Bastão de Asclépio & Símbolo do Dinheiro.
options(warn=-1)
suppressMessages(library(knitr, warn.conflicts=FALSE))
suppressMessages(library(kableExtra, warn.conflicts=FALSE))
suppressMessages(library(ggplot2, warn.conflicts=FALSE))
suppressMessages(library(DescTools, warn.conflicts=FALSE))
suppressMessages(library(HDInterval, warn.conflicts=FALSE))
suppressMessages(library(mvtnorm, warn.conflicts=FALSE))
suppressMessages(library(vcd, warn.conflicts=FALSE))
suppressMessages(library(HH, warn.conflicts=FALSE))
suppressMessages(library(PearsonDS, warn.conflicts=FALSE))
suppressMessages(library(distributional, warn.conflicts=FALSE))
suppressMessages(library(reticulate, warn.conflicts=FALSE))
suppressMessages(library(DiagrammeR, warn.conflicts=FALSE))
suppressMessages(library(FinCal, warn.conflicts=FALSE))
suppressMessages(library(tvm, warn.conflicts=FALSE))
suppressMessages(library(FinancialMath, warn.conflicts=FALSE))
suppressMessages(library(jrvFinance, warn.conflicts=FALSE))
library(jrvFinance)
“Nada se cria, tudo se copia.” (Chacrinha (Abelardo Barbosa))
“Cópia bem feita é homenagem.” (Expressão acadêmica informal)
“Plágio de um autor é roubo, de muitos é pesquisa.” (Expressão acadêmica informal)
RPubs
ResearchGate
“Se a matemática é um instrumento importantíssimo para a tomada de decisões e, se essas para acontecerem exigirem o acesso a conhecimentos que possibilitem intervenção no mundo, então a Matemática Financeira e Comercial é fundamental nesse processo de constituição de cidadãos críticos que por sua vez se associa ao comportamento ético.” (Sá, 2011, Prefácio)
Moeda ateniense de prata (Tetradracma), cunhada no século V a.C., símbolo da antiga economia grega. A coruja, símbolo de Atena, representa sabedoria e vigilância, enquanto a inscrição ‘ΑΘΕ’ refere-se a Atenas. Esta moeda é um exemplo histórico da utilização de metais preciosos como meio de troca e reserva de valor, conceitos fundamentais na evolução da matemática financeira.
O presente texto tem como objetivo apresentar a Matemática Financeira de forma conceitual e aplicada. Embora essa tarefa seja desafiadora, ela não é impossível. Para alcançar esse propósito, é necessário reificar e ressignificar os conceitos fundamentais da Matemática Financeira.
Reificar significa traduzir fórmulas e modelos matemáticos em códigos na linguagem R, transformando conceitos abstratos em implementações práticas. Ressignificar, por sua vez, consiste em criar novos conceitos derivados da reificação, ampliando o entendimento e proporcionando novas perspectivas de aplicação. Esse ciclo contínuo de reificação e ressignificação permite que a Matemática Financeira evolua tanto conceitualmente quanto em sua aplicação prática.
As fórmulas matemáticas foram uniformizadas e simplificadas, utilizando sempre que possível os fatores de capitalização e amortização no capítulo de Matemática Financeira. Essa abordagem possibilitou aprimorar tanto as implementações (reificações) quanto as interpretações (ressignificações), proporcionando um tratamento mais consistente e intuitivo dos modelos apresentados.
Os modelos quantitativos em finanças podem ser classificados de acordo com o regime de capitalização adotado e a forma de tratamento do tempo. Essa classificação distingue dois grupos principais: modelos de finanças comerciais e modelos de finanças de mercado. A escolha do modelo quantitativo depende do tipo de operação financeira, da convenção de tempo adotada e do regime de capitalização utilizado.
Em geral, as finanças comerciais utilizam modelos discretos, apropriados para operações financeiras com prazos definidos e capitalização periódica. Por outro lado, as finanças de mercado empregam modelos contínuos, que melhor capturam a dinâmica de operações financeiras sujeitas a variações constantes no tempo, como negociações em mercados financeiros e aplicações envolvendo taxas compostas continuamente.
No Brasil, a implementação dos modelos financeiros em livros didáticos tem sido predominantemente realizada com o uso da calculadora portátil programável HP12C e da planilha eletrônica Excel. No entanto, essas ferramentas apresentam limitações significativas, especialmente por serem comerciais e fechadas. A linguagem R, por outro lado, é um software livre e gratuito, oferecendo maior flexibilidade e transparência no desenvolvimento de modelos financeiros. Outros motivos para essa escolha serão discutidos ao longo do texto.
Sempre que possível, utilizaremos a HP12C para resolver problemas, exemplos e exercícios, garantindo continuidade com práticas já estabelecidas. O WolframAlpha também será empregado em situações específicas. O uso da linguagem Python, embora ainda incipiente neste contexto, será explorado pontualmente.
Capitalização: discreta
Convenções de tempo:
Essas convenções são utilizadas para simplificar cálculos em contratos, operações bancárias e de crédito.
\[ F = P \left(1 + i n\right) \]
\[ F = P \left(1 + \dfrac{i}{k} \right)^{k n} \]
HP12C é uma calculador portátil programável para finanças comerciais.
Os melhores livros sobre finanças comerciais são:
PARK, C. S. & SHARP-BETE, G. P. (1990). Advanced Engineering Economics. Nova Jersey: Wiley.
DE FARO, C. & LACHTERMACHER, G. (2012). Introdução à matemática financeira. Rio de Janeiro: Saraiva / FGV Editora.
Capitalização: contínua
Convenção de tempo: ano civil ou exato ou fiscal (de contabilidade) (365 dias)
Usada em modelagem matemática e precificação de ativos e derivativos e proteção (hedging).
\[ F = P e^{i n} \]
Os melhores livros sobre finanças de mercado são:
LUENBERGER, D. G. (2013). Investment Science. 2ª ed. Nova York: Oxford.
MERTON, R. C. (1990). Continuous-time Finance. USA: Blackwell.
BAXTER, M., & RENNIE, A. (1996). Financial Calculus: An introduction to Derivative Pricing. UK: Cambridge University Press.
CAMPBELL, J. Y., LO, A. W., & MACKINLAY, A. C. (1997). The Econometrics of Financial Markets. USA: Princeton University Press.
FORTUNA, E. (2020). Mercado financeiro: produtos e serviços. 22ª ed. Rio de Janeiro: Qualimark.
Resumindo:
Regime | Fórmula | Capitalização | Tempo | Aplicações |
---|---|---|---|---|
RCJS | \(F = P(1 + i n)\) | Discreta linear | 360 ou 252 | Duplicatas, curto prazo, protestos |
RCJC | \(F = P \left(1 + \dfrac{i}{k} \right)^{k n}\) | Discreta geométrica | 360 ou 252 | Empréstimos, financiamentos, leasing |
RCJCC | \(F = P e^{i n}\) | Contínua exponencial | 365 ou 366 | Mercado financeiro, derivativos, títulos |
# Parâmetros
F <- 1e6 # Montante desejado
i <- 0.06 # Taxa de juro anual
n <- 30 # Período em anos
k <- 1
# RCJS: Regime de Capitalização a Juros Simples
P_js <- F / (1 + i * n)
# RCJC: Regime de Capitalização a Juros Compostos (discretos)
P_jc <- F / ((1 + i/k)^(n*k))
# RCJCC: Regime de Capitalização Contínua
P_jcc <- F / exp(i * n)
# Valores para o gráfico
regimes <- c("RCJS", "RCJC", "RCJCC")
valores <- c(P_js, P_jc, P_jcc)
print(valores)
[1] 357142.9 174110.1 165298.9
# Gráfico comparativo
bp <- barplot(valores,
names.arg = regimes,
col = c("gray", "lightblue", "lightgreen"),
ylab = "Capital Inicial (R$)",
main = "Capital Inicial Necessário para \nF = R$1.000.000 em 30 anos com i = 6% a.a.",
ylim = c(0, max(valores) * 1.1))
# Adicionar valores sobre as barras
text(x = bp,
y = valores,
labels = format(round(valores, 2), big.mark = ".", decimal.mark = ","),
pos = 3, cex = 0.8)
“O raro é caro.” (Ditado popular)
f REG f 2 40 g 12x 6 g 12÷
10000 CHS PMT PV {1.817.475,84} 27.5 % - {1.317.669,99}
20000 CHS PMT PV {3.634.951,69} 27.5 % - {2.635.339,97}
30000 CHS PMT PV {5.452.427,53} 27.5 % - {3.953.009,96}
A HP12C é uma calculadora financeira programável utilizada na execução de funções de matemática financeira e comercial.
A calculadora HP12C foi lançada pela empresa de informática e tecnologia estadunidense Hewlett-Packard em 1981, em substituição às calculadoras HP 38E e 38C.
Para oferecer uma alternativa com menor custo, a empresa brasileira BrtC lançou a calculadora FC-12, seu segundo modelo de calculadora financeira e uma calculadora similar à HP12C Platinum, incluindo as funções financeiras e o método RPN (Reverse Polish Notation) e algébrico.
HP12C
HP12C: B&W
HP12C: Registradores e memória
ON
: ligar/desligar; desliga automaticamente após alguns
minutos; não apaga os valores registrados.OFF
; Ficar
pressionando x
; ON
mantendo x
pressionado; soltar x
.OFF
; Ficar
pressionando .
; ON
.f k
; k
de 0
a 9
;
HP12C trabalha sempre com 9
casas decimais nos cálculos.
CLx 2 f 2 ENTER 3 ÷ f 9 f 2 f RND f 9
.f .
.g END
.g BEG
.n
):
STO EEX
.STO EEX {C}
.MM.DDYYYY
(default): g M.DY
.DD.MMYYYY
: g D.MY
.*
piscando no canto inferior esquerdo.CHS
(CHange Sign
): Altera o sinal de um
número.CLx
(CLear X
): Limpa o número exibido no
visor, sem afetar a memória.STO
(Store
): Armazena um valor em um dos
dez registros (0
a 9
).RCL
(ReCaLl
): Recupera valores armazenados
na memória.PV
(Present Value
): Valor presente de
fluxos de caixa futuros.FV
(Future Value
): Valor futuro de um
investimento com juros acumulados.PMT
(PayMenT
): Valor do pagamento
periódico em operações financeiras.INT
: Juro simples.i
: Juro composto.INTG
: Elimina a parte decimal.FRAC
: Elimina a parte inteira.RND
: Mantém os dígitos decimais apresentados no
visor.NPV
(Net Present Value
): Calcula o valor
presente líquido de fluxos de caixa.IRR
(Internal Rate of Return
): Calcula a
taxa interna de retorno de um projeto.REG
(REGister
): Refere-se aos registros de
memória da calculadora.FIN
(FINancial
): Funções financeiras como
PV
, FV
, PMT
, NPV
e
IRR
.∆DYS
(DaYS
): Calcula o número de dias
entre duas datas.EEX
: Enter EXponent
de um número em
notação científica.DATE
: Calcula uma data futura ou passada adicionando ou
subtraindo dias.
Exemplo: Qual é o dia da semana de 29 de fevereiro de 2024?
CLx g 4 29.022024 ENTER 0 g DATE {4=quinta-feira}
(1 - segunda-feira; 2 - terça-feira; 3 - quarta-feira; 4 - quinta-feira; 5 - sexta-feira; 6 – sábado; 7 – domingo.)
A Notação Polonesa Reversa (RPN, do inglês Reverse Polish
Notation) é um método eficiente para realizar cálculos matemáticos
e uma característica distintiva das calculadoras HP, incluindo a HP12C.
Diferentemente da notação algébrica padrão, onde os operadores são
colocados entre os operandos (por exemplo, 3 + 4
), a RPN
posiciona o operador após os operandos (por exemplo,
3 4 +
).
A RPN é uma ferramenta poderosa para profissionais que realizam cálculos frequentemente, como engenheiros, matemáticos e profissionais de finanças. Uma vez acostumados ao método RPN, muitos usuários o consideram mais intuitivo e eficiente do que a notação padrão. A HP12C é uma das calculadoras mais icônicas que utilizam a RPN, tornando-se uma escolha popular entre profissionais das áreas financeira, comercial e contábil.
Na RPN, primeiro insere-se os números (operandos) e, em seguida, indica-se a operação desejada (por exemplo, adição, subtração, multiplicação, divisão). Esse método elimina a necessidade de parênteses para determinar a ordem das operações, tornando os cálculos mais rápidos e reduzindo o risco de erros.
Uma ajuda inestimável na utilização de sua calculadora para um cálculo financeiro é o diagrama de fluxo de caixa. Ele é simplesmente uma representação pictórica dos montantes e sentidos das transações financeiras, rotuladas com termos que correspondem às teclas da calculadora.
O diagrama começa com uma linha horizontal, denominada a linha do tempo. Ela representa a duração do problema financeiro e é dividida em períodos de capitalização.
O fluxo de dinheiro em um problema é representado por setas verticais. O dinheiro recebido é representado por uma seta para cima começando no ponto na linha de tempo que corresponde ao momento em que a transação ocorre; o dinheiro pago é representado por uma seta para baixo.
Suponha que você tenha depositado (pago) R$ 1.000 em uma conta que rende juros anuais de 6% com capitalização mensal, tendo depois depositado R$ 50 adicionais no fim de cada mês durante os 2 anos seguintes. O diagrama de fluxo de caixa para esse problema ficaria assim:
Nota Promissória
A seta para cima no lado direito do diagrama indica que se recebe dinheiro no fim da transação. Todo diagrama de fluxo de caixa completo deve incluir pelo menos um fluxo de caixa em cada sentido. Observe que os fluxos de caixa correspondentes à acumulação de juros não são representados por setas no diagrama.
Quando da entrada dos fluxos de caixa PV
,
PMT
e FV
, as quantidades precisam ser
informadas à calculadora com o sinal apropriado, \(+\) (mais) ou \(–\) (menos), segundo a convenção para
sinais de fluxos de caixa: o dinheiro recebido (seta para cima) é
entrado ou exibido como um valor positivo (\(+\)). O dinheiro pago (seta para baixo) é
entrado ou exibido como um valor negativo (\(−\)).
Mais um dado precisa ser especificado antes de você poder resolver um problema que envolve pagamentos periódicos. Tais pagamentos podem ser feitos no início do período de capitalização (anuidade antecipada) ou no final do período (anuidade postecipada ou vencida). Os resultados de cálculos com pagamentos postecipados e antecipados são diferentes. São apresentados abaixo diagramas de fluxo de caixa parciais mostrando pagamentos antecipados (Início) e postecipados (Fim). No problema ilustrado no diagrama de fluxo de caixa acima, os pagamentos são postecipados.
Nota Promissória
Independente do modo de vencimento (antecipado ou postecipado), o número de pagamentos deve ser igual ao número de períodos de capitalização.
Para especificar o modo de vencimento:
9 BEG
para pagamentos feitos no início dos
períodos de capitalização.9 END
para pagamentos feitos no final dos
períodos de capitalização.O indicador de estado BEGIN
está presente quando o modo
de vencimento é antecipado. Se BEGIN
não estiver presente,
o modo de vencimento será postecipado.
O modo de vencimento permanece ativo até ser alterado; não é necessário reconfigurá-lo toda vez que a calculadora é ligada. Porém, se a Memória Contínua for reinicializada, o modo de vencimento será configurado para postecipado.
“Pagar e morrer, quanto mais tarde, melhor!” (Ditado popular)
Capital é o estoque de recursos econômicos disponíveis para a produção e circulação de bens e serviços, sendo utilizado como fator de produção e instrumento de financiamento das atividades empresariais.
Capital, conceitualmente, representa a capacidade de um agente econômico — pessoa física ou jurídica — de mobilizar riqueza para gerar mais valor no tempo, sob risco e incerteza.
Pessoa física: indivíduos que consomem, trabalham, poupam ou investem.
Pessoa jurídica: empresas, instituições financeiras, governo ou organizações que produzem, distribuem ou consomem bens e serviços.
Do ponto de vista da teria econômica, os fatores de produção são divididos em trabalho, capital, terra e capacidade empresarial, sendo que a cada um desses fatores corresponde uma remuneração denominada, respectivamente, salário, juro, aluguel e lucro.
No contexto de Matemática Financeira, capital é dinheiro.
Juro é o valor em dinheiro que deve ser pago pelo direito de se dispor temporariamente de um capital, sendo, portanto, um prêmio em dinheiro que o credor recebe, além da restituição integral do capital cedido.
Juro pode ser compreendido como uma espécie de preço do aluguel de dinheiro.
Juro (interest) é a remuneração do dinheiro num prazo. Juro é expresso como percentual sobre o capital (taxa de juro) e pode ser calculado de duas formas: juro simples (simple interest) ou juro composto (compound interest).
Conforme Matias (2018, p. 6), juro justifica-se por três motivos:
Privação de liquidez: Quem empresta capital (dinheiro) fica impedido de o destinar a outros fins (consumo, poupança ou ambos), dando esta possibilidade à outra parte. É compreensível que este sacrifício por parte de quem empresta deva ser pago. Quanto maior for o prazo do empréstimo, mais este efeito se faz sentir (importância do fator tempo).
Perda de poder de compra: Devido à inflação, aquilo que em média custa hoje R$ 100,00 custará, daqui a um ano, mais do que este valor. Normalmente, quanto maior for o prazo do empréstimo, maior será o efeito da inflação (importância do fator tempo).
Risco de inadimplência: Quem empresta corre sempre o risco de não vir a receber de volta o capital que emprestou. Isso pode acontecer por diversas razões, intrínsecas e extrínsecas (a contraparte pode ser má pagadora; mesmo não o sendo, pode ficar impossibilitada de honrar o compromisso, por diversas razões: desemprego, doença, morte, guerra etc.). Quanto maior a probabilidade de ocorrer algumas destas situações, maior o risco envolvido de inadimplência (importância do fator tempo).
Na prática financeira, a grandeza do juro é definida por um coeficiente denominado taxa de juro. Duas são as taxas habitualmente usadas:
A taxa unitária que representa o juro por unidade de capital tomado num determinado período por unidade de tempo. E.g.: se o juro do capital R$ 1,00 em 1 ano é R$ 0.05, diz-se que a taxa unitária de juro é 5%.
A taxa percentual que representa o juro do capital R$ 100,00 no período tomado por unidade de tempo. E.g.: se o capital R$ 100,00 rende R$ 5,00 em 1 ano, diz-se que a taxa anual de juro é 5%.
Portanto, a taxa percentual é igual a 100 vezes a taxa unitária correspondente.
Do ponto de vista econômico, a taxa de juro tem duas parcelas:
Preço do capital estabelecido pela concorrência do mercado financeiro.
Prêmio de seguro para o capital emprestado que é função da confiança inspirada pelo devedor, como também de acordo com os riscos a que está sujeito o credor por circustâncias quaisquer.
Se um capital é colocado a juro durante um certo prazo, chama-se montante ou valor final desse capital a soma do capital e do juro por ele produzido durante esse prazo.
Os três motivos acima (privação de liquidez, perda de poder de compra e risco de inadimplência) estão intimamente ligados a um fator comum: o tempo.
Uma situação financeira envolve capitais em momentos diferentes.
Capitais em momentos diferentes não são diretamente comparáveis. Por
exemplo, somar capitais de momentos distintos é um erro. Por isso,
quando estão envolvidos capitais em diferentes momentos, é necessário
homogeneizá-los, ou seja, exprimi-los numa mesma
unidade de tempo.
Exprimir capitais (valores monetários) numa mesma unidade equivale a
exprimi-los num mesmo momento (data
focal).
A data focal é o momento considerado para estabelecer a equação de equivalência de capitais, ou seja, o instante no qual se pretende exprimir todos os capitais envolvidos.
A equação de equivalência ou equação de valor é a equação que estabelece a equivalência, numa data focal, entre dois capitais em momentos distintos.
Juro (valor do fator tempo) é o elemento que permite estabelecer essa equivalência de capitais.
Habitualmente, a taxa de juro é expressa em porcentagem anual.
Portanto, o juro depende de três fatores:
- Capital (C)
- Tempo (t)
- Taxa de juro (i)
Ceteris paribus, quanto maior um desses fatores, maior será o juro.
Para comparar capitais é necessário que estejam em uma mesma data focal.
Uma operação financeira transforma um ou mais capitais por ação do tempo e da taxa de juro. A operação pode ser de:
Em qualquer operação financeira, intervêm pelo menos duas
partes:
- Mutuário (devedor / borrower): quem pede
emprestado.
- Mutuante (credor / lender): quem
empresta.
A origem dos termos “mutuário” e “mutuante” remonta ao latim, refletindo a relação financeira entre as partes envolvidas:
Mutuário: Deriva do termo latino mutuarius, originado de mutuare, que significa “emprestar” ou “tomar emprestado”. O sufixo “-ário” indica relação ou pertencimento, referindo-se à pessoa que recebe algo por empréstimo. O verbo mutuare está ligado à ideia de troca ou mudança, enfatizando a natureza temporária do empréstimo.
Mutuante: Também se origina de mutuare. O sufixo “-ante” indica um agente de ação, referindo-se à parte que faz o empréstimo, ou seja, a pessoa ou entidade que fornece o recurso financeiro ou bem emprestado.
Esses termos são fundamentais no contexto de transações financeiras, onde o mutuante é quem empresta o dinheiro ou bem, e o mutuário é quem recebe o empréstimo e tem a obrigação de devolvê-lo conforme as condições acordadas.
Consideremos um intervalo de tempo (ano, mês, dia etc.) que usaremos como unidade e que denominaremos período financeiro ou simplesmente período. Sejam, \(P\) um capital e \(J\) seu juro no fim de um período. Diz-se que o capital \(P\) está colocado a juro simples durante \(n\) períodos se o juro produzido em cada período é constantemente igual a \(J\).
No regime de capitalização de juro simples (RCJS), a taxa de juro é aplicada sobre o valor inicial de forma linear em todos os períodos, ou seja, não considera que o valor sobre o qual incidem juros muda ao longo do tempo.
Manuel possui R$ 100.00. Qual a diferença entre depositá-lo numa caderneta de poupança e deixá-lo guardado em casa?
Resposta: Na poupança, o dinheiro cresce, mas em casa, diminui por causa da inflação.
\[ \text{Valor Presente} + \text{Juro} = \text{Valor Futuro} \]
Dessa forma, a relação básica do juro simples é dada por:
\[ P + J = F \]
Se Manuel depositar seus R$ 100.00 num banco, como o dinheiro pode crescer?
Solução:
O dinheiro pode crescer linearmente no regime de capitalização a juro simples (RCJS) ou geometricamente/exponencialmente no regime de capitalização de juro composto (RCJC) conforme uma taxa de juro ao período, \(i\).
Imagine que você deposite 100.00 u.m. (unidade monetária; e.g., real brasileiro, euro, dólar americano) num banco a 8% a.a. em RCJS. Qual é o valor futuro daqui a um ano comercial (360 dias)?
Solução:
\[\begin{align} F_s &= 100 + 100 \times 0.08 \\ &= 100 \times (1 + 0.08) \\ &= 100 \times 1.08 \\ F_s &= 108 \end{align}\]
f REG f 2 360 n 100 CHS PV 8 i INT + {108.00}
f REG f 2 n 100 CHS PV 8 i FV {108.00}
RCJS: simple interest
RCJS: annual interest, i=8%, n=1, PV=R$100
RCJC: annual interest, rate=8%, periods=1, present value=R$100
RCJC: compound interest
Observar que se \(P = 100\), o juro equivale à taxa de juro em porcentagem.
\[ \begin{align} F_S &= P + J \\ F_S &= P + P i \\ F_S &= P (1 + i) \\ \\ J_S(1) &= P i \\ F_S(1) &= P + J_S(1) \end{align} \]
Se a aplicação do principal é feita em \(n\) anos ou períodos, então a fórmula do juro é:
\[ \begin{align} J_S(n) &= P i n \\ F_S(n) &= P + J_S(n) \end{align} \]
Sendo que \(n\) é o número de anos ou períodos no qual a taxa de juro é expressa.
Portanto, a fórmula final do valor futuro é:
\[ F_S(n) = P (1 + i n) \]
O valor futuro é função do principal, da taxa de juro e do número de períodos:
\[ F_S(P, i, n) = P (1 + i n) \]
O valor presente é função do montante, da taxa de juro e do número de períodos:
\[ P_S(P, i, n) = \dfrac{F_S}{1 + i n}= F(1 + i n)^{-1} \]
Sinonímia é a relação entre palavras ou expressões que têm o mesmo significado ou significados muito próximos, podendo ser usadas de forma intercambiável em determinados contextos, sem alterar o sentido essencial da frase.
Em finanças, a sinonímia permite reconhecer que termos diferentes podem se referir ao mesmo conceito, por exemplo:
A sinonímia pode ser absoluta (significados idênticos) ou relativa (semelhança de sentido com variações conforme o uso e o contexto).
Lista de termos equivalentes ao valor presente, \(P\):
Observação: o termo montante normalmente designa o valor futuro, mas pode aparecer como sinônimo de valor presente em alguns contextos específicos, especialmente quando comparado com outros montantes equivalentes em diferentes momentos do tempo.
Lista de termos equivalentes ao valor futuro, \(F\):
Esses termos são usados em diferentes contextos para representar o valor de um capital após a aplicação de juros ou rendimentos ao longo do tempo.
Lista de termos equivalentes a taxa de juro, \(i\):
Esses termos variam conforme o tipo de regime (simples, composto), o contexto (empréstimos, investimentos, avaliação de projetos) e o período de capitalização.
Lista de termos equivalentes ao número de períodos de capitalização, \(n\):
Esses termos são usados conforme o contexto: financeiro, atuarial, bancário ou contábil.
\[F=P C\]
sendo que:
O fator de capitalização no juro simples é dado por:
\[C=1+in\]
Sendo que:
Substituindo as dimensões na equação do fator de capitalização:
\[ \begin{align} [C]&=[1+i n] \\ &=[1]+[i][n] \\ &=1+[i][n] \\ &=1+T^{-1}T \\ &=1+1 \\ [C]&=1 \end{align} \]
Portanto, o fator de capitalização do RCJS, \(C\), é adimensional.
\[F=PC\]
Substituindo as dimensões na equação de juro simples:
\[ \begin{align} [F]&=[PC] \\ &=[P][C] \\ &=\$\times 1 \\ [F]&=\$ \\ \$&=\$ \end{align} \]
Portanto, a equação é dimensionalmente homogênea.
Qual é o valor futuro anual do Manuel até 30 anos? Mostrar graficamente como o dinheiro dele cresce. Suponha que o banco permite que o aplicador apenas retire o valor futuro exatamente ao final de cada ano.
Solução:
\[ F_S(P = 100, i = 0.08, n) = 100 \times (1 + 0.08 \times n) \]
P | i | n | F |
---|---|---|---|
100 | 0.08 | 0 | 100 |
100 | 0.08 | 1 | 108 |
100 | 0.08 | 2 | 116 |
100 | 0.08 | 3 | 124 |
100 | 0.08 | 4 | 132 |
100 | 0.08 | 5 | 140 |
100 | 0.08 | 6 | 148 |
100 | 0.08 | 7 | 156 |
100 | 0.08 | 8 | 164 |
100 | 0.08 | 9 | 172 |
100 | 0.08 | 10 | 180 |
100 | 0.08 | 11 | 188 |
100 | 0.08 | 12 | 196 |
100 | 0.08 | 13 | 204 |
100 | 0.08 | 14 | 212 |
100 | 0.08 | 15 | 220 |
100 | 0.08 | 16 | 228 |
100 | 0.08 | 17 | 236 |
100 | 0.08 | 18 | 244 |
100 | 0.08 | 19 | 252 |
100 | 0.08 | 20 | 260 |
100 | 0.08 | 21 | 268 |
100 | 0.08 | 22 | 276 |
100 | 0.08 | 23 | 284 |
100 | 0.08 | 24 | 292 |
100 | 0.08 | 25 | 300 |
100 | 0.08 | 26 | 308 |
100 | 0.08 | 27 | 316 |
100 | 0.08 | 28 | 324 |
100 | 0.08 | 29 | 332 |
100 | 0.08 | 30 | 340 |
O gráfico de barras representa um crescimento:
- Discreto, pois os valores são calculados em períodos
específicos.
- Linear, pois o valor futuro cresce proporcionalmente ao tempo.
Plotar o gráfico do valor futuro se o banco permitir que Manuel retire a qualquer momento o seu valor futuro da aplicação.
Solução:
O gráfico é uma reta truncada à direita, pois o crescimento continua sendo linear, mas agora contínuo, permitindo retiradas em qualquer instante.
De que maneira a fórmula do valor futuro pode ser expressa como a função de uma reta?
Solução:
A fórmula do valor futuro pode ser expressa como uma função afim ou função de reta:
\[ f(x) = a x + b \]
Sendo que:
- \(a\) é a inclinação.
- \(b\) é o intercepto.
Imagine que os valores do principal (\(P\)) e da taxa de juro (\(i\)) estejam fixados. Portanto, o valor futuro (\(F\)) depende apenas da variação do número de períodos \(n\), supondo que \(n\) é um número real.
A função do valor futuro pode ser expressa da seguinte maneira:
\[ F(n) = P + (P i) n \]
Comparando com a equação da reta:
\[ a = P i, \quad b = P, \quad x = n \]
Aplicando essa fórmula ao caso de Manuel, temos:
\[ F_S(n) = 8 n + 100 \]
Dessa forma, no caso de Manuel:
- Inclinação: \(a = 8\) reais por
ano.
- Intercepto: \(b = 100\) reais.
Isto significa que seu capital cresce sempre 8 reais por ano a partir do principal de 100 reais.
Esboçar o gráfico da função do valor futuro. Qual a relação da inclinação da função linear com a tangente da reta em relação ao eixo das abscissas?
Solução:
A relação é a seguinte:
\[ a = \tan(\theta) = P i \]
Sendo que:
- \(\tan( \theta)\) é a tangente do
ângulo \(\theta\) entre o eixo das
abscissas (tempo) e a reta do valor futuro.
- A tangente é o cateto oposto dividido pelo cateto adjacente do
triângulo retângulo formado pela abscissa e a reta.
Qual a relação da inclinação da função linear com a derivada da função do valor futuro em relação ao número de períodos?
Solução:
A relação é a seguinte:
\[ a = \tan(\theta) = \dfrac{dF_S(n)}{dn} = P i \]
Qual o valor do juro entre dois instantes quaisquer em RCJS?
Solução:
Total de juros ganhos nos \(n\) períodos (capitalização simples):
\[ \begin{align} J_S(k, k+m) &= \Delta F_S (k, k+m) \\ &= F_S (P, i, k+m) - F_S (P, i, k) \\ &= P i (k+m) - P i k \\ &= P i m \\ J_S(k, k+m) &= J_S(m) \end{align} \]
Imagine que se deseja saber qual o valor do juro simples entre o primeiro e o terceiro ano de capitalização. Então, \(k = 1\) e \(m = 2\):
\[ \begin{align} J_S(k, k+m) &= J_S(m) \\ J_S(1,3) &= J_S(2) \\ J_S(1,3) &= 16 \end{align} \]
\[ \begin{align} J_S(0,n) &= \Delta F_S (1,n) \\ &= F_S (P, i, n) - F_S (P, i, 0) \\ &= P i n \\ J_S(0,n) &= J_S(n) \end{align} \]
\[ \begin{align} J_S(k, k+1) &= \Delta F_S (k, k+1) \\ &= F_S (P, i, k+1) - F_S (P, i, k) \\ &= P i (k+1) - P i k \\ &= P i \\ J_S(k, k+1) &= J_S(1) \end{align} \]
Imagine que se deseja saber qual o valor do juro simples entre dois instantes consecutivos. Então \(m = k + 1\):
\[ \begin{align} J_S(k, k+1) &= J_S(1) \\ J_S(k, k+1) &= 8 \end{align} \]
O crescimento do juro entre duas capitalizações simples consecutivas segue uma função constante. Logo, os juros simples consecutivos não crescem.
Imagine que se deseja saber qual o valor do juro simples entre o instante inicial e o último ano de capitalização, isto é, o juro simples total do investimento. Então \(k = 0\) e \(m = n = 30\) anos:
\[ \begin{align} J_S(0,30) &= J_S(30) \\ J_S(0,30) &= 240 \end{align} \]
Quanto deve ser pago mensalmente (prestação mensal) se fizer um empréstimo de R$ 10.000,00 em uma instituição que emprega juros simples para o cálculo de valores futuros?
Imagine que o empréstimo tenha que ser pago em 4 anos e que a taxa de juro aplicada ao principal seja 5% a.a.
Solução:
Seja \(PM\) o valor do pagamento mensal. Dessa forma, temos que:
\[ PM_S(n) = \dfrac{F(n)}{n \times 12} \]
O custo total do empréstimo é o valor futuro. Portanto, o valor do pagamento mensal para esse problema específico é R$ 250.00, conforme cálculos a seguir:
\[ \begin{align} PM_S(4) &= \dfrac{F(4)}{4 \times 12} \\ &= \dfrac{12000}{48} \\ PM_S(4) &= 250 \end{align} \]
f REG f 2 4 ENTER 360 x n 10000 CHS PV 5 i f INT + 4 ENTER 12 x ÷ {250.00}
Duas taxas são proporcionais se os seus valores formam uma proporção com os seus respectivos períodos expressos na mesma unidade de tempo.
As taxas de juros \(i_1\) ao período \(n_1\) e \(i_2\) ao período \(n_2\) têm seus períodos expressos na mesma unidade de tempo. Portanto, se as taxas de juro são proporcionais, temos que:
\[ \dfrac{i_1}{i_2} = \dfrac{n_1}{n_2} \]
As taxas de juro de 18% a.a. e 1.5% a.m. são proporcionais.
\[ \dfrac{0.18}{0.015} = 12 \]
\[ \dfrac{12 \text{ mês}}{1 \text{ mês}} = 12 \]
Para obter uma taxa de juro proporcional a uma taxa de juro dada, imagine que a taxa de juro \(i\) é relativa a um período e que \(i_k\) é a taxa de juro proporcional relativa à fração \(\dfrac{1}{k}\) do período expressa na mesma unidade de tempo do período. Portanto, temos que:
\[ \begin{align} \dfrac{i_k}{i} &= \dfrac{\dfrac{1}{k}}{1} \\ \dfrac{i_k}{i} &= \dfrac{1}{k} \\ i_k &= \dfrac{i}{k} \end{align} \]
A taxa de juro de 2.5% a.m. é proporcional a 30% a.a.
\[ \begin{align} k &= 12 \\ i_k &= 0.025 \\ i &= 0.30 \end{align} \]
\[ \begin{align} i_k &= \dfrac{i}{k} \\ 0.025 &= \dfrac{0.30}{12} \end{align} \]
A taxa de juro de 2.4% a.m. é proporcional a 0.08% a.d.
\[ \begin{align} k &= 30 \\ i_k &= 0.0008 \\ i &= 0.024 \end{align} \]
\[ \begin{align} i_k &= \dfrac{i}{k} \\ 0.0008 &= \dfrac{0.024}{30} \end{align} \]
A taxa de juro de 32% a.a. é proporcional a 8% a.t.
\[ \begin{align} k &= 4 \\ i_k &= 0.08 \\ i &= 0.32 \end{align} \]
\[ \begin{align} i_k &= \dfrac{i}{k} \\ 0.08 &= \dfrac{0.32}{4} \end{align} \]
Duas taxas de juro são equivalentes se produzem o mesmo valor futuro, dado o mesmo principal e o mesmo período.
