RColorBrewer: Fornece paletas de cores para visualização de dados, ajudando a melhorar a estética de gráficos.
ggspatial: Extensão do ggplot2 para visualizações espaciais, como a adição de elementos geográficos a gráficos.
classInt: Ferramenta para definir intervalos de classes, útil em análise de dados espaciais.
viridis: Conjunto de paletas de cores perceptualmente uniformes, recomendadas para visualizações científicas.
ggplot2: Biblioteca principal para criação de gráficos, permitindo visualizações versáteis e personalizadas.
raster: Pacote para trabalhar com dados raster, como imagens de satélite e outras formas de dados geoespaciais.
readxl: Facilitador na importação de dados de arquivos Excel para o R.
geobr: Fornece dados geoespaciais administrativos do Brasil, como limites de municípios e estados.
dplyr: Pacote para manipulação eficiente de dados, permitindo operações rápidas de filtragem, agrupamento e transformação.
spdep: Ferramenta para análise de dependência espacial, útil em estudos de autocorrelação espacial e clusters.
tmap: Biblioteca para criar mapas temáticos interativos e estáticos, com foco em dados espaciais.
sp: Pacote para manipulação de dados espaciais, fornecendo funções para objetos espaciais como pontos, linhas e polígonos.
sf: Simplifica a manipulação de dados espaciais com funções baseadas em data.frame, facilitando a análise geoespacial no R.
## Reading layer `MG_Municipios_2023' from data source
## `C:\Users\Denilson\Desktop\TRABALHOS\ANÁLISE ESPACIAL\MG_Municipios_2023.shp'
## using driver `ESRI Shapefile'
## Simple feature collection with 853 features and 2 fields
## Geometry type: POLYGON
## Dimension: XY
## Bounding box: xmin: -51.04608 ymin: -22.92276 xmax: -39.85683 ymax: -14.23318
## Geodetic CRS: SIRGAS 2000
## [1] "character"
Primeiramente, vamos observar a localização geográfica do estado de Minas Gerais dentro do Brasil, destacado abaixo.
O estado de Minas Gerais (MG) está localizado na região Sudeste do Brasil e possui 853 municípios , sendo o estado com o maior número de cidades do país. A capital é Belo Horizonte , que se destaca como centro político, econômico e cultural. Este estudo tem como objetivo avaliar o sistema de saúde público dos municípios mineiros, utilizando 2 (dois) indicadores: Mortalidade Infantil e Morbidade Hospitalar
A análise busca explorar a distribuição desses indicadores e investigar possíveis correlações espaciais entre os municípios e identificar padrões de agrupamento e destacar regiões prioritárias para intervenção, fornecendo subsídios estratégicos aos gestores responsáveis pela saúde pública e coletiva.
O banco de dados que foi utilizado na análise foi uma junção de variáveis e está disponível no site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e no SINAN).
E tem como variaveis em estudo, as seguintes descritas abaixo.
Mortalidade Infantil (óbitos por mil nascidos vivos) : Avaliação da qualidade de vida e do acesso aos serviços de saúde infantil.
Morbidade Hospitalar: Baseada no número de internações por causas externas nos hospitais públicos do SUS.
O índice de Moran Global é responsável por avaliar a relação de dependência espacial entre todos os polígonos da área de estudo por meio de uma estatística única. Sendo esta estatística denotada pela seguinte fórmula:
\[ I=\frac{\sum_{i=1}^{n}{\sum_{j=1}^{n}W_{ij}(Z_i-\mu_z)(Z_j-\mu_z)}}{\sum_{i=1}^{n}\left(z_i-\mu_z\right)^2} \] Sendo:
Pode-se associar a estatística de Moran a um teste de hipótese para a checagem da existência de autocorrelação espacial, cuja hipótese nula é de independência espacial, no caso sendo seu valor zero (Câmara, 2004).
\[ H_0: \text{Não há autocorrelação espacial} \]
\[ H_1: \text{Há evidências de autocorrelação espacial} \]
Valores positivos \((0,1]\) indicam correlação espacial positiva, enquanto valores negativos \([-1,0)\) indicam correlação espacial negativa.
Indicadores globais, como o Índice de Moran, fornecem um único valor como medida de associação para todo o conjunto de dados. Isso é imprescindível para obtermos informação da área de estudo como um todo. Entretanto, ao lidarmos com um grande número de áreas, há possibilidade de que haja disparidade na associação espacial dependendo da região observada. Dessa forma, torna-se necessária a aplicação de técnicas que avaliem localmente essa associação (Câmara, 2004).
