| Categoria | n | % |
|---|---|---|
| Fisioterapeuta | 7 | 77,8% |
| Ensino superior completo (USJT) | 1 | 11,1% |
| Fisioterapeuta cardiovascular | 1 | 11,1% |
Abordagens Fisioterapêuticas na Bronquiolite Viral Aguda
1 Introdução
A bronquiolite viral aguda (BVA) é uma das principais causas de internação em lactentes e crianças pequenas, geralmente associada a vírus respiratórios como o vírus sincicial respiratório. Diante da alta frequência de casos e do impacto clínico da doença, a atuação da fisioterapia respiratória tornou-se um campo de grande interesse na prática clínica e na pesquisa.
A compreensão de como fisioterapeutas manejam a bronquiolite, quais técnicas utilizam, quais escalas de avaliação aplicam e quais percepções têm sobre eficácia e segurança das intervenções é fundamental para aprimorar protocolos assistenciais e alinhar a prática clínica às evidências científicas.
Este trabalho apresenta uma análise descritiva das respostas de fisioterapeutas a um questionário on-line sobre abordagem fisioterapêutica na bronquiolite viral aguda.
2 Objetivos
2.1 Objetivo primário
Compreender a atuação do fisioterapeuta no manejo da bronquiolite viral aguda em recém-nascidos e bebês, avaliando:
- as principais técnicas fisioterapêuticas utilizadas;
- como essas abordagens contribuem para melhora dos sintomas, redução da gravidade e tempo de recuperação;
- aspectos de segurança e resultados clínicos percebidos pelos profissionais.
2.2 Objetivos secundários
- Explorar a percepção dos fisioterapeutas quanto à eficácia da fisioterapia na redução de complicações respiratórias, esforço respiratório e obstrução brônquica;
- Descrever o uso de recursos como cânula nasal, aspiração de vias aéreas e escalas clínicas;
- Identificar desafios e limitações relatados na prática e na organização dos serviços de saúde, especialmente no contexto do SUS.
3 Metodologia
3.1 Desenho do estudo
Estudo observacional, de corte transversal, baseado em questionário on-line estruturado, aplicado a fisioterapeutas que atuam (ou já atuaram) com pacientes com bronquiolite viral aguda.
3.2 Recrutamento dos participantes
Os participantes foram convidados de forma remota, por meio de divulgação em redes profissionais e acadêmicas, incluindo grupos de fisioterapeutas e redes sociais. Utilizou-se estratégia de amostragem por conveniência e efeito “bola de neve” (snowball sampling), permitindo que fisioterapeutas que aceitaram participar compartilhassem o convite com colegas elegíveis.
A participação foi voluntária e condicionada à leitura e concordância com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que detalhou objetivos, riscos, benefícios e garantias de anonimato.
3.3 Instrumento de coleta de dados
O instrumento foi construído na plataforma Google Forms e incluía:
- Dados sociodemográficos e profissionais (formação, tempo de experiência, local de atuação, especialização, atuação em pediatria, atendimento a bronquiolite);
- Aspectos da prática clínica na bronquiolite (critérios de indicação da fisioterapia, técnicas utilizadas, frequência de reavaliação, uso de aspirador de vias aéreas superiores, uso de cânula nasal, escalas e ferramentas de avaliação);
- Percepções sobre eficácia e desafios (prognóstico clínico com e sem fisioterapia, desafios de manejo e de organização dos serviços, avaliação do acesso no SUS).
As questões eram predominantemente de múltipla escolha, com algumas alternativas de resposta múltipla e questões abertas.
3.4 Aspectos éticos
Os dados foram coletados de forma anônima. Os registros foram exportados do Google Forms e armazenados em arquivo eletrônico protegido por senha. A manipulação das informações considerou as diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei nº 13.709/2018), não sendo divulgados dados de identificação individual (nome, e-mail, telefone ou equivalente).