Em regime de capitalização de juro simples (RCJS), duas taxas de juro proporcionais são taxas de juro equivalentes e vice-versa.
A taxa de juro \(i\) é relativa a um período em que \(i_k=\dfrac{i}{k}\) é a taxa de juro proporcional relativa à fração \(\dfrac{1}{k}\) do período expressa na mesma unidade de tempo do período.
RCJS discreto (RCJSD) é o regime no qual há \(k = 2,3, \dots\) capitalizações por período:
\[F_S = P \left(1 + \dfrac{i}{k} n k\right)=P (1 + i n)\]
No RCJS discreto, a taxa de juro equivalente é a taxa de juro proporcional.
A taxa de juro proporcional pode ser usada para ajustar a taxa de juro nominal para o mesmo período da quantidade de períodos de capitalização \(n\).
Período | Taxa |
---|---|
\(i_{\text{período}}\) | \(i_k\) |
\(i_{\text{ano}}\) | \(i_1 = i = 8\% \text{ a.a.}\) |
\(i_{\text{semestre}}\) | \(i_2 = \dfrac{i}{2} = 4\% \text{ a.s.}\) |
\(i_{\text{trimestre}}\) | \(i_4 = 2\% \text{ a.t.}\) |
\(i_{\text{mês}}\) | \(i_{12} = 0.\bar{6}\% \text{ a.m.}\) |
\(i_{\text{dia comercial}}\) | \(i_{360} = 0.0\bar{2}\% \text{ a.d.}\) |
\(i_{\text{dia civil}}\) | \(i_{365} \approx 0.022\% \text{ a.d.c.}\) |
\(i_{\text{dia útil}}\) | \(i_{252} \approx 0.032\% \text{ a.d.u.}\) |
As fórmulas de cálculo do montante \(F_S\), do principal \(P\), da taxa \(i\) e da quantidade de períodos \(n\) no regime de capitalização simples são:
VD | Equação |
---|---|
Montante | \(F_S = P (1 + i n)\) |
Principal | \(P = \dfrac{F_S}{1 + i n}\) |
Taxa | \(i = \dfrac{F_S - P}{n P}\) |
Período | \(n = \dfrac{F_S - P}{i P}\) |
Prazo médio, \(\bar{n}\), é o tempo durante o qual deve ser aplicada a soma de \(m\) capitais, à mesma taxa de juro \(i\), de modo que o juro por ela produzido seja igual à soma dos juros produzidos pelos \(m\) capitais:
\[ \begin{align} \left(\sum_{k=1}^{m}{P_k}\right)i\bar{n}&=\sum_{k=1}^{m}{\left(P_kin_k\right)}\\ \left(\sum_{k=1}^{m}{P_k}\right)i\bar{n}&=\left(\sum_{k=1}^{m}{P_kn_k}\right)i\\ \left(\sum_{k=1}^{m}{P_k}\right)\bar{n}&=\left(\sum_{k=1}^{m}{P_kn_k}\right)\\ \bar{n}&=\dfrac{\sum_{k=1}^{m}{P_kn_k}}{\sum_{k=1}^{m}{P_k}} \end{align} \]
Se \(P_1=P_2=\cdots=P_m\):
\[ \begin{align} \bar{n}&=\dfrac{\sum_{k=1}^{m}{n_k}}{m} \end{align} \]
Os capitais R$ 6.000,00, R$ 10.000,00 e R$ 8.000,00 foram aplicados à mesma taxa de juro simples durante 9, 5 e 8 meses, respectivamente. Durante quanto tempo deveria ser empregada a soma desses capitais, à mesma taxa de juro simples, para qu eo juro por ela produzido fosse igual à soma dos juros daqueles capitais nos prazos dados?
solução:
\[ \begin{align} \bar{n}&=\dfrac{6000\times9+10000\times5+8000\times8}{6000+10000+8000}\\ \bar{n}&=7\\ \end{align} \]
[1] 7
Resposta:
O prazo médio é 7 meses.
Taxa de juro média é a taxa de juro a que deve ser aplicada a soma dos capitais durante o mesmo prazo, de modo que o juro por ela produzido seja igual à soma dos juros produzidos pelos capitais dados.
\[ \begin{align} \left(\sum_{k=1}^{m}{P_k}\right)\bar{i}n&=\sum_{k=1}^{m}{\left(P_ki_kn\right)}\\ \left(\sum_{k=1}^{m}{P_k}\right)\bar{i}n&=\left(\sum_{k=1}^{m}{P_ki_k}\right)n\\ \left(\sum_{k=1}^{m}{P_k}\right)\bar{i}&=\left(\sum_{k=1}^{m}{P_ki_k}\right)\\ \bar{i}&=\dfrac{\sum_{k=1}^{m}{P_ki_k}}{\sum_{k=1}^{m}{P_k}} \end{align} \]
Se \(P_1=P_2=\cdots=P_m\):
\[ \begin{align} \bar{i}&=\dfrac{\sum_{k=1}^{m}{i_k}}{m} \end{align} \]
Em RCJS, um médico tem seus haveres empregados nas seguintes condições: a metade a 4% a.a., a terça parte a 6% a.a. e o restante a 9% a.a. A que taxa de juro única poderia empregar todo capital a fim de obter o mesmo rendimento anual?
solução:
\[ \begin{align} \bar{i}&=\dfrac{1}{2}0.04+\dfrac{1}{3}0.06+\dfrac{1}{6}0.09\\ \bar{i}&=0.055\\ \end{align} \]
[1] 0.055
Resposta:
A taxa de juro média é 5.5% a.a.
Diz-se que um capital está aplicado a juro composto ou no regime de capitalização composto, se, no fim de cada período financeiro, previamente estipulado, o juro produzido é adicionado ao capital e passa a render juro.
O juro composto é o método pelo qual o juro é calculado em cada período sobre o principal e o juro acumulado em períodos anteriores (juro sobre juro = anatocismo). Esse processo é denominado regime de capitalização a juro composto (RCJC).
A intervalos estabelecidos, o juro vencido (sobre uma conta de poupança, por exemplo) é adicionado ao principal. Nesse caso, o juro se diz composto ou convertido em principal e, daí em diante, produz também juros. Assim, o principal cresce periodicamente e o juro convertido em principal aumenta sucessivamente ao longo do prazo da transação. A soma devida, no fim da transação, denomina-se montante composto ou valor futuro composto.
A diferença entre o montante composto e o principal chama-se juro
composto.
### Problema 1
Como são calculados os juros compostos para a aplicação do Manuel ao final do segundo ano, isto é, qual é o valor futuro após dois anos usando o regime de juro composto? Primeiramente tente estimar mentalmente sem o uso de fórmulas (solução heurística). Em seguida, calcule exatamente o valor futuro ao final do segundo ano.
Solução:
O valor futuro após o primeiro ano é R$ 108.00. Então, 8% do valor futuro R$ 108.00 é R$ 8.64. Portanto, o valor futuro ao final do segundo ano é R$ 116.64.
Note que esse valor é um pouco maior do que o valor futuro que seria obtido se o regime fosse de juros simples, isto é, R$ 116.00.
annual interest, rate=8%, present value=R$100, periods=2
annual interest, i=8%, PV=R$100, n=2
f REG f 2 f 8 i 2 n 100 CHS PV FV {116.64}
[1] 116.64
116.64
Se o principal, a taxa de juro e o número de períodos são fixados, então o valor futuro no regime de juro composto é sempre maior que o valor futuro no regime de juro simples?
Solução:
Sim, se \(n > 1\), i.e., se a quantidade de períodos é maior que 1. O contrário ocorre dentro do primeiro período (ver exercício 17).
Notar que a função do valor futuro no regime de juros compostos passa a ser escrito como \(F_C\).
O fator \((1 + i)^n\) é chamado de fator de capitalização ou fator de acumulação de capital.
\[ \begin{align} F_C(P, i, 1) &= P (1 + i) \\ F_C(P, i, 2) &= F_C(P, i, 1) (1 + i) \\ F_C(P, i, 2) &= P (1 + i) (1 + i) \\ F_C(P, i, 2) &= P (1 + i)^2 \\ \end{align} \]
De forma geral, a fórmula para qualquer número de períodos \(n\) é:
\[ F_C(P, i, n) = P (1 + i)^n \]
As fórmulas de cálculo do montante \(F_C\), do principal \(P\), da taxa \(i\) e da quantidade de períodos \(n\) no regime de capitalização composto são:
VD | Equação |
---|---|
Montante | \(F_C = P (1 + i)^n\) |
Principal | \(P = \dfrac{F_C}{(1 + i)^n} = F_C(1 + i)^{-n}\) |
Taxa | \(i = \sqrt[n]{\dfrac{F_C}{P}} - 1\) |
Período | \(n = \dfrac{\ln \left( \dfrac{F_C}{P} \right)}{\ln(1 + i)}\) |
\[F=P C\]
sendo que:
O fator de capitalização no juro composto é dado por:
\[C=(1+i)^n\]
Sendo que:
Substituindo as dimensões na equação do fator de capitalização:
\[ \begin{align} [C]&=([1]+[i])^{[n]} \\ [C]&=\left(1+T^{-1}\right)^{T} \end{align} \]
Portanto, o fator de capitalização do RCJS, \(C\), não é adimensional.
\[F=P C\]
Substituindo as dimensões na equação de juro composto:
\[ \begin{align} [F] &=[PC] \\ &=[P][C] \\ [F] &=\$ \times \left( 1+T^{-1} \right)^{T} \end{align} \]
Portanto, a equação não é dimensionalmente homogênea.
Quando a quantidade de períodos é fracionária, e.g., \(17/12 = 1.416\ldots\), o regime de capitalização da parte fracionária, i.e., na parte \(0.416\ldots\), pode ser selecionado na HP12C.
Se o usuário fizer aparecer no visor a letra C pressionando
[STO] [EEX]
, a HP12C usa o regime de capitalização composta
na parte fracionária do período.
Se o usuário fizer desaparecer do visor a letra C pressionando
[STO] [EEX]
, a HP12C usa o regime de capitalização simples
na parte fracionária do período.
Aplicar esse método da HP12C no Exercício 17.
Como o dinheiro do Manuel cresce no regime de juro composto? Qual a forma funcional que representa esse crescimento? Plotar as funções de crescimento linear e a nova no mesmo gráfico.
Solução:
\[ F_C(P = 100, i = 0.08, n) = 100 (1 + 0.08)^n = 100 (1.08)^n \]
f REG f 2 f 8 i 0 n 100 CHS PV FV 1 n
FV 2 n FV ... 30 n FV
n | F.Simples | F.Composto |
---|---|---|
0 | 100 | 100.00 |
1 | 108 | 108.00 |
2 | 116 | 116.64 |
3 | 124 | 125.97 |
4 | 132 | 136.05 |
5 | 140 | 146.93 |
6 | 148 | 158.69 |
7 | 156 | 171.38 |
8 | 164 | 185.09 |
9 | 172 | 199.90 |
10 | 180 | 215.89 |
11 | 188 | 233.16 |
12 | 196 | 251.82 |
13 | 204 | 271.96 |
14 | 212 | 293.72 |
15 | 220 | 317.22 |
16 | 228 | 342.59 |
17 | 236 | 370.00 |
18 | 244 | 399.60 |
19 | 252 | 431.57 |
20 | 260 | 466.10 |
21 | 268 | 503.38 |
22 | 276 | 543.65 |
23 | 284 | 587.15 |
24 | 292 | 634.12 |
25 | 300 | 684.85 |
26 | 308 | 739.64 |
27 | 316 | 798.81 |
28 | 324 | 862.71 |
29 | 332 | 931.73 |
30 | 340 | 1006.27 |
É conveniente lembrar a estrutura de uma função geométrica (versão discreta) e exponencial (versão contínua):
\[ f(x) = a b^x \]
Portanto, a função do valor futuro no regime de juro composto pode ser expressa matematicamente da seguinte forma:
\[ \begin{aligned} F_C(n) &= P (1 + i)^n \\ a &= P \\ b &= 1 + i \\ x &= n \end{aligned} \]
Notar que \(b^0 = 1\), se \(b \neq 0\).
Como R$ 100 do Manuel no RCJC cresce a 1%, 5%, 10%, 15% a.a.?
Plotar as funções de crescimento do dinheiro no mesmo gráfico supondo que \(n\) é inteiro.
Solução:
O juro composto é dado por:
\[ \begin{align} J_C &= F_C - P \\ &= P (1 + i)^n - P \\ J_C &= P \left[ (1 + i)^n - 1 \right] \end{align} \]
O total de juro ganho em \(m\) períodos (capitalização composta) é:
\[ \begin{align} J_C(k, k + m) &= \Delta F_C(k, k + m) \\ &= F_C(P, i, k + m) - F_C(P, i, k) \\ &= P (1 + i)^{k + m} - P (1 + i)^k \\ J_C(k, k + m) &= P (1 + i)^k \left[ (1 + i)^m - 1 \right] \end{align} \]
De forma geral:
\[ J_C(k, k + m) = F_C(k) \left[ (1 + i)^m - 1 \right], \quad k = 0, 1, 2, \dots, n - m \]
Imagine que se deseja saber qual o valor do juro composto entre o primeiro e o terceiro anos de capitalização. Então para \(k = 1\) e \(m = 2\):
\[ \begin{align} J_C(k, k + m) &= P (1 + i)^k \left[ (1 + i)^m - 1 \right] \\ J_C(1, 3) &= 100 \times 1.08^1 \times\left[ 1.08^2 - 1 \right] \\ J_C(1, 3) &= 100 \times 1.08 \times [1.1664 - 1] \\ J_C(1, 3) &= 17.97 \end{align} \]
Valor do juro composto entre o instante inicial e o último ano de capitalização:
\[ \begin{aligned} J_C(0, n) &= \Delta F_C(0, n) \\ &= F_C(P, i, n) - F_C(P, i, 0) \\ &= P (1 + i)^n - P (1 + i)^0 \\ &= P (1 + i)^n - P \\ J_C(0, n) &= P \left[ (1 + i)^n - 1 \right] \end{aligned} \]
Imagine que se deseja saber qual o valor do juro composto entre o instante inicial e o último ano de capitalização, isto é, o juro composto total do investimento.
Então para \(k = 0\) e \(m = n = 30\) anos:
\[ \begin{align} J_C(0, n) &= P \left[ (1 + i)^n - 1 \right] \\ J_C(0, 30) &= 100 \times \left[ (1 + i)^{30} - 1 \right] \\ J_C(0, 30) &= 906.27 \end{align} \]
Juro entre dois instantes consecutivos quaisquer (capitalização
composta):
\[
\begin{align}
J_C(k, k + 1) &= \Delta F_C(k + 1, k) \\
&= F_C(P, i, k + 1) - F_C(P, i, k) \\
&= P (1 + i)^{k+1} - P (1 + i)^k \\
&= P (1 + i)^k \left[ (1 + i) - 1 \right] \\
&= P (1 + i)^k i \\
J_C(k, k + 1) &= F_C(k) i, \quad k = 0, 1, 2, \dots, n-1
\end{align}
\]
Imagine que se deseja saber qual o valor do juro composto entre os anos 2 e 3.
Então para \(k = 2\):
\[ \begin{align} J_C(k, k+1) &= P \times (1 + i)^k \times i \\ J_C(2, 3) &= P \times (1 + i)^2 \times i \\ &= 100 \times (1.08)^2 \times 0.08 \\ &= 100 \times 1.1664 \times 0.08 \\ J_C(2, 3) &= 9.33 \end{align} \]
O crescimento dos juros entre duas capitalizações compostas consecutivas segue uma função geométrica. Logo, os juros compostos crescem geometricamente (versão discreta) e exponencialmente (versão contínua).
Esse é um fato curioso, pois o valor futuro cresce geometricamente e os juros compostos consecutivos também.
Qual o valor do juro composto ganho descontado o juro simples?
Solução:
\[ \begin{align} \Delta J(k, k+m) &= J_C(k, k+m) - J_S(k, k+m) \\ &= P (1 + i)^k \left[ (1 + i)^m - 1 \right] - P i m \\ &= P \times \left( (1 + i)^k \left[ (1 + i)^m - 1 \right] - i m \right) \\ \Delta J(k, k+m) &= F_C(k) \left[ (1 + i)^m - 1 \right] - J_S(m), \quad k = 0, 1, 2, \dots, n-m \end{align} \]
Imagine que se deseja saber qual o valor do juro composto entre os anos 1 e 3 em relação à capitalização simples.
Então para \(k = 1\) e \(m = 2\):
\[ \begin{align} \Delta J(k, k+m) &= P \times (1 + i)^k \left[ (1 + i)^m - 1 \right] - i m \\ \Delta J(1, 3) &= 100 \times (1.08)^1 \times \left[ (1.08)^2 - 1 \right] - 0.08 \times 2 \\ \Delta J(1, 3) &= 1.97 \end{align} \]
Valor do juro composto entre o instante inicial e o prazo final do investimento em relação à capitalização simples:
\[ \begin{align} \Delta J(0, n) &= J_C(0, n) - J_S(0, n) \\ &= P (1 + i)^0 \left[ (1 + i)^n - 1 \right] - P i n \\ &= P \left[ (1 + i)^n - 1 - i n \right] \\ &= P \left[ (1 + i)^n - (1 + i n) \right]\\ \Delta J(0, n) &= F_C(n) - F_S(n) \end{align} \]
Imagine que se deseja calcular o valor do juro composto entre o
instante inicial e o prazo final do investimento em relação à
capitalização simples.
Então para \(k = 0\) e \(m = n = 30\) anos:
\[ \begin{align} \Delta J(0, n) &= P \left[ (1 + i)^n - (1 + i n) \right] \\ \Delta J(0, 30) &= 100 \times \left[ (1.08)^{30} - (1 + 0.08 \times 30) \right] \\ \Delta J(0, 30) &= 666.27 \end{align} \]
Note que o valor futuro da capitalização simples é \(F_S(30) = 340.00\) e o da composta é \(F_C(30) = 1006.27\). Então:
\[ \Delta J(0, 30) = 666.27 = 1006.27 - 340.00 \]
\[ \begin{align} \Delta J(k, k+1) &= J_C(k, k+1) - J_S(k, k+1) \\ &= P i (1 + i)^k - P i \\ &= P i \left[ (1 + i)^k -1 \right]\\ \Delta J(k, k+1) &= F_C(k) i - J_S(1), \quad k = 0,1,2,\dots,n-1 \end{align} \]
Imagine que se deseja calcular o valor do juro composto entre os anos 2 e 3 em relação à capitalização simples.
Então para \(k = 2\):
\[ \begin{align} \Delta J(k, k+1) &= P i \left[ (1 + i)^k -1 \right] \\ \Delta J(2,3) &= 100 \times 0.08 \times \left[ (1.08)^2 -1 \right] \\ \Delta J(2,3) &= 1.33 \end{align} \]
O problema de substituição de compromissos é chamado de problema de equivalência financeira entre conjuntos de capitais, que é a questão central da Matemática Financeira.
Dois valores nominais em diferentes datas são equivalentes, a uma dada taxa de juro, se, fixada uma data como a de comparação (data focal/ de avaliação/ de referência), os respectivos valores presentes na data focal são iguais.
Conforme Faro (2006), o capital inicial \(P\) é capitalizado em \(n=2,3, \ldots\) períodos com taxa de juro \(i\%\) a.p. Um regime de capitalização tem a propriedade de cindibilidade se o montante resultante num subprazo \(n_1<n\) é reinvestido no mesmo regime de capitalização e mesma taxa de juro no subprazo restante \(n_2=n-n_1\) resulta no mesmo montante do investimento no prazo total \(n\) com o mesmo regime de capitalização e mesma taxa de juro.
Cindibilidade no RCJC:
No RCJC, um capital inicial \(P\) cresce ao longo do tempo de acordo com a seguinte equação:
\[ F_C = P (1 + i)^n \]
O montante acumulado ao final do primeiro subperíodo \(n_1\) é:
\[ F_{C}^{1} = P (1 + i)^{n_1} \]
Se aplicarmos a mesma taxa ao capital \(F_{C}^{1}\) durante o segundo subperíodo \(n_2\), obtemos:
\[ \begin{align} F_{C}^{1\&2} &= F_{C}^{1} (1 + i)^{n_2} \\ &= P (1 + i)^{n_1}(1 + i)^{n_2} \\ &= P (1 + i)^{n_1+n_2} \\ &= P (1 + i)^{n} \\ F_{C}^{1\&2} &= F_C \end{align} \]
O que demonstra que o regime composto permite a cindibilidade, i.e., o capital pode ser fracionado em diferentes períodos, e o valor presente de um capital futuro é o mesmo independentemente do caminho percorrido.
Incindibilidade no RCJS:
No RCJS, um capital inicial \(P\) cresce ao longo do tempo de acordo com a seguinte equação:
\[ F_S = P (1 + in) \]
O montante acumulado ao final do primeiro subperíodo \(n_1\) é:
\[ F_{S}^{1} = P (1 + in_1) \]
Se aplicarmos a mesma taxa ao capital \(F_{S}^1\) durante o segundo subperíodo \(n_2\), obtemos:
\[ \begin{align} F_{S}^{1\&2} &= F_{S}^{1} (1 + in_2) \\ &= P (1 + in_1)(1 + in_2) \\ &= P \left(1 + i n_1 + i n_2 + i^2 n_1 n_2\right) \\ &> P \left(1 + i n_1 + i n_2 \right) \\ &=P \left(1 + i (n_1 + n_2) \right) \\ &=P \left(1 + i n \right) \\ F_{S}^{1\&2} &> F_S \end{align} \]
No RCJS (Regime de Capitalização de Juro Simples), ocorre a incidibilidade do prazo, i.e., a formação do montante e, reciprocamente, a determinação do valor presente são não-cindíveis, no sentido de que não se pode fracionar o prazo de aplicação.
Portanto, no RCJS, a equivalência financeira depende da data focal. No RCJC (Regime de Capitalização de Juro Composto), a equivalência financeira não depende da data focal.
Representação Gráfica:
O gráfico a seguir ilustra a diferença entre os dois métodos. O eixo \(x\) representa o tempo \(n\), enquanto o eixo \(y\) representa o montante acumulado \(F\).
Gráfico esperado:
Uma nota promissória é um instrumento de crédito que consiste numa promessa de pagamento incondicional por escrito que obriga o emissor (devedor/mutuário) a pagar ao portador (credor/mutuante) um valor nominal especificado em dinheiro numa data futura.
As características principais de uma nota promissória incluem:
Valor Nominal: A quantia em dinheiro que o emissor se compromete a pagar.
Data de Emissão: Quando a nota promissória é criada e assinada.
Data de Vencimento: Quando o pagamento prometido deve ser feito.
Assinatura do Emissor: A assinatura do devedor, que confirma a promessa de pagar o valor estipulado.
Nota Promissória
Uma nota promissória tem valor nominal (de face) de \(N\) reais com prazo de vencimento de 2 anos. A taxa de juro é de 100% a.a.
O emissor deseja substituir esta nota promissória por outra com prazo de vencimento de 1 ano com valor nominal \(X\).
O valor nominal de um compromisso é o valor do compromisso na data de seu vencimento.
Fluxos de caixa da Nota Promissória
Qual é o valor nominal desta nova nota promissória em RCJS e RCJC?
Solução:
\[ 0 \leq t \leq 1 \]
RCJS:
\[ \begin{align} \dfrac{X}{1 + 1(1 - t)} &= \dfrac{N}{1 + 1(2 - t)} \\ X &= \dfrac{2 - t}{3 - t} N \end{align} \]
RCJC:
\[ \begin{align} \dfrac{X}{(1 + 1)^{1 - t}} &= \dfrac{N}{(1 + 1)^{2 - t}} \\ X &= \dfrac{1}{2} N \end{align} \]
\[ 1 \leq t \leq 2 \]
RCJS:
\[ \begin{align} X (1 + 1(1 - t)) &= \dfrac{N}{1 + 1(2 - t)} \\ X &= \dfrac{1}{t(3 - t)} N \end{align} \]
RCJC:
\[ \begin{align} X (1 + 1)^{1 - t} &= \dfrac{N}{(1 + 1)^{2 - t}} \\ X &= \dfrac{1}{2} N \end{align} \]
\[ t \geq 2 \]
RCJS:
\[ \begin{align} X (1 + 1(1 - t)) &= N (1 + 1(2 - t)) \\ X &= \dfrac{t - 1}{t} N \end{align} \]
RCJC:
\[ \begin{align} X (1 + 1)^{1 - t} &= N (1 + 1)^{2 - t} \\ X &= \dfrac{1}{2} N \end{align} \]
Conforme Faro (2006, p. 434):
“Por força de um entendimento da questão que reputamos totalmente inadequada, a jurisprudência ora em vigor em nossos tribunais estabelece que, em certas situações, como na cobrança de débitos associados a cartões de crédito, não possa ocorrer o que, no jargã jurídico, se denomina anatocismo. Ou seja, na linguagem da matemática financeira, é vedado que sejam cobrados juros sobre juros. Dessa forma, em tais operações não se poderia aplicar o regime de juros compostos; sendo, pois, obrigatória a adoção do regime de juros simples.
Ora, como já foi visto, em especial na seção 7.1 do Capítulo 3, e como veremos mais adiante na seção seguinte deste apêndice, a visão de nossos tribunais nos afigura como equivocada, ensejando conclusões estapafúrdias. Nesta seção, buscando evidencias, de maneira elementar, a confusão que parece reinar no meio jurídico, consideremos a seguinte variante do exercício 5 do Capítulo 1.”
Quanto, de juro simples, é gerado num empréstimo de R$ 25.000,00 por 4 anos, se a taxa de juro é 10% a.a.?
Solução:
\[ \begin{align} P &= 25000 \\ i &= 0.1 = 10\% \\ n &= 4 \\ \\ J_S &= P \times i \times n \\ J_S &= 25000 \times 0.1 \times 4 \\ J_S &= 10000 \end{align} \]
f REG f 2 25000 CHS PV 10 i 4 ENTER 360 x n f INT {10,000.00}
Resposta:
\(J_S = 10000\)
Qual é a parcela do pagamento mensal de um empréstimo de R$ 18.000,00 que deverá ser paga durante 5 anos a uma instituição que cobra juro simples de 8% a.a.?
Solução:
\[ \begin{align} P &= 18000 \\ i &= 0.08 = 8\% \\ n &= 5 \\ \\ F_S &= P (1 + i n) \\ F_S &= 18000 \times (1 + 0.08 \times 5) \\ F_S &= 25200 \end{align} \]
f REG f 2 18000 CHS PV 8 i 5 ENTER 360 x n f INT + {25,200.00}
\[ \begin{align} PM_S &= \dfrac{F_S}{12 \times n} \\ PM_S &= \dfrac{25200}{12 \times 5} \\ PM_S &= \dfrac{25200}{60} \\ PM_S &= 420 \end{align} \]
5 ENTER 12 x ÷ {420.00}
Resposta:
\(PM_S = 420\) por mês.
Identificar o intercepto e a inclinação na função do valor futuro quando ela depender apenas do principal em RCJS contínuo. Fazer o mesmo para quando ela depender apenas da taxa de juro. Plotar os gráficos das duas retas.
Solução:
\[ \begin{align} F_S(n) &= (P i) n + P \\ a &= P i \\ b &= P \\ x &= n \end{align} \]
Por exemplo, no caso do problema do Manuel (\(i = 0.08\) a.a.):
\[ \begin{align} F_S(n) &= (100 \times 0.08) n + 100 \\ F_S(n) &= 8 n + 100 \\ a &= P i = 8 \\ b &= P = 100 \end{align} \]
Resposta:
A inclinação é \(a = 8\) e o intercepto é \(b = 100\).
O capital inicial de R$ 100,00 depositado por 3 anos a 8% a.a. tem montante de R$ 125,97. Qual é o regime de capitalização adotado?
Solução:
\[ \begin{align} P &= 100 \\ i &= 0.08 = 8\% \\ n &= 3 \\ \\ F_S &= P (1 + i n) \\ &= 100 \times (1 + 0.08 \times 3) \\ &= 100 \times 1.24 \\ F_S &= 124 \end{align} \]
f REG f 2 100 CHS PV 8 i 3 ENTER 360 x n f INT + {124.00}
\[ \begin{align} F_C &= P (1 + i)^n \\ &= 100 \times (1 + 0.08)^3 \\ &= 100 \times 1.259712 \\ F_C &\approx 125.97 \end{align} \]
f REG f 2 8 i 3 n 100 CHS PV FV {125.97}
[1] 125.9712
125.97
Resposta:
Regime de capitalização de juro composto (RCJC).
Observação:
\[ \begin{array}{c} (1.\underbrace{1}_{1})^3 = 1.\underbrace{331}_{3 = 1 \times 3} \\ \\ (1.\underbrace{08}_{2})^3 = 1.\underbrace{259712}_{6 = 2 \times 3} \\ \\ (1.\underbrace{0725}_{4})^2 = 1.\underbrace{15025625}_{8 = 4 \times 2} \end{array} \]
Mostre que o capital inicial de R$ 100,00 tornar-se-á R$ 115,76 em 3 anos, com uma taxa de juro de 5% a.a.
Solução:
\[ \begin{align} P &= 100 \\ i &= 0.05 = 5\% \\ n &= 3 \\ \\ F_C &= P (1 + i)^n \\ F_C &= 100 \times (1 + 0.05)^3 \\ F_C &= 100 \times 1.157625 \\ F_C &\approx 115.76 \end{align} \]
f REG f 2 5 i 3 n 100 CHS PV FV {115.76}
[1] 115.7625
115.76
Resposta:
\(F_C = 115.76\)
Em 10 anos, qual será o valor de R$ 100,00 se o banco pagar a taxa de 8% a.a.?
Solução:
\[ \begin{align} P &= 100 \\ i &= 0.08 = 8\% \\ n &= 10 \\ \\ F_C &= P (1 + i)^n \\ F_C &= 100 \times (1 + 0.08)^{10} \\ F_C &= 100 \times 2.15892499727278669824 \\ F_C &\approx 215.89 \end{align} \]
f REG f 2 8 i 10 n 100 CHS PV FV {215.89}
[1] 215.8925
162.89
Resposta:
\(F_C = 215.89\)
Em 10 anos, quanto será o valor de R$ 1.000,00 se o banco pagar uma taxa de 8% a.a.?
Solução:
\[ \begin{align} P &= 1000 \\ i &= 0.08 = 8\% \\ n &= 10 \\ \\ F_C &= P (1 + i)^n \\ &= 1000 \times (1 + 0.08)^{10} \\ &= 1000 \times 2.15892499727278669824 \\ F_C &\approx 2158.93 \end{align} \]
f REG f 2 8 i 10 n 1000 CHS PV FV {2158.93}
[1] 2158.925
2158.92
Resposta:
\(F_C = 2158.93\)
Em 10 anos, quanto será o valor de R$ 1.000,00 se o banco pagar uma taxa de 10% a.a.?
Solução:
\[ \begin{align} P &= 1000 \\ i &= 0.1 = 10\% \\ n &= 10 \\ \\ F_C &= P (1 + i)^n \\ &= 1000 \times (1 + 0.1)^{10} \\ &= 1000 \times 2.5937424601 \\ F_C &\approx 2593.74 \end{align} \]
f REG f 2 10 i 10 n 1000 CHS PV FV {2593.74}
[1] 2593.742
2593.74
Resposta:
\(F_C = 2593.74\)
Observação:
Para resolver os três exercícios anteriores na HP12C, siga os passos
abaixo, sendo que {visor}
representa o valor exibido:
f REG f 2 100 CHS PV 8 i 10 n FV {215.89}
1000 CHS PV FV {2158.92}
10 i CHS FV {2593.74}
Imagine que o valor futuro de vendas de uma empresa é uma função de capitalização composta que cresce com um fator de 5% a.a. nos próximos 4 anos. Imagine também que as vendas do último ano foram R$ 400.000,00. Expressar matematicamente a função de vendas. Plotar o gráfico da função de vendas juntamente com o gráfico que representa a situação na qual as vendas permanecem constantes ao longo do tempo.
Solução:
As funções são:
\[ V(n) = 400000 \times 1.05^n \quad \text{e} \quad V(n) = 400000. \]
Imagine que a empresa anterior queira lançar uma campanha publicitária e que ela se prolongará pelos próximos quatro anos. O consultor da campanha prevê que as vendas totais da empresa aumentarão 4% a cada ano pelo aumento das vendas.
Solução:
Plotar as duas funções anteriores e a seguinte no mesmo gráfico:
\[ \begin{align} V^{\prime}(n) &= V_0 \left[(1 + 0.05) (1 + 0.04)\right]^n \\ &= V_0 \times 1.092^n \\ &\approx V_0 \times 1.09^n \\ V^{\prime}(n) &\approx V_0 (1 + 0.05 + 0.04) \end{align} \]
A dedução do fator \(1.092\) segue:
\[ \begin{align} 1.092 &= (1 + 0.05) \times (1 + 0.04) \\ &= 1 + 0.05 + 0.04 + 0.05 \times 0.04 \\ &= 1 + 0.05 + 0.04 + 0.002 \\ 1.092 &\approx (1 + 0.05 + 0.04) \\ 1.092 &\approx 1.090 \\ \\ 0.092 &\approx 0.090 \end{align} \]
O gráfico da função \(V^{\prime}(n) = V_0 \times 1.092^n\) é:
A taxa anual de inflação é uma estatística que mede o aumento de preço de bens e serviços, conforme determinado pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), também conhecido como Índice de Custo de Vida. O IPC é determinado por preços de bens e serviços consumidos por uma família de quatro pessoas. A inflação é um erosionador do valor do dinheiro no tempo, i.e., é o “terror dos preços”.
Imagine que um determinado produto em 1995 custava R$ 10,00. A taxa de inflação nos últimos sete anos foi aproximadamente igual a 8% ao ano. Qual será o preço desse produto em 2002?
Solução:
\[ \begin{align} P_{2002} &= P_{1995} (1 + i)^7 \\ &= 10 \times (1 + 0.08)^7 \\ P_{2002} &\approx 17.38 \end{align} \]
f REG f 2 8 i 7 n 10 CHS PV FV {17.14}
[1] 17.13824
17.14
Resposta:
O preço desse produto em 2002 será R$ 17.14.
Imagine que você tem 25 anos e pretende se aposentar aos 60 anos. A taxa para esse tipo de investimento (Plano de Aposentadoria Privada) é de 20% a.a. no RCJC.
Numa primeira simulação, imagine que você tenha que fazer um depósito inicial de R$ 5.000,00 e queira fazer três depósitos cada um no valor de R$ 50.000,00 aos 30 anos, 40 anos e o último aos 50 anos.