Assim, utiliza-se o Índice de Moran Local para avaliar a relação de uma área com sua própria vizinhança com base em uma distância pré-determinada. Esse índice pode ser calculado pela seguinte expressão:
\[ I_i=\frac{z_i\sum_{j=1}^{n}{W_{ij}z_j}}{\sum_{j=1}^{n}z_j^2} \]
Onde:
O Índice de Moran Local permite identificar clusters espaciais de associação positiva ou negativa, bem como outliers espaciais dentro da área de estudo.
O Lisa Map é uma represetação gráfica dos Local Indicatores of Spatial Association, que são indicadores de associação espacial que satisfazem dois requisitos.
São indicadores que avaliam o agrupamento espacial significativo de valores semelhantes em torno de cada observação. A soma dos LISAs de todas as observações está relacionada a um indicador global de associação espacial. Essa abordagem quantifica a presença de padrões espaciais e fornece uma visão geral da associação espacial em um estudo (ANSELIN, 1995).
Este é comumente utilizado para avaliar o nível de significância das regiões de estudo que apresentam correlação significativas diferente, seus valores no geral são divididos em 4 grupos de interesse: Não significativos, significativo à 5%, significativo à 1% e significativo à 0,1%.
O Box Map se comporta como uma extensão do Gráfico de Espalhamento de Moran, que é uma ferramenta utilizada para observar a autocorrelação espacial as áreas são representadas à seu respectivo quadrante. Os quadrantes 𝑄1 (Alto-Alto) e 𝑄2 (Baixo-Baixo) indicam respectivamente as áreas de autocorrelação positiva-positiva e negativa-negativa, apresentando os clusters de valores similares, por outro lado os quadrantes 𝑄3 (Alto-Baixo) e 𝑄4(Baixo-Alto) indicam as áreas de autocorrelação positivo-negativa e negativa-positiva, indicam dissimilaridade entre as áreas vizinhas em relação à variável analisada (Câmara, 2004).
dados<- read_excel("DADOS DE ÁREA - MINAS GERAIS.xlsx")
dados<-as.data.frame(dados)
dados_mortalidadeinfantil_estados = read_excel("DADOS DE ÁREA - MINAS GERAIS.xlsx", sheet = 5)
dados_morbidade = read_excel("DADOS DE ÁREA - MINAS GERAIS.xlsx", sheet = 8)
ShapeMG<- merge(Minas_gerais, dados, by.x = "NM_MUN", by.y = "Município")
Dando um attach nas bases para agilizar um pouco o processo e evitar ta usando o “$” toda vez que for chamar uma váriavel
O estado de Minas Gerais, está localizado na região Sudeste do Brasil e possui 12 diferentes mesorregiões, sendo elas, Central Mineira, Jequitinhonha, Noroeste de Minas, Norte de Minas, Oeste de Minas, Sul/Sudoeste de Minas, Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, Vale do Mucuri, Vale do Rio Doce, Zona da Mata, Metropolitana de Belo Horizonte e Campo das Vertentes. Abaixo temos a visualização do mapa.
A Mortalidade Infantil representa o número de óbitos de crianças para cada mil nascidos vivos em determinada região. Esse indicador reflete diretamente nas condições de vida, saúde e acesso a serviços básicos de uma população.
Abaixo, apresentamos o gráfico de barras que mostra o ranking do Mortalidade infantil - óbitos por mil nascidos vivos para todos os estados brasileiros, com destaque para o estado de Minas Gerais, que ocupa a 6ª posição.
A taxa de mortalidade infantil no Brasil varia significativamente entre os estados, com Roraima e Amapá apresentando as taxas mais altas, acima de 20 óbitos por mil nascidos vivos, refletindo desafios em saúde e infraestrutura. A média nacional é de 13,854, com estados como Santa Catarina e Rio Grande do Sul tendo as taxas mais baixas, indicando melhores condições de saúde e desenvolvimento socioeconômico. Essas disparidades destacam as desigualdades regionais no acesso a serviços de saúde e qualidade de vida. Em Minas Gerais apresenta uma taxa de mortalidade infantil de 15,96 óbitos por mil nascidos vivos, acima da média nacional de 13,854, indicando desafios no acesso a serviços de saúde e condições socioeconômicas em algumas regiões do estado.