3.5 Plano de análise estatística
A análise estatística foi descritiva, adequada a um TCC de graduação e ao tamanho da amostra (n = 9), contemplando:
- cálculo de frequências absolutas (n) e relativas (%) para variáveis categóricas, incluindo itens de múltipla resposta desmembrados em categorias individuais;
- apresentação de resultados em tabelas (perfil dos participantes e condutas terapêuticas) com padronização visual por meio do pacote
gt; - gráficos de barras horizontais para visualização das proporções, destacando as categorias mais citadas;
- tabelas cruzadas exploratórias para ilustrar possíveis padrões entre variáveis (sem testes de hipótese formais).
4 Resultados
4.1 Caracterização dos fisioterapeutas
4.1.1 Formação e experiência
Dos 9 fisioterapeutas que responderam, observamos diversidade formativa e predominância de profissionais com experiência clínica consolidada.
4.1.2 Pós-graduação, pediatria e bronquiolite
Entre os participantes, 100,0% possuem pós-graduação, 66,7% atuam exclusivamente com pediatria e 88,9% atendem crianças com bronquiolite no momento.
| Categoria | n | % |
|---|---|---|
| Possui pós-graduação? | ||
| Sim | 9 | 100,0% |
| Atua exclusivamente com pediatria? | ||
| Sim | 6 | 66,7% |
| Não | 3 | 33,3% |
| Atende crianças com bronquiolite? | ||
| Sim | 8 | 88,9% |
| Não | 1 | 11,1% |
4.1.3 Tipo de instituição
| Categoria | n | % |
|---|---|---|
| Hospital | 8 | 88,9% |
| Clínica | 1 | 11,1% |
4.2 Critérios de indicação e avaliação na bronquiolite
| Categoria | n | % |
|---|---|---|
| Critérios de indicação da fisioterapia | ||
| Nenhum critério específico — fisioterapia é indicada para todos os casos de bronquiolite | 7 | 77,8% |
| Aumento da produção de secreção brônquica | 2 | 22,2% |
| Escalas e ferramentas de avaliação | ||
| Escala de Wood-Downes modificada por Ferrés | 4 | 44,4% |
| Avaliação da oxigenação (saturação periférica de oxigênio - SpO₂) + Análise da presença e quantidade de secreção | 3 | 33,3% |
| Escala de Silverman-Andersen | 2 | 22,2% |
4.3 Técnicas utilizadas e reavaliação
| Categoria | n | % |
|---|---|---|
| Técnicas utilizadas | ||
| Técnicas de higiene brônquica | 9 | 18,0% |
| Aspiração de vias aéreas superiores | 8 | 16,0% |
| Técnicas de reexpansão pulmonar | 8 | 16,0% |
| Oxigenoterapia | 7 | 14,0% |
| ELTGOL | 6 | 12,0% |
| Técnicas de desobstrução brônquica (AFE | 6 | 12,0% |
| vibrocompressão toràcica) | 6 | 12,0% |
| Frequência de reavaliação | ||
| A cada sessão | 7 | 77,8% |
| Diariamente | 2 | 22,2% |
4.4 Uso de aspirador de vias aéreas e cânula nasal
| Categoria | n | % |
|---|---|---|
| Eficácia da aspiração | ||
| Eficaz apenas quando há acúmulo evidente de secreção que compromete a oxigenação. | 9 | 100,0% |
| Uso e tipo de cânula nasal | ||
| Alto fluxo | 7 | 87,5% |
| Baixo fluxo | 1 | 12,5% |
4.5 Prognóstico e desafios percebidos
| Categoria | n | % |
|---|---|---|
| Prognóstico com/sem fisioterapia | ||
| Pacientes que não receberam tratamento fisioterapêutico têm maior risco de complicações. | 5 | 55,6% |
| Pacientes que receberam tratamento fisioterapêutico apresentam melhora mais rápida dos sintomas. | 3 | 33,3% |
| O tratamento fisioterapêutico reduz a duração da hospitalização. | 1 | 11,1% |
| Principais desafios no tratamento | ||
| Todas as alternativas. | 6 | 66,7% |
| Necessidade de acompanhamento contínuo e multidisciplinar. | 2 | 22,2% |
| Falta de protocolos padronizados para o manejo da doença. | 1 | 11,1% |
| Fatores associados ao aumento de casos | ||
| Todas as alternativas. | 8 | 80,0% |
| Aumento da circulação de vírus respiratórios | 1 | 10,0% |
| como o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). | 1 | 10,0% |