Qual o valor futuro de cada um desses depósitos? Qual o valor futuro total quando você tiver 60 anos?
Considere que a capitalização ocorre ao final do período.
Solução:
Resolver das duas maneiras possíveis e mostrar que o resultado é o mesmo: R$ 17.048.623,65.
Método 1:
Neste método, calculamos o valor futuro de cada depósito considerando que a capitalização ocorre no RCJC com taxa de 20% a.a.
Cada depósito é aplicado em momentos diferentes ao longo do tempo, então o fator de capitalização para cada um depende de quanto tempo o valor ficará investido até os 60 anos.
O valor futuro total \(A_{60}\) é obtido somando todos os montantes individuais:
\[ A_{60} = D_{25} \times 1.2^{35} + D_{30} \times 1.2^{30} + D_{40} \times 1.2^{20} + D_{50} \times 1.2^{10} \]
Reorganizando a equação, podemos fatorar \(5.000 \times 1.2^{10}\), pois todos os termos contêm essa base em comum:
\[ \begin{align} A_{60} &= 5.000 \times 1.2^{10} \times \left( 1.2^{25} + 10 \times \left(1.2^{20} + 1.2^{10} + 1\right) \right) \\ A_{60} &\approx 17048623.65 \end{align} \]
Esse resultado mostra que, ao final de 60 anos, o investidor terá acumulado aproximadamente R$ 17.048.623,65.
Método 2:
No segundo método, seguimos uma abordagem recursiva para calcular o valor futuro dos depósitos.
Cada depósito é atualizado sucessivamente ao longo do tempo, considerando os anos restantes até a aposentadoria. Assim, agrupamos os depósitos de forma sequencial para facilitar os cálculos.
A expressão matemática é estruturada da seguinte forma:
\[ A_{60} \equiv \left( \left( \left( 5.000 \times 1.2^5 + 50.000 \right) \times 1.2^{10} + 50.000 \right) \times 1.2^{10} + 50.000 \right) \times 1.2^{10} \]
Dessa forma, obtemos o mesmo valor futuro acumulado:
\[ A_{60} \approx 17048623.65 \]
Imagine que a anuidade da universidade na qual seu filho gostaria de estudar é atualmente R$ 20.000,00. O curso é de 4 anos. Seu filho deverá ingressar no curso universitário daqui a 10 anos. A anuidade aumenta segundo a taxa de 10% a.a. A taxa da caderneta de poupança é 20% a.a. Quanto você deveria depositar na caderneta de poupança hoje para “bancar” a universidade dos sonhos do seu filho?
Solução:
O pai precavido precisa depositar hoje o valor de R$ 29.551,15 na caderneta de poupança.
Método 1:
\[ \begin{align} F_{\text{anuidade}_1} &= 20000 \times (1.1)^{10} \\ F_{\text{anuidade}_1} &= 51874.85 \end{align} \]
\[ \begin{align} F_{\text{anuidade}_2} &= 20000 \times (1.1)^{11} \\ &= F_{\text{anuidade}_1} \times 1.1 \\ &= 51874.85 \times 1.1 \\ F_{\text{anuidade}_2} &= 57062.33 \end{align} \]
\[ \begin{align} F_{\text{anuidade}_3} &= 20000 \times (1.1)^{12} \\ &= F_{\text{anuidade}_2} \times 1.1 \\ &= 57062.33 \times 1.1 \\ F_{\text{anuidade}_3} &= 62768.57 \end{align} \]
\[ \begin{align} F_{\text{anuidade}_4} &= 20000 \times (1.1)^{13} \\ &= F_{\text{anuidade}_3} \times 1.1 \\ &= 62768.57 \times 1.1 \\ F_{\text{anuidade}_4} &= 69045.42 \end{align} \]
Agora, calculamos os valores presentes dessas anuidades com taxa de desconto de 20% a.a.:
\[ \begin{align} P_{\text{anuidade}_1} &= F_{\text{anuidade}_1} \times (1.2)^{-10} \\ &= 20000 \times (1.1)^{10} \times (1.2)^{-10} \\ &= 51874.85 \times (1.2)^{-10} \\ P_{\text{anuidade}_1}&= 8378.08 \end{align} \]
\[ \begin{align} P_{\text{anuidade}_2} &= F_{\text{anuidade}_2} \times (1.2)^{-11} \\ P_{\text{anuidade}_2} &= 7679.90 \end{align} \]
\[ \begin{align} P_{\text{anuidade}_3} &= F_{\text{anuidade}_3} \times (1.2)^{-12} \\ P_{\text{anuidade}_3}&= 7039.91 \end{align} \]
\[ \begin{align} P_{\text{anuidade}_4} &= F_{\text{anuidade}_4} \times (1.2)^{-13} \\ P_{\text{anuidade}_4}&= 6453.25 \end{align} \]
A soma dos valores presentes das anuidades é calculada como:
\[ \begin{align} P_{\text{total}} &= P_{\text{anuidade}_1} + P_{\text{anuidade}_2} + P_{\text{anuidade}_3} + P_{\text{anuidade}_4} \\ &= 8378.08 + 7679.90 + 7039.91 + 6453.25 \\ &= 29551.15 \end{align} \]
Método 2:
\[ \begin{align} P_{\text{anuidades}} &= \sum_{j=1}^{4} P_{\text{anuidade}_j} \\ &= \sum_{j=1}^{4} F_{\text{anuidade}_j} \times 1.2^{-(10+(j-1))} \\ &= \sum_{j=1}^{4} 20000 \times 1.1^{(10+(j-1))} \times 1.2^{-(10+(j-1))} \\ &= 20000 \times \sum_{j=1}^{4} \dfrac{1.1^{(10+(j-1))}}{1.2^{(10+(j-1))}} \\ &= 20000 \times \sum_{j=1}^{4} \left( \dfrac{1.1}{1.2} \right)^{(10+(j-1))} \\ &= 20000 \times \sum_{j=1}^{4} 0.92^{(9+j)} \\ P_{\text{anuidades}} &= 29551.15 \end{align} \]
Mostre que o dinheiro investido a 7% a.a. dobra em aproximadamente 10 anos no RCJC. O mesmo ocorre quando o dinheiro é investido a 10% a.a. em 7 anos no RCJC.
Solução:
Se \(i = 7\%\) a.a. e \(n = 10\), então o montante quase dobra:
\[ \begin{align} F_C &= P \times 1.07^{10} \\ &\approx P \times 1.9671 \\ F_C &\approx 2 P \end{align} \]
Se \(i = 10\%\) a.a. e \(n = 7\), então o montante quase dobra:
\[ \begin{align} F_C &= P \times 1.1^7 \\ &\approx P \times 1.9487 \\ F_C &\approx 2 P \end{align} \]
Mostre que a taxa de juro real é dada por:
\[ i_{\text{real}} = \dfrac{i_{\text{nominal}} - i_{\text{inflação}}}{1 + i_{\text{inflação}}} \]
Exemplo:
Qual é a taxa de juro real se \(i_{\text{nominal}}\) for igual a 20% a.a. e \(i_{\text{inflação}}\) for igual a 7% a.a.?
Solução:
\[ \begin{align} P &= F \left(1 + i_{\text{nominal}}\right)^{-n} = F \left(\left(1 + i_{\text{inflação}}\right) (1 + i_{\text{real}})\right)^{-n} \\ \\ 1 + i_{\text{real}} &= \dfrac{1 + i_{\text{nominal}}}{1 + i_{\text{inflação}}} \\ \\ i_{\text{real}} &= \dfrac{1 + i_{\text{nominal}}}{1 + i_{\text{inflação}}} - 1 \\ \\ &= \dfrac{i_{\text{nominal}} - i_{\text{inflação}}}{1 + i_{\text{inflação}}} \\ \\ &= \dfrac{0.20 - 0.07}{1 + 0.07} \\ \\ &= \dfrac{0.13}{1.07} \\ \\ i_{\text{real}}&\approx 0.1215 \end{align} \]
Resposta:
A taxa de juro real é 12.15% a.a. Note que \(20\% - 7\% = 13\%\).
Taxa SELIC é taxa nominal.
Em 2025, a taxa de juro real no Brasil pode ser estimada utilizando as projeções da Taxa SELIC e do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). De acordo com o Boletim Focus, a expectativa é que a Taxa SELIC encerre o ano em 15%, enquanto a projeção para o IPCA é de 5.60%.
A taxa de juro real pode ser calculada pela fórmula:
\[ i_{\text{real}} = \dfrac{1 + i_{\text{SELIC}}}{1 + i_{\text{IPCA}}} - 1 \]
Substituindo os valores:
\[ \begin{align} i_{\text{real}} &= \dfrac{1 + 0.15}{1 + 0.056} - 1 \\ &= \dfrac{1.15}{1.056} - 1 \\ i_{\text{real}} &\approx 8.9\% \end{align} \]
Portanto, com base nessas projeções, a taxa de juro real esperada para 2025 é de aproximadamente 8.9% a.a.
“Em 29 de janeiro de 2025, Brasil ocupa a 4ª posição, com uma taxa SELIC de 13.25% ao ano”: Poder360
“Inflação do Brasil fecha 2024 a 4,83%, acima da meta”: Poder360
País | Inflação | Referência | |
---|---|---|---|
1 | Argentina | 84.50 | 2025-01 |
2 | Turquia | 42.12 | 2025-01 |
3 | Rússia | 9.90 | 2025-01 |
4 | Brasil | 4.56 | 2025-01 |
5 | Índia | 4.31 | 2025-01 |
8 | Japão | 3.60 | 2024-12 |
6 | México | 3.59 | 2025-01 |
7 | Holanda | 3.30 | 2025-01 |
12 | Estados Unidos | 3.00 | 2025-01 |
13 | Reino Unido | 3.00 | 2025-01 |
14 | África Do Sul | 3.00 | 2024-12 |
11 | Espanha | 2.90 | 2025-01 |
9 | Zona Euro | 2.50 | 2025-01 |
24 | Austrália | 2.40 | 2024-12 |
10 | Alemanha | 2.30 | 2025-01 |
21 | Coréia Do Sul | 2.20 | 2025-01 |
22 | Arábia Saudita | 2.00 | 2025-01 |
18 | Canadá | 1.90 | 2025-01 |
15 | França | 1.70 | 2025-01 |
17 | Cingapura | 1.60 | 2024-12 |
16 | Itália | 1.50 | 2025-01 |
20 | Indonésia | 0.76 | 2025-01 |
19 | China | 0.50 | 2025-01 |
23 | Suíça | 0.40 | 2025-01 |
Fonte: TAXA DE INFLAÇÃO - LISTA DE PAÍSES: Trading Economics
A Taxa Selic, o IPCA e a taxa de juro real são indicadores econômicos fundamentais para a economia brasileira, influenciando decisões de consumo, investimento e políticas monetárias.
A Taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela é definida pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central do Brasil e serve como referência para as demais taxas de juros praticadas no mercado, como empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. A Selic é utilizada como principal instrumento de política monetária para controle da inflação. Quando a inflação está alta, o Banco Central tende a elevar a SELIC para desestimular o consumo e reduzir a pressão sobre os preços. Quando a inflação está baixa, a Selic pode ser reduzida para estimular a economia.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é o indicador oficial da inflação no Brasil, medindo a variação dos preços de uma cesta de bens e serviços consumidos pelas famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos. Ele é calculado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e serve como parâmetro para a meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O Banco Central utiliza o controle da Taxa Selic para manter o IPCA dentro da meta estabelecida.
A taxa de juro real representa o retorno real de um investimento ou o custo efetivo de um empréstimo, considerando o efeito da inflação. Ela é calculada a partir da taxa nominal de juros descontada pela inflação, conforme a seguinte fórmula:
\[ i_{\text{real}} = \dfrac{i_{\text{SELIC}} - i_{\text{IPCA}}}{1 + i_{\text{IPCA}}} \]
Se a taxa nominal for superior à inflação, a taxa de juro real será positiva, indicando um ganho real no investimento. Caso contrário, a taxa de juro real será negativa, o que significa que o poder de compra do dinheiro investido está diminuindo ao longo do tempo.
Quanto menor a taxa de juro real, maior a propensão do país em empreender. Em avaliações internacionais de ecossistemas empreendedores, um dos levantamentos amplamente citados é o Índice Global de Empreendedorismo (Global Entrepreneurship Index – GEI), elaborado pelo The Global Entrepreneurship and Development Institute (GEDI). Na edição mais recente divulgada antes da pandemia (2019), o Top 5 foi:
O Brasil figurou no 113º lugar naquele ranking num total de 137 países.
Um ativo é um instrumento que pode ser comprado por um preço \(p_c\) hoje e vendido por um preço \(p_v\) no futuro. O retorno total ou retorno \(R\) a.p. é definido como:
\[ R = \dfrac{p_v}{p_c} \]
A taxa de retorno \(r\) a.p. é definida como:
\[ r = \dfrac{p_v - p_c}{p_c} \]
Mostrar que a taxa de retorno funciona como uma taxa de juro.
Solução:
\[ p_v = p_c R = p_c (1 + r) \]
Uma pessoa \(P_2\) pede emprestado a uma pessoa \(P_1\) a quantia de R$ 10.000,00 por 5 meses à taxa de juro igual a 70% a.a. no regime de juro composto.
Imediatamente, \(P_2\) empresta R$ 10.000,00 por 5 meses a outro amigo \(P_3\), porém no regime de juro simples.
Você deve estar pensando que \(P_2\)
não entende Matemática Financeira! Será?
(i) Fazer o gráfico dos valores futuros \(F\) em função de \(n\).
Solução:
\(P_1\) recebe:
\[ \begin{align} F_C &= 10000 \times 1.7^{5/12} \\ F_C &\approx 12474.42 \end{align} \]
de \(P_2\).
\(P_2\) recebe:
\[ \begin{align} F_S &= 10000 \times \left(1 + 0.7 \times \dfrac{5}{12}\right) \\ F_S &\approx 12916.67 \end{align} \]
de \(P_3\).
Portanto, a diferença entre os ganhos é:
\[ \begin{align} F_S - F_C &= 12916.67 - 12474.42 \\ F_S - F_C&= 442.25 \end{align} \]
Ou seja, \(P_2\) lucrou R$ 442.25!
f REG f 2 10000 CHS PV 70 i 5 ENTER 12 ÷ n FV {12,916.67}
STO EEX f REG f 2 10000 CHS PV 70 i 5 ENTER 12 ÷ n FV {12,474.42} STO EEX
Outra forma de interpretar o resultado é entender o que ocorreu apenas do ponto de vista de \(P_2\). Após 5 meses, \(P_2\) terá que desembolsar o valor de R$ 12474.42 para \(P_1\) e deverá receber R$ 12916.67 de \(P_3\), lucrando R$ 442.25.
Observação:
C ou não C? Eis a questão na HP12C!
Quando a quantidade de períodos é fracionária, e.g.: \(17/12 = 1.416\dots\), o regime de capitalização da parte fracionária, i.e., na parte \(0.416\dots\), pode ser selecionado na HP12C.
Se o usuário fizer aparecer no visor a letra C pressionando
[STO] [EXX]
, a HP12C usa o regime de capitalização composta
na parte fracionária do período.
Se o usuário fizer desaparecer do visor a letra C pressionando
[STO] [EXX]
, a HP12C usa o regime de capitalização simples
na parte fracionária do período.
Obs.: \(f(x) = a^x \Rightarrow \dfrac{df(x)}{dx} = a^x \ln(a)\)
Solução:
\[ \begin{align} D(n) &= F_{\text{S}}(n) - F_{\text{C}}(n) \\ \\ \dfrac{dD(n)}{dn} &= \dfrac{d}{dn} \left[P(1 + i)n\right] - \dfrac{d}{dn} \left[P (1 + i)^n\right] \\ \\ \dfrac{dD(n)}{dn} &= P \left[ \dfrac{d}{dn} (1 + in) - \dfrac{d}{dn} \left[(1 + i)^n\right] \right] \\ \\ \dfrac{dD(n)}{dn} &= P \left[ i - (1 + i)^n \ln(1 + i) \right] \end{align} \]
A condição para o máximo global de \(D(n)\) é:
\[ \begin{align} \dfrac{dD(n^{\ast})}{dn} &= 0 \\ \\ i - (1 + i)^{n^{\ast}} \ln(1 + i) &= 0 \end{align} \]
Isolando \(n^{\ast}\):
\[ \begin{align} n^{\ast} &= \dfrac{\ln \left(\dfrac{i}{\ln(1 + i)}\right)}{\ln(1 + i)} \approx 0.5 \text{ ano} \end{align} \]
i | n.ótimo |
---|---|
0 | 0.500 |
10 | 0.500 |
20 | 0.510 |
30 | 0.510 |
40 | 0.510 |
50 | 0.510 |
60 | 0.520 |
70 | 0.523 |
80 | 0.520 |
90 | 0.530 |
100 | 0.530 |
O \(n\) ótimo (\(n^{\ast}\)) vale aproximadamente 0.523 ano ou 6.28 meses para \(i = 70\%\) a.a. Sendo que a diferença máxima entre os ganhos vale aproximadamente R$ 465.50. Portanto, \(P_2\) deveria tentar combinar com \(P_1\) e \(P_3\) esse prazo para maximizar seu lucro.
Portanto, \(P_2\) entendeu perfeitamente a teoria de Matemática Financeira!
Uma pessoa possui um imóvel cujo preço de mercado \(t\) anos a partir de agora será \(v(t) = 20.000 e^{\sqrt{t}}\) reais. Se a taxa de juro do mercado monetário permanecer constante a 7% a.a. composta continuamente, isto é, ela pode vender o imóvel e ganhar no mínimo a qualquer momento essa taxa, quando será mais vantajoso vender o imóvel?
Obs.:
\[ e \approx 2.7182 \]
\[ f(x) = e^{g(x)} \Rightarrow \dfrac{df(x)}{dx} = \dfrac{dg(x)}{dx} e^{g(x)} \]
Solução:
A taxa de juro instantânea calculada a partir do preço de mercado é igual a:
\[ \begin{align} \dfrac{\dfrac{dv(t)}{dt}}{v(t)} &= \dfrac{\dfrac{10000 e^{\sqrt{t}}}{\sqrt{t}}}{20000 e^{\sqrt{t}}} \\ \dfrac{\dfrac{dv(t)}{dt}}{v(t)}&= \dfrac{1}{2\sqrt{t}} \end{align} \]
Sabemos que a taxa de juro de mercado é 7% a.a., então:
\[ \begin{align} \dfrac{\dfrac{dv(t)}{dt}}{v(t)} &= 0.07 \end{align} \]
Igualando as expressões:
\[ \begin{align} \dfrac{1}{2\sqrt{t}} &= 0.07 \end{align} \]
Isolando \(t\):
\[ \begin{align} t^{\ast} &= \left(\frac{1}{2 \times 0.07} \right)^2 \\ t^{\ast}&\approx 51 \end{align} \]
O imóvel deve ser vendido 51 anos a partir de agora e o valor resultante da venda deve ser investido a 7% a.a. no mercado monetário composto continuamente.
O número de anos \(n\) necessários para que um investimento dobre de valor a uma taxa de juro \(i\) deve satisfazer a equação \(P(1 + i)^n = 2P\). Usando \(\ln 2 = 0.69\) e a aproximação \(\ln(1 + i) \approx i\) válida para valores pequenos de \(i\), i.e., menores que 0.1, mostre que \(n \approx \dfrac{69}{i \cdot 100}\), sendo que \(i\) é a taxa de juro. Mostre que a Regra do 69 produz a Regra 7-10.
Solução:
\[ \begin{align} P(1 + i)^n &= 2P \\ (1 + i)^n &= 2 \\ n \ln(1 + i) &= \ln(2) \\ n &= \dfrac{\ln(2)}{\ln(1 + i)} \\ n &\approx \dfrac{0.69}{i} \\ n &\approx \dfrac{69}{i \cdot 100} \end{align} \]
A equação
\[n \times i \approx 69\]
estabelece uma regra de duplicação do capital.
A Regra 7-10 é obtida a partir da regra do 69:
\[ \begin{align} n &\approx \dfrac{69}{i \cdot 100} \approx \dfrac{70}{i \cdot 100} \end{align} \]
Se \(i = 10\%\), então \(n = 70/10 = 7\).
\[ i \approx \dfrac{70}{n \cdot 100} \]
Se \(n = 10\), então \(i \approx 70/1000 = 7\%\).
A equação \(n \times i \approx 69\) estabelece uma regra de duplicação do capital.
Mostre que para valores pequenos de taxas de juro, i.e., menores que \(i\le 0.5\%=0.005\) e o número de períodos não é muito grande, i.e., \(n<60\), a seguinte aproximação é válida:
\[ i \approx \sum_{j=1}^{n} i_j \]
Se as taxas de juros são iguais, mostre que a aproximação é:
\[ i \approx n \cdot i^{\prime} \]
Solução:
Observe que a capitalização composta se comporta aproximadamente igual à capitalização simples quando a taxa de juro é pequena, i.e., menores que \(i\le 0.5\%=0.005\) e o número de períodos não é muito grande. Esse resultado se aplica à taxa de juro mensal da caderneta de poupança e à taxa de retorno diária de uma ação, por exemplo.
\[ \begin{align} 1 + i &= \prod_{j=1}^{n} (1 + i_j) \\ 1 + i&\approx 1 + \sum_{j=1}^{n} i_j\\ &i \approx \sum_{j=1}^{n} i_j \end{align} \]
Se as taxas de juro são iguais, então a aproximação linear é:
\[ \begin{align} 1 + i &= (1 + i^{\prime})^n \\ 1 + i&\approx 1 + n \, i^{\prime}\\ i &\approx n \, i^{\prime} \end{align} \]
[1] 0.0617
[1] 0.06
[1] 0.3489
[1] 0.3
[1] 0.1268
[1] 0.12
[1] 0.8167
[1] 0.6
[1] 0.7959
[1] 0.6
[1] 17.6792
[1] 3
Deduzas as seguintes fórmulas de cálculo do montante \(F_S\), do principal \(P\), da taxa \(i\) e da quantidade de períodos \(n\) no regime de capitalização simples.
Variável | Fórmula |
---|---|
Montante | \(F_S = P (1 + i n)\) |
Principal | \(P = \dfrac{F_S}{1 + i n}\) |
Taxa | \(i = \dfrac{F_S - P}{n P}\) |
Período | \(n = \dfrac{F_S - P}{i P}\) |
Solução:
Montante:
A fórmula do montante \(F_S\) no regime de capitalização simples parte da definição:
\[ \begin{align} F_S &= P + J \\ &= P + P i n \\ F_S &= P (1 + i n) \end{align} \]
Principal:
Partindo da fórmula do montante e isolando \(P\):
\[ \begin{align} F_S &= P (1 + i n) \\ P &= \dfrac{F_S}{1 + i n} \end{align} \]
Taxa de Juro:
Partindo da definição dos juro simples e isolando \(i\):
\[ \begin{align} J &= F_S - P \\ P i n &= F_S - P \\ i &= \dfrac{F_S - P}{n P} \end{align} \]
Período:
Isolando \(n\) na equação do montante:
\[ \begin{align} F_S &= P (1 + i n) \\ F_S - P &= P i n \\ n &= \dfrac{F_S - P}{i P} \end{align} \]
Deduzimos as seguintes fórmulas para o cálculo do montante \(F_C\), do principal \(P\), da taxa \(i\) e da quantidade de períodos \(n\) no regime de capitalização composto.
Fórmula | Expressão |
---|---|
Montante | \(F_C = P (1 + i)^n\) |
Principal | \(P = \dfrac{F_S}{(1 + i)^n}\) |
Taxa | \(i = \sqrt[n]{\dfrac{F_C}{P}} - 1\) |
Período | \(n = \dfrac{\ln{(F_C / P)}}{\ln{(1 + i)}}\) |
Solução:
Montante:
A fórmula do montante \(F_C\) no regime de capitalização composta parte da definição:
\[ \begin{align} F_C &= P (1 + i)^n \end{align} \]
Principal:
Partindo da fórmula do montante e isolando \(P\):
\[ \begin{align} F_C &= P (1 + i)^n \\ P &= \dfrac{F_C}{(1 + i)^n} \end{align} \]
Taxa de Juro:
Partindo da definição dos juros compostos e isolando \(i\):
\[ \begin{align} F_C &= P (1 + i)^n \\ \left( \dfrac{F_C}{P} \right)^{\frac{1}{n}} &= 1 + i \\ i &= \sqrt[n]{\dfrac{F_C}{P}} - 1 \end{align} \]
Período:
Isolando \(n\) na equação do montante:
\[ \begin{align} F_C &= P (1 + i)^n \\ \dfrac{F_C}{P} &= (1 + i)^n \\ n &= \dfrac{\ln{\left( \dfrac{F_C}{P} \right)}}{\ln{(1 + i)}} \end{align} \]
Em RCJS, determinar o prazo comum se os montantes são iguais.
Solução :
\[ \begin{align} F_1 &= F_2 \\ P_1 (1 + i_1 n) &= P_2 (1 + i_2 n) \\ n &= \dfrac{P_1 - P_2}{P_2 i_2 - P_1 i_1} \end{align} \]
Em RCJC, determinar o prazo comum se os montantes são iguais.
Solução:
\[ \begin{align} F_1 &= F_2 \\ P_1 (1 + i_1)^n &= P_2 (1 + i_2)^n \\ n &= \dfrac{\ln(P_2) - \ln(P_1)}{\ln(1 + i_1) - \ln(1 + i_2)} \end{align} \]
Determinar a taxa de juro simples equivalente à taxa de juro composta num prazo comum se os montantes são iguais e os principais são iguais.
Solução:
\[ \begin{align} F_1 &= F_2 \\ P_1 &= P_2 \\ n_1 &= n_2 \\ \\ P(1 + i_S n) &= P(1 + i_C)^n \\ i_S &= \dfrac{(1 + i_C)^n - 1}{n} \end{align} \]
Determinar a taxa de juro simples equivalente à taxa de juro composta num prazo comum se os montantes são iguais.
Solução:
\[ \begin{align} F_1 &= F_2 \\ P_1 &= P_2 \\ \\ P(1 + i_S n_1)^{n_1} &= P(1 + i_C)^{n_2} \\ i_S &= \dfrac{(1 + i_C)^{n_2} - 1}{n_1} \end{align} \]
Dividir o capital em duas partes tais que, aplicados à juro composto à mesma taxa \(i\) durante os prazos \(n_1\) e \(n_2\), respectivamente, produzam o mesmo montante.
Solução:
\[ \begin{align} P &= P_1+P_2 \\ P_1(1+i)^{n_1} &= P_2(1+i)^{n_2} \end{align} \]
Portanto:
\[ \begin{align} P_1 &= P\dfrac{(1+i)^{n_2}}{(1+i)^{n_1}+(1+i)^{n_2}}\\ P_2 &= P\dfrac{(1+i)^{n_1}}{(1+i)^{n_1}+(1+i)^{n_2}} \end{align} \]
“Quer perder um amigo? Empreste dinheiro para ele.” (Ditado popular)
O regime de capitalização a juro composto gera montante maior que o simples se a quantidade de períodos é maior que 1.
Será que a capitalização composta pode produzir um montante ainda maior?
A resposta é sim!
Suponha um investimento de \(P\) u.m. em RCJC.
O capital acumulado após 1 período de capitalização é \(F = P (1 + i)\).
Suponha agora que a periodicidade a que são efetuadas as capitalizações
é alterada passando estas a ser feitas em subperíodos de \(\dfrac{1}{k}\), \(k = 2,3, \dots\), do período, à taxa
proporcional, \(i_k =
\dfrac{i}{k}\).
Assim, haverá \(k\) capitalizações por período, após as quais o capital acumulado será
\[ \begin{align} [k] &= T^{-1} \\ \\ F &= P \left(1 + \dfrac{i}{k} \right)^k \\ \\ [F] &= \$\times \left(1+\dfrac{T^{-1}}{T^{-1}}\right)^{T^{-1}} \\ $ &= \$\times 1^{T^{-1}} \end{align} \]
A equação de juro composto com capitalizações no período ainda não é dimensionalmente homogênea.
Imaginemos agora subperíodos cada vez menores, tendendo para \(0\) (zero), i.e., imaginemos que o número de capitalizações durante o período, \(k\), vai aumentando para \(\infty\).
Do ponto de vista da teoria financeira, diz-se que vigora a capitalização contínua ou capitalização instantânea.
Alternativa 1: Banco Seguro de São Paulo
Alternativa 2: Banco Melhor de São Paulo
Se o capital inicial é aplicado anualmente, capitalizar trimestralmente significa:
Dividir a taxa de juro de 8% a.a. pelo número de capitalizações compostas dentro de um ano, i.e., 4. Portanto, a nova taxa é \(0.08 / 4 = 0.02\) ao trimestre.
O número de momentos de capitalização dentro de um período aumenta de 1 (geralmente a capitalização ocorre no final do período) para 4. Há então uma quantidade discreta de capitalizações, i.e., 4 capitalizações no período.
A nova fórmula do montante composto com \(k = 2,3, \dots\) momentos de capitalização composta por período é:
\[ F_C = P \left(1 + \dfrac{i}{k} \right)^{kn}>P(1+i)^n \]
Se \(P = 100\), \(i = 8\), \(n = 1\) e \(k = 4\), então:
\[ \begin{align} F_C(100,8,1,4) &= 100 \left(1 + \dfrac{0.08}{4} \right)^{4 \times 1} \\ &= 100 \times (1 + 0.02)^4 \\ F_C(100,8,1,4) &= 108.24>108 \end{align} \]
Note que R$ 100,00 investidos por um ano no Banco Melhor de São Paulo, dada uma taxa de 8% a.a. capitalizada trimestralmente, resulta um valor futuro de R$ 108,24.
Será que o cafezinho vale mais que R$ 0,24? Se o cafezinho valer mais do que R$ 0,24, investir no Banco Seguro de São Paulo; caso contrário, é preferível investir no Banco Melhor de São Paulo.
\[ \begin{align} F &= P \left(1 + \dfrac{i}{k} \right)^{kn} \\ \\ [F] &= \$\times \left(1+\dfrac{T^{-1}}{T^{-1}}\right)^{TT^{-1}} \\ &= \$\times \left(1\right)^{1} \\ [F] &= \$ \\ \$ &= \$ \end{align} \]
A equação de juro composto com capitalizações nos períodos é dimensionalmente homogênea.
\[ \begin{align} F_C &= P \left(1 + \dfrac{i}{k} \right)^{kn}\\ F_C &= P \left(1 + \dfrac{i}{k} \right)^{k(n_1+n_2)}\\ F_C &= \left(P \left(1 + \dfrac{i}{k} \right)^{kn_1}\right) \left(1 + \dfrac{i}{k} \right)^{kn_2}\\ \end{align} \]
Percebe-se que aumentando a frequência de capitalização composta no período, o juro aumenta também. Será que existe um limite máximo de juro a ser ganho à taxa de 8% a.a.?
Se a capitalização for semestral (\(k = 2\)), o valor futuro será R$ 108,16.
\[ F_C(k) = 100 \left( 1 + \dfrac{0.08}{k} \right)^k \]
k | F |
---|---|
1 | 108.00 |
2 | 108.16 |
3 | 108.22 |
4 | 108.24 |
12 | 108.27 |
360 | 108.30 |
8640 | 108.33 |
Podemos notar que o valor futuro converge para R$ 108,33 quando o número de capitalizações dentro do período da taxa original aumenta a partir de 360 dias.
f REG f 4 8 ENTER 2 n ÷ i 100 PV FV CHS 100 – {8.1600}
f REG f 4 8 ENTER 3 n ÷ i 100 PV FV CHS 100 - {8.2152}
f REG f 4 8 ENTER 360 n ÷ i 100 PV FV CHS 100 - {8.3277}
f REG f 4 8 ENTER 8640 n ÷ i 100 PV FV CHS 100 - {8.3287}
f REG f 4 8 ENTER 2 n ÷ i CHS PMT FV {8.1600}
f REG f 4 8 ENTER 3 n ÷ i CHS PMT FV {8.2152}
f REG f 4 8 ENTER 360 n ÷ i CHS PMT FV {8.3277}
f REG f 4 8 ENTER 8640 n ÷ i CHS PMT FV {8.3287}
[1] 0.0816
[1] 0.0821523
[1] 0.08327744
[1] 0.08328667
Note que agora temos duas taxas de juro: 8% a.a. e 8.33% a.a. Portanto, existe um teto de taxa de juro para a capitalização contínua.
A taxa de juro anual nominal é a taxa de juro que é dividida pelo número de capitalizações dentro de um ano. Por exemplo, se a taxa de juro ao ano está definida como 8% a.a., capitalizada semestralmente, então 8% é chamada de taxa de juro anual nominal. A taxa de 4% a.s. é chamada de taxa de juro periódica ou proporcional.
A taxa de juro anual efetiva ou rendimento anual efetivo (RAE) é a taxa de juro resultante das capitalizações compostas usando a taxa de juro periódica dentro de um ano.
Por exemplo, se a taxa de juro anual nominal é 8% a.a., capitalizada semestralmente, então a taxa de juro periódica é 4% a.s. Portanto, a taxa de juro anual efetiva é 8,16% a.a.
Note que a taxa efetiva é sempre maior que a nominal, se \(k > 1\).
Taxas equivalentes são aquelas que, referindo-se a períodos de tempo diferentes, fazem com que um capital produza o mesmo montante num mesmo intervalo de tempo.
Qual é a fórmula da taxa efetiva em função da taxa nominal?
\[ \begin{align} F_C(P; i_{\text{efetiva}}; n) &= F_C(P; i_{\text{nominal}}; n; k) \\ P (1 + i_{\text{efetiva}})^n &= P \left( 1 + \dfrac{i_{\text{nominal}}}{k} \right)^{kn} \\ 1 + i_{\text{efetiva}} &= \left( 1 + \dfrac{i_{\text{nominal}}}{k} \right)^k \\ i_{\text{efetiva}} &= \left( 1 + \dfrac{i_{\text{nominal}}}{k} \right)^k - 1 \end{align} \]
Portanto, a taxa efetiva com capitalização composta discretizada trimestralmente relativa à taxa nominal de 8% a.a. é:
\[ \begin{align} i_{\text{efetiva}}(i_{\text{nominal}}; k) &= \left( 1 + \dfrac{i_{\text{nominal}}}{k} \right)^k - 1 \\ i_{\text{efetiva}} &= \left( 1 + \dfrac{0.08}{4} \right)^4 - 1 \\ i_{\text{efetiva}} &= 1.02^4 - 1 \\ i_{\text{efetiva}} &= 1.08243216 - 1 \\ i_{\text{efetiva}} &= 0.08243216 \end{align} \]
f REG f 2 8 ENTER 4 n ÷ i 100 PV FV CHS 100 - {8.24}
[1] 0.08243216
Resposta:
A taxa de juro efetiva é aproximadamente 8.24% a.a.