A mortalidade infantil tem vários municípios nas categorias muito alta, alta e média, indicando deficiências em saúde e saneamento, enquanto as regiões mais desenvolvidas têm taxas mais baixas. isso nos mostra padrões que evidenciam desigualdades regionais significativas, com necessidade de políticas públicas direcionadas para reduzir disparidades e promover desenvolvimento equilibrado nessas áreas.
A Morbidade Hospitalar por Causas Externas se refere às internações hospitalares causadas por fatores externos à saúde. Esses dados são importantes para analisar a incidência de situações que geram alta demanda hospitalar devido a essas ocasiões externas, como acidentes de trânsito, quedas, agressões, Queimaduras, lesões causadas por armas, entre outros.
Características da Morbidade Hospitalar:
Dimensões: Baseada no número de internações por causas externas nos hospitais públicos do SUS.
Interpretação: Quanto maior o número de internações por causas externas, maior a morbidade associada a esses eventos.
Importância: Serve para planejar políticas públicas de prevenção de acidentes e agressões, além de destacar a eficiência do sistema de saúde em tratar esses casos.
Abaixo, apresentamos o gráfico de barras que mostra o ranking do MMorbidade Hospitalar do SUS por Causas Externas (Internações) para todos os estados brasileiros, com destaque para o estado de Minas Gerais, que ocupa a 2ª posição.
O mapa apresenta a distribuição da Morbidade Hospitalar do SUS por Causas Externas (como acidentes e violências), categorizada em níveis: Muito Baixo (≤10), Baixo (10-30), Médio (30-40), Alto (40-50) e Muito Alto (>50). A predominância de classificações Baixo e Muito Baixo na maioria das áreas contrasta com possíveis focos críticos epontos isolados com Muito Alto, típicos de regiões metropolitanas ou periferias com maior vulnerabilidade. Isso reforça a heterogeneidade socioespacial do estado, onde desafios em saúde pública variam drasticamente entre zonas urbanizadas e interior subdesenvolvido.
Agora iremos para etapa seguinte da análise.
Nesta etapa, vamos investigar se o IDHM, PIB per capita, Densidade Demográfica, Mortalidade infantil, e a Morbidade hospitalar dos municípios do Estado de Minas Gerais apresenta algum padrão espacial, ou seja, se municípios com níveis semelhantes de IDHM, PIB per capita, Densidade Demográfica e mortalidade infantil estão próximos uns dos outros. Para isso, utilizaremos diferentes métodos de análise espacial.
Primeiro, criamos uma estrutura de vizinhança espacial, onde cada município é considerado vizinho se compartilha uma fronteira com outro. Utilizamos o critério de vizinhança Queen, que considera os municípios adjacentes.
Podemos visualizar as conexões de vizinhos entre os tratos usando a matriz de peso criada a partir de nb2listw(). Usamos a plot() função genérica para criar esses visuais. Aqui estão as conexões para a definição de vizinho baseada na contiguidade Queen.
O resultado mostra a distribuição dos municípios de Minas Gerais em quatro categorias de autocorrelação espacial da Mortalidade Infantil:
Alto-Alto (106 municípios): Municípios com alta taxa de mortalidade infantil cercados por outros municípios também com alta mortalidade.
Alto-Baixo (140 municípios): Municípios com alta mortalidade infantil cercados por vizinhos com baixa mortalidade, sugerindo desigualdade regional no acesso à saúde e qualidade de vida.
Baixo-Alto (239 municípios): Municípios com baixa mortalidade infantil cercados por vizinhos com alta mortalidade, indicando possíveis áreas de melhor infraestrutura e serviços de saúde.
Baixo-Baixo (368 municípios): Municípios com baixa taxa de mortalidade infantil cercados por outros municípios também com baixa mortalidade, formando clusters de melhores condições de saúde materno-infantil.
O Índice de Moran Global é uma medida que quantifica o nível de autocorrelação espacial em todo o conjunto de dados. Vamos calcular esse índice para a mortalidade infantil dos municípios de MG e verificar se existe agrupamento espacial significativo.
