic: 311.9 on 1 and 71 DF, p-value: < 2.2e-16
Regressão linear foi utilizada para analisar se o tamanho do programa em número de docentes tem uma associação significativa com a produção do mesmo. Os resultados da regressão indicam que um modelo com o preditore no formato producao = docentes explica 81,46% da variância da variável de resposta (R2 = 81,46). Docentes, medida como o número de professores permanentes tem uma relação significativa com o erro (b = [4.269955; 5.356786], IC com 95%). O aumento de 1 unidade de docentes produz uma mudança de 4.8134 na produção do programa.
Dito isso, o que significa a relação que você encontrou na prática para entendermos os programas de pós graduação no Brasil? E algum palpite de por que a relação que encontramos é forte?
A interpretação do modelo sugere que existe uma forte correlação entre o número de docentes e a produção do programa. Apesar de que a relação seja esperada, uma vez que é intuitivo que um número maior de professores provávelmente significa mais professores trabalhando em projetos de pesquisa, o coeficiente associado a varíavel independente sugere que é uma forte relação, afinal apenas esta variável explica cerca de 81% da variação na produção.
modelo2 = lm(producao ~ docentes + mestrados_pprof + doutorados_pprof + tem_doutorado,
data = cacc_md)
tidy(modelo2, conf.int = TRUE, conf.level = 0.95)
glance(modelo2)
E se considerarmos também o número de alunos?
modelo2 = lm(producao ~ docentes + mestrados + doutorados, data = cacc)
tidy(modelo2, conf.int = TRUE, conf.level = 0.95)
glance(modelo2)
Visualizar o modelo com muitas variáveis independentes fica mais difícil
para_plotar_modelo = cacc %>%
data_grid(producao = seq_range(producao, 10), # Crie um vetor de 10 valores no range
docentes = seq_range(docentes, 4),
# mestrados = seq_range(mestrados, 3),
mestrados = median(mestrados),
doutorados = seq_range(doutorados, 3)) %>%
add_predictions(modelo2)
glimpse(para_plotar_modelo)
## Observations: 120
## Variables: 5
## $ producao <dbl> 0.00000, 0.00000, 0.00000, 0.00000, 0.00000, 0.00000,…
## $ docentes <dbl> 8.25000, 8.25000, 8.25000, 27.91667, 27.91667, 27.916…
## $ mestrados <int> 58, 58, 58, 58, 58, 58, 58, 58, 58, 58, 58, 58, 58, 5…
## $ doutorados <dbl> 0, 76, 152, 0, 76, 152, 0, 76, 152, 0, 76, 152, 0, 76…
## $ pred <dbl> 3.199123, 79.257725, 155.316327, 72.026777, 148.08537…
para_plotar_modelo %>%
ggplot(aes(x = docentes, y = pred)) +
geom_line(aes(group = doutorados, colour = doutorados)) +
geom_point(data = cacc, aes(y = producao, colour = doutorados))
Considerando agora esses três fatores, o que podemos dizer sobre como cada um deles se relaciona com a produção de um programa de pós em CC? E sobre o modelo? Ele explica mais que o modelo 1? —–
Este novo modelo explica melhor a variação da variável dependente (R2 = 87,07%). Entretanto é interessante notar como a inclusão de outras variáveis afeta a variável que havíamos analisado anteriormente. Agora, um aumento de 1 unidade em docentes, representa o aumento de 3,4997 na produção do programa. É interessante notar que a quantidade de mestrados possui um efeito negativo (-0.1950), e podemos afirmar isto com 95% de confiança, uma vez que o intervalo do slope é [-0.3577316; -0.0321714], sempre abaixo de 0. O número de doutorados por sua vez afeta positivamente a variável independente, com 1.0008 por aumento de unidade.