O cálculo do valor futuro em regime de capitalização de juros compostos com um principal de R$ 1.000,00 aplicado à taxa de 24% a.a. durante 1 ano e à taxa de 2% a.m. durante 12 meses resultaram:
\[ F = 1000 \times 1.24 = 1240.00 \]
\[ F = 1000 \times \left(1 + \dfrac{0.24}{12}\right)^{12} = 1000 \times 1.02^{12} = 1268.24 \]
Portanto, taxas de juro proporcionais não são equivalentes.
Note que \(\dfrac{0.24}{12} = 0.02\), ou seja, as taxas são proporcionais no RCJS, mas não no RCJC.
Determinar a taxa nominal em função da efetiva.
Solução:
A taxa nominal pode ser obtida a partir da taxa efetiva da seguinte forma:
\[ \begin{align} i_{\text{efetiva}} &= \left(1 + \dfrac{i_{\text{nominal}}}{k}\right)^k - 1 \\ \left(1 + \dfrac{i_{\text{nominal}}}{k}\right)^k &= i_{\text{efetiva}} + 1 \\ \sqrt[k]{\left(1 + \dfrac{i_{\text{nominal}}}{k}\right)^k} &= \sqrt[k]{i_{\text{efetiva}} + 1} \\ 1 + \dfrac{i_{\text{nominal}}}{k} &= \sqrt[k]{i_{\text{efetiva}} + 1} \\ \dfrac{i_{\text{nominal}}}{k} &= \sqrt[k]{i_{\text{efetiva}} + 1} - 1 \\ i_{\text{nominal}}(i_{\text{efetiva}},k) &= k \left(\sqrt[k]{1 + i_{\text{efetiva}}} - 1\right) \end{align} \]
Exemplo:
Qual é a taxa nominal resultante de uma taxa efetiva de 8.24% a.a. e capitalização trimestral?
f REG 4 n 100 ENTER PV 8.24 + CHS FV i RCL n x f 2 {8.00}
# Definir os parâmetros
taxa_efetiva_anual = 0.0824 # Taxa efetiva de 8.24% a.a.
k = 4 # Capitalização trimestral (4 trimestres por ano)
# Calcular a taxa nominal usando a relação: i_nominal = k * [(1 + i_efetivo)^(1/k) - 1]
taxa_nominal_anual = k * ((1 + taxa_efetiva_anual) ** (1/k) - 1)
# Exibir resultado formatado
cat("Taxa de juro nomimal a.a. =", round(taxa_nominal_anual,4),"\n")
Taxa de juro nomimal a.a. = 0.08
Resposta:
A taxa de juro nominal é 8% a.a.
A taxa efetiva converge para qual valor quando a frequência de capitalização é infinita?
Solução:
\[ \begin{align} i_{\text{efetiva}} \left( i_{\text{nominal}}, k \to \infty \right) &= \lim_{k \to \infty} \left\{ \left( 1 + \dfrac{i_{\text{nominal}}}{k} \right)^k -1 \right\} \\ &= \lim_{k \to \infty} \left( 1 + \dfrac{i_{\text{nominal}}}{k} \right)^k -1 \\ i_{\text{efetiva}} \left( i_{\text{nominal}} , k \to \infty \right) &= e^{i_{\text{nominal}}} -1 \end{align} \]
limit ((1+i/k)^k - 1) as k->infinity
Como \(e \approx 2.72\), esse resultado pode ser aproximado para:
\[ \begin{align} i_{\infty} \approx 2.72^{i_{\text{nominal}}} -1 \end{align} \]
Portanto, a taxa de juro composta efetiva discreta está entre a taxa nominal e a efetiva composta continuamente.
Exemplo:
Qual é a taxa efetiva composta continuamente resultante de uma taxa nominal de 8% a.a.?
plot e^r - 1, r: 0..1, axes label "i_n" "i_e"
[1] 0.08328707
Scilab 2023.1.0 (May 23 2023, 09:23:00)
ans =
0.0832871
CLx f 8 1 ENTER 8 ÷ g eˣ Δ% {8.32870680}
Resposta:
A taxa efetiva contínua é 8.33% a.a.
Determinar a taxa nominal em função da taxa efetiva composta continuamente.
Solução:
\[ \begin{align} i_{\infty} &= e^{i_{\text{nominal}}} - 1 \\ e^{i_{\text{nominal}}} &= i_{\infty} + 1 \\ \ln \left( e^{i_{\text{nominal}}} \right) &= \ln \left( i_{\text{efetiva}} + 1 \right) \\ i_{\text{nominal}} &= \ln \left( i_{\infty} + 1 \right) \end{align} \]
Portanto, a taxa nominal é:
\[ i_{\text{nominal}} = \ln \left( 1+i_{\infty} \right) \]
A fórmula do montante capitalizado continuamente é a seguinte:
\[ \begin{align} F_C \left( P, i_{\text{nominal}}, n, k \to \infty \right) &= \lim_{k \to \infty} \left\{ P \left[ \left( 1 + \dfrac{i_{\text{nominal}}}{k} \right)^{k} \right]^n \right\} \\ &= P \left[ \lim_{k \to \infty} \left( 1 + \dfrac{i_{\text{nominal}}}{k} \right)^{k} \right]^n \\ &= P \left[ e^{i_{\text{nominal}}} \right]^n \\ F_C \left( P, i_{\text{nominal}}, n, k \to \infty \right) &= P e^{n i_{\text{nominal}}} \\ F_{\infty} &= P e^{n i_{\text{nominal}}} \end{align} \]
limit P (1+i/k)^(n k) as k->infinity
Dessa forma, o maior montante possível capitalizado compostamente é o contínuo, isto é, é o valor futuro \(F_{\text{efetiva}}\), dado pela fórmula anterior.
A taxa de juro nominal pode ser obtida da seguinte maneira:
\[ i_{\text{nominal}} = \dfrac{\ln \left( \dfrac{F_{\infty}}{P} \right)}{n} \]
Para um período (\(n = 1\)), temos:
\[ i_{\text{nominal}} = \ln \left( \dfrac{F_{\infty}}{P} \right) \]
\[ \begin{align} F_{\infty} &= P e^{n i_{\text{nominal}}} \\ \\ [F_{\infty}]&=[P]\times [e]^{[n] [i_{\text{nominal}}]} \\ &=\$\times 1^{T T^{-1}} \\ &=\$\times 1^{1} \\ [F_{\infty}]&=\$ \\ \$&=\$ \end{align} \]
A equação de juro composto com capitalização contínua é dimensionalmente homogênea.
Os regimes de capitalização de juro simples (RCJS) e composto (RCJC) são casos particulares do regime de capitalização contínua (RCC).
Seja \(F(t)\) o valor do capital no instante \(t\), sendo \(t\ge0\).
O juro, \(\Delta F(t)\), é o acrescimo que o valor do capital sofre entre os instantes \(t\) e \(t+\Delta t\).
Considerando-se um intervalo infinitesimal de tempo, \(dt\), podemos, de maneira aproximada, substituir o acréscimo finito \(\Delta F(t)\) pelo diferencial \(dF(t)\).
Consequentemente:
\[ \begin{align} \dfrac{dF(t)}{dt}&=\delta(t)F(t)\\ dF(t)&=\delta(t)F(t)dt \end{align} \]
O juro instantâneo \(dF(t)\) é diretamente proporcional ao capital, \(F(t)\), e também ao intervalo de tempo infinitesimal, \(dt\), em que o capital foi utilizado. O fator de proporcionalidade é a taxa de juro instantânea , \(\delta(t)\).
Reescrevendo a equação diferencial de primeira ordem como:
\[ \begin{align} \dfrac{dF(t)}{F(t)}&=\delta(t)dt\\ \end{align} \]
Integrando ambos os membros da equação entre os instantes \(0\) e \(n\), temos a fórmula geral da capitalização contínua:
\[ F=P\exp\left(\int_{0}^{n}{\delta(t)\, dt}\right) \]
Sendo que \(\delta(t)\) é a taxa de juro instantânea no instante \(t\).
RCJS:
Se \(\delta(t)=\dfrac{1}{\gamma+t}\), sendo \(\gamma > 0\), então:
\[ F=P\left(1+in\right) \]
Sendo que \(i=\dfrac{1}{\gamma}\).
Note que no RCJS, o capital evolui de acordo com uma progressão aritmética de razão igual a \(iP\).
RCJC:
Se \(\delta(t)=\ln(1+i)\), então:
\[ F=P\left(1+i\right)^n \]
Note que no RCJC, o capital evolui de acordo com uma progressão geométrica de razão igual a \(1+i\).
RCJC Contínuo (RCJCC):
Se \(\delta(t)=i\), então:
\[ F=Pe^{in} \]
RCJS e RJCC são casos particulares de RCC.
Por meio do modelo de RCC, torna-se mais fácil mostrar a (in)cindibilidade dos regimes simples e composto.
Suponha que prazo de aplicação seja cindido em duas partes tal que \(0<n^{\prime}<n\):
\[ \begin{align} F&=P\exp\left(\int_{0}^{n}{\delta(t)\, dt}\right)\\ F&=P\exp\left(\int_{0}^{n^{\prime}}{\delta(t)\, dt}\right)\exp\left(\int_{n^{\prime}}^{n}{\delta(t)\, dt}\right)\\ \end{align} \]
Cindibilidade do prazo no RCJC:
Se \(\delta(t)=\ln(1+i)\), então:
\[ \begin{align} F&=P\exp\left(\int_{0}^{n^{\prime}}{\ln(1+i)\, dt}\right)\exp\left(\int_{n^{\prime}}^{n}{\ln(1+i)\, dt}\right)\\ &=P\left(1+i\right)^{n^{\prime}} \left(1+i\right)^{n-n^{\prime}}\\ F&=P\left(1+i\right)^{n}\\ \end{align} \]
Cindibilidade do prazo no RCJCC:
Se \(\delta(t)=i\), então:
\[ \begin{align} F&=P\exp\left(\int_{0}^{n^{\prime}}{i\, dt}\right)\exp\left(\int_{n^{\prime}}^{n}{i\, dt}\right)\\ &=P\exp\left(in^{\prime}\right)\exp\left(i\left(n-n^{\prime}\right)\right)\\ &=P\exp\left(in\right)\\ F&=Pe^{in}\\ \end{align} \]
Incindibilidade do prazo no RCJS:
Se \(\delta(t)=\dfrac{1}{\gamma+t}\), sendo \(\gamma > 0\), então:
\[ \begin{align} F&=P\exp\left(\int_{0}^{n^{\prime}}{\dfrac{1}{\gamma+t}\, dt}\right)\exp\left(\int_{n^{\prime}}^{n}{\dfrac{1}{\gamma+t}\, dt}\right)\\ F&=P\exp\left(\ln\left(\dfrac{\gamma+n^{\prime}}{\gamma+0}\right)\right) \exp\left(\ln\left(\dfrac{\gamma+n}{\gamma+n^{\prime}}\right)\right)\\ F&=P\left(1+\dfrac{1}{\gamma}n^{\prime}\right)\left(1+\dfrac{1}{\gamma+n^{\prime}}\left(n-n^{\prime}\right)\right) \end{align} \]
Se o prazo total não é cindido, o capital acumulado no fim dos \(n\) períodos é dado por:
\[ F=P\left(1+\dfrac{1}{\gamma}n\right) \]
Se o prazo é cindido, para que não se altere o valor do capital acumulado no final dos \(n\) períodos, a taxa de juro não pode permanecer constante, sendo \(\gamma^{-1}\) a taxa de juro nos primeiros \(n^{\prime}\) períodos e uma taxa de juro menor \(\left(\gamma+n^{\prime}\right)^{-1}\) no prazo restante.
Conforme Faro (2006), a incindibilidade do prazo no RCJS torna a sua aplicação inadequada como método de amortização de dívidas, toda vez que houver mais de um pagamento.
A elasticidade de uma função no ponto \(n\) (períodos de capitalização) ou \(i\) (taxa de juro) mede a sensibilidade relativa da função do montante \(F\) em relação à variável \(n\) ou \(i\).
Em termos matemáticos, a elasticidade é dada por:
\[ \eta(n) = \left|\dfrac{n}{F(n)} \dfrac{dF(n)}{dn}\right| \]
Ela representa a variação percentual da função em resposta a uma variação de 1% na variável independente, i.e., indica o quanto a função varia quando \(n\) ou \(i\) varia 1%.
Se \(n\) é a variável independente da função do montante, então:
As funções de elasticidade do montante para RCJS, RCJC Contínuo e RCJC Discreto:
São as seguintes:
\(\eta_{n}(F_S)=\eta_{i}(F_S)=\dfrac{in}{1+in}\)
\(\eta_{n}(F_{\infty})=\eta_{i}(F_{\infty})=in\)
\(\eta_{n}(F_C)=n\ln(1+i)\) e \(\eta_{i}(F_C)=\dfrac{in}{1+i}\)
A elasticidade da função de montante linear (RCJS) é não-linear.
A elasticidade da função de montante não-linear (RCJCC) é linear.
RCJS é inelástica e menos sensível a mudanças em \(n\) e \(i\), enquanto RCJCC é a mais sensível (maior elasticidade). RCJC fica no meio-termo. A escolha do regime impacta fortemente a resposta do montante a variações temporais e de taxa.
Os modelos quantitativos em finanças podem ser classificados de acordo com o regime de capitalização adotado e a forma de tratamento do tempo. Essa classificação distingue dois grupos principais: modelos de finanças comerciais e modelos de finanças de mercado.
A escolha do modelo quantitativo depende do tipo de operação, da convenção de tempo utilizada e do regime de capitalização adotado. Finanças comerciais usam modelos discretos, enquanto finanças de mercado utilizam modelos contínuos.
Regime | Fórmula | Capitalização | Tempo | Aplicações |
---|---|---|---|---|
RCJS | \(F = P(1 + i n)\) | Discreta linear | 360 ou 252 | Duplicatas, curto prazo, protestos |
RCJC | \(F = P \left(1 + \dfrac{i}{k} \right)^{k n}\) | Discreta geométrica | 360 ou 252 | Empréstimos, financiamentos, leasing |
RCJCC | \(F = P e^{i n}\) | Contínua exponencial | 365 ou 366 | Mercado financeiro, derivativos, títulos |
# Parâmetros
F <- 1e6 # Montante desejado
i <- 0.06 # Taxa de juro anual
n <- 30 # Período em anos
k <- 1
# RCJS: Regime de Capitalização a Juros Simples
P_js <- F / (1 + i * n)
# RCJC: Regime de Capitalização a Juros Compostos (discretos)
P_jc <- F / ((1 + i/k)^(n*k))
# RCJCC: Regime de Capitalização Contínua
P_jcc <- F / exp(i * n)
# Valores para o gráfico
regimes <- c("RCJS", "RCJC", "RCJCC")
valores <- c(P_js, P_jc, P_jcc)
print(valores)
[1] 357142.9 174110.1 165298.9
# Gráfico comparativo
bp <- barplot(valores,
names.arg = regimes,
col = c("gray", "lightblue", "lightgreen"),
ylab = "Capital Inicial (R$)",
main = "Capital Inicial Necessário para \nF = R$1.000.000 em 30 anos com i = 6% a.a.",
ylim = c(0, max(valores) * 1.1))
# Adicionar valores sobre as barras
text(x = bp,
y = valores,
labels = format(round(valores, 2), big.mark = ".", decimal.mark = ","),
pos = 3, cex = 0.8)
Capitalização: discreta
Convenções de tempo:
Essas convenções são utilizadas para simplificar cálculos em contratos, operações bancárias e de crédito.
\[ F = P \left(1 + i n\right) \]
\[ F = P \left(1 + \dfrac{i}{k} \right)^{k n} \]
HP12C é uma calculador portátil programável para finanças comerciais.
Os melhores livros sobre finanças comerciais são:
PARK, C. S. & SHARP-BETE, G. P. (1990). Advanced Engineering Economics. Nova Jersey: Wiley.
DE FARO, C. & LACHTERMACHER, G. (2012). Introdução à matemática financeira. Rio de Janeiro: Saraiva / FGV Editora.
Capitalização: contínua
Convenção de tempo: ano civil ou exato ou fiscal (de contabilidade) (365 dias)
Usada em modelagem matemática e precificação de ativos e derivativos e proteção (hedging).
\[ F = P e^{i n} \]
Os melhores livros sobre finanças de mercado são:
LUENBERGER, D. G. (2013). Investment Science. 2ª ed. Nova York: Oxford.
MERTON, R. C. (1990). Continuous-time Finance. USA: Blackwell.
BAXTER, M., & RENNIE, A. (1996). Financial Calculus: An introduction to Derivative Pricing. UK: Cambridge University Press.
CAMPBELL, J. Y., LO, A. W., & MACKINLAY, A. C. (1997). The Econometrics of Financial Markets. USA: Princeton University Press.
FORTUNA, E. (2020). Mercado financeiro: produtos e serviços. 22ª ed. Rio de Janeiro: Qualimark.
Qual é a taxa de juro anual efetiva se a taxa de juro nominal anual é 20% a.a., capitalizada semestralmente, trimestralmente, bimestralmente, mensalmente, diariamente e horariamente?
Solução:
A taxa efetiva é calculada pela fórmula:
\[ i_{\text{efetiva}}(0.20, k) = \left(1 + \dfrac{0.20}{k} \right)^k - 1 \]
Podemos calcular os valores numéricos em R:
# Definir função da taxa efetiva
taxa_efetiva <- function(i_nominal, k) {
return((1 + i_nominal / k)^k - 1)
}
# Taxa nominal
i_nominal <- 0.20
# Valores de k
k_values <- c(2, 4, 6, 12, 360, 8640)
# Calcular taxa efetiva para cada k
taxas_efetivas <- sapply(k_values,
function(k) taxa_efetiva(i_nominal, k))
# Criar tabela com os resultados
print(data.frame(
"k" = k_values,
"Taxa Efetiva" = round(taxas_efetivas, 4)
))
k Taxa.Efetiva
1 2 0.2100 2 4 0.2155 3 6 0.2174 4 12 0.2194 5 360 0.2213 6 8640 0.2214
[1] 0.2155
[1] 0.2155
Para qual valor aproximado converge a taxa de juro anual efetiva do Exercício 1?
Solução:
A taxa efetiva converge para o limite da capitalização contínua:
\[ i_{\infty} = e^{i_{\text{nominal}}} - 1 \]
Substituindo \(i_{\infty} = 0.20\):
[1] 0.2214028
[1] 0.2214028
Resposta:
A taxa efetiva contínua é 22.14% a.a.
Quais são os valores exato e aproximado da taxa de juro anual efetiva composta continuamente do Exercício 1?
Solução:
O valor exato é dado por:
\[ i_{\infty} = e^{0.2} - 1 \]
O valor aproximado é:
\[ i_{\infty} \approx 2.72^{0.2} - 1 \approx 0.2214 \]
[1] 0.2214028
Você acabou de ganhar R$ 100.000,00 na loteria. O que fazer com o dinheiro? São apresentadas a você duas oportunidades de investimento:
Determine a taxa efetiva para cada aplicação, para decidir qual a melhor oportunidade de valorização em prazo de 10 anos.
Solução:
A melhor alternativa de investimento é a (B), pois:
\[ i_{\text{efetiva}} = \left( 1 + \dfrac{0.06}{4} \right)^{40} - 1 \]
Calculando:
\[ i_{\text{efetiva}} = 1.015^{40} - 1 \approx 81.40\% \]
\[ i_{\infty} = e^{10 \times 0.06} - 1\approx 82.21\% \]
[1] 0.0609
[1] 0.0609
[1] 0.06184
Portanto, a alternativa (B) é a melhor, pois proporciona um retorno maior.
Você acabou de receber uma pequena herança de R$ 10.000,00, deixada por um tio seu. Você decide investir o dinheiro, para não gastá-lo todo de uma vez. Você faz uma pesquisa na internet e acha duas opções de investimento:
Qual é a melhor alternativa de investimento?
Solução:
A taxa efetiva para capitalização contínua é:
\[ i_{\infty} = e^{0.12} - 1 \]
Calculando:
\[ i_{\infty} \approx 12.75\% \]
Para capitalização semestral:
\[ i_{\text{efetiva}} = \left( 1 + \dfrac{0.122}{2} \right)^2 - 1\approx 12.57\% \]
[1] 0.1275
[1] 0.1257
[1] 0.1257
Portanto, o investimento com capitalização contínua (12.75%) é melhor do que o investimento com capitalização semestral (12.57%).
Hoje foi anunciado na Revista Analista de Investimentos Vinícolas que a inflação subiu um pouco mais que o esperado no mês passado, i.e., 0.32% a.m. para produtos na indústria vinícola e de bebidas alcoólicas em geral. O mercado vinícola está considerando uma taxa de inflação de 1.6% a.a. O mercado tem motivos para ficar surpreso com essa taxa de inflação?
Solução:
Sim, pois a taxa efetiva anual equivalente a 0.32% a.m. é:
\[ i_{\text{efetiva}} = \left( 1 + 0.0032 \right)^{12} - 1 \]
Calculando:
\[ i_{\text{efetiva}} \approx 3.908\% \text{ a.a.} \]
que é bem maior que 1.6% a.a.!
A taxa efetiva mensal equivalente a 1.6% a.a. é:
\[ i_{\text{efetiva}} = \left( 1 + 0.016 \right)^{\frac{1}{12}} - 1 \]
Calculando:
\[ i_{\text{efetiva}} \approx 0.13\% \text{ a.m.} \]
que é bem menor que 0.32% a.m.!
Qual é a taxa trimestral equivalente a 30% a.a.?
Solução:
Se o regime de capitalização é o simples, então a taxa equivalente trimestral é \(0.3 / 4 = 0.075\), i.e., 7.5% a.t. No entanto, como o regime é composto, então a taxa de juro composta é necessariamente menor que a proporcional.
Dessa forma, temos que \(i_{\text{trimestral}}\) é equivalente a \(i_{\text{anual}}\) se:
\[ \begin{align} F_C(P ; i_{\text{trimestral}}, n = 1 \text{ ano}) &= F_C(P ; i_{\text{anual}} , n = 1 \text{ ano}) \\ F_C(P ; i_{\text{trimestral}}, n = 4 \text{ trimestres}) &= F_C(P ; i_{\text{anual}} , n = 1 \text{ ano}) \\ P (1 + i_{\text{trimestral}})^4 &= P (1 + i_{\text{anual}}) \\ (1 + i_{\text{trimestral}})^4 &= 1 + i_{\text{anual}} \\ 1 + i_{\text{trimestral}} &= \sqrt[4]{1 + i_{\text{anual}}} \\ i_{\text{trimestral}} &= \sqrt[4]{1.3} - 1 \\ i_{\text{trimestral}} &\approx 0.0678 \end{align} \]
Resposta:
6.78% a.t. é equivalente a 30% a.a.
Qual é a taxa anual equivalente a 2% a.m.?
Solução:
\[ \begin{align} F_C(P , i_{\text{anual}} , n = 1 \text{ ano}) &= F_C(P , 0.02 , n = 12 \text{ meses}) \\ P (1 + i_{\text{anual}}) &= P \times 1.02^{12} \\ 1 + i_{\text{anual}} &= 1.02^{12} \\ i_{\text{anual}} &= 1.02^{12} - 1 \\ i_{\text{anual}} &\approx 0.2682 \end{align} \]
Resposta:
26.82% a.a. é equivalente a 2% a.m.
Qual é a taxa mensal equivalente a 0.2% a.d.?
Solução:
\[ \begin{align} i_{\text{mensal}} &= 1.002^{30} - 1 \\ i_{\text{mensal}} &\approx 0.0618 \end{align} \]
Resposta:
6.18% a.m. é equivalente a 0.2% a.d.
Qual é a taxa semestral equivalente a 45% a.a.?
Solução:
\[ \begin{align} i_{\text{semestral}} &= \sqrt{1.45} - 1 \\ i_{\text{semestral}} &\approx 0.2042 \end{align} \]
Resposta:
20.42% a.s. é equivalente a 45% a.a.
Qual é o montante composto de um capital de R$ 50.000,00, no fim de 2 anos, com taxa de juro de 24% a.a. capitalizado trimestralmente?
Solução:
\[ \begin{align} F &= 50000 \times \left(1 + \dfrac{0.24}{4}\right)^{2 \times 4} \\ F &= 50000 \times 1.593848 \\ F &= 79693.00 \end{align} \]
Resposta:
O montante composto é R$ 79.693,00.
Uma taxa nominal de 18% a.a. é capitalizada semestralmente. Calcule a taxa efetiva anual.
Solução:
\[ \begin{align} i_{\text{efetiva}} &= \left(1 + \dfrac{0.18}{2}\right)^2 - 1 \\ i_{\text{efetiva}} &= 1.09^2 - 1 \\ i_{\text{efetiva}} &= 1.1881 - 1 \\ i_{\text{efetiva}} &= 0.1881 \end{align} \]
Resposta:
A taxa efetiva é 18.81% a.a.
Taxa aparente é aquela que vigora nas operações correntes. Taxa real é a taxa aparente sem o efeito da inflação. Quando não há inflação, a taxa real é igual à taxa aparente. O dinheiro cresce no banco à taxa aparente nominalmente, porém seu poder de compra decresce à taxa da inflação.
Qual deve ser a taxa aparente correspondente a uma taxa real de 0.8% a.m. e a uma inflação de 20% a.m.?
Solução:
\[ \begin{align} 1 + i_{\text{real}} &= \dfrac{1 + i_{\text{aparente}}}{1 + i_{\text{inflação}}} \\ i_{\text{aparente}} &= (1 + i_{\text{real}}) (1 + i_{\text{inflação}}) - 1 \\ i_{\text{aparente}} &= 1.008 \times 1.2 - 1 \\ i_{\text{aparente}} &= 1.2096 - 1 \\ i_{\text{aparente}} &= 0.2096 \end{align} \]
Resposta:
A taxa aparente é 20.96% a.m.
Qual a taxa semestral equivalente a 10% a.a.?
Solução:
\[ \begin{align} i_{\text{semestre}} &= \sqrt{1 + 0.1} - 1 \\ i_{\text{semestre}} &\approx 0.0488 \end{align} \]
Resposta:
A taxa 4.88% a.s. é equivalente a 10% a.a.
Qual a taxa anual equivalente a 7% a.b.?
Solução:
\[ \begin{align} i_{\text{anual}} &= \left(1 + 0.07\right)^6 - 1 \\ i_{\text{anual}} &\approx 0.5007 \end{align} \]
Resposta:
A taxa 50.07% a.a. é equivalente a 7% a.b.
Mostrar que a taxa de 2.01% a.m. em dois meses é equivalente à taxa de 3.0301% a.m. em três meses.
Solução:
Se os períodos de tempo \(n_1\) e \(n_2\) são números primos entre si, então as respectivas taxas de juros compostos \(i_1\) e \(i_2\) são equivalentes se:
\[ \begin{align} F_C \left(P , i_1 , n_2 \right) &= F_C \left(P , i_2 , n_1 \right) \\ P \left(1 + i_1\right)^{n_2} &= P \left(1 + i_2\right)^{n_1} \\ \left(1 + i_1\right)^{n_2} &= \left(1 + i_2\right)^{n_1} \\ 1 + i_1 &= \left(1 + i_2\right)^{\frac{n_1}{n_2}} \\ i_1 &= \left(1 + i_2\right)^{\frac{n_1}{n_2}} - 1 \\ i_1 &= \sqrt[n_2]{\left(1 + i_2\right)^{n_1}} - 1 \end{align} \]
Como \(n_1 = 2\) meses, \(n_2 = 3\) meses, \(i_1 = 0.0201\) a.m. e \(i_2 = 1.030301\) a.m., então:
\[ \begin{align} i_1 &= \sqrt[3]{\left(1 + i_2\right)^2} - 1 \\ &= \sqrt[3]{1.030301^2} - 1 \\ i_1 &\approx 0.0201 \end{align} \]
Mostre que \(\ln(1+i) \approx i - \dfrac{i^2}{2}\) para valores de \(i\) próximos de zero, i.e., \(0 < i < 0.05\).
Solução:
Usando a expansão de Taylor de \(\ln(1 + i)\) em torno de \(i=0\) (expansão de Maclaurin), temos que:
\[ \begin{align} \ln(1+i) &= \ln(1+i_0) + \dfrac{1}{1+i_0} (i - i_0) - \dfrac{1}{2(1+i_0)^2} (i - i_0)^2 + \cdots\\ \ln(1+i) &\approx \ln(1+i_0) + \dfrac{1}{1+i_0} (i - i_0) - \dfrac{1}{2(1+i_0)^2} (i - i_0)^2 \end{align} \]
Se \(i_0 = 0\),
\[ \begin{align} \ln(1+i) &\approx i - \dfrac{i^2}{2} \end{align} \]
Mostre que \(\ln(1+i) \approx i\) se \(i\) for pequeno, i.e., \(0 < i < 0.05\).
Solução:
Usando a expansão de Taylor de \(\ln(1+i)\) em torno de \(i = 0\) (expansão de Maclaurin), temos que:
\[ \ln(1+i) \approx i - \dfrac{i^2}{2} \]
Como \(i^2 \ll i\), podemos aproximar:
\[ \ln(1+i) \approx i \]
Se taxa de juro efetiva composta continuamente, \(i_{\infty}\), é menor que 0.05, então a taxa de juro nominal dada por \(\ln(1+i_{\infty})\) é aproximadamente igual a \(i_{\infty}\).
Mostre que \(e \approx 2.71828\) usando a expansão de Maclaurin de \(e^x\).
Solução:
Usando a expansão de Maclaurin de \(e^x\), temos que:
\[ \begin{align} e^x&=\sum_{j=0}^{\infty} \dfrac{x^j}{j!} \\ e^x&=1+x+\dfrac{x^2}{2}+\dfrac{x^3}{6}+\dfrac{x^4}{24}+\cdots \end{align} \]
Fazendo \(x=1\), temos:
\[ \begin{align} e&=\sum_{j=0}^{\infty} \dfrac{1}{j!} \\ &=1+1+\dfrac{1}{2}+\dfrac{1}{6}+\dfrac{1}{24}+\dots \\ e&\approx 2.71828 \end{align} \]
# Definir função para calcular a soma da série de Maclaurin de e^x
aprox_e <- function(n) {
sum(sapply(0:n, function(j) 1 / factorial(j)))
}
# Calcular a aproximação de e com os primeiros 10 termos
print(aprox_e(10), digits=10)
[1] 2.718281801
[1] 2.718281828
Sejam:
\[ \begin{align} F_{\infty} &= P e^{rt} \\ F_C &= P (1 + r)^t \\ F_S &= P (1 + r t) \end{align} \]
Se \(P>0\), \(i>0\), \(t>0\), mostre que:
Solução:
Se \(P>0\), \(i>0\), \(t>0\), mostre que:
\(F_{\infty} > F_C\):
\[ \begin{align} F_{\infty} &> F_C \\ P e^{r t} &> P (1 + r)^t \\ r &> \ln(1 + r) \end{align} \]
Plot[{r, ln(1+r)}, {r, 0, Infinity}]
\(F_{\infty} > F_S\):
\[ \begin{align} F_{\infty} &> F_S \\ P e^{r t} &> P (1 + r t) \\ r t &> \ln(1 + r t) \\ x &> \ln(1 + x) \end{align} \]
\[ \begin{align} F_S &> F_C \\ P (1 + r t) &> P (1 + r)^t \\ 1 + r t &> (1 + r)^t \end{align} \]
E.g.: \(r = 1\)
\[ 1 + t > 2^t \]
\[ \begin{align} F_S &< F_C \\ P (1 + r t) &< P (1 + r)^t \\ 1 + r t &< (1 + r)^t \end{align} \]
Exemplo: \(r = 1\)
\[ 1 + t < 2^t \]
“Fiado é só para amanhã.” (Ditado popular)
Juro é a compensação financeira ou preço do aluguel do dinheiro, isto é, é a remuneração, a qualquer título, atribuída ao capital.
O valor do juro a ser pago ou recebido é determinado por uma taxa percentual referida a um intervalo de tempo (período financeiro ou de capitalização), denominada taxa de juro.
Época de capitalização é a data na qual ocorre a capitalização.
A taxa de juro ou valor de desconto é o valor da moeda no tempo associada a valores mobiliários ou títulos sem risco, isto é, é uma taxa não ajustada ao risco.
Exemplo:
Manoel deposita R$100,00 hoje na caderneta de poupança e recebe 8 reais de juro daqui a 1 ano. A taxa de juro anual percentual é \(8\% = 8/100\).
A taxa de juro unitária é a taxa de juro expressa em número decimal.
Exemplo:
\(i = 0.08\) a.a.
A taxa de juro percentual é a taxa de juro expressa em porcentagem.
Exemplo:
\(i = 8\%\) a.a.
Dessa forma, a taxa de juro pode ser expressa equivalentemente pelas taxas unitária e percentual.
Uma taxa de juro percentual que passa de \(8\%\) para \(9\%\) tem um aumento de 1 ponto percentual.
Calcular 30% de 15%.
Solução:
\[0.3 \times 0.15 = 0.045 = 4.5\%\]
De quantas formas as taxas de juro 8% a.a. e 8.25% podem ser expressas?
Solução:
\(8\% = 0.08 = \dfrac{8}{100} =
\dfrac{4}{50} = \dfrac{2}{25} = 8 \times 10^{-2} =
8\text{E}-2\)
\(8.25\% = 8\frac{1}{4} = 0.0825 = 8.25 \times
10^{-2} = 8.25\text{E}-2\)
Regime de capitalização (RC) é o processo de formação do juro.
No RC a juro simples (RCJS), apenas o principal é capitalizado, isto é, o juro não é capitalizado. Juro simples é a remuneração calculada unicamente sobre o principal.
No RC a juro composto (RCJC), o principal e o juro são capitalizados. Juro simples é a remuneração calculada sobre o principal e o juro.
Juro simples é aquele que em cada período de capitalização, a partir do primeiro, é calculado sobre o principal.
Suponha que um investidor aplicou R$100,00 no RCJS à taxa de juro de 8% a.a. por 3 anos. Qual é o montante em cada ano?
Solução:
Ano | Juro | Montante |
---|---|---|
0 | \(0\) | \(100\) |
1 | \(100 \times 0.08 = 8\) | \(108\) |
2 | \(100 \times 0.08 = 8\) | \(116\) |
3 | \(100 \times 0.08 = 8\) | \(124\) |
Ano | Juro | Montante |
---|---|---|
0 | \(0\) | \(P\) |
1 | \(J_1 = P i\) | \(F_1 = P + J_1 = P + P i = P (1 + i)\) |
2 | \(J_2 = P i\) | \(F_2 = F_1 + J_2 = P (1 + i) + P i = P (1 + 2i)\) |
3 | \(J_3 = P i\) | \(F_3 = F_2 + J_3 = P (1 + 2i) + P i = P (1 + 3i)\) |
A equação fundamental do RCJS é dada por:
\[F_S = P (1 + i n)\]
Juro simples:
\[J_S = P i n\]
A taxa de juro \(i\) e a quantidade de períodos de capitalização \(n\) são expressos no mesmo período.
