O presente trabalho tem como objetivo investigar os efeitos da obra de duplicação da BR 101 entre os quilometros 319 e 322, na redução do número de acidentes de trânsito ocorridos trecho. Também serão verificadas eventuais mudanças de perfil das ocorrências observadas, bem como a redução do nível de severidade dos acidentes, caracterizado pela variável “peso”. Esta obra foi realizada no ano de 2015 ao custo de 90 milhões de reais.
A base de dados utilizada neste trabalho contempla os registros de acidentes de transito ocorridos entre 2012 e 2019. Como as análises deste projeto serão desenvolvidas através do método das diferenças em diferenças, é conveniente dividir a base de dados entre os períodos anterior e posterior à execução da obra. Desta maneira, a análise preliminar dos dados exprime as mudanças de perfil dos acidentes entre ambos períodos, e permite avaliar possíveis alterações na tendência entre as variáveis quantitativas.
Inicialmente, foram construidas matrizes correlação para os acidentes ocorridos antes de 2015 e depois de 2015. Estas matrizes são representadas pelas figuras 1 e 2.
library(corrplot)
## corrplot 0.84 loaded
#Carrega a base de dados
contorno_antes <- readxl::read_xlsx("C:/Users/rianm/Documents/Rian/Mestrado_UFF/Estatistica/Trabalho_Final/RStudio/Analise_preliminar/contorno_antes.xlsx")
# Gera a matriz correlação
MC_contorno_antes <- cor(contorno_antes[,c("ano","feridos","ilesos","km","mortos","Peso")])
corrplot.mixed(MC_contorno_antes, upper = "square")
library(corrplot)
#Carrega a base de dados
contorno_depois <- readxl::read_xlsx("C:/Users/rianm/Documents/Rian/Mestrado_UFF/Estatistica/Trabalho_Final/RStudio/Analise_preliminar/contorno_depois.xlsx")
# Gera a matriz correlação
MC_contorno_depois <- cor(contorno_depois[,c("ano","feridos","ilesos","km","mortos","Peso")])
corrplot.mixed(MC_contorno_depois, upper = "square")
A figura 1 revela uma correlação positiva forte entre o peso dos acidentes e o número de mortos e ferídos. Já o número de ilesos apresenta uma correlação negativa com o peso dos acidentes, indicando uma tendência à ocorrência de acidentes menos severos em situações onde existem vítimas ilesas. Nota-se ainda uma correlação positiva fraca entre o ano das ocorrências e seus pesos, e também entre o ano e o número de feridos. Estas observações indicam que ao longo dos anos, os acidentes registrados no trecho tendiam para um aumento no nível de severidade, e também para uma elevação do numero de feridos registrados. As comparações entre as demais variáveis ilustram a ausência de correlação entre elas.
Já a figura 2 revela uma correlação negativa forte entre o peso dos acidentes e o ano das ocorrências. Esta informação serve como um indicativo de que a obra reduziu o nível de severidade dos acidentes registrados no trecho, uma vez que o peso passou a apresentar uma tendência de queda nos anos subsequentes à obra. Como consequência, é possível notar uma tendência de redução de acidentes fatais neste trecho no período entre 2016 e 2019.
Na sequência foram desenvolvidos os boxplots dos quilômetros de ocorrência dos acidentes. O objetivo foi identificar uma eventual alteração no local os acidentes ocorrem com maior frequência.
# Gera o boxplot do Peso por condição metereológica
library(Rcmdr)
## Loading required package: splines
## Loading required package: RcmdrMisc
## Loading required package: car
## Loading required package: carData
## Loading required package: sandwich
## Loading required package: effects
## lattice theme set by effectsTheme()
## See ?effectsTheme for details.
## The Commander GUI is launched only in interactive sessions
##
## Attaching package: 'Rcmdr'
## The following object is masked from 'package:car':
##
## Confint
par(bg="#fffbe2")
Boxplot( ~ km, data=contorno_antes, id=list(method="y"), col = c("#11577a"), main = "Boxplot de localização dos acidentes antes da obra")
# Gera o boxplot do Peso por condição metereológica
library(Rcmdr)
par(bg="#fffbe2")
Boxplot( ~ km, data=contorno_depois, id=list(method="y"), col = c("#a8382b"), main = "Boxplot de localização dos acidentes após a obra")
Pela figura 1, nota-se que o quilômetro 321,5 representava a mediana das ocorrências antes da intervenção. Após as obras, a mediana se deslocou para o quilômetro 321, tornando a distribuição mais próxima da simetria. Esta observação revela que após a obra os acidentes tenderam a ocorrer de forma mais “diluída” ao longo de toda a extensão da via, reduzindo a concentração de acidentes outrora existe nos 500 metros finais do trecho.