##
## Moran I test under randomisation
##
## data: ShapeMG$`Mortalidade infantil - óbitos por mil nascidos vivos`
## weights: vizinhanca3
##
## Moran I statistic standard deviate = 0.21763, p-value = 0.4139
## alternative hypothesis: greater
## sample estimates:
## Moran I statistic Expectation Variance
## 0.0033720949 -0.0011737089 0.0004362793
O resultado do teste de Moran I indica uma autocorrelação espacial positiva, o que significa que municípios com níveis semelhantes de Mortalidade infantil tendem a se agrupar. No entanto, como o p-valor foi de 0,41, isso sugere que esse padrão pode ser aleatório.
Agora, utilizamos o Índice de Moran Local (LISA) para identificar os clusters espaciais de desenvolvimento humano. Este índice nos ajuda a detectar áreas onde o agrupamento de municípios com alta ou baixa Mortalidade infantil é mais forte.
Com base nos resultados do LISA, podemos identificar áreas onde há uma alta autocorrelação espacial. Isso nos ajuda a localizar regiões de alta e baixa Mortalidade infantil identificar padrões de agrupamento entre os municípios.
O resultado mostra a distribuição dos municípios de Minas Gerais em quatro categorias de autocorrelação espacial da Morbidade Hospitalar:
Alto-Alto (33 municípios): Municípios com a alta Morbidade Hospitalar cercados por outros municípios também com alta Morbidade Hospitalar, formando clusters de alto desenvolvimento.
Alto-Baixo (101 municípios): Municípios com Morbidade Hospitalar alto cercados por vizinhos com Morbidade Hospitalar baixo, mostrando contraste de desenvolvimento.
Baixo-Alto (175 municípios): Municípios com Morbidade Hospitalar baixo cercados por vizinhos com Morbidade Hospitalar: alto, também indicando contraste.
Baixo-Baixo (544 municípios): Municípios com Morbidade Hospitalar baixo cercados por outros com Morbidade Hospitalar baixo, formando clusters de baixo desenvolvimento.
O Índice de Moran Global é uma medida que quantifica o nível de autocorrelação espacial em todo o conjunto de dados. Vamos calcular esse índice para a Morbidade Hospitalar dos municípios do MG e verificar se existe agrupamento espacial significativo.
##
## Moran I test under randomisation
##
## data: ShapeMG$`Morbidade Hospitalar do SUS por Causas Externas (Internações)`
## weights: vizinhanca4
##
## Moran I statistic standard deviate = 11.165, p-value < 2.2e-16
## alternative hypothesis: greater
## sample estimates:
## Moran I statistic Expectation Variance
## 0.1629340099 -0.0011737089 0.0002160366
O resultado do teste de Moran I indica uma autocorrelação espacial positiva moderada, o que significa que municípios com níveis semelhantes de Morbidade Hospitalar tendem a se agrupar. O p-valor (<0,001) reforça que esse padrão não é aleatório.
Agora, utilizamos o Índice de Moran Local (LISA) para identificar os clusters espaciais de Morbidade Hospitalar.
Com base nos resultados do LISA, podemos identificar áreas onde há uma alta autocorrelação espacial. Isso nos ajuda a localizar regiões de Morbidade Hospitalar e identificar padrões de agrupamento entre os municípios.
Com base nas avaliações testadas, identificamos padrões regionais específicos que revelam disparidades importantes na saúde dos municípios. Através da avaliações mortalidade infantil, e morbidade hospitalar, foi possível observar como diferentes regiões de Minas Gerais apresentam características de saúde distintas. Além disso, a análise de clusters espaciais revelou a presença de agrupamentos de municípios com padrões semelhantes, permitindo identificar áreas que, embora geograficamente próximas, reúnem níveis comparáveis de desenvolvimento e saúde. Esses clusters espaciais fornecem informações específicas sobre a concentração de desigualdades e oferecem ofertas para políticas públicas mais focadas, voltadas para a melhoria das condições de vida e saúde em regiões com maior vulnerabilidade. As variáveis relacionada a saúde no mapeamento espacial contribui para uma compreensão mais profunda das dinâmicas locais e favorecendo decisões estratégicas em planejamento e gestão pública.
CÂMARA, Gilberto et al. Análise espacial e geoprocessamento. Análise espacial de dados geográficos. Brasília: EMBRAPA, p. 21-54, 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Rio de Janeiro: IBGE, 2023
ANSELIN, Luc. Local indicators of spatial association—LISA. Geographical analysis, v. 27, n. 2, p. 93-115, 1995.
https://www.paulamoraga.com/book-spatial/spatial-autocorrelation.html
http://www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/analise/cap5-areas.pdf