O juro simples é diretamente proporcional ao número de períodos \(n\), sendo que \(Pi\) é o fator de proporcionalidade. Isto é, o juro simples é uma função linear da variável independente \(n\), sendo que a inclinação da reta é a taxa de juro \(Pi\):
\[ \begin{align} J_S &= (Pi) n \\ \\ y &= a x \\ \\ y &= J_S \\ x &= P i \\ a &= n \end{align} \]
A taxa de juro efetiva é a taxa de juro expressa no mesmo período da quantidade de períodos de capitalização \(n\). Isto é, a taxa é efetiva se \(i\) e \(n\) estão expressos no mesmo período.
A taxa de juro nominal é a taxa de juro que não é expressa no mesmo período da quantidade de períodos de capitalização \(n\). Isto é, a taxa é nominal se \(i\) e \(n\) não estão expressos no mesmo período.
A taxa de juro \(i\) é relativa a um período em que \(i_k=\dfrac{i}{k}\) é a taxa de juro proporcional relativa à fração \(\dfrac{1}{k}\) do período expressa na mesma unidade de tempo do período.
RCJS discreto (RCJSD) é o regime no qual há \(k = 2,3, \dots\) capitalizações por período:
\[F_S = P \left(1 + i_k kn\right)= P \left(1 + \dfrac{i}{k} kn\right)=P (1 + i n)\]
No RCJS discreto, a taxa de juro equivalente é a taxa de juro proporcional.
A taxa de juro proporcional pode ser usada para ajustar a taxa de juro nominal para o mesmo período da quantidade de períodos de capitalização \(n\).
Período | Taxa |
---|---|
\(i_{\text{período}}\) | \(i_k\) |
\(i_{\text{ano}}\) | \(i_1 = i = 8\% \text{ a.a.}\) |
\(i_{\text{semestre}}\) | \(i_2 = \dfrac{i}{2} = 4\% \text{ a.s.}\) |
\(i_{\text{trimestre}}\) | \(i_4 = 2\% \text{ a.t.}\) |
\(i_{\text{mês}}\) | \(i_{12} = 0.\bar{6}\% \text{ a.m.}\) |
\(i_{\text{dia comercial}}\) | \(i_{360} = 0.0\bar{2}\% \text{ a.d.}\) |
\(i_{\text{dia civil}}\) | \(i_{365} \approx 0.022\% \text{ a.d.c.}\) |
\(i_{\text{dia útil}}\) | \(i_{252} \approx 0.032\% \text{ a.d.u.}\) |
Assinale Verdadeiro ou Falso:
Taxas de juro equivalentes produzem juros simples iguais.
[ ] V [ ] F
Taxas equivalentes são taxas com períodos diferentes que
aplicadas a principais iguais, produzem juros iguais e montantes iguais
em prazos iguais.
[ ] V [ ] F
Para o cômputo correto do montante simples é sempre necessário
que a taxa seja a efetiva.
[ ] V [ ] F
Para o cômputo correto do juro simples é sempre necessário que a
taxa seja a efetiva.
[ ] V [ ] F
Solução: a. V; b. V; c. V; d. V
Um capital inicial de R$ 2.400,00 é aplicado durante 10 meses à taxa de 25% a.a. Determine o juro e a taxa efetiva.
Solução:
A taxa de juro nominal é \(i=25\%\)
a.a., pois não está expressa ao mês.
A taxa efetiva equivalente é a taxa proporcional mensal, isto é,
\(i_{\text{efetiva}} = \dfrac{25\%}{12} =
2083\%\) a.m.
\[ \begin{align} P &= 2.400 \\ n &= 10 \text{ meses} \\ \\ J_S &= P \times i_{\text{efetiva}} \times n \\ &= 2400 \times \dfrac{25\%}{12} \times 10 \\ J_S &= 500 \end{align} \]
Calcule o juro correspondente a um capital de R$ 18.500,00 aplicado durante 2 anos, 4 meses e 10 dias à taxa de 36% a.a.
Solução 1:
\[ \begin{align} P &= 18500 \\ n &= 2 \times 360 + 4 \times 30 + 10 = 850 \text{ dias comerciais} \\ i_{\text{efetiva}} &= \dfrac{36}{360} \% \text{ a.d.} = 0.1\% \text{ a.d.} \\ \\ J_s &= P \times i_{\text{efetiva}} \times n \\ J_s &= 18500 \times 0.1\% \times 850 \\ J_s &= 15725 \end{align} \]
Solução 2:
\[ \begin{align} P &= 18500 \\ n &= 2 + 4 \div 12 + 10 \div 360 = 2.36\overline{1} \text{ anos} \\ i_{\text{efetiva}} &= 36\% \text{ a.a.} \\ \\ J_s &= P \times i_{\text{efetiva}} \times n \\ J_s &= 18500 \times 36\% \times 2.36\overline{1} \\ J_s &= 15725 \end{align} \]
Calcule o juro correspondente a um capital de R$ 18.500,00 aplicado entre 11 de novembro de 2011 e 12 de dezembro de 2012 à taxa de 36% a.a.
Solução:
\[ \begin{align} P &= 18500 \\ n &= 391 \div 360 = 1.086\overline{1} \text{ anos} \\ i_{\text{efetiva}} &= 36\% \text{a.a.} \\ J_s &= P \times i_{\text{efetiva}} \times n \\ J_s &= 18500 \times 36\% \times 1.086\overline{1} \\ J_s &= 7233.50 \end{align} \]
Determinar número de dias comerciais entre duas datas:
g [D.MY]
: define o formato de data
dd.mmaaaa
.
f REG f 0 g D.MY 11.112011 ENTER 12.122012 g ∆DYS x<->y {391}
days from 11/11/2011 to 12/12/2012
O juro simples comercial (JSC), como mostrado abaixo, é a técnica mais comumente usada pelo banco na função de credor, pois resulta o juro máximo em qualquer transação.
Há quatro maneiras de determinar o juro simples:
Juro simples comercial a tempo exato (JSCTE):
\(n_E\): número de dias exatos ou corridos
\[ \begin{align} i_{360} &= \dfrac{i}{360} \\ \text{JSCTE} &= P \dfrac{i}{360} n_E \end{align} \]
Juro simples comercial a tempo aproximado (JSCTA):
\(n_C\): número de dias comerciais
\[ \begin{align} i_{360} &= \dfrac{i}{360}\\ \text{JSCTA} &= P \dfrac{i}{360} n_C \end{align} \]
Juro simples exato a tempo exato (JSETE):
\(n_E\): número de dias exatos ou corridos
\[ \begin{align} i_{365} &= \dfrac{i}{365}\\ \text{JSETE} &= P \dfrac{i}{365} n_E \end{align} \]
Juro simples exato a tempo aproximado (JSETA):
\(n_C\): número de dias comerciais
\[ \begin{align} i_{365} &= \dfrac{i}{365}\\ \text{JSETA} &= P \dfrac{i}{365} n_C \end{align} \]
Note que:
\[ \begin{align} \text{JSCTE}-\text{JSETE}=P \dfrac{i}{360} n_E-P \dfrac{i}{365} n_E=P \dfrac{i}{72} n_E\\ \text{JSCTA}-\text{JSETA}=P \dfrac{i}{360} n_C-P \dfrac{i}{365} n_C=P \dfrac{i}{72} n_C\\ \end{align} \]
Então:
\[ \begin{align} JSCTE &> JSETE \\ JSCTA &> JSETA \end{align} \]
Portanto, o juro simples comercial (JSC) resulta o juro máximo em qualquer transação para o credor.
Data.Inicial | Data.Final | nE | nC | Comparação | Comentário |
---|---|---|---|---|---|
01/02/2013 | 01/03/2013 | 28 | 30 | JSCTA > JSCTE | No curto prazo, JSCTA é melhor para credor |
01/04/2013 | 59 | 60 | JSCTA > JSCTE | ||
01/05/2013 | 89 | 90 | JSCTA > JSCTE | ||
01/06/2013 | 120 | 120 | JSCTA = JSCTE | ||
01/07/2013 | 150 | 150 | JSCTA < JSCTE | No médio prazo, JSCTE é melhor para credor | |
01/08/2013 | 181 | 180 | JSCTA < JSCTE |
Às vezes é mais conveniente transformar o período da quantidade de períodos de capitalização \(n\) para o mesmo da taxa de juro.
Qual é a taxa mensal que deve ser aplicada à quantia de R$ 666,00 para que em 3 meses e 3 dias renda juro de R$ 333,00? Qual é a taxa anual equivalente?
Solução:
\[ \begin{align} P &= 666 \\ J_s &= 333 \\ n &= 3\,\text{meses e} \,3\,\text{dias comerciais} = 3 + \dfrac{3}{30} = 3.1 \,\text{meses} \\ \\ i_{12} &= \dfrac{J_s}{P n} = \dfrac{333}{666 \times 3.1} \approx 16\% \text{ a.m.} \\ i &= i_{12} \times 12 = 16\% \times 12 = 194\% \text{ a.a.} \end{align} \]
O desconto é um benefício que ocorre nos casos de antecipação de pagamento (devedor efetua pagamento antes da data de vencimento) ou de recebimento (o credor necessita do dinheiro antes da data de vencimento). Essas operações financeiras são denominadas operações de desconto e sua execução é chamada descontar um título de crédito.
O desconto de título é o adiantamento de recursos aos clientes, feito pelo banco, sobre valores referenciados em duplicatas de cobrança (DC) ou notas promissórias (NP), para antecipar o fluxo de caixa do cliente. O cliente transfere o risco do recebimento de suas vendas a prazo ao banco e garante o recebimento imediato dos recursos que, teoricamente, só teria disponíveis no futuro. O banco por sua vez, deve selecionar cuidadosamente a qualidade de crédito das DC e NP, para evitar inadimplência. Normalmente, o desconto de DC e NP é feito sobre títulos com prazo médio de trinta e noventa dias.
Uma nota promissória é um instrumento de crédito que consiste numa promessa de pagamento incondicional por escrito que obriga o emissor (devedor/mutuário) a pagar ao portador (credor/mutuante) um valor nominal especificado em dinheiro numa data futura.
As características principais de uma nota promissória incluem:
Valor Nominal: A quantia em dinheiro que o emissor se compromete a pagar.
Data de Emissão: Quando a nota promissória é criada e assinada.
Data de Vencimento: Quando o pagamento prometido deve ser feito.
Assinatura do Emissor: A assinatura do devedor, que confirma a promessa de pagar o valor estipulado.
Nota Promissória
O título de crédito (TC) é um comprovante de uma dívida entregue ao credor pelo devedor no qual constam o valor da dívida (nominal) e a data de vencimento, sendo que o devedor pode resgatá-lo antecipadamente, obtendo com isso um abatimento denominado desconto.
O desconto é umas das mais comuns aplicações do RCJS.
Duplicata de cobrança (DC), nota promissória (NP) e letra de câmbio (LC) são exemplos de título de crédito.
A duplicata é um título emitido por uma pessoa jurídica (PJ) contra seu cliente que pode ser pessoa física (PF) ou jurídica (PJ) para a qual ela vendeu mercadorias a prazo ou prestou serviços a serem pagos no futuro, segundo um contrato.
Conforme Carvalho (1985, p. 64-5), mediante o endosso bancário, os títulos de crédito, podendo ser transferidos de possuidor a possuidor, tornam-se instrumentos importantes de circulação fiduciária e dão origem à operação de desconto.
Suponhamos que o titular de um título de crédito, cujo vencimento ocorrerá dentro um certo prazo, necessite, antes desse prazo, da importância nele fixado. Dirigir-se-á, então, a um banco ao qual transferirá, por endosso, a propriedade do título, recebendo, em troca, aquela importância, diminuída de certo ágio. Diz-se, então, que o título foi descontado pelo banco. O desconto é, pois, a operação de compra de um título de crédito mediante a transferência, por endosso, de sua propriedade ao comprador.
A importância que está indicada no título e que representa, portanto, a soma a ser paga no dia do vencimento, denomina-se valor nominal do mesmo. A quantia paga pelo banco a seu possuidor (valor nominal menos o ágio) denomina-se valor líquido a pagar.
O ágio cobrado pelo banco é tem duas partes:
O desconto propriamente dito, que representa um juro do capital adiantado pelo banco;
Uma parte relativa a taxas e comissões cobradas pelo banco para cobrir as despesas e riscos decorrentes da operação.
O desconto cobrado pelo banco pode ser calculado segundo duas modalidades:
Desconto bancário, comercial ou por fora, visto ser o preferido pelos bancos;
Desconto racional ou por dentro, também denominado desconto real ou verdadeiro.
O desconto bancário é o juro do valor nominal do título, à taxa de juro estipulada pelo banco, durante o tempo que decorre da data da transação ao vencimento do mesmo.
No Brasil, como na maioria dos países, toma-se para desconto bancário o juro simples do valor nominal.
O desconto comercial simples, bancário ou por fora \(d\) é o juro simples produzido pelo valor nominal do título de crédito \(N\) no período de tempo referente à antecipação \(n\) e à taxa de desconto \(i\):
\[ \begin{align} d = N i n \end{align} \]
O desconto comercial só deve ser usado para períodos curtos, pois para prazos longos o valor do desconto pode ser maior que o valor nominal. Dessa forma, para que \(d < N\) é necessário que \(n < \dfrac{1}{i}\).
O valor nominal também é chamado de valor de face ou de resgate.
O valor atual comercial ou valor atual descontado comercial, \(A\), é a diferença entre o valor nominal e o desconto comercial simples:
\[ \begin{align} A &= N - d \\ A &= N - Nin \\ A &= N (1 - i n) \end{align} \]
Observe que \(A < N\), pois \(0 < d < N\).
O cálculo do valor atual comercial não respeita o princípio da equivalência financeira (que exigiria divisão pelo fator de capitalização, como ocorre no desconto racional). Por isso, a terminologia mais precisa é valor atual comercial ou valor atual obtido pelo desconto bancário (comercial), para diferenciá-lo do valor atual racional.
Valor nominal comercial:
\[ \begin{align} N &= A + d \\ N &= \dfrac{A}{1 - i n} \end{align} \]
Período de tempo referente à antecipação:
\[ n = \dfrac{d}{N i} \]
Taxa de desconto:
\[ i = \dfrac{d}{N n} \]
Taxa de juro efetiva:
\[ \begin{align} N &= A (1 + i_f n) \\ i_f &= \dfrac{d}{A n} \end{align} \]
Relação entre a taxa de desconto e a efetiva:
\[ \begin{align} \dfrac{i}{i_f} &= \dfrac{\dfrac{d}{N n}}{\dfrac{d}{A n}} \\ \dfrac{i}{i_f}&= \dfrac{A}{N} < 1 \\ i &= \dfrac{A}{N} i_f \Rightarrow i < i_f \end{align} \]
Uma duplicata de R$ 23.000,00 foi resgatada 112 dias antes de seu vencimento por R$ 21.068,00. Determine a taxa de desconto e a taxa efetiva ao mês.
Solução:
\[ \begin{align} N &= 23000 \\ A &= 21068 \end{align} \]
\[ \begin{align} n &= 112 \text{ dias} = \dfrac{112}{30} \text{ meses} = 3.7\bar{3} \text{ meses} \\ d &= N - A = 23000 - 21068 = 1932 \end{align} \]
\[ \begin{align} i &= \dfrac{d}{N n} = \dfrac{1932}{23000 \times 3.7\bar{3}} = 2.25\% \text{ a.m.} \end{align} \]
\[ \begin{align} i_f &= \dfrac{d}{A n} = \dfrac{1932}{21068 \times 3.7\bar{3}} = 2.46\% \text{ a.m.} \end{align} \]
O desconto racional simples ou por dentro é equivalente ao juro produzido pelo valor atual do título numa taxa fixada e durante o tempo correspondente.
Embora o desconto comercial simples seja amplamente usado em algumas operações bancárias de curto prazo (principalmente no Brasil), em muitas operações financeiras modernas e no mercado internacional utiliza-se o desconto racional ou o desconto composto, justamente por respeitarem o princípio da equivalência financeira. O desconto comercial, por ser linear, não reflete adequadamente o valor do dinheiro no tempo.
O desconto racional simples pode ser interpretado como a primeira aproximação linear do desconto composto para taxas pequenas ou períodos curtos. Seria didaticamente relevante explicar essa relação, mostrando que o racional é uma boa aproximação do composto quando \(in\le 1\)). in≪1
O desconto racional simples (ou por dentro) é financeiramente mais consistente que o desconto comercial, pois calcula o desconto sobre o valor atual do título, respeitando o princípio da equivalência financeira. Esse modelo garante que o desconto nunca ultrapasse o valor nominal, o que pode ocorrer no modelo comercial.
\[ \begin{align} d_r &: \text{desconto racional} \\ A_r &: \text{valor atual ou descontado racional} \end{align} \]
\[ \begin{align} d_r &= A_r i n \\ A_r &= N - d_r \\ \therefore d_r &= \dfrac{N i n}{1 + i n} = \dfrac{d}{1 + i n} \Rightarrow d_r < d \\ A_r &= \dfrac{N}{1 + i n} \end{align} \]
Um título de R$ 6.000,00 vai ser descontado à taxa de 2.1% a.m. Faltando 45 dias para o vencimento do título, determine (a) os valores do desconto comercial e do racional e (b) o valor atual racional.
Solução:
\[ \begin{align} N &= 6000 \\ i &= 2.1\% \text{ a.m.} \\ n &= 45 \text{ dias} = 1.5 \text{ meses} \end{align} \]
\[ \begin{align} d &= N i n = 6000 \times 0.021 \times 1.5 = 189 \\ d_r &= \dfrac{d}{1 + i n} = \dfrac{189}{1 + 0.021 \times 1.5} = \dfrac{189}{1.0315} = 183.22 \\ A_r &= N - d_r = 6000 - 183.22 = 5816.78 \end{align} \]
O desconto comercial é R$ 189,00. O desconto racional é R$ 183,22. O valor atual racional é R$ 5.816,78.
\[ \begin{align} d-d_r &= d_r i n \\ d-d_r &= \dfrac{d i n}{1+in} \end{align} \]
Sendo R$ 180,00 o desconto racional simples de um título, à taxa de 6% a.a., 90 dias antes de seu vencimento, calcular seu desconto bancário à mesma taxa.
Solução:
A diferença entre os dois descontos é:
\[d-d_r=d-180=d_rni=180\times\dfrac{90}{360}\times0.06=2.7\]
Portanto, \(d=180+2.7=182.7\).
Resposta:
O desconto bancário é R$ 182,70.
\[ \begin{align} N&=\dfrac{d\,d_r}{d-d_r}\\ d&=\dfrac{Nd_r}{N-d_r} \end{align} \]
Sabendo-se que o desconto racional simples de um título de valor nominal R$ 36.240,00 é R$ 240,00, calcular seu desconto bancário à mesma taxa.
Solução:
\[ \begin{align} d&=\dfrac{Nd_r}{N-d_r}\\ &=\dfrac{36240\times240}{36240-240}\\ d&=241.60 \end{align} \]
Resposta:
O desconto bancário é R$ 241,60.
No regime de capitalização a juro composto (RCJC), o juro composto é aquele que em cada período financeiro, a partir do segundo, é calculado sobre o montante relativo ao período anterior. Assim, no RCJC, o juro produzido no fim de cada período é somado ao capital que o produziu, passando os dois, capital e juro, a render juro no período seguinte.
Suponha que um investidor aplicou R$ 100,00 no RCJC à taxa de juro de 8% a.a. por 3 anos. Quais são os montantes de cada ano?
Solução:
Ano | Juro | Montante |
---|---|---|
0 | \(0\) | \(100\) |
1 | \(100 \times 0.08 = 8\) | \(108\) |
2 | \(108 \times 0.08 = 8.64\) | \(116.64\) |
3 | \(116.64 \times 0.08 = 9.33\) | \(125.97\) |
Ano | Juro | Montante |
---|---|---|
0 | \(0\) | \(P\) |
1 | \(J_1 = P i\) | \(F_1 = P + J_1 = P + P i = P(1+i)\) |
2 | \(J_2 = F_1 i\) | \(F_2 = F_1 + J_2 = F_1 + F_1 i = F_1 (1+i) = P(1+i)(1+i) = P(1+i)^2\) |
3 | \(J_3 = F_2 i\) | \(F_3 = F_2 + J_3 = F_2 + F_2 i = F_2 (1+i) = P(1+i)^2 (1+i) = P(1+i)^3\) |
A equação fundamental do RCJC é dada por:
\[ F_C = P \left( 1 + i \right)^n \]
Juro composto:
\[ J_C = P \left( \left( 1 + i \right)^n - 1 \right) \]
A taxa de juro \(i\) e a quantidade de períodos de capitalização \(n\) são expressos no mesmo período.
O fator \(\left( 1 + i \right)^n\) é denominado fator de capitalização ou de acumulação de capital.
HP12C ou calculadora científica: usar o botão [y^x]
ou
[x^y]
ou o operador ^
para aplicar a
potenciação.
O capital inicial é dado por:
\[ P = F_C \left( 1 + i \right)^{-n} \]
O fator \(\left( 1 + i \right)^{-n}\) é denominado fator de descapitalização ou de desacumulação de capital.
Taxa de juro efetiva é aquela cujo período de capitalização coincide com aquele ao qual ela se refere.
Taxa de juro nominal, em geral anual, é aquela cujo período de capitalização não coincide com aquele ao qual ela se refere.
A taxa de 8% a.a. é capitalizada semestralmente. Calcule a taxa efetiva.
Solução:
\[ \begin{align} k &= 2 \text{ semestres} \\ i &= 8\% \text{ a.a.} \\ \\ i_f &= \left( 1 + \dfrac{i}{k} \right)^k - 1 \\ i_f &= \left( 1 + \dfrac{0.08}{2} \right)^2 - 1 \\ i_f &= 8.16\% \text{ a.a.} \end{align} \]
CLx f 4 0.08 ENTER 2 ÷ 1 + 2 y^x 1 - 100 × {8.1600}
Duas taxas de juros no RCJC referindo-se a períodos diferentes são equivalentes se produzem o mesmo montante a partir do mesmo principal no mesmo prazo. Em RCJC as taxas proporcionais não são equivalentes e vice-versa.
\[ \begin{align} F_C\left(P, i_f, nk^{\prime} \right) &= F_C\left(P, i_k, nk \right) \\ P \left( 1 + i_f \right)^{nk^{\prime}} &= P \left( 1 + i_k \right)^{nk} \\ \left( 1 + i_f \right)^{k^{\prime}} &= \left( 1 + i_k \right)^k \end{align} \]
\[ \begin{align} k^{\prime} = 1 &\Rightarrow 1 + i = \left( 1 + i_k \right)^k \\ \\ 1 + i &= \left( 1 + i_{2} \right)^2 = \left( 1 + i_4 \right)^4 = \left( 1 + i_{12} \right)^{12} = \left( 1 + i_{360} \right)^{360} \end{align} \]
Qual é a taxa equivalente mensal à taxa 0.2% a.d.
Solução:
\[ \begin{align} k^{\prime} &= 12 \\ k &= 360 \\ i_k &= i_{360} = 0.2\% \text{ a.d.} \end{align} \]
\[ \begin{align} \left( 1 + i_f \right)^{k^{\prime}} &= \left( 1 + i_k \right)^k \\ \left( 1 + i_{12} \right)^{12} &= \left( 1 + i_{360} \right)^{360} \\ i_{12} &= \left( 1 + 0.002 \right)^{\frac{360}{12}} - 1 \\ i_{12} &= 1.002^{30} - 1 \\ i_{12} &\approx 6.18\% \text{ a.m.} \end{align} \]
Calcular a taxa equivalente mensal de 18% a.s. com capitalização trimestral.
Solução:
Taxa nominal = 18% a.s.
Taxa efetiva trimestral (proporcional) = 18% / 2 = 9% a.t.
Taxa equivalente mensal:
\[ \begin{align} k^{\prime} &= 4 \\ k &= 12 \\ i_2 &= 18\% \text{ a.s.} \\ i_4 &= \dfrac{i_2}{2} = \dfrac{18\%}{2} = 9\% \text{ a.t.} \end{align} \]
\[ \begin{align} \left( 1 + i_f \right)^{k^{\prime}} &= \left( 1 + i_k \right)^k \\ \left( 1 + i_4 \right)^{4} &= \left( 1 + i_{12} \right)^{12} \\ 1 + \dfrac{i_2}{2} &= \left( 1 + i_{12} \right)^3 \\ 1 + 0.09 &= \left( 1 + i_{12} \right)^3 \\ i_{12} &= \sqrt[3]{1.09} - 1 \\ i_{12} &\approx 2.91\% \text{ a.m.} \end{align} \]
Qual é o montante de R$ 3.000,00, a juro composto de 47% a.a., em 4 anos e 3 meses?
Solução:
\[ \begin{align} P &= 3000 \\ i &= 47\% \text{ a.a.} \\ n &= 4.25 \text{ anos} = 51 \text{ meses} \\ i_{12} &= \sqrt[12]{1.47} - 1 = 3.\overline{26}\% \text{ a.m.} \end{align} \]
\[ \begin{align} F_C &= P \left( 1 + i_{12} \right)^{51} \\ &= 3000 \times \left( 1 + 0.003\overline{26} \right)^{51} \\ &= 3000 \times 5.14 \\ F_C &= 15424.81 \end{align} \]
\[ \begin{align} F_C^{\text{Exp}} &= P \left( 1 + i \right)^n \\ &= P \times 1,47^{4.25} \\ &= P \times 1.47^4 \times 1.47^{0,25} \\ F_C^{\text{Exp}} &= 15.424,81 \end{align} \]
Para calcular o montante com expoente fracionário, para ativar a
convenção exponencial, é necessário fazer que apareça no visor da HP12C
a letra C
pressionando STO EEX
.
Se a letra C
não aparecer no visor, então a convenção
linear é usada pela HP12C para o cálculo do montante. Para desativar a
letra C
, pressione STO EEX
.
\[ \begin{align} F_C^{\text{Lin}} &= P (1 + i)^{\text{int}(n)}(1+i \times\text{frac}(n)) \\ &= 3000 \times (1 + 0.47)^4 \times (1 + 0.47 \times 0.25) \\ &= 3000 \times 4.67 \times 1.12 \\ &= 3000 \times 5.23 \\ F_C^{\text{Lin}} &= 15654.46 \end{align} \]
Note que \(F_C^{\text{Lin}} > F_C^{\text{Exp}}\).
\[ L = P \times \prod_{h=1}^{n} \left(1 - i_h\right) \]
Solução:
\[ \begin{align} P &= 48000 \\ n &= 3 \\ i_1 &= 0.10 \\ i_2 &= 0.04 \\ i_3 &= 0.05 \\ \\ L &= P \prod_{h=1}^{n} \left(1 - i_h\right) \\ &= 48000 \times \left(1 - 0.10\right) \times \left(1 - 0.04\right) \times \left(1 - 0.05\right) \\ &= 48000 \times 0.90 \times 0.96 \times 0.95 \\ L &= 39398.40 \end{align} \]
\[ M = P \prod_{h=1}^{n} \left(1 + i_h\right) \]
Variação percentual acumulada:
\[ i_{acum} = \prod_{h=1}^{n} \left(1 + i_h\right) - 1 = \dfrac{M}{P} - 1 = \dfrac{M - P}{P} \]
Um investidor aplicou R$ 8000,00 num fundo de investimentos por 3
meses. No 1º mês o fundo rendeu 1.2%, 2º mês rendeu 1.7% e no 3º mês
rendeu 1.5%.
a) Qual é o montante ao final dos 3 meses?
b) Qual é a taxa de rentabilidade acumulada no trimestre?
Solução:
\[ \begin{align} P &= 8000 \\ n &= 3 \\ i_1 &= 0.012 \\ i_2 &= 0.017 \\ i_3 &= 0.015 \end{align} \]
\[ \begin{align} L &= P \prod_{h=1}^{n} \left( 1 + i_h \right) \\ &= 8000 \times \left( 1 + 0.012 \right) \times \left( 1 + 0.017 \right) \times \left( 1 + 0.015 \right) \\ &= 8000 \times 1.012 \times 1.017 \times 1.015 \\ L &= 8357.14 \end{align} \]
\[ \begin{align} 8000 \times \left( 1 + i_{\text{acum}} \right) &= 8357.13 \\ \dfrac{8357.13}{8000} &= 1 + i_{\text{acum}} \\ i_{\text{acum}} &= \dfrac{8357.13 - 8000}{8000} \\ &= 0.0446 \\ i_{\text{acum}} &= 4.46\% \end{align} \]
CLx 8000 ENTER 8357.13 ∆% f 2 {4.46}
O desconto composto é usado para operações financeiras de longo prazo, pois no curto prazo o desconto simples comercial é o mais adequado. Há os descontos compostos racional e comercial, sendo que o desconto composto racional é o mais usado na prática.
O valor atual, em regime de capitalização a juro composto, de um capital \(N\) disponível no fim de \(n\) períodos, à taxa de juro \(i\) relativa a esse período, é o capital \(A\) que, aplicado a juros compostos à taxa \(i\), produz no fim de \(n\) períodos o montante \(N\).
\[ \begin{align} F &= P \left(1+i\right)^n \\ N &= A \left(1+i\right)^n \end{align} \]
O desconto composto racional é o juro composto:
\[ \begin{align} J &= F - P \\ d_c &= N - A \\ \\ J &= F \left( 1-\left(1+i\right)^{-n} \right) \\ d_c &= N \left( 1-\left(1+i\right)^{-n} \right)\\ d_c &= N \,i \,a_{n\rceil i} \end{align} \]
Seja \(N\) o valor nominal de um título no fim de um prazo \(n\). Os descontos comercial (bancário), racional simples e racional composto são, respectivamente:
\[ \begin{align} d &= Nin\\ d_r &= \dfrac{Nin}{1+in}\\ d_c &= N\left(1-\dfrac{1}{(1+i)^n}\right)=N \,i \,a_{n\rceil i} \end{align} \]
Podemos concluir que:
O desconto racional composto é inferior ao desconto racional simples se \(n<1\);
O desconto racional composto é igual ao desconto racional simples se \(n=1\);
O desconto racional composto é superior ao desconto racional simples se \(n>1\).
# Parâmetros
N <- 1000
i <- 0.1
n <- seq(0, 1/i, length.out = 200)
# Fórmulas dos descontos
d_comercial <- N * i * n
d_racional_simples <- (N * i * n) / (1 + i * n)
d_racional_composto <- N * (1 - 1 / (1 + i)^n)
# Gráfico comparativo
plot(n, d_comercial, type = "l", lwd = 2, col = "black",
ylim = range(c(d_comercial, d_racional_simples, d_racional_composto)),
xlab = "Prazo (n)", ylab = "Desconto (R$)",
main = "Comparação dos Descontos")
lines(n, d_racional_simples, col = "black", lwd = 2, lty = 2)
lines(n, d_racional_composto, col = "black", lwd = 2, lty = 3)
legend("bottomright",
legend = c("Comercial", "Racional Simples", "Racional Composto"),
col = c("black", "black", "black"), lty = c(1, 2, 3), lwd = 2, bty = "n")
grid()
n <- seq(0, 1.5, length.out = 200)
# Fórmulas dos descontos
d_racional_simples <- (N * i * n) / (1 + i * n)
d_racional_composto <- N * (1 - 1 / (1 + i)^n)
# Gráfico comparativo
plot(n, d_racional_composto-d_racional_simples, type = "l", lwd = 2, col = "black", xlab = "Prazo (n)", ylab = "Desconto (R$)",
main = "Desconto Racional Composto - Simples")
grid()
Determine o valor atual de um título de R$ 800,00, saldado 4 meses antes de seu vencimento, à taxa de desconto composto racional de 2% a.m.
Solução:
\[ \begin{align} N &= 800 \\ n &= 4 \text{ meses} \\ i &= 2\% \text{ a.m.} \end{align} \]
\[ \begin{align} A &= N \left(1+i\right)^{-n} \\ A &= 800 \times \left(1+0.02\right)^{-4} \\ A &= 800 \times 0.92385 \\ A &= 739.08 \end{align} \]
O valor atual do título é R$ 739,08.
Calcule o valor atual de um título de valor nominal de R$ 1.120,00, com vencimento para 2 anos e 6 meses, à taxa de 36% a.a., capitalizados semestralmente.
Solução:
\[ \begin{align} N &= 1120 \\ n &= 2 \text{ anos } 6 \text{ meses } = 5 \text{ semestres} \\ i &= 36\% \text{ a.a.} \\ i_2 &= 18\% \text{ a.s.} \end{align} \]
\[ \begin{align} A &= N \left(1+i_2\right)^{-n} \\ A &= 1120 \times \left(1+0.18\right)^{-5} \\ A &= 1120 \times 0.43711 \\ A &= 489.56 \end{align} \]
O valor atual do título é R$ 489,56.
Qual é o desconto composto que um título de R$ 5.000,00 sofre ao ser descontado 3 meses antes de seu vencimento, à taxa de 2.4% a.m.?
Solução:
\[ \begin{align} N &= 5000 \\ n &= 3 \text{ meses} \\ i &= 2.4\% \text{ a.m.} \end{align} \]
\[ \begin{align} d &= N \left( 1 - \left(1+i\right)^{-n} \right) \\ d &= 5000 \times \left( 1 - \left(1+0024\right)^{-3} \right) \\ d &= 5000 \times \left(1 - 0.9286 \right) \\ d &= 5000 \times 0.0714 \\ d &= 357 \end{align} \]
O desconto composto racional é R$ 357,00.
Numa operação de desconto composto, o portador do título recebeu R$ 36954,00 como valor de resgate. Sabendo que a antecipação foi de 4 meses e o desconto de R$ 3046, qual foi a taxa de juro mensal adotada?
Solução:
\[ \begin{align} A &= 36954 \\ d &= 3046 \\ N &= A + d = 36954 + 3046 = 40000 \\ n &= 4 \text{ meses} \end{align} \]
\[ \begin{align} N &= A \left(1 + i\right)^n \\ 40000 &= 36954 \times \left(1 + i\right)^4 \\ i &= \sqrt[4]{\dfrac{40000}{36954}} - 1 \\ i &= 0.02 \end{align} \]
A taxa de juro adotada é 2% a.m.
Por um título de R$ 2300,00 foi pago R$ 2044,00 com um desconto de 3% a.m. De quanto tempo foi antecipado o pagamento?
Solução:
\[ \begin{align} N &= 2300 \\ A &= 2044 \\ i &= 3\%\text{ a.m.} \end{align} \]
\[ \begin{align} N &= P \left(1 + i\right)^n \\ 2300 &= 2044 \times \left(1 + 0.03\right)^n \\ n &= \dfrac{\ln \left( \dfrac{2300}{2044} \right)}{\ln \left( 1 + 0.03 \right)} \\ n &= 4 \end{align} \]
O pagamento foi antecipado 4 meses.
Uma firma toma emprestado de um banco a importância de R$ 20000,00 no prazo de 10 meses, à taxa de 3.5% a.m., em RCJC. Quanto deveria essa firma pagar ao banco, se desejasse antecipar 4 meses o pagamento, sabendo que a taxa de desconto composto é de 3% a.m.?