Estamos agora interessados na produtividade. A produção acadêmica com alunos afeta a produtividade? E quanto aos mestrados, também não possuem efeito sobre esta outra variável? O programa possuir ou não doutorado é outra variável independente que queremos investigar.
cacc = cacc_tudo %>%
transmute(
docentes = `Docentes permanentes`,
producao = (periodicos_A1 + periodicos_A2 + periodicos_B1),
producao_com_alunos = (per_comaluno_A1 + per_comaluno_A2 + per_comaluno_B1),
produtividade = producao / docentes,
mestrados = Dissertacoes,
doutorados = Teses,
tem_doutorado = tolower(`Tem doutorado`) == "sim",
mestrados_pprof = mestrados / docentes,
doutorados_pprof = doutorados / docentes
)
cor(cacc)
## docentes producao producao_com_alunos
## docentes 1.00000000 0.90254560 0.8693681
## producao 0.90254560 1.00000000 0.9376971
## producao_com_alunos 0.86936811 0.93769708 1.0000000
## produtividade 0.55691551 0.78502134 0.6353254
## mestrados 0.79986745 0.71673968 0.7624859
## doutorados 0.83785226 0.87248447 0.9097298
## tem_doutorado 0.55344189 0.57050962 0.5132656
## mestrados_pprof 0.01191366 0.03732775 0.1228044
## doutorados_pprof 0.69121670 0.74981445 0.7492898
## produtividade mestrados doutorados tem_doutorado
## docentes 0.55691551 0.7998674 0.8378523 0.5534418944
## producao 0.78502134 0.7167397 0.8724845 0.5705096207
## producao_com_alunos 0.63532540 0.7624859 0.9097298 0.5132655609
## produtividade 1.00000000 0.4394700 0.5935663 0.6484260235
## mestrados 0.43947005 1.0000000 0.8024577 0.4263600089
## doutorados 0.59356631 0.8024577 1.0000000 0.5206844025
## tem_doutorado 0.64842602 0.4263600 0.5206844 1.0000000000
## mestrados_pprof 0.05179488 0.5139561 0.1306068 -0.0008550933
## doutorados_pprof 0.64530178 0.6472634 0.8991001 0.6318843464
## mestrados_pprof doutorados_pprof
## docentes 0.0119136649 0.69121670
## producao 0.0373277504 0.74981445
## producao_com_alunos 0.1228044354 0.74928984
## produtividade 0.0517948789 0.64530178
## mestrados 0.5139560793 0.64726340
## doutorados 0.1306067965 0.89910014
## tem_doutorado -0.0008550933 0.63188435
## mestrados_pprof 1.0000000000 0.07301199
## doutorados_pprof 0.0730119914 1.00000000
modelo_produtividade = lm(produtividade ~ producao_com_alunos + mestrados + tem_doutorado,
data = cacc)
tidy(modelo_produtividade, conf.int = TRUE, conf.level = 0.95)
glance(modelo_produtividade)
Observando um sumário do modelo, percebemos que com um R2 = 33.34, as variáveis utilizadas explicam boa parte da variância na produtividade, porém é um valor inferior aos modelos anteriores. Vale notar que é uma tarefa mais difícil selecionar variáveis para realizar a regressão, uma vez que produtividade é uma função de produção e de docentes. Assim como com a produção, aqui vemos que o número de mestrados não possui um efeito notável na produtividade do programa, com um slope de -0.0031. Podemos até dizer com 95% de confiança que o efeito pode até ser positivo, (IC = [-0.008531751; 0.00225695]) porém com uma magnitude irrelevante. A produção com alunos, definida como a quantidade de publicações com alunos, parece de fato possuir uma relação positiva com a produtividade (splope = 0.019), porém mais uma vez este efeito é pequeno (IC = [0.009743492; 0.02972846]). Ter doutorado por sua vez possui um maior efeito (slope = 1.2144, IC = [0.702507080; 1.72644691]).
A análise dos resultados do modelo nos leva a crer que apesar de precisarmos analisar dados diferentes, doutorandos parecem produzir com mais frequência do que mestrandos. Alunos também parecem se envolver pouco com a produção científica enquanto que pouco de fato se produz nos mestrados. Esta última afirmação talvez seja esperada uma vez que o foco do mestrado deve ser na formação do pesquisador.