Solução:
\[ \begin{align} P &= 20000 \end{align} \]
\[ \begin{align} N &= P \left(1 + i\right)^n \\ N &= 20000 \times \left(1 + 0.035\right)^{10} \\ N &= 28212 \end{align} \]
\[ \begin{align} A &= N \left(1 + i\right)^{-n} \\ A &= 28212 \times \left(1 + 0.03\right)^{-4} \\ A &= 25066 \end{align} \]
A firma deve pagar ao banco R$ 25.066,00.
Consideremos dois títulos \(N\) e \(N^{\prime}\), disponíveis respectivamente no fim de \(n\) e \(n^{\prime}\) dias a partir da época atual, sendo que \(n\ne n^{\prime}\). Diz-se que esses capitais são equivalentes numa certa época se seus valores atuais nessa época são iguais. Daí resulta que o problema de equivalência de títulos diferidos pode ser estudado considerando-se o desconto racional ou bancário.
Admitamos, então, que a equivalência pelo desconto racional ocorra \(x\) dias a partir da época atual e que essa época seja anterior aos vencimentos dos capitais, \(x<\min\{n,n^{\prime}\}\). Portanto, \(x\) é a época ou data focal. Então, seus vencimentos nessa época serão respectivamente, \(n-x\) e \(n^{\prime}-x\) dias e, portanto, a equação de equivalência é:
\[ \begin{align} A_r &= A_r^{\prime} \\ \dfrac{N}{1+i(n-x)}&=\dfrac{N^{\prime}}{1+i\left(n^{\prime}-x\right)} \end{align} \]
Admitamos, então, que a equivalência pelo desconto bancário ocorra \(x\) dias a partir da época atual e que essa época seja anterior aos vencimentos dos capitais, \(x<\min\{n,n^{\prime}\}\). Portanto, \(x\) é a época ou data focal. Então, seus vencimentos nessa época serão respectivamente, \(n-x^{\prime}\) e \(n^{\prime}-x^{\prime}\) dias e, portanto, a equação de equivalência é:
\[ \begin{align} A &= A^{\prime} \\ N(1-i(n-x^{\prime}))&=N^{\prime}(1-i(n^{\prime}-x^{\prime})) \end{align} \]
Portanto:
\[ \begin{align} x&=\dfrac{Nn^{\prime}-N^{\prime}n}{N-N^{\prime}}+\dfrac{1}{i}\\ x^{\prime}&=\dfrac{Nn-N^{\prime}n^{\prime}}{N-N^{\prime}}-\dfrac{1}{i}\\\\ x+x^{\prime}&=n+n^{\prime} \end{align} \]
Então, a soma das épocas de equivalência pelos dois descontos é igual à soma dos diferimentos de títulos.
Desse resultado decorrem imediatamente as seguintes conclusões:
A equivalência de títulos diferidos não pode ocorrer na época atual simultaneamente pelos dois descontos, pois, se \(n\) e \(n^{\prime}\) são positivos (visto que são capitais diferidos!), \(x\) e \(x^{\prime}\) não podem ser nulos ao mesmo tempo.
Se a época de equivalência por um dos descontos ocorrer \(m\) dias antes (ou depois) do vencimento de um dos títulos, a época de equivalência pelo outro desconto racional terá lugar \(m\) dias depois (ou antes) do vencimento do outro título. Realmente, se \(x=n\pm m\) (ou \(x=n^{\prime}\pm m\)), então \(x^{\prime}=n^{\prime}\pm m\) (ou \(x^{\prime}=n\pm m\)).
# Parâmetros
i <- 0.03
n <- 12
n_linha <- 24
N_linha <- 1000
# Função N(x)
N <- function(x) {
N_linha * (1 + i * (n - x)) / (1 + i * (n_linha - x))
}
# Intervalo de x
x_vals <- seq(0, n_linha, length.out = 200)
# Gráfico
plot(x_vals, N(x_vals), type = "l", lwd = 2, col = "black",
xlab = "x (data focal)", ylab = "N",
main = expression(frac(N, 1 + i*(n - x)) == frac(N*minute, 1 + i*(n*minute - x))))
grid()
# Função N(x')
N <- function(x) {
N_linha * (1 - i * (n_linha - x)) / (1 - i * (n - x))
}
# Intervalo de x'
x_vals <- seq(0, 12, length.out = 200)
# Gráfico
plot(x_vals, N(x_vals), type = "l", lwd = 2, col = "black",
xlab = "x' (data focal)", ylab = "N",
main = expression(N*(1 - i*(n - x*minute)) == N*minute*(1 - i*(n*minute - x*minute))))
abline(h = N_linha, lty = 2, col = "gray")
grid()
O valor atual comercial ou valor liquido de um conjunto de título (borderô: conjunto de duplicatas) é a soma dos valores atuais de cada título.
Generalizando, consideremos os títulos \(N_1, N_2, \ldots, N_p\), vencíveis respectivamente no fim de \(n_1, n_2, \ldots,n_p\) dias a contar da época atual. Suponhamos que \(N\) seja equivalente à soma dos \(p\) títulos no fim de \(x\) dias a partir da época atual considerando-se o desconto racional e no fim de \(x^{\prime}\) dias a partir da época atual considerando-se o desconto bancário. Portanto, \(x\) é a época ou data focal.
Poderemos, então, analogamente ao que fizemos para o caso de dois títulos, estabelecer as equações de equivalência, respectivamente, para esses dois casos:
\[ \begin{align} A_r &= \sum_{j=1}^{p}{{A_r}_j} \\ \dfrac{N}{1+i(n-x)}&=\sum_{j=1}^{p}{\dfrac{N_j}{1+i(n_j-x)}} \end{align} \]
\[ \begin{align} A &= \sum_{j=1}^{p}{{A}_j} \\ N(1-i(n-x))&=\sum_{j=1}^{p}{N_j(1+i(n_j-x))} \end{align} \]
Fazendo \(x=0\) e \(x^{\prime}=0\) (datas focais na época atual), obtemos respectivamente as equações de vencimento comum a seguir que estabecem a equivalência na época atual, considerados respectivamente o desconto racional e o bancário:
\[ \begin{align} A_r &= \sum_{j=1}^{p}{{A_r}_j} \\ \dfrac{N}{1+in}&=\sum_{j=1}^{p}{\dfrac{N_j}{1+in_j}} \end{align} \]
\[ \begin{align} A &= \sum_{j=1}^{p}{{A}_j} \\ N(1-in)&=\sum_{j=1}^{p}{N_j(1-in_j)} \end{align} \]
Generalizando ainda mais para equivalência de dois conjuntos de títulos:
\[ \begin{align} \sum_{j=1}^{p}{{A_r}_j} &= \sum_{j=1}^{p^{\prime}}{{A_r^{\prime}}_j} \\ \sum_{j=1}^{p}{\dfrac{N_j}{1+i(n_j-x)}}&=\sum_{j=1}^{p^{\prime}}{\dfrac{N_j^{\prime}}{1+i(n_j^{\prime}-x)}} \end{align} \]
\[ \begin{align} \sum_{j=1}^{p}{{A}_j} &= \sum_{j=1}^{p^{\prime}}{{A}_j^{\prime}} \\ \sum_{j=1}^{p}{N_j(1+i(n_j-x))}&=\sum_{j=1}^{p^{\prime}}{N_j^{\prime}(1+i(n_j^{\prime}-x))} \end{align} \]
Fazendo \(x=0\) e \(x^{\prime}=0\) (datas focais na época atual), obtemos respectivamente as equações de vencimento comum a seguir que estabecem a equivalência na época atual, considerados respectivamente o desconto racional e o bancário:
\[ \begin{align} \sum_{j=1}^{p}{{A_r}_j} &= \sum_{j=1}^{p^{\prime}}{{A_r^{\prime}}_j} \\ \sum_{j=1}^{p}{\dfrac{N_j}{1+in_j}}&=\sum_{j=1}^{p^{\prime}}{\dfrac{N_j^{\prime}}{1+in_j^{\prime}}} \end{align} \]
\[ \begin{align} \sum_{j=1}^{p}{{A}_j} &= \sum_{j=1}^{p^{\prime}}{{A}_j^{\prime}} \\ \sum_{j=1}^{p}{N_j(1+i(n_j-x))}&=\sum_{j=1}^{p^{\prime}}{N_j^{\prime}(1+i(n_j^{\prime}-x))} \end{align} \]
Sejam \(N_1\) e \(N_2\) os valores nominais de dois títulos com vencimento, respectivamente, ao final dos prazos \(n_1\) e \(n_2\), sendo \(n_1<n_2\).
Admitamos que numa época focal \(x\) (data focal), anterior ao vencimentos destes títulos, seus valores atuais à mesma taxa \(i\) sejam iguais, i.e., \(x<n_1<n_2\):
\[ \begin{align} A_1&=A_2\\ N_1(1+i)^{-(n_1- x)} &= N_2(1+i)^{-(n_2- x)}\\ N_1(1+i)^{-n_1} &= N_2(1+i)^{-n_2} \end{align} \]
Este resultado vale também para épocas focais entre e após o vencimento dos títulos.
Data focal entre os vencimentos, i.e., \(n_1<x<n_2\)::
\[ \begin{align} A_1&=A_2\\ N_1(1+i)^{(x-n_1)} &= N_2(1+i)^{-(n_2- x)}\\ N_1(1+i)^{-n_1} &= N_2(1+i)^{-n_2} \end{align} \]
Data focal após os vencimentos, i.e., \(n_1<n_2<x\)::
\[ \begin{align} A_1&=A_2\\ N_1(1+i)^{(x-n_1)} &= N_2(1+i)^{(x-n_2)}\\ N_1(1+i)^{-n_1} &= N_2(1+i)^{-n_2} \end{align} \]
Portanto, se dois títulos são equivalentes numa certa época focal, são equivalentes também em qualquer outra época focal.
Em particular, a equivalência dos títulos \(N_1\) e \(N_2\), na época focal atual, i.e., \(x=0\), é expressa pela igualdade:
\[ \begin{align} A_1&=A_2\\ N_1(1+i)^{-(n_1- 0)} &= N_2(1+i)^{-(n_2- 0)}\\ N_1(1+i)^{-n_1} &= N_2(1+i)^{-n_2} \end{align} \]
Do resultado anterior se conclui que no RCJC, a equivalência de capitais independe da época focal em que é considerado.
Generalizando, temos que dois conjuntos de títulos diferidos \(N\) e \(N^{\prime}\) são equivalentes se os seus valores atuais racionais compostos são iguais em qualquer época focal, inclusive da data zero, i.e.:
\[ \begin{align} \sum_{h=1}^{a} A_h &= \sum_{h=1}^{a^{\prime}} A_h^{\prime} \\ \sum_{h=1}^{a} N_h \left(1 + i \right)^{-n_h} &= \sum_{h=1}^{a^{\prime}} N_h^{\prime} \left(1 + i \right)^{-n_h^{\prime}} \end{align} \]
Quero substituir um título de R$ 5.000,00, vencível em 3 meses, por outro com vencimento em 5 meses. Sabendo que esses títulos podem ser descontados à taxa de 3.5% a.m., qual é o valor nominal comercial do novo título?
Solução:
\[ \begin{align} N^{\prime} &= 5000 \\ i^{\prime} &= i = 3.5\%\text{ a.m.} \\ n^{\prime} &= 3 \text{ meses} \\ n &= 5 \text{ meses} \end{align} \]
Para que exista equivalência, devemos ter:
\[ \begin{align} A &= A^{\prime} \\ N (1 - i n) &= N^{\prime} (1 - i^{\prime} n^{\prime}) \\ N (1 - 0.035 \times 5) &= 5000 \times (1 - 0.035 \times 3) \\ N \times 0.825 &= 4475 \\ N &= 5424.24 \end{align} \]
O valor nominal comercial do título equivalente é R$ 5.424,24.
Uma pessoa deseja trocar dois títulos, um de valor nominal de R$ 3.000,00 e o outro de R$ 3.600,00, vencíveis, respectivamente, dentro de 2 e 6 meses, por um único título vencível em 4 meses. Sendo a taxa de juro igual a 3% a.m., qual será o valor nominal do novo título?
Solução:
\[ \begin{align} N_1 &= 3000 \\ n_1 &= 2 \text{ meses} \\ N_2 &= 3.600 \\ n_2 &= 6 \text{ meses} \\ i &= i_1 = i_2 = 3\%\text{ a.m.} \\ n &= 4 \text{ meses} \end{align} \]
Para que exista equivalência, devemos ter:
\[ \begin{align} A &= A_1 + A_2 \\ N (1 - i n) &= N_1 (1 - i_1 n_1) + N_2 (1 - i_2 n_2) \\ N \times (1 - 0.03 \times 4) &= 3000 \times (1 - 0.03 \times 2) + 3.600 \times (1 - 0.03 \times 6) \\ N \times 0.88 &= 2820 + 2952 \\ N \times 0.88 &= 5772 \\ N &= 6559.09 \end{align} \]
O valor nominal comercial do título equivalente é R$ 6.559,09.
Queremos substituir dois títulos, um de R$ 5.000,00 para 90 dias e outro de R$ 12.000,00 para 60 dias, por três outros, com o mesmo valor nominal, vencíveis, respectivamente, em 30, 60 e 90 dias. Calcule o valor nominal comum, sabendo que a taxa de desconto comercial da transação é de 3% a.m.
Solução:
\[ \begin{align} N_1^{\prime} &= 5000 \\ n_1^{\prime} &= 90 \text{ dias} = 3 \text{ meses} \\ N_2^{\prime} &= 12000 \\ n_2^{\prime} &= 60 \text{ dias} = 2 \text{ meses} \\ i_1^{\prime} &= i_2^{\prime} = i_1 = i_2 = i_3 = 3\%\text{ a.m.} \\ n_1 &= 30 \text{ dias} = 1 \text{ mês} \\ n_2 &= 60 \text{ dias} = 2 \text{ meses} \\ n_3 &= 90 \text{ dias} = 3 \text{ meses} \end{align} \]
Para que exista equivalência, devemos ter:
\[ \begin{align} A_1 + A_2 + A_3 &= A_1^{\prime} + A_2^{\prime} \\ N (1 - i n_1) + N (1 - i n_2) + N (1 - i n_3) &= N_1^{\prime} (1 - i_1^{\prime} n_1^{\prime}) + N_2^{\prime} (1 - i_2^{\prime} n_2^{\prime}) \\ N (1 - 0.03 \times 1) + N (1 - 0.03 \times 2) + N (1 - 0.03 \times 3) &= 5000 \times (1 - 0.03 \times 3) + 12000 \times (1 - 0.03 \times 2) \\ N \times 0.97 + N \times 0.94 + N \times 0.91 &= 4550 + 11280 \\ N \times 2.82 &= 15830 \\ N &= 5613.47 \end{align} \]
O valor nominal comercial de cada um dos novos títulos equivalentes é R$ 5.613,47.
Calcular o valor nominal de um título de vencimento a 72 dias, capaz de substituir, na época atual, três títulos de valores nominais R$ 1.800,00, R$ 2.400,00 e R$ 3.600,00 e vencimentos a 40, 90 e 80 dias, respectivamente. Considerar o desconto bancário à taxa de 5% a.a.
Solução:
\[ \begin{align} N(1-in)&=\sum_{j=1}^{3}{N_j(1-in_j)}\\ N&=\dfrac{\sum_{j=1}^{3}{N_j(1-in_j)}}{1-in} \\ N&=\dfrac{1800\left(1-0.05\dfrac{40}{360}\right)+2400\left(1-0.05\dfrac{90}{360}\right)+3600\left(1-0.05\dfrac{80}{360}\right)}{1-0.05\dfrac{72}{360}} \\ N&=7798 \end{align} \]
Resposta:
O valor nominal do título de vencimento a 72 dias, na época atual, equivalente é R$ 7.798,00.
Um médico deve a um banco as seguintes importâncias: R$ 5.000,00 a pagar no fim de 50 dias, R$ 4.000,00 a pagar no fim de 80 dias e R$ 3.000,00 no fim de 120 dias. Propõe ao banco substituir esses três pagamentos por dois pagamentos de R$ 6.000,00 cada um, devendo o primeiro ser realizado no fim de 60 dias. Calcular a data em que deve ser feito o segundo pagamento.
Solução:
\[ 5000\left(1-\dfrac{50i}{360}\right)+4000\left(1-\dfrac{80i}{360}\right)+3000\left(1-\dfrac{120i}{360}\right)=\\6000\left(1-\dfrac{60i}{360}\right)+6000\left(1-\dfrac{ti}{360}\right) \]
\(t=95\)
Resposta:
O segundo pagamento deve ser realizado 95 dias a contar da época atual.
Um título no valor nominal de R$ 7.000,00, com vencimento para 5 meses, é trocado por outro com vencimento para 3 meses. Sabendo que a taxa de juro corrente no mercado é de 3% a.m., qual o valor nominal do novo título?
Solução:
\[ \begin{align} N^{\prime} &= 7000 \\ i^{\prime} &= i = 3\% \text{ a.m.} \\ n^{\prime} &= 5 \text{ meses} \\ n &= 3 \text{ meses} \end{align} \]
\[ \begin{align} A &= A^{\prime} \\ N \left(1 + i\right)^{-n} &= N^{\prime} \left(1 + i^{\prime} \right)^{-n^{\prime}} \\ N \times \left(1 + 0.03\right)^{-3} &= 7000 \times \left(1 + 0.03\right)^{-5} \\ N &= 6598.19 \end{align} \]
O valor nominal do novo título é R$ 6.598,19.
Um comerciante, devedor de um título de R$ 40000 para 3 anos, deseja resgatar essa dívida com dois pagamentos anuais iguais: um no fim de 1 ano e outro no fim de 2 anos. Sabendo que a taxa é de 40% a.a., calcule o valor desses pagamentos.
Solução:
\[ \begin{align} N^{\prime} &= 40000 \\ n^{\prime} &= 3 \text{ anos} \\ i^{\prime} &= i_1 = i_2 = 40\% \text{ a.a.} \\ n_1 &= 1 \text{ ano} \\ n_2 &= 2 \text{ anos} \\ N &= N_1 = N_2 \end{align} \]
Para que exista equivalência, devemos ter:
\[ \begin{align} A_1 + A_2 &= A^{\prime} \\ N_1 \left(1 + i_1 \right)^{-n_1} + N_2 \left(1 + i_2 \right)^{-n_2} &= N^{\prime} \left(1 + i^{\prime} \right)^{-n^{\prime}} \\ N \times \left(1 + 0.4 \right)^{-1} + N \times \left(1 + 0.4 \right)^{-2} &= 40000 \times \left(1 + 0.4 \right)^{-3} \\ N \times 0.7143 + N \times 0.5102 &= 40000 \times 0.3651 \\ N \times 1.2245 &= 14604 \\ N &= 11904.71 \end{align} \]
O valor de cada um dos dois pagamentos é R$ 11.904,71.
Um industrial toma um empréstimo de R$ 500.000,00 por 4 anos, com juro de 40% a.a., capitalizados trimestralmente. Passado algum tempo, o industrial propõe saldar a dívida em 3 pagamentos iguais, realizáveis no fim do 2º, 3º e 4º anos, respectivamente. Calcule o valor desses pagamentos, sabendo que a taxa de desconto empregada na transação é de 36% a.a. com capitalizações semestrais.
Solução:
\[ \begin{align} 500000 \left( 1 + \dfrac{0.4}{4} \right)^{4 \times 4} &= A \left( 1 + \dfrac{0.36}{2} \right)^{2 \times 2} + A \left( 1 + \dfrac{0.36}{2} \right)^{2 \times 1} + A \left( 1 + \dfrac{0.36}{2} \right)^{0} \\ 500000 \times 1.1^{16} &= A \times 1.18^4 + A \times 1.18^2 + A \times 1.18^0 \\ 500000 \times 1.1^{16} &= A \times \left(1.18^4 + 1.18^2 + 1\right) \\ A &= \dfrac{500000 \times 1.1^{16}}{1.18^4 + 1.18^2 + 1} \\ A &= \dfrac{2297486}{4.33} \\ A &= 530453.10 \end{align} \]
Resposta:
O valor de cada um dos três pagamentos é R$ 530.453,10.
Na prática financeira é frequente uma pessoa física ou jurídica efetuar numa entidade de crédito uma sucessão de pagamentos, em datas previamente estipuladas, seja com o objetivo de de constituir capital seja com o fim de amortizar um débito contraído.
Uma sucessão de \(n\) pagamentos ou termos \(T_1, T_2, \ldots, T_n\) é denominada renda certa.
Se \(n\) é um número finito, a renda denomina-se temporária ou provisória. Se \(n\) é infinito, a renda denomina-se perpétua.
Se os pagamentos são iguais, \(T_1=T_2=\cdots=T_n=T\), diz-se que a renda é de termo constante \(T\). Em caso contrário, diz-se que ela é de termo variável.
Se o número de termos, seus vencimentos e seus termos são fixados (determinísticos), a renda denomina-se certa (sem incerteza).
Se as épocas ocorrem em intervalos de tempo iguais, a renda denomina-se periódica. E.g.: Se o intervalo é o mês, a renda é mensal.
Se seus termos são iguais à unidade de capital, \(T=1\) u.m., a renda denomina-se unitária.
A renda certa perídica uniforme pode ser postecipada (imediata), antecipada, postecipada diferida ou antecipada diferida.
Diz-se que uma renda periódica é imediata se o vencimento de seu primeiro termo ocorre no fim de um período a partir da época atual. Se a renda imediata é temporária de \(n\) termos, o vencimento de seu último termo dar-se-á no fim de \(n\) períodos a partir da época atual.
Uma renda periódica é antecipada se o vencimento de seu primeiro termo ocorre na época atual. Se é uma renda de \(n\) termos, o vencimento de seu último termo dá-se no fim de \(n-1\) períodos a contar da época atual.
Uma renda periódica é postecipada diferida de \(m\) períodos se o vencimento de seu primeiro termo ocorre no fim de \(m+1\) períodos a partir da época atual. Se a renda tem \(n\) termos, o vencimento de seu último termo dá-se no fim de \(m+n\) períodos a contar da época atual, sendo que \(m\) denomina-se o diferimento da renda.
Capitalização: constituir capital depositando quantias em épocas distintas; e.g.: realizar depósitos mensais na caderneta de poupança.
Amortização: resgatar dívida pagando quantias em épocas distintas; pagar a dívida em prestações regulares; e.g.: comprar um bem pagando prestações mensais.
Renda ou Anuidade: sucessão de depósitos ou de prestações em épocas diferentes e equiespaçadas destinada a formar um capital ou pagar dívida; Renda \(R = \left(T_1, T_2, \ldots, T_n \right)\), sendo que \(T_i\) é o \(i\)-ésimo termo da renda; e.g.: compra de um automóvel em 24 prestações mensais de R$ 400,00; período da renda = mês, número de termos da renda \(n = 24\) meses, termos da renda \(T_i\) = R$ 400,00, \(i = 1, 2, \ldots, n\), i.e., \(R = \left(400\right)^{24}_1\).
Renda certa: renda na qual o número de termos, seus vencimentos e seus termos são fixados (determinísticos); e.g.: compra de um automóvel.
Renda aleatória ou estocástica: renda na qual pelo menos um dos elementos não pode ser previamente fixado; e.g.: seguro de vida: o número de termos não pode ser fixado previamente.
Renda periódica: renda na qual o período de renda é constante.
Renda constante ou uniforme: renda na qual os termos de renda são iguais.
Renda variável: renda na qual pelo menos dois termos de renda são diferentes.
Renda imediata ou postecipada: renda na qual a data de
vencimento do primeiro termo ocorre no fim do primeiro período a contar
da data zero, i.e., na data de assinatura do contrato; HP12C:
g END
(default).
Renda antecipada: renda na qual a data de vencimento do
primeiro termo ocorre na data zero, i.e., na data de assinatura do
contrato; HP12C: g BEGIN
.
Renda diferida: renda cujo primeiro termo de renda ocorre \(m+1\) períodos a partir da data zero, i.e., na data de assinatura do contrato.
Renda perpétua ou Perpetuidade: sequência de prestações periódicas iguais ou variáveis por tempo indefinido.
Prestação: valor pago periodicamente (mensal, anual etc.), podendo ser parte de um financiamento, empréstimo ou contrato.
Sinônimos de anuidade:
Sinônimos de prestação:
A série de pagamentos (anuidade ou renda) é periódica, uniforme e certa.
Chama-se montante ou valor final de uma renda a soma dos montantes de cada um de seus termos durante os prazos decorridos do vencimento de cada um ao vencimento do último termo.
Consideraremos, nesse estudo, separadamente o caso das rendas temporárias e o das rendas perpétuas.
A série postecipada ou imediata ocorre quando o primeiro pagamento se dá no final do primeiro período, normalmente 30 dias, depois da contratação do empréstimo ou financiamento. É o método mais utilizado nos financiamentos e empréstimos bancários e comerciais.
Montante de Renda Certa Periódica Postecipada
O montante de uma renda postecipada é:
\[ \begin{align} S_{n\rceil i} &= \sum_{a=1}^{n} T (1+i)^{a-1} \\ &= T \dfrac{(1+i)^n - 1}{i} \\ S_{n\rceil i} &= T \,s_{n\rceil i} \end{align} \]
\(S_{n\rceil i}\): lê-se \(S_n\) cantoneira \(i\).
O fator de capitalização postecipada é:
\[ \begin{align} s_{n \rceil i} &= \dfrac{(1+i)^n - 1}{i}\\ s_{n \rceil i} &\approx n, \; i\le0.005\\\\ S_{n\rceil i} &\approx T n \end{align} \]
Se a renda é unitária, \(T=1\) u.m., então:
\[ \begin{align} S_{n\rceil i} &= \;s_{n\rceil i} \end{align} \]
Portanto, \(s_{n\rceil i}\) é a diferença entre o montante de uma renda unitária perpétua diferida de \(n\) períodos e o valor atual da uma renda unitária perpétua.
\[ \begin{align} s_{n \rceil i} &= \dfrac{(1+i)^n - 1}{i} \\ s_{n\rceil i} &= \dfrac{1\times (1+i)^{n}}{i}-\dfrac{1}{i} \end{align} \]
O número de períodos \(n\) é dado por:
\[ \begin{align} n &= \dfrac{\ln\left(1+\dfrac{iS_{n\rceil i}}{T}\right)}{\ln(1+i)} \end{align} \]
Uma pessoa deposita numa financeira, com capitalização postecipada, durante 5 meses, a quantia de R$ 100,00. Calcule o montante da renda, sabendo que essa financeira paga juro composto de 2% a.m., capitalizados mensalmente.
\[ \begin{align} T &= 100 \\ n &= 5 \text{ meses} \\ i &= 2\%\text{ a.m.} \end{align} \]
\[ \begin{align} S_{5\rceil 2\%} &= 100 \times \dfrac{(1+0.02)^5 - 1}{0.02} \\ S_{5\rceil 2\%} &= 520.40\\ S_{5\rceil 2\%} &\approx 100\times 5 = 500 \end{align} \]
f REG f 2 g END 2 i 5 n 100 CHS PMT FV {520.40}
[1] 520.404
[1] 520.404
Uma pessoa deposita numa financeira, com capitalização postecipada, a quantia de R$ 100,00. O montante é R$ 520,40. Calcule o número de prestações, sabendo que essa financeira paga juro composto de 2% a.m., capitalizados mensalmente.
\[ \begin{align} T &= 100 \\ S_{n\rceil2\%} &= 520.40 \\ i &= 2\%\text{ a.m.} \end{align} \]
f REG f 2 g END 2 i 100 CHS PMT 520.4 FV n {5.00}
[1] 5
Uma pessoa deposita numa financeira, com capitalização postecipada, a quantia de R$ 100,00. O montante é R$ 520,40. Calcule a taxa de juro a.m. sabendo que o número de prestações mensais é 5.
\[ \begin{align} T &= 100 \\ S_{5\rceil i} &= 520.40 \\ n &= 5 \end{align} \]
f REG f 2 g END 5 n 100 CHS PMT 520.4 FV i {2.00}
[1] 0.02
Montante de Renda Certa Periódica Antecipada
O montante de uma renda antecipada é:
\[ \begin{align} \bar{S}_{n\rceil i} &= \sum_{a=1}^{n} T \left(1 + i\right)^a \\ &= \sum_{a=1}^{n} T (1+i)\left(1 + i\right)^{a-1} \\ &= T (1+i)s_{n\rceil i}\\ \bar{S}_{n\rceil i} &= T \left( s_{n+1\rceil i} - 1 \right) \end{align} \]
O fator de capitalização antecipada é:
\[ \begin{align} s_{n+1\rceil i} &= \dfrac{\left(1 + i\right)^{n+1} - 1}{i}\\ s_{n+1 \rceil i} &\approx n+1, \; i\le0.005\\\\ S_{n+1\rceil i} &\approx T (n+1) \end{align} \]
Se a renda é unitária, \(T=1\) u.m., então:
\[ \begin{align} \bar{S}_{n\rceil i} &= s_{n+1\rceil i} - 1 \end{align} \]
Uma pessoa deposita numa financeira, com capitalização antecipada, durante 5 meses, a quantia de R$ 100,00. Calcule o montante da renda, sabendo que essa financeira paga juro composto de 2% a.m., capitalizados mensalmente.
\[ \begin{align} T &= 100 \\ n &= 5 \text{ meses} \\ i &= 2\% \text{ a.m.} \end{align} \]
\[ \begin{align} \bar{S}_{n\rceil i} &= T \dfrac{(1+i)^{n+1} -1}{i} -1 \\ \bar{S}_{5\rceil 2\%} &= 100 \times \dfrac{(1+0.02)^{5+1} -1}{0.02} -1 \\ \bar{S}_{5\rceil 2\%} &= 530.81 \\ \bar{S}_{5\rceil 2\%} &\approx 100\times 6 = 600 \end{align} \]
Note que o montante aumenta, pois há uma primeira capitalização já no início do período, aumentando o saldo credor, sobre o qual incidem os juros.
f REG g BEG 2 i 5 n 100 CHS PMT FV {530.81}
[1] 530.8121
[1] 530.8121
Chama-se valor atual de uma renda a soma dos valores atuais de seus termos.
O objetivo é calcular o valor atual de uma dívida (ou de um empréstimo ou valor à vista de uma mercadoria) que será paga em prestações periódicas, uniformes e certas, sobre as quais incide a mesma taxa de juro.
Consideraremos, nesse estudo, separadamente o caso das rendas temporárias e o das rendas perpétuas.
A primeira prestação é paga no final do período após a assinatura do contrato (data zero).
Valor Atual de Renda Certa Periódica Postecipada
\[ \begin{align} A_{n\rceil i} &= \sum_{a=1}^{n} T (1+i)^{-a} \\ &= T \dfrac{1 - (1+i)^{-n}}{i} \\ A_{n\rceil i} &= T \, a_{n\rceil i} \end{align} \]
\(a_{n\rceil i}\): fator de amortização renda postecipada
\(A_{n\rceil i}\): valor atual de renda postecipada
O fator de amortização renda postecipada é:
\[ \begin{align} a_{n\rceil i} &= \dfrac{1-(1+i)^{-n}}{i} \\ a_{n\rceil i} &\approx n,\quad i\le0.005 \text{ e }n\le60 \end{align} \]
O valor atual da perpetuidade postecipada é:
\[ \begin{align} a_{\infty\rceil i} &= \dfrac{1}{i},\;n\to\infty\\ A_{\infty\rceil i} &= \dfrac{T}{i} \end{align} \]
Se a renda é unitária, \(T=1\) u.m., então:
\[ \begin{align} A_{n\rceil i} &= \;a_{n\rceil i} \end{align} \]
Portanto, \(a_{n\rceil i}\) é a diferença entre o valor atual da uma renda unitária perpétua e o valor atual de uma renda unitária perpétua diferida de \(n\) períodos.
\[ \begin{align} a_{n\rceil i} &= \dfrac{1-(1+i)^{-n}}{i} \\ a_{n\rceil i} &= \dfrac{1}{i}-\dfrac{1\times(1+i)^{-n}}{i} \end{align} \]
limit (1-(1+r)^(-n))/r as n->infinity
O número de períodos \(n\) é dado por:
\[ \begin{align} n &= \dfrac{\ln\left(1-\dfrac{iA_{n\rceil i}}{T}\right)}{\ln(1+i)} \end{align} \]
Determinar o valor da prestação de um financiamento de R$ 1.000,00, no prazo de 6 meses, a uma taxa de 2.7% a.m.
Solução:
f REG f 2 g END 1000 PV 6 n 2.7 i PMT {-182.77}
[1] -182.7662
Suponha que você queira assegurar que será possível pagar a faculdade da sua filha daqui a 14 anos. Você estima que o custo anual será aproximadamente R$ 6.000 (R$ 500 por mês) durante 4 anos. Suponha que ela resgatará R$ 500 de uma caderneta de poupança no final de cada mês. Quanto você precisará depositar nessa conta, quando ela começar a faculdade, se a conta pagar 6% a.a. com capitalização mensal?
Solução:
f REG f 2 g END 4 g 12 × 6 g 12 ÷ 500 PMT g END PV {-21,290.16}
[1] -21290.16
A primeira prestação é paga na assinatura do contrato (data zero).
Valor Atual de Renda Certa Periódica Antecipada
\[ \begin{align} \bar{A}_{n\rceil i} &= \sum_{a=1}^{n} T (1+i)^{-(a-1)} \\ &= \sum_{a=1}^{n} T (1+i)(1+i)^{-a}\\ &= T (1+i)a_{n\rceil i}\\ \bar{A}_{n\rceil i} &= T \left( a_{n-1\rceil i} + 1 \right) \end{align} \]
\(a_{n-1\rceil i} + 1\): fator de amortização de renda antecipada
\(\bar{A}_{n\rceil i}\): valor atual de renda antecipada
O fator de amortização renda antecipada é:
\[ \begin{align} a_{n-1\rceil i} &= \dfrac{1-(1+i)^{-(n-1)}}{i} \\ a_{n-1\rceil i} &\approx n-1,\quad i\le0.005 \text{ e }n\le60 \end{align} \]
O valor atual da perpetuidade antecipada é:
\[ \begin{align} a_{\infty\rceil i} &= \dfrac{1}{i},\;n\to \infty\\ \bar{A}_{\infty\rceil i} &= T \left( \dfrac{1}{i} + 1 \right) \\ \bar{A}_{\infty\rceil i} &= A_{\infty\rceil i} + T \end{align} \]
limit (1-(1+r)^(-(n-1)))/r as n->infinity
Determinar o valor da prestação de um financiamento de renda antecipada de R$ 1.000,00, no prazo de 6 meses, a uma taxa de 2.7% a.m.
Solução:
f REG f 2 g BEG 1000 PV 6 n 2.7 i PMT {-177.96}
[1] -177.9612
Note que o valor da parcela diminui, pois há uma primeira amortização já no início do período, reduzindo o saldo devedor, sobre o qual incidirão os juros.
Se a primeira prestação é paga no ínício do primeiro período após o período de carência \(m+1\), \(1\le m<n\), após a assinatura do contrato (data zero), então denomina-se renda postecipada diferida.
Se a primeira prestação é paga no início do período de carência \(m\), \(2\le m<n\), após a assinatura do contrato (data zero), então denomina-se renda antecipada diferida.
Renda Postecipada Diferida
O valor atual da renda postecipada diferida é:
\[ \begin{align} {}_{m}|A_{n\rceil i} &= T \times {}_{m}|a_{n\rceil i} \\ {}_{m}|A_{n\rceil i} &= T \left( a_{m+n\rceil i} - a_{m\rceil i} \right) \\ {}_{m}|A_{n\rceil i} &= T (1+i)^{-m}a_{n \rceil i} \\\\ {}_{m}|A_{n\rceil i} &\approx T \dfrac{n}{1+im},\quad i\le0.005 \text{ e } n\le60\\ \end{align} \]
\(m \geq 1\): número de períodos de diferimento (período de carência)
\({}_{m}|a_{n\rceil i} =a_{m+n\rceil i} - a_{m\rceil i}\): fator de amortização renda postecipada diferida
\({}_{m}|A_{n\rceil i}\): valor atual de renda postecipada diferida
O valor atual da perpetuidade postecipada diferida é:
\[ \begin{align} a_{\infty\rceil i} &= \dfrac{1}{i},\;n\to\infty\\\\ {}_{m}|A_{\infty\rceil i} &= \dfrac{T}{i}(1+i)^{-m}\\ {}_{m}|A_{\infty\rceil i} &= A_{\infty\rceil i}(1+i)^{-m} \end{align} \]
limit (1-(1+r)^(-(n-1)))/r as n->infinity
O valor atual da renda antecipada diferida é:
\[ \begin{align} {}_{m}|\bar{A}_{n\rceil i} &= T \left( a_{m-1+n\rceil i} - a_{m-1\rceil i} \right) \\ {}_{m}|\bar{A}_{n\rceil i} &= T (1+i)^{-(m-1)}a_{n \rceil i} \\\\ {}_{m}|\bar{A}_{n\rceil i} &\approx T \dfrac{n}{1+i(m-1)},\quad i\le0.005 \text{ e } n\le60\\ \end{align} \]
\(m \geq 1\): número de períodos de diferimento (período de carência)
\(a_{m-1+n\rceil i} - a_{m-1\rceil i}\): fator de amortização renda antecipada diferida
\({}_{m}|\bar{A}_{n\rceil i}\): valor atual de renda antecipada diferida
O valor atual da perpetuidade diferida é:
\[ \begin{align} a_{\infty\rceil i} &= \dfrac{1}{i},\;n\to\infty\\ {}_{m}|\bar{A}_{\infty\rceil i} &= \dfrac{\dfrac{T}{i}}{(1+i)^{m-1}}= \dfrac{A_{\infty\rceil i}}{(1+i)^{m-1}} \end{align} \]
Determinar o valor da prestação de um financiamento de R$ 1.000,00, no prazo de 6 meses com carência de 3 meses, a uma taxa de 2.7% a.m.
Solução:
f REG f 2 1000 PV 2 n 2.7 i FV CHS PV 6 n 0 FV g END PMT {-192.77}
f REG f 2 1000 PV 3 n 2.7 i FV CHS PV 6 n 0 FV g BEG PMT {-192.77}
[1] -192.7688
[1] -192.7688
Note que o valor da parcela aumenta, pois há uma primeira amortização já no início do período após o período de 3 meses de carência, aumentando o saldo devedor, sobre o qual incidirão os juros.
Note também que primeiramente é necessário estabelecer o cálculo do
valor total do financiamento com os juros acumulados durante o período
de carência (no exemplo, 3 meses), no qual não há pagamentos, mas os
juros incidem normalmente. Executado este cálculo, o resultado do valor
futuro torna-se o principal, para restabelecer a conta, considerando o
período normal. O valor futuro (FV
) deve ser zerado para
que o cálculo anterior não influencie a determinação da parcela. Em
seguida, o prazo de pagamento do financiamento é alterado para 6 meses.
Finalmente, garantir que o modo de renda antecipada (BEG
).
Isso porque, se calcularmos as prestações no modo postecipado
(END
), serão acrescidos 30 dias (1 mês comercial) para o
primeiro pagamento, alterando a carência de 3 para 4 meses e produzindo,
portanto, um resultado errado.
Consideremos uma renda de \(n\) termos iguais a \(T\) de valor atual \(A\) a uma taxa de juro \(i\).
Do ponto de vista financeiro, há equivalência entre o capital \(A\), disponível na época atual, e o conjunto dos \(n\) capitais \(T\), disponíveis periodicamente, a partir de uma certa data, conforme a natureza da renda.Sistema de Amortização Francês (SAF)
Então, o possuidor do capital \(A\), na época atual, pode trocá-la pelo conjunto dos \(n\) capitais \(T\).
Isto equivale a dizer que o capital \(A\) poderá ser cedido, por empréstimo, e reembolsado, à taxa \(i\), mediante os \(n\) pagamentos \(T\), que denomina, então, anuidades.
Assim se constitui o Sistema de Amortização Francês (SAF), cujo estudo será feito a seguir.
# Parâmetros fixos
i_fix <- 0.05
n_fix <- 20
# --- Gráfico 1: A(n) e S(n) no mesmo gráfico (i fixo) ---
A_n <- function(n) (1 - (1 + i_fix)^(-n)) / i_fix
S_n <- function(n) ((1 + i_fix)^n - 1) / i_fix
curve(A_n(x),
from = 1, to = 36,
xlab = "n (períodos)",
ylab = "Valor",
main = paste("A(n) e S(n) para i =", i_fix * 100, "%"),
lwd = 2,
lty=1,
ylim = c(0, S_n(36)))
curve(S_n(x),
from = 1, to = 36,
add = TRUE,
lwd = 2,
lty=2)
legend("topleft",
legend = c("Valor Atual A(n)", "Montante S(n)"),
lty = 1:2,
lwd = 2,
bty = "n")
# --- Gráfico 2: A(i) e S(i) no mesmo gráfico (n fixo) ---
A_i <- function(i) (1 - (1 + i)^(-n_fix)) / i
S_i <- function(i) ((1 + i)^n_fix - 1) / i
curve(A_i(x),
from = 0.01, to = 0.20,
xlab = "Taxa de juro i",
ylab = "Valor",
main = paste("A(i) e S(i) para n =", n_fix),
lwd = 2,
lty=1,
ylim = c(0, S_i(0.20)))
curve(S_i(x),
from = 0.01, to = 0.20,
add = TRUE,
lwd = 2,
lty=2)
legend("topleft",
legend = c("Valor Atual A(i)", "Montante S(i)"),
lty=1:2,
lwd = 2,
bty = "n")
Montante de renda postecipada: Desmos Gráfico
A elasticidade do montante de renda postecipada em relação ao número de períodos é:
\[ \begin{align} \eta_n\left(S_{n\rceil i}\right) &= T\dfrac{\ln(1+i)}{i}\dfrac{n}{a_{n\rceil i}} \end{align} \]
simplify n D[((1+r)^n-1)/r,{n,1}]/ (((1+r)^n-1)/r)
A elasticidade do montante de uma renda postecipada em relação à taxa de juro é:
\[ \begin{align} \eta_i\left(S_{n\rceil i}\right) &= T\left(\dfrac{n(1+i)^{n-1}}{s_{n\rceil i}}-1\right)\\ \eta_i\left(S_{n\rceil i}\right) &= T\left(\dfrac{n}{a_{n-1\rceil i}+1}-1\right)\\ \end{align} \]
simplify r D[((1+r)^n-1)/r,{r,1}]/ (((1+r)^n-1)/r)
Valor atual de renda postecipada: Desmos Gráfico
A elasticidade do valor atual de renda postecipada em relação ao número de períodos é:
\[ \begin{align} \eta_n\left(A_{n\rceil i}\right) &= T\dfrac{\ln(1+i)}{i}\dfrac{n}{s_{n\rceil i}} \end{align} \]
simplify n D[((1+r)^n-1)/r,{n,1}]/ (((1+r)^n-1)/r)
A elasticidade do valor atual de uma renda postecipada em relação à taxa de juro é:
\[ \begin{align} \eta_i\left(A_{n\rceil i}\right) &= T\left(\dfrac{n(1+i)^{-1}}{s_{n\rceil i}}-1\right) \\ \eta_i\left(A_{n\rceil i}\right) &= T\left(\dfrac{n}{s_{n+1\rceil i}-1}-1\right) <0 \end{align} \]
simplify r D[(1-(1+r)^(-n))/r,{r,1}]/ ((1-(1+r)^(-n))/r)
# Parâmetros fixos
T <- 1
n_fix <- 20
i_fix <- 0.05
# 1. Gráfico: Elasticidades em relação a i (n fixo)
eta_i_A <- function(i) T * ((n_fix / (1 + i)) / ((1 + i)^n_fix - 1) * i - 1)
eta_i_S <- function(i) T * ((n_fix * (1 + i)^(n_fix - 1)) / ((1 + i)^n_fix - 1) * i - 1)
curve(eta_i_A(x),
from = 0.01, to = 0.20,
xlab = "Taxa de juro (i)",
ylab = expression(eta[i]),
main = paste0("Elasticidades em relação a i (n = ", n_fix, ")"),
lty=1,
lwd = 2,
ylim = c(min(eta_i_A(0.2), eta_i_S(0.01)) - 0.5, max(eta_i_S(0.2)) + 0.5))
curve(eta_i_S(x),
from = 0.01, to = 0.20,
lty=2,
lwd = 2,
add = TRUE)
abline(h=0, lty=4)
legend("topleft",
legend = c(expression(eta[i](A)) , expression(eta[i](S))),
lty=1:2,
lwd = 2,
bty = "n")
# 2. Gráfico: Elasticidades em relação a n (i fixo)
s_n_i <- function(n, i) ((1 + i)^n - 1) / i
a_n_i <- function(n, i) (1 - (1 + i)^(-n)) / i
eta_n_A <- function(n) T * log(1 + i_fix) / i_fix * n / s_n_i(n, i_fix)
eta_n_S <- function(n) T * log(1 + i_fix) / i_fix * n / a_n_i(n, i_fix)
curve(eta_n_A(x),
from = 1, to = 50,
xlab = "Número de períodos (n)",
ylab = expression(eta[n]),
main = paste("Elasticidades em relação a n (i =", i_fix * 100, "%)"),
lty=1,
lwd = 2,
ylim = c(0, eta_n_S(50) + 1))
curve(eta_n_S(x),
from = 1, to = 50,
lty=2,
lwd = 2,
add = TRUE)
abline(h=0, lty=4)
legend("topleft",
legend = c(expression(eta[n](A)), expression(eta[n](S))),
lty=1:2,
lwd = 2,
bty = "n")
\(\dfrac{1}{a_{n \rceil i}} = i + \dfrac{1}{s_{n \rceil i}}\)
\(\dfrac{1}{a_{\infty \rceil i}} = i + \dfrac{1}{s_{\infty \rceil i}}\)
\((1+i)s_{n \rceil i} = s_{n+1 \rceil i}-1\)
\((1+i)a_{n \rceil i} = a_{n-1 \rceil i}+1\)
\((1+i)^ks_{n \rceil i} = s_{n+k \rceil i}-s_{k \rceil i}\)
\((1+i)^{-k}a_{n \rceil i} = a_{n+k \rceil i}-a_{k \rceil i}\)
\((1+i)^ka_{n \rceil i} = s_{k \rceil i} - s_{k-n \rceil i}, \; k>n\)
\((1+i)^{-k}s_{n \rceil i} = a_{k-n \rceil i} - a_{k \rceil i}, \; k>n\)
\(\dfrac{s_{n \rceil i}}{a_{n \rceil i}}=(1+i)^{n}\)
Solução de (a):
\[ \begin{align} \dfrac{1}{a_{n \rceil i}} &= i + \dfrac{1}{s_{n \rceil i}}\\ \dfrac{1}{\dfrac{1 - (1+i)^{-n}}{i}} &= i + \dfrac{1}{\dfrac{\left(1 + i\right)^{n} - 1}{i}}\\ \dfrac{1}{1 - (1+i)^{-n}} &= 1 + \dfrac{1}{\left(1 + i\right)^{n} - 1}\\ \dfrac{(1+i)^{n}}{(1+i)^{n}-1} &= \dfrac{(1+i)^{n}}{(1+i)^{n}-1}\\ \end{align} \]
Solução de (b):
\[ \begin{align} \dfrac{1}{a_{\infty \rceil i}} &= i + \dfrac{1}{s_{\infty \rceil i}}\\ \dfrac{1}{\dfrac{1}{i}} &= i + \dfrac{1}{\infty}\\ i&=i \end{align} \]
Uma loja vende um eletrodoméstico em 8 prestações mensais de R$ 28,00 ou em 12 prestações mensais de R$ 21,00. Em ambos os casos, o cliente não dará entrada. Sabendo que a taxa de juro da loja é de 3% a.m., determinar o aumento verificado na segunda alternativa (diferença dos valores atuais das anuidades).
Solução:
f REG f 2 28 CHS PMT 3 i 8 n PV {196.55} STO 1 CLx
f FIN f 2 21 CHS PMT 3 i 12 n PV {209.03} ENTER RCL 1 – {12.48}
# Definindo os parâmetros
prestacao_8 <- -28
prestacao_12 <- -21
taxa_juro_mensal <- 0.03
n_meses_8 <- 8
n_meses_12 <- 12
# Calculando o valor presente para ambas as opções usando pv.annuity() do FinCal
PV_8 <- FinCal::pv.annuity(pmt=prestacao_8,
r=taxa_juro_mensal,
n=n_meses_8)
PV_12 <- FinCal::pv.annuity(pmt=prestacao_12,
r=taxa_juro_mensal,
n=n_meses_12)
# Calculando a diferença entre os valores presentes
diferenca_PV <- PV_12 - PV_8
# Exibindo os resultados
cat("Valor presente da opção de 8 prestações: R$", round(PV_8, 2), "\n")
Valor presente da opção de 8 prestações: R$ 196.55
Valor presente da opção de 12 prestações: R$ 209.03
Diferença entre os valores presentes: R$ 12.48
Resposta:
O aumento verificado na segunda alternativa é R$ 12.48.
Determinar o número de prestações trimestrais de R$ 5.800,00 cada, capaz de liquidar um financiamento de R$ 37.222,00, à taxa de 36% a.a., capitalizados trimestralmente.
Solução:
f REG f 2 37222 PV 5800 CHS PMT 9 i g END n {10.00}
[1] 10
Resposta:
O número de prestações é 10.
Determinar a taxa de juro anual com capitalização trimestral se com 10 prestações de R$ 5.800,00 ocorre a liquidação de um financiamento de R$ 37.222,00.
Solução:
f REG f 2 37222 PV 5800 CHS PMT 10 n g END i 4 x {36,00}
[1] 0.36
Resposta:
A taxa de juro é 36% a.a.
Determinar a taxa de juro mensal da compra de uma máquina com entrada de R$ 2.500,00 e 15 prestações mensais de R$ 300,00 diferidas de um semestre. O valor à vista da máquina é R$ 5.703,00.
Solução:
plot 2500 + (300 (1 - (1+r)^(-15))/r) (1+r)^(-6) - 5703, r:0..0.05, axes labels "r" "f"
solve 2500 + (300 (1 - (1+r)^(-15))/r) (1+r)^(-6) - 5703=0 for r
Entrada <- 2500 # Valor do financiamento
PMT <- 300 # Valor da prestação
n <- 15 # Número de prestações
m <- 6 # número de períodos de carência
PV <- 5703
# Função para calcular o valor presente de uma anuidade baseado em n
valor_avista_diferida <- function(r) {
(Entrada + PMT * ((1 - (1 + r)^(-n)) / r) * (1 + r)^(-m)) - PV
}
# Usar uniroot para encontrar o n que faz a função ser zero
resultado <- uniroot(f=valor_avista_diferida, interval=c(0.01, 0.03))
r <- resultado$root
# Resultado: taxa de juro mensal
cat("r =", round(r,6))
r = 0.024995
Resposta:
A taxa de juro é 2.5% a.m.
Uma imobiliária vende um terreno com entrada de R$ 6.000,00 mais 4 prestações trimestrais de R$ 4.420,00. O cliente João pode pagar uma entrada de R$ 3.000,00 e prestações mensais de R$ 3.200,00. Determine o número de prestações mensais necessárias para viabilizar a compra do terreno por João. Usar a taxa de 40% a.a.
Solução:
f REG f 2 4420 CHS PMT 10 i 4 n PV ENTER 6000 + {20010.81} STO 1
CLx 3200 CHS PMT 3.33 i RCL 1 ENTER 3000 - PV n {6.00}
print(FinCal::n.period(r=0.4/12,
pv= FinCal::pv(n=4, r=0.4/4, fv=0, pmt=-4420) + 6000 - 3000,
fv=0,
pmt=-3200,
type=0),
digits=3)
[1] 5.95
Resposta:
O número de prestações mensais necessárias para viabilizar a compra do terreno por João é 6.
Qual é o valor atual de renda imediata variável em progressão aritmética (PA) à taxa de 3% a.m.?
\[V=(0, 50, 150, 250, 350, 450, 550, 650, 750, 850, 950, 1050)\]
Resposta:
O valor atual de renda imediata variável em PA é 4815.93.
Solução:
\[V=(T, T+U, T+2U, \ldots, T+(n-1)U)\]
Sendo que \(T\) é o primeiro termo e \(U\) é a razão da PA.
\[ \begin{align} V&=\left(T+\dfrac{U}{i}\right)\dfrac{1 - (1+i)^{-n}}{i}-U\dfrac{n}{i(1+i)^n} \\ V&=\left(T+\dfrac{U}{i}\left(1-\dfrac{n}{s_{n\rceil i}}\right)\right)a_{n\rceil i} \end{align} \]
# Parâmetros
T <- 50
U <- 100
i <- 0.03 # Taxa de 3% a.m.
cf <- c(0, seq(T, 1050, by = U)) # Progressão aritmética de 50 em 50
n <- length(cf) - 1
# Valor presente via somatório
VP1 <- sum(cf / (1 + i)^(0:n))
print(round(VP1, 2))
[1] 4815.93
[1] 4815.93
# Fatores financeiros
a_ni <- (1 - (1 + i)^(-n)) / i
s_ni <- ((1 + i)^n - 1) / i
# Primeira fórmula
V1 <- (T + U/i) * (1 - (1+i)^(-n)) / i - U * n / (i * (1+i)^n)
# Segunda fórmula
V2 <- (T + (U/i)*(1 - n/s_ni)) * a_ni
# Comparação dos valores
cat("V1 =", round(V1, 2), "\n")
V1 = 4815.93
V2 = 4815.93
[1] TRUE
Qual é o valor atual de renda imediata variável em progressão geométrica (PG) à taxa de 3.2% a.m.?
\[V=(30, 60, 120,\ldots, 960)\]
Resposta:
O valor atual de renda imediata variável em PG é 1610.91.
Solução:
\[V=(T, (1+q)T, (1+q)^2T, \ldots, (1+q)^{n-1}T)\]
Sendo que \(T\) é o primeiro termo e \(1+q\), \(q>0\), é a razão da PG.
No exercício, \(q=1\).
\[ \begin{align} V&=\dfrac{T}{i-q}\left(1-\left(\dfrac{1+q}{1+i}\right)^n\right)\\ V_\infty&=\dfrac{T}{i-q},\quad n \to \infty \end{align} \]
q <- 1
T <- 30
n <- 6
i <- 0.032
V <- (T / (i - q)) * (1 - ((1 + q) / (1 + i))^n)
cat("V =", round(V, 2))
V = 1610.91
Quanto deverá um investidor aplicar hoje numa caderneta de poupança com taxa de 0.5% a.m. para ter uma renda perpétua mensal (ad eternum) de R$ 8.000,00, considerando a primeira retirada um mês após a aplicação?
\[V=(8000, 8000, 8000,\ldots)\]
Resposta:
O valor atual de renda imediata perpétua é 1.600.000,00.
Solução:
\[V=(T, (1+q)T, (1+q)^2T, \ldots)\]
Sendo que \(T\) é o primeiro termo e \(1+q\), \(q>0\), é a razão da PG.
No exercício, \(q=0\).
Portanto:
\[V=(T, T, T, \ldots)\]
\[ \begin{align} V_\infty&=\dfrac{T}{i-q},\quad n \to \infty \\ V_\infty&=\dfrac{T}{i} \end{align} \]
V = 1600000
O capital \(P\) é aplicado num título com prazo de \(n\) períodos, que paga a taxa periódica de juro \(i\). Suponha que os juros que são formados no fim de cada período sejam reaplicados num fundo que paga a taxa períodica de juro \(i_f\).
\[ \begin{align} F&=P\left(1+i\,\dfrac{\left(1+i_f\right)^n-1}{i_f}\right)\\ F&=P\left(1+i\,s_{n\rceil i_f}\right) \end{align} \]
Se \(i=i_f\), mostre que tanto faz se os juros compostos forem pagos periodicamente ou de uma só vez, no final do prazo.
Se \(i_f\le0.05\), mostre que tanto faz se os juros simples forem pagos periodicamente ou de uma só vez, no final do prazo.
Solução:
\(t=0\):
\[ F_0=P \]
\[ F_0=P\left(1+i\dfrac{\left(1+i_f\right)^0-1}{i_f}\right)=P \]
\(t=1\):
\[ F_1=F_0+J_1=F_0+iF_0=F_0(1+i)=P(1+i) \]
\[ F_1=P\left(1+i\dfrac{\left(1+i_f\right)^1-1}{i_f}\right)=P(1+i) \]
\(t=2\):
\[ \begin{align} F_2&=F_1+J_2^{\prime}+i_fJ_1\\ &=F_1+iF_0+i_fJ_1\\ &=F_1+iF_0+i_fiF_0\\ &=F_0(1+i)+iF_0+i_fiF_0\\ &=F_0\left((1+i)+i+i_fi\right)\\ F_2&=P\left(1+\left(2+i_f\right)i\right)\\ \end{align} \]
\[ \begin{align} F_2&=P\left(1+i\dfrac{\left(1+i_f\right)^2-1}{i_f}\right)\\ F_2&=P\left(1+\left(2+i_f\right)i\right)\\ \end{align} \]
\[ \begin{align} i&=i_f\\ \\ F&=P\left(1+i\dfrac{\left(1+i\right)^n-1}{i}\right)\\ F&=P\left(1+i\right)^n\\ \end{align} \]
\[ \begin{align} i_f&\le 0.05\\ \\ F&\approx P\left(1+i\dfrac{1+ni_f-1}{i_f}\right)\\ F&\approx P\left(1+in\right)\\ \end{align} \]
“…perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores…” (Versão antiga do Pai-Nosso)
Uma dívida que vence juros diz-se que é amortizada quando todos os compromissos (quer em relação ao principal, quer em relação aos juros) são satisfeitos por meio de uma sequência de pagamentos (habitualmente) iguais, efetuados em intervalos iguais de tempo, sendo que o débito a qualquer época denomina-se saldo devedor ou estado da dívida. O saldo devedor no início do prazo é a dívida original. O saldo devedor no fim do prazo é teoricamente nulo, mas em virtude da prática de arredondar para centavo mais próximo, pode diferir ligeiramente de zero. O saldo devedor, logo após a realização de um pagamento, é o valor atual de todos os pagamentos ainda por efetuar.
Um empréstimo (ou mútuo) é um contrato pelo qual uma das partes (o mutuante) cede a outra (o mutuário) determinado valor, ficando este último com a obrigação de restituir este valor, acrescido dos juros acordados, nas condições previamente estipuladas.
Amortizar um empréstimo significa extinguir uma dívida contraída, gradualmente ou de uma vez só.
Neste tópico, será abordada a amortização de empréstimos em que há apenas um mutuante, i.e., o empréstimo é concedido, na sua totalidade, por apenas uma entidade.
Na esmagadora maioria das situações, um empréstimo é reembolsado através de prestações. Uma prestação é um pagamento destinado à liquidação do empréstimo.
Em empréstimo, usa-se o regime de capitalização de juro composto.
Nos sistemas de amortização de empréstimos a longo prazo, regra geral, os juros são sempre cobrados sobre o saldo devedor, o que significa considerar apenas o regime de juro composto.
Deste modo, o não-pagamento de uma prestação, i.e., o não-pagamento do juro em um dado período redunda num saldo devedor maior, já que está sendo calculado juro sobre juro.
A diferença entre empréstimo e financiamento está principalmente na destinação dos recursos e no controle do credor sobre o uso do dinheiro:
Empréstimo:
Características:
Financiamento:
Características:
Aspecto | Empréstimo | Financiamento |
---|---|---|
Destinação | Livre | Específica (ex: veículo, imóvel) |
Liberação | Para o tomador | Para o fornecedor |
Garantia | Opcional | Comum (alienação, hipoteca) |
Juros | Geralmente mais altos | Geralmente mais baixos |
Controle | Sem controle | Controle sobre a destinação |
A palavra “amortização” vem do termo latino mors, mortis, que significa “morte”, e do prefixo “a-”, que pode indicar um processo ou mudança de estado. Literalmente, então, amortização envolve o processo de “matar” ou extinguir uma dívida ao longo do tempo, seja através de pagamentos regulares ou de um pagamento único.
No contexto financeiro, a amortização de dívida é o processo de diminuição gradual de uma dívida ou empréstimo através de pagamentos periódicos, que podem ser calculados de várias maneiras, dependendo do plano de amortização utilizado. Esses pagamentos normalmente cobrem tanto o principal (o montante original emprestado) quanto os juros acumulados sobre esse principal.
A ideia por trás do termo reflete a “morte” do saldo devedor ao longo do tempo, até que a dívida seja totalmente paga e, consequentemente, “extinta”. Isso se aplica tanto a empréstimos pessoais e hipotecas quanto a outros tipos de financiamentos que exigem reembolso ao longo do tempo.
O sistema de amortização define como o valor principal da dívida será pago ao longo do tempo. As principais diferenças entre os sistemas estão na forma como a quota de amortização e o juro são calculados em cada parcela.
Fórmula da prestação:
\[ T = \dfrac{P i}{1 - (1 + i)^{-n}} \]
Sendo que:
\(T\) = prestação,
\(P\) = dívida inicial,
\(i\) = taxa de juro por período,
\(n\) = número total de períodos.
Amortização por período:
\[ A = \dfrac{P}{n} \]
Prestação nos períodos:
\[ T=J = P i \]
No último período:
\[ A = P \]
Parte da dívida amortizada com prestação constante (modelo francês) e outra parte com amortização constante (modelo alemão).
Usado para flexibilizar o a série de fluxos de caixa ou atender a regras específicas de financiamento.
SAF favorece quem prefere previsibilidade no valor da parcela.
SAC reduz os encargos financeiros totais, mas apresenta parcelas iniciais mais altas.
SAA tem maior risco para o credor, sendo ideal para operações de curto prazo ou com garantias robustas.
O sistema misto busca equilibrar as vantagens do SAF e SAC.
Pelo Sistema de Amortização Francês (SAF) ou Price (SAP), o mutuário se compromete a amortizar o empréstimo com prestações constantes, periódicas, imediatas e juro proporcional no RCJC.
SAF ou SAP ou simplesmente Price é o sistema de amortização de dívida mais utilizado nos financiamentos e empréstimos bancários e comerciais.
Como essas prestações são constantes, à medida que vão sendo pagas, a dívida diminui e os juros tornam-se menores, enquanto as quotas de amortização tornam-se automaticamente maiores. Isto facilita controle das prestações.
Sistema de Amortização Francês (SAF)
O Sistema Price de amortização, também conhecido como Tabela Price, recebeu esse nome em homenagem a Richard Price, um matemático e filósofo britânico do século XVIII. Embora Richard Price não tenha inventado esse método de amortização, ele fez contribuições significativas para a teoria dos juros compostos e para a matemática financeira em geral. Price é mais conhecido por seu trabalho sobre o cálculo da expectativa de vida e o desenvolvimento de tabelas atuariais, que tiveram um impacto profundo nos primeiros dias dos seguros de vida e pensões.
O SAP caracteriza-se por prestações constantes ou anuidades fixas, onde, em cada pagamento, uma parte é destinada ao pagamento dos juros e outra à amortização do principal. Esse método é amplamente utilizado em financiamentos de longo prazo, como empréstimos habitacionais e financiamentos de veículos, devido à previsibilidade das prestações.
A associação do sistema de amortização a Richard Price, portanto, é mais uma homenagem ao seu legado na área de matemática financeira do que ao desenvolvimento direto desse método específico de amortização. Com o tempo, o termo “Sistema Price” ou “Tabela Price” tornou-se amplamente adotado, especialmente em países de língua portuguesa, para descrever esse método de cálculo de amortização de empréstimos e financiamentos.
Conforme De Faro (2013), os dois esquemas de amortização de dívidas prevalentes no chamado Sistema Financeiro de Habitação (SFH) brasileiro são SAF e SAC. Estes sistemas se conformam com os fundamentos RCJC e se não houver prestação em atraso, não há a presença de anatocismo, pois o RCJC não necessariamente, acarreta anatocismo.
Conforme De Faro (2014), com base no entendimento da presença de anatocismo no emprego do SAF, tem sido proposto, inclusive judicialmente, que se faça uso do regime de juros simples na amortização de dívidas. Focando no caso de prestações constantes, como no caso do SAF, é evidenciado que o emprego de juros simples, inclusive no chamado “método de Gauss”, resulta em inconsistências financeiras.
Sem dúvida, o sistema de amortização mais amplamente utilizado no mundo é aquele baseado no pagamento de prestações constantes. No Brasil, esse modelo é especialmente comum em financiamentos habitacionais, que geralmente têm longo prazo, e também na aquisição de bens duráveis, em operações de curto e médio prazo. Nesse contexto, é conhecido como Tabela Price, especialmente no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação.
Por ser fundamentada no regime de juros compostos, a Tabela Price tem sido alvo frequente de questionamentos no judiciário (ver De Faro e Guerra, 2009). Isso decorre, muitas vezes de forma equivocada, da associação entre juros compostos e o chamado anatocismo — termo jurídico que designa a cobrança de juros sobre juros. No entanto, como discutido formalmente por De Faro (2013), embora o anatocismo só possa ocorrer sob o regime de juros compostos, a adoção desse regime não implica, por si só, em anatocismo.
Como se trata de um tema controverso, não são raras as decisões judiciais que determinam a aplicação do regime de juros simples na amortização de financiamentos. Em alguns casos, de forma tecnicamente inadequada, essas decisões fazem referência ao chamado “método de Gauss” (Durigan, 2013 – Advocacia), termo incorretamente utilizado para designar esquemas de amortização baseados em juros simples.
Decisões judiciais contrárias ao uso do regime de juros compostos na amortização de dívidas têm sido frequentes em nossos tribunais. Muitas vezes, essas sentenças partem do equívoco de que qualquer sistema baseado em juros compostos necessariamente configura anatocismo. Como resultado, a Tabela Price costuma ser rejeitada, sendo substituída por cálculos baseados no regime de juros simples — muitas vezes sob a designação imprecisa de “método de Gauss”.
No entanto, ao se considerar o caso de prestações constantes, demonstra-se que as variantes fundamentadas no regime de juros simples não satisfazem condições básicas de consistência financeira, ao contrário da Tabela Price, que atende plenamente a tais critérios.
Além disso, exceto no caso do desconto comercial, os métodos baseados em juros simples resultam em prestações constantes inferiores às da Tabela Price para as mesmas taxas de juros e prazos. Como consequência, essas alternativas geram distorções nos cálculos de juros contábeis e saldos devedores, favorecendo indevidamente os devedores em prejuízo dos credores, quando sua adoção é imposta judicialmente sem ajustes nos parâmetros contratuais.
Esse tipo de intervenção tende ainda a produzir efeitos indesejados no mercado: visando proteger-se contra perdas futuras, as instituições financeiras podem reagir elevando preventivamente as taxas de juros especificadas nos contratos.
Saldo Devedor de Renda Certa Periódica Postecipada
Notação:
O valor do saldo devedor após a \(k\)-ésima prestação é expresso pela seguinte equação fundamental, conforme Hazzan & Pompeo (2004, p. 137):
Equação Fundamental I do SAF
\[ \begin{align} D_k &= D_{k-1} + J_k - T \\ D_k &= D_{k-1} - \left(T - J_k\right) \\ D_k &= D_{k-1} - A_k\\ A_k&=T - J_k\quad:\text{quota de amortização} \end{align} \]
A soma das quotas de amortizações é igual ao valor do empréstimo:
\[ \begin{align} D_k &= D_{k-1} - A_k \\ \sum_{k=1}^{n}{D_k}&=\sum_{k=1}^{n}{D_{k-1}} - \sum_{k=1}^{n}{A_{k}}\\ D_n &= D_0-\sum_{k=1}^{n}{A_{k}}\\ D_n &= P-\sum_{k=1}^{n}{A_{k}}\\ \end{align} \]
O saldo devedor no período \(k\), \(D_k\), é igual ao valor atual nesse período, à taxa \(i\), da anuidade formada pelas \(n-k\) prestações a serem pagas, conforme De Faro (2014):
\[ \begin{align} D_k &= A_{n-k\rceil i} \\ D_k &= Ta_{n-k\rceil i} \end{align} \]
Portanto, o valor da prestação uniforme é:
\[ \begin{align} D_0 &= A_{n\rceil i} \\ P &= Ta_{n\rceil i} \\ T &= \dfrac{P}{a_{n\rceil i}} \end{align} \]
Sendo que \(a_{n\rceil i} = \dfrac{1-(1+i)^{-n}}{i}\).
Valor da quota de amortização do período:
\[ \begin{align} A_k &= D_{k-1} - D_{k}\\ A_k &= T\left(a_{n-k+1\rceil i} -a_{n-k\rceil i} \right)\\ \sum_{k=1}^{n}{A_k}&=T\sum_{k=1}^{n}{\left(a_{n-k+1\rceil i} -a_{n-k\rceil i} \right)}\\ \sum_{k=1}^{n}{A_k}&=Ta_{n\rceil i}\\ \sum_{k=1}^{n}{A_k}&=P\\ \end{align} \]
Portanto, demonstra-se que o saldo devedor na época \(n\) é nulo:
\[ \begin{align} D_n &= P-\sum_{k=1}^{n}{A_{k}}\\ D_n &= P-P\\ D_n &= 0\\ \end{align} \]
Outra equação fundamental do SAF é, conforme Carvalho (1985, p. 311):
\[ \begin{align} D_k &= P(1+i)^k - Ts_{k\rceil i} \\ Ta_{n-k\rceil i} &= P(1+i)^k - Ts_{k\rceil i} \\ Ts_{k\rceil i} &= P(1+i)^k - Ta_{n-k\rceil i} \\ P(1+i)^k &= Ts_{k\rceil i} + Ta_{n-k\rceil i}\\ P(1+i)^k &= T\left(s_{k\rceil i} + a_{n-k\rceil i}\right) \end{align} \]
Se \(k=0\), então \(P=Ta_{n\rceil i}\).
Se \(k=n\), então \(P(1+i)^n=Ts_{n\rceil i}\).
Equação Fundamental II do SAF: u = 1 + i
Portanto, decorridos \(k\) períodos da data da realização do empréstimo, o montante das \(k\) primeiras prestações, mais o valor atual das \(n-k\) prestações restantes, é igual ao montante da dívida durante os \(k\) períodos, i.e., se o devedor colocasse as \(k\) primeiras prestações a juro composto à mesma taxa \(i\), em vez de dá-las ao credor, no fim de \(k\) períodos teria constituído o capital \(Ts_{k\rceil i}\), enquanto a dívida não amortizada se elevaria a \(P(1+i)^k\). Se, nessa data, entregasse ao credor a soma \(Ts_{k\rceil i}\), a dívida restante \(P(1+i)^k-Ts_{k\rceil i}\) seria amortizada com as \(n-k\) anuidades restantes \(Ta_{n-k\rceil i}\).
# Parâmetros
P <- 100000
i <- 0.02 # taxa de juro por período
n <- 10 # número total de períodos
k <- 1:n # períodos 1 até n
# Fatores financeiros
s_ki <- ((1 + i)^k - 1) / i
a_nki <- (1 - (1 + i)^(-(n - k))) / i
# Cálculo de T (constante em cada k)
T <- P / ((1 - (1 + i)^(-n)) / i)
# Verificação da igualdade para cada k
lado_esquerdo <- P * (1 + i)^k
lado_direito <- T * (s_ki + a_nki)
# Resultado
tabela <- data.frame(
k = k,
Lado_Esquerdo = round(lado_esquerdo, 2),
Lado_Direito = round(lado_direito, 2),
Diferenca = round(lado_esquerdo - lado_direito, 6)
)
print(tabela)
k Lado_Esquerdo Lado_Direito Diferenca
1 1 102000.0 102000.0 0
2 2 104040.0 104040.0 0
3 3 106120.8 106120.8 0
4 4 108243.2 108243.2 0
5 5 110408.1 110408.1 0
6 6 112616.2 112616.2 0
7 7 114868.6 114868.6 0
8 8 117165.9 117165.9 0
9 9 119509.3 119509.3 0
10 10 121899.4 121899.4 0
O saldo devedor também pode ser expresso das seguintes maneiras:
O total amortizado após o pagamento da \(k\)-ésima prestação é \(P\dfrac{s_{k\rceil i}}{s_{n\rceil i}}\).
\[ \begin{align} D_k &= P - P\dfrac{s_{k\rceil i}}{s_{n\rceil i}} \\ D_k &= P\left(1-\dfrac{s_{k\rceil i}}{s_{n\rceil i}}\right) \\ D_k &= P\dfrac{a_{n-k\rceil i}}{a_{n\rceil i}} \end{align} \]
Se \(k=n\), então o valor total amortizado é \(P\) e \(D_n=0\).
O valor do juro é:
\[ \begin{align} J_k &= iD_{k-1} \\ J_k &= iP\left(1-\dfrac{s_{k-1\rceil i}}{s_{n\rceil i}}\right) \\ J_k &= iP\dfrac{a_{n-k+1\rceil i}}{a_{n\rceil i}} \end{align} \]
Valor do juro do período:
\[ \begin{align} J_k &= iD_{k-1} \\ J_1 &= iT a_{n\rceil i} \\ J_1 &= iP \\\\ J_2 &= iD_1 \\ J_2 &= i(P-A_1)\\ J_2 &= J_1-iA_1\\ J_1-J_2 &= iA_1\\ \end{align} \]
Progressão geométrica da amortização: primeiro termo \(A_1=\dfrac{P}{s_{n\rceil i}}\) e razão \(1+i\), conforme De Faro & Lachtermacher (2012, p. 243):
\[ \begin{align} A_k&=T - J_k \\\\ A_1 &= T - J_1 \\ A_1 &= T - i P=\dfrac{P}{s_{n\rceil i}} \\\\ A_2 &= T - J_2 \\ A_1-A_2&=J_2-J_1\\ A_1-A_2&=iA_1\\ A_2&=(1+i)A_1\\\\ A_{k} &= (1+i)A_{k-1}\\ A_k&=\dfrac{P(1+i)^{k-1}}{s_{n\rceil i}} \end{align} \]
O total pago, \(nT\), é igual ao valor inicial do empréstimo, \(D_0=P\), acrescido do juro total, \(\sum_{k=1}^{n}{J_k}\):
\[ nT=P+ \sum_{k=1}^{n}{J_k} \]
Denomina-se prazo médio geométrico para amortizar o principal das \(n\) prestações \(T\) a capacidade de pagar uma dívida \(P\), à taxa \(i\), à época em que o pagamento da soma \(nT\) das prestações possa quitar a dívida. Supondo que essa época ocorra no fim do prazo \(x\), a contar da época atual, e observando que o valor atual do capital, pago naquela época, deve ser igual à dívida \(P\), podemos escrever:
\[ \begin{align} nT &= P(1+i)^x \\ nT &= Ta_{n\rceil i}(1+i)^x \\ x &= \dfrac{\ln\left(\dfrac{ni}{1-(1+i)^{-n}}\right)}{\ln(1+i)} \\ \end{align} \]
Este resultado mostra que o vencimento médio das prestações é independente da dívida \(P\) e, por consequência, da prestação \(T\).
Quanto maior a taxa de juro, menor o prazo para amortizar o principal, pois os juros ocupam uma maior proporção das prestações no início. Assim, embora o valor das prestações possa ser constante, a amortização é mais lenta nos primeiros períodos, e o pagamento dos juros é concentrado no início do cronograma.
# Configuração
i_vals <- seq(0.001, 0.2, length.out = 500) # evita zero para não dar log(0)
n <- 72
# Definindo a função x(i, n)
x_func <- function(i, n) {
log((n * i) / (1 - (1 + i)^(-n))) / log(1 + i)
}
# Calculando para os dois n
x_n <- x_func(i_vals, n)
# Gráfico
plot(i_vals, x_n, type = "l", col = "black", lwd = 2,
xlab = expression(i), ylab = expression(x),
main = expression(x == frac(ln(frac(n * i, 1 - (1 + i)^(-n))), ln(1 + i))))
legend("topright", legend = c(expression(n == 72)),
col = c("black"), lty = c(1), lwd = 2, bty = "n")
grid()
Exemplo:
Em que época pode ser paga a soma de 6 prestações imediatas no SAF capazes de pagar uma dívida, sendo que a taxa de juro é 1.5% a.m.?
Solução:
\[x=\dfrac{\ln\left(\dfrac{6\times 0.015}{1-(1+0.015)^{-6}}\right)}{\ln(1+0.015)}\approx3.5\]
Resposta:
O prazo para amortizar o principal com o pagamento de todas as prestações é 3.5 meses.
\[\Diamond\]
O prazo médio ponderado por amortização (WAL: Weighted Average Life) é dado por:
\[ \text{WAL} = \dfrac{\sum_{k=1}^{n} kA_k}{\sum_{k=1}^{n} A_k} \]
O prazo médio ponderado por pagamento dos juros (WJ) é:
\[ \text{WJ} = \dfrac{\sum_{k=1}^{n} kJ_k}{\sum_{k=1}^{n} J_k} \]
O prazo médio ponderado das prestações (WT) é:
\[ \text{WT} = \dfrac{\sum_{k=1}^{n} kT}{\sum_{k=1}^{n} T}=\dfrac{n+1}{2} \]
O prazo médio geométrico (PMG) é:
\[ \text{PMG} = \dfrac{\ln \left( \dfrac{n i}{1 - (1 + i)^{-n}} \right)}{\ln(1 + i)} \]
# SAF - Sistema de Amortização Francês (Tabela Price)
n <- 24 # número de períodos
i <- 0.05 # taxa de juro (5% a.a.)
P <- 100000 # principal
k <- 1:n # períodos
# Gera tabela SAF
out <- FinancialMath::amort.table(Loan=P,
n=n,
i=i,
plot=FALSE)
print(out)
$Schedule
Payment Interest Paid Principal Paid Balance
1 7247.09 5000.00 2247.09 97752.91
2 7247.09 4887.65 2359.44 95393.47
3 7247.09 4769.67 2477.42 92916.05
4 7247.09 4645.80 2601.29 90314.76
5 7247.09 4515.74 2731.35 87583.41
6 7247.09 4379.17 2867.92 84715.49
7 7247.09 4235.77 3011.32 81704.17
8 7247.09 4085.21 3161.88 78542.29
9 7247.09 3927.11 3319.98 75222.32
10 7247.09 3761.12 3485.97 71736.34
11 7247.09 3586.82 3660.27 68076.07
12 7247.09 3403.80 3843.29 64232.78
13 7247.09 3211.64 4035.45 60197.33
14 7247.09 3009.87 4237.22 55960.11
15 7247.09 2798.01 4449.08 51511.02
16 7247.09 2575.55 4671.54 46839.49
17 7247.09 2341.97 4905.12 41934.37
18 7247.09 2096.72 5150.37 36784.00
19 7247.09 1839.20 5407.89 31376.11
20 7247.09 1568.81 5678.28 25697.82
21 7247.09 1284.89 5962.20 19735.62
22 7247.09 986.78 6260.31 13475.31
23 7247.09 673.77 6573.32 6901.99
24 7247.09 345.10 6901.99 0.00
$Other
Details
Loan 100000.00
Total Paid 173930.16
Total Interest 73930.16
Eff Rate 0.05
T <- as.numeric(out$Schedule[k,"Payment"])
J <- as.numeric(out$Schedule[k,"Interest Paid"])
A <- as.numeric(out$Schedule[k,"Principal Paid"])
D <- as.numeric(out$Schedule[k,"Balance"])
# Calcula WAL e prazo médio de juros
WAL <- weighted.mean(x=k, w=A)
WJ <- weighted.mean(x=k, w=J)
WT <- weighted.mean(x=k, w=T)
# Prazo de amortização do principal x
PMG <- log((n * i) / (1 - (1 + i)^(-n))) / log(1 + i)
cat("Prazo médio ponderado por amortização (WAL):", round(WAL, 4), "períodos\n")
Prazo médio ponderado por amortização (WAL): 14.786 períodos
Prazo médio ponderado por pagamento dos juros (WJ): 9.4079 períodos
Prazo médio ponderado considerando prestação constante (WT): 12.5 períodos
Prazo médio geométrico (PMG): 11.3442 períodos
# Gráfico comparativo
barplot(c(WAL, WJ, WT, PMG),
names.arg = c("WAL", "WJ", "WT", "PMG"),
col = c("gray", "gray", "gray", "gray"),
ylab = "Período",
main = "Comparação dos Prazos Médios no SAF\n n = 24 i = 5%")
abline(h=n/2, lty=2)
A planilha do SAF pode ser produzida por dois métodos: método das fórmulas fechadas de Carvalho (1985, p. 314) e método das fórmulas recorrentes de De Faro e Lachtermacher (2012, p. 245).
Época \(k\) | Prestação \(T_k\) | Amortização \(A_k\) | Juro \(J_k\) | Saldo Devedor \(D_k\) |
---|---|---|---|---|
\(0\) | \(D_0=P\) | |||
\(1\) | \(T=\dfrac{P}{a_{n\rceil i}}\) | \(A_1=\dfrac{P}{s_{n \rceil i}}\) | \(J_1 = T - A_1\) | \(D_1 = P - A_1\) |
\(2\) | \(T\) | \(A_2 = (1+i) A_{1}\) | \(J_2 = T - A_2\) | \(D_2 = D_{1} - A_2\) |
\(k\) | \(T\) | \(A_k = (1+i) A_{k-1}\) | \(J_k = T - A_k\) | \(D_k = D_{k-1} - A_k\) |
\(n\) | \(T\) | \(A_n = (1+i) A_{n-1}\) | \(J_n = T - A_n\) | \(D_n =0\) |
# Parâmetros
n <- 4 # número de períodos
i <- 0.15 # taxa de juro (TIR)
P <- 100000 # dívida
# Fatores financeiros
a_ni <- (1 - (1 + i)^(-n)) / i # a_{n⎡i}
s_ni <- ((1 + i)^n - 1) / i # s_{n⎡i}
# Prestação constante
T <- P / a_ni
# Inicialização
A <- numeric(n)
J <- numeric(n)
D <- numeric(n + 1)
D[1] <- P # Saldo inicial D0 = P
# Amortização
A[1] <- P / s_ni # A1 = P / s_{n⎡i}
# Loop para amortização e juros
for (k in 1:n) {
if (k > 1) A[k] <- (1 + i) * A[k - 1] # A_k = (1 + i) * A_{k-1}
J[k] <- T - A[k] # J_k = T - A_k
D[k + 1] <- D[k] - A[k] # D_k = D_{k-1} - A_k
}
# Tabela de amortização
tabela <- data.frame(
Periodo = 0:n,
Prestacao = c(NA, round(rep(T, n), 2)),
Amortizacao = c(NA, round(A, 2)),
Juro = c(NA, round(J, 2)),
Saldo_Devedor = round(D, 2)
)
print(tabela)
Periodo Prestacao Amortizacao Juro Saldo_Devedor
1 0 NA NA NA 100000.00
2 1 35026.54 20026.54 15000.00 79973.46
3 2 35026.54 23030.52 11996.02 56942.95
4 3 35026.54 26485.09 8541.44 30457.86
5 4 35026.54 30457.86 4568.68 0.00
Época \(k\) | Prestação \(T_k\) | Amortização \(A_k\) | Juro \(J_k\) | Saldo Devedor \(D_k\) |
---|---|---|---|---|
\(0\) | \(D_0=P\) | |||
\(1\) | \(T=\dfrac{P}{a_{n\rceil i}}\) | \(A_1=\dfrac{P}{s_{n \rceil i}}\) | \(J_1 = Pi\) | \(D_1 = P\left(1-\dfrac{1}{s_{n \rceil i}}\right)\) |
\(2\) | \(T=\dfrac{P}{a_{n\rceil i}}\) | \(A_2=\dfrac{P(1+i)}{s_{n \rceil i}}\) | \(J_2 = Pi\left(1-\dfrac{1}{s_{n \rceil i}}\right)\) | \(D_2 = P\left(1-\dfrac{s_{2 \rceil i}}{s_{n \rceil i}}\right)\) |
\(k\) | \(T=\dfrac{P}{a_{n\rceil i}}\) | \(A_k=\dfrac{P(1+i)^{k-1}}{s_{n \rceil i}}\) | \(J_k = Pi\left(1-\dfrac{s_{k-1 \rceil i}}{s_{n \rceil i}}\right)\) | \(D_k = P\left(1-\dfrac{s_{k \rceil i}}{s_{n \rceil i}}\right)\) |
\(n\) | \(T=\dfrac{P}{a_{n\rceil i}}\) | \(A_n=\dfrac{P(1+i)^{n-1}}{s_{n \rceil i}}\) | \(J_n = Pi\left(1-\dfrac{s_{n-1 \rceil i}}{s_{n \rceil i}}\right)\) | \(D_n =0\) |
# Parâmetros
n <- 4 # número de períodos
i <- 0.15 # taxa de juro (TIR)
P <- 100000 # capital inicial
# Fatores financeiros
a_ni <- (1 - (1 + i)^(-n)) / i # a_{n⎡i}
s_ni <- ((1 + i)^n - 1) / i # s_{n⎡i}
# Prestação constante
T <- P / a_ni
# Inicialização
A <- numeric(n)
J <- numeric(n)
D <- numeric(n + 1)
D[1] <- P # D0 = P
# Cálculo usando as fórmulas fechadas
for (k in 1:n) {
A[k] <- P * (1 + i)^(k - 1) / s_ni # A_k = P (1 + i)^{k - 1} / s_{n⎡i}
s_k1 <- ((1 + i)^(k - 1) - 1) / i # s_{k - 1⎡i}
J[k] <- P * i * (1 - s_k1 / s_ni) # J_k = P i (1 - s_{k - 1⎡i} / s_{n⎡i})
s_k <- ((1 + i)^k - 1) / i # s_{k⎡i}
D[k + 1] <- P * (1 - s_k / s_ni) # D_k = P (1 - s_{k⎡i} / s_{n⎡i})
}
# Montar a tabela
tabela <- data.frame(
Periodo = 0:n,
Prestacao = c(NA, round(rep(T, n), 2)),
Amortizacao = c(NA, round(A, 2)),
Juro = c(NA, round(J, 2)),
Saldo_Devedor = round(D, 2)
)
print(tabela)
Periodo Prestacao Amortizacao Juro Saldo_Devedor
1 0 NA NA NA 100000.00
2 1 35026.54 20026.54 15000.00 79973.46
3 2 35026.54 23030.52 11996.02 56942.95
4 3 35026.54 26485.09 8541.44 30457.86
5 4 35026.54 30457.86 4568.68 0.00
Época \(k\) | Prestação \(T_k\) | Amortização \(A_k\) | Juro \(J_k\) | Saldo Devedor \(D_k\) |
---|---|---|---|---|
\(0\) | \(T=\dfrac{P}{a_{n-1\rceil i}+1}\) | \(D_0=P-T\) | ||
\(1\) | \(T\) | \(A_1=\dfrac{P}{s_{n \rceil i}}\) | \(J_1 = T - A_1\) | \(D_1 = P - T - A_1\) |
\(2\) | \(T\) | \(A_2 = (1+i) A_{1}\) | \(J_2 = T - A_2\) | \(D_2 = D_{1} - A_2\) |
\(k\) | \(T\) | \(A_k = (1+i) A_{k-1}\) | \(J_k = T - A_k\) | \(D_k = D_{k-1} - A_k\) |
\(n-1\) | \(T\) | \(A_{n-1} = (1+i) A_{n-2}\) | \(J_{n-1} = T - A_{n-1}\) | \(D_{n-1} =0\) |
# Função para o valor presente da anuidade antecipada
valor_presente_anuidade <- function(n, i) {
(1 - (1 + i)^(-n)) / i
}
# Função para o valor futuro da anuidade antecipada
valor_futuro_anuidade <- function(n, i) {
((1 + i)^n - 1) / i
}
# Dados do problema
n <- 4 # número de períodos
i <- 0.15 # taxa de juro (TIR)
P <- 100000 # capital inicial
# Cálculo da prestação antecipada (T)
T <- P / (valor_presente_anuidade(n - 1, i) + 1)
# Cálculo da primeira amortização (A0)
A0 <- P / (valor_futuro_anuidade(n + 1, i) - 1)
# Inicialização da tabela
planilha <- data.frame(
Epoca = 0:(n - 1),
Prestacao = NA,
Amortizacao = NA,
Juro = NA,
Saldo_Devedor = NA
)
# Primeira parcela (época 0)
planilha$Prestacao[1] <- T
planilha$Amortizacao[1] <- A0
planilha$Juro[1] <- T - A0
planilha$Saldo_Devedor[1] <- P - T
# Cálculo das parcelas seguintes
for (k in 2:n) {
# Atualização da amortização pela fórmula: A_k = (1+i) * A_{k-1}
Ak <- (1 + i) * planilha$Amortizacao[k - 1]
# Cálculo do juro: J_k = T - A_k
Jk <- T - Ak
# Atualização do saldo devedor: D_k = D_{k-1} - A_k
Dk <- planilha$Saldo_Devedor[k - 1] - Ak
# Armazenar na tabela
planilha$Prestacao[k] <- T
planilha$Amortizacao[k] <- Ak
planilha$Juro[k] <- Jk
planilha$Saldo_Devedor[k] <- max(Dk, 0) # Evitar valores negativos
}
# Ajuste final para saldo zero na última parcela
planilha$Saldo_Devedor[n] <- 0
# Exibindo a planilha
print(planilha, digits = 2)
Epoca Prestacao Amortizacao Juro Saldo_Devedor
1 0 30458 17414 13043 69542
2 1 30458 20027 10431 49516
3 2 30458 23031 7427 26485
4 3 30458 26485 3973 0
A crítica habitualmente feita ao SAF é que nele o credor observa o juro de seu capital diminuir progressivamente à medida que lhe são restituídas as parcelas sucessivas desse capital com o pagamento das prestações. Isto obriga-o a reaplicá-las periodicamente, ficando, assim, sujeito não só aos prejuízos porventura decorrentes da oscilação da taxa de juro no mercado, como também às dificuldades de reaplicação de pequenos capitais. Se há estabilidade da taxa de juro, desparece o primeiro inconveniente.
Quando ao segundo, só existe realmente para o credor de um único empréstimo. Para as instituições de crédito não devantagem no retorno parcelado dos capitais emprestados, visto que as quotas de amortização por elas periodicamente recebidas de diversos devedores, em seu conjunto, uma soma apreciável de capital, fácil de ser reaplicada com concessão contínua de empréstimos da mesma natureza.
Para o devedor do SAF é de máxima conveniência, pois gradualmente se libera dos comprimissos de capital e juros mediante um desembolso periódico, contante e moderado.
Foi realizado um financiamento de R$ 100000,00 no SAF, sem prazo de carência. Sabendo que a taxa de juro cobrada é de 18% a.a. e que a amortização deve ser feita em 6 meses, calcule o valor da prestação.
Solução:
\[ \begin{align} P &= 100000 \\ n &= 6 \text{ meses} \\ i &= 18\% \text{ a.a.} = \dfrac{18}{12}\% \text{ a.m.} = 1.5\% \text{ a.m.} \end{align} \]
Calculamos, agora, o valor da prestação:
\[ \begin{align} T &= \dfrac{P}{a_{n \rceil i}} \\ T &= \dfrac{100000}{5.69719} = 17552.52 \end{align} \]
Prestação:
f REG f 2 100.000,00 PV 18 g 12 ÷ 6 n PMT {-17.552,52}
[1] -17552.52
[1] 17552.52 17552.52 17552.52 17552.52 17552.52 17552.52
Uma instituição financeira faz um empréstimo de R$ 100.000,00 para ser pago pelo SAF em 4 prestações anuais, à taxa de 15% a.a. Calcule o valor da prestação e monte a planilha de amortização.
Solução:
\[ \begin{align} P &= 100000 \\ n &= 4 \text{ anos} \\ i &= 15\% \text{ a.a.} \end{align} \]
O valor de cada prestação, \(T\), é R$ 35.026,54.
n <- 4 # anos
k <- 1:n
i <- 0.15
P <- 100000
out <- FinancialMath::amort.table(Loan=P,
n=n,
i=i,
plot=FALSE)
print(out)
$Schedule
Payment Interest Paid Principal Paid Balance
1 35026.54 15000.00 20026.54 79973.46
2 35026.54 11996.02 23030.52 56942.95
3 35026.54 8541.44 26485.09 30457.86
4 35026.54 4568.68 30457.86 0.00
$Other
Details
Loan 100000.00
Total Paid 140106.14
Total Interest 40106.14
Eff Rate 0.15
T <- as.numeric(out$Schedule[k,"Payment"])
J <- as.numeric(out$Schedule[k,"Interest Paid"])
A <- as.numeric(out$Schedule[k,"Principal Paid"])
D <- as.numeric(out$Schedule[k,"Balance"])
matriz <- rbind(Juro = J, Amortização = A)
barplot(matriz,
beside = FALSE,
col = c("gray", "white"),
names.arg = k,
main = "Composição da Prestação - SAF",
ylab = "Valor (R$)",
legend.text = TRUE,
args.legend = list(x = "topright", bty = "n"))
plot(k, D, type = "s", col = "black",
xlab = "Ano", ylab = "Saldo Devedor (R$)",
main = "Evolução do Saldo Devedor - SAF")
# Evolução percentual do juro e do saldo
juro_perc <- J / T
saldo_perc <- D / P
# Gráfico com as duas séries percentuais
plot(k, juro_perc * 100, type = "s", pch = 16, col = "black",
ylim = c(0, 100),
xlab = "Ano", ylab = "Percentual (%)",
main = "SAF: Juro em relação à prestação e \nSaldo devedor em relação à dívida")
lines(k, saldo_perc * 100, type = "s", pch = 17, col = "black", lty=2)
legend("topright", legend = c("Juro / Prestação", "Saldo / Dívida"),
col = c("black", "black"), lty = c(1,2), bty = "n")
grid()
TIR = 0.15
Período 1:
Prestação:
f REG f 2 100000 PV 15 i 4 n PMT {-35.026,54}
Juro: 1 f AMORT {-15.000,00}
Amortização: x<->y {-20.026,54}
Saldo devedor: RCL PV {79.973,46}
Período 2:
f REG f 2 100000 PV 15 i 4 n PMT {-35.026,54}
2 f AMORT {-26.996,02}
: 26.996,02 - 15.000,00 =
11.996,02
x<->y {-43.057,06}
: 43.057,06 - 20.026,54 =
23.030,52
RCL PV {56.942,94}
Período 3:
f REG f 2 100000 PV 15 i 4 n PMT {-35.026,54}
3 f AMORT {-35.537,46}
: 35.537,46 - 26.996,02 =
8.541,44
x<->y {-69.542,16}
: 69.542,16 - 43.057,06 =
26.485,10
RCL PV {30.457,84}
Período 4:
f REG f 2 100000 PV 15 i 4 n PMT {-35.026,54}
4 f AMORT {-40.106,14}
: 40.106,14 - 35.537,46 =
4.568,68
x<->y {-100.000,02}
: 100.000,02 - 69.542,16 =
30.457,86
RCL PV {-0.02}
Uma instituição financeira faz um empréstimo de R$ 100.000,00 para ser pago pelo SAF em 4 prestações anuais, à taxa de 15% a.a. Calcule o saldo devedor após ter sido paga a terceira prestação.
Solução:
\[ \begin{align} D_0 &= 100000 \\ n &= 4 \text{ anos} \\ i &= 15\%\text{ a.a.} \\ k &= 3 \end{align} \]
Valor do saldo devedor após \(k\) prestações pagas: \(D_k = T a_{n-k\rceil i}\)
\[ \begin{align} a_{n-k\rceil i} &= \dfrac{(1 + i)^{n-k} - 1}{i(1 + i)^{n-k}} \\ a_{1\rceil 15\%} &= \dfrac{(1 + 0.15)^{4-3} - 1}{0.15\times (1 + 0.15)^{4-3}} = 0.8695 \end{align} \]
\[ D_3 = 35026.54 \times 0.8695 = 30457.84 \]
f REG f 2 100000 PV 15 i 4 n PMT {-35.026,54}
3 f AMORT {-35.537,46}
: 35.537,46 - 26.996,02 =
8.541,44
x<->y {-69.542,16}
: 69.542,16 - 43.057,06 =
26.485,10
RCL PV {30.457,84}
n <- 72 # meses
k <- 1:n
i <- 0.02 # a.m.
P <- 100000
out <- FinancialMath::amort.table(Loan=P,
n=n,
i=i,
plot=FALSE)
print(out)
$Schedule
Payment Interest Paid Principal Paid Balance
1 2632.68 2000.00 632.68 99367.32
2 2632.68 1987.35 645.34 98721.98
3 2632.68 1974.44 658.24 98063.74
4 2632.68 1961.27 671.41 97392.33
5 2632.68 1947.85 684.84 96707.49
6 2632.68 1934.15 698.53 96008.96
7 2632.68 1920.18 712.50 95296.45
8 2632.68 1905.93 726.75 94569.70
9 2632.68 1891.39 741.29 93828.41
10 2632.68 1876.57 756.11 93072.30
11 2632.68 1861.45 771.24 92301.06
12 2632.68 1846.02 786.66 91514.40
13 2632.68 1830.29 802.40 90712.00
14 2632.68 1814.24 818.44 89893.56
15 2632.68 1797.87 834.81 89058.75
16 2632.68 1781.17 851.51 88207.24
17 2632.68 1764.14 868.54 87338.70
18 2632.68 1746.77 885.91 86452.79
19 2632.68 1729.06 903.63 85549.17
20 2632.68 1710.98 921.70 84627.47
21 2632.68 1692.55 940.13 83687.33
22 2632.68 1673.75 958.94 82728.40
23 2632.68 1654.57 978.12 81750.28
24 2632.68 1635.01 997.68 80752.60
25 2632.68 1615.05 1017.63 79734.97
26 2632.68 1594.70 1037.98 78696.99
27 2632.68 1573.94 1058.74 77638.24
28 2632.68 1552.76 1079.92 76558.33
29 2632.68 1531.17 1101.52 75456.81
30 2632.68 1509.14 1123.55 74333.26
31 2632.68 1486.67 1146.02 73187.25
32 2632.68 1463.74 1168.94 72018.31
33 2632.68 1440.37 1192.32 70825.99
34 2632.68 1416.52 1216.16 69609.83
35 2632.68 1392.20 1240.49 68369.34
36 2632.68 1367.39 1265.30 67104.04
37 2632.68 1342.08 1290.60 65813.44
38 2632.68 1316.27 1316.41 64497.03
39 2632.68 1289.94 1342.74 63154.29
40 2632.68 1263.09 1369.60 61784.69
41 2632.68 1235.69 1396.99 60387.70
42 2632.68 1207.75 1424.93 58962.77
43 2632.68 1179.26 1453.43 57509.34
44 2632.68 1150.19 1482.50 56026.85
45 2632.68 1120.54 1512.15 54514.70
46 2632.68 1090.29 1542.39 52972.31
47 2632.68 1059.45 1573.24 51399.07
48 2632.68 1027.98 1604.70 49794.37
49 2632.68 995.89 1636.80 48157.58
50 2632.68 963.15 1669.53 46488.04
51 2632.68 929.76 1702.92 44785.12
52 2632.68 895.70 1736.98 43048.14
53 2632.68 860.96 1771.72 41276.42
54 2632.68 825.53 1807.15 39469.27
55 2632.68 789.39 1843.30 37625.97
56 2632.68 752.52 1880.16 35745.81
57 2632.68 714.92 1917.77 33828.04
58 2632.68 676.56 1956.12 31871.92
59 2632.68 637.44 1995.24 29876.67
60 2632.68 597.53 2035.15 27841.52
61 2632.68 556.83 2075.85 25765.67
62 2632.68 515.31 2117.37 23648.30
63 2632.68 472.97 2159.72 21488.58
64 2632.68 429.77 2202.91 19285.67
65 2632.68 385.71 2246.97 17038.70
66 2632.68 340.77 2291.91 14746.79
67 2632.68 294.94 2337.75 12409.05
68 2632.68 248.18 2384.50 10024.54
69 2632.68 200.49 2432.19 7592.35
70 2632.68 151.85 2480.84 5111.51
71 2632.68 102.23 2530.45 2581.06
72 2632.68 51.62 2581.06 0.00
$Other
Details
Loan 100000.00
Total Paid 189553.18
Total Interest 89553.18
Eff Rate 0.02
T <- as.numeric(out$Schedule[k,"Payment"])
J <- as.numeric(out$Schedule[k,"Interest Paid"])
A <- as.numeric(out$Schedule[k,"Principal Paid"])
D <- as.numeric(out$Schedule[k,"Balance"])
matriz <- rbind(Juro = J, Amortização = A)
barplot(matriz,
beside = FALSE,
col = c("gray", "white"),
names.arg = k,
main = "Composição da Prestação - SAF",
ylab = "Valor (R$)",
legend.text = TRUE,
args.legend = list(x = "topright", bty = "n"))
plot(k, D, type = "s", col = "black",
xlab = "Ano", ylab = "Saldo Devedor (R$)",
main = "Evolução do Saldo Devedor - SAF")
# Evolução percentual do juro e do saldo
juro_perc <- J / T
saldo_perc <- D / P
# Gráfico com as duas séries percentuais
plot(k, juro_perc * 100, type = "s", pch = 16, col = "black",
ylim = c(0, 100),
xlab = "Ano", ylab = "Percentual (%)",
main = "SAF: Juro em relação à prestação e \nSaldo devedor em relação à dívida")
lines(k, saldo_perc * 100, type = "s", pch = 17, col = "black", lty=2)
legend("topright", legend = c("Juro / Prestação", "Saldo / Dívida"),
col = c("black", "black"), lty = c(1,2), bty = "n")
grid()
TIR = 0.02
# Valor financiado
P <- 66668.07
# Prestação mensal constante
T <- 358.32
# Número de períodos
n <- 360
k <- 1:n
i <- 0.05/12 # a.m.
out <- FinancialMath::amort.table(Loan=P,
n=n,
i=i,
plot=FALSE)
head(out$Schedule)
Payment Interest Paid Principal Paid Balance
1 357.89 277.78 80.10 66587.97
2 357.89 277.45 80.44 66507.53
3 357.89 277.11 80.77 66426.75
4 357.89 276.78 81.11 66345.64
5 357.89 276.44 81.45 66264.19
6 357.89 276.10 81.79 66182.41
Payment Interest Paid Principal Paid Balance
355 357.89 8.82 349.07 1767.29
356 357.89 7.36 350.52 1416.77
357 357.89 5.90 351.99 1064.78
358 357.89 4.44 353.45 711.33
359 357.89 2.96 354.92 356.40
360 357.89 1.49 356.40 0.00
Details
Loan 6.67e+04
Total Paid 1.29e+05
Total Interest 6.22e+04
Eff Rate 4.17e-03
T <- as.numeric(out$Schedule[k,"Payment"])
J <- as.numeric(out$Schedule[k,"Interest Paid"])
A <- as.numeric(out$Schedule[k,"Principal Paid"])
D <- as.numeric(out$Schedule[k,"Balance"])
matriz <- rbind(Juro = J, Amortização = A)
barplot(matriz,
beside = FALSE,
col = c("gray", "white"),
names.arg = k,
main = "Composição da Prestação - SAF",
ylab = "Valor (R$)",
legend.text = TRUE,
args.legend = list(x = "topright", bty = "n"))
plot(k, D, type = "s", col = "black",
xlab = "Ano", ylab = "Saldo Devedor (R$)",
main = "Evolução do Saldo Devedor - SAF")
# Evolução percentual do juro e do saldo
juro_perc <- J / T
saldo_perc <- D / P
# Gráfico com as duas séries percentuais
plot(k, juro_perc * 100, type = "s", pch = 16, col = "black",
ylim = c(0, 100),
xlab = "Ano", ylab = "Percentual (%)",
main = "SAF: Juro em relação à prestação e \nSaldo devedor em relação à dívida")
lines(k, saldo_perc * 100, type = "s", pch = 17, col = "black", lty=2)
legend("topright", legend = c("Juro / Prestação", "Saldo / Dívida"),
col = c("black", "black"), lty = c(1,2), bty = "n")
grid()
# Calcular TIR com duas funções
tir_mensal <- FinCal::irr(cf=c(-P, T))
tir_anual <- round((1 + tir_mensal)^12 - 1, 6)
cat("TIR:", round(tir_mensal*100,2), "% a.m.\n")
TIR: 0.42 % a.m.
TIR: 5.12 % a.a.
Um empréstimo pode ser oferecido ao mutuário com prazo de carência.
Dois casos surgem durante o prazo de carência:
Caso 2: Renda postecipada diferida
\[ \begin{align} {}_{m-1}|A_{n\rceil i} &= T \times {}_{m-1}|a_{n\rceil i} \\ {}_{m-1}|A_{n\rceil i} &= T \left( a_{n+m-1\rceil i} - a_{m-1\rceil i} \right) \\ P &= T (1+i)^{-(m-1)}a_{n \rceil i} \\ T &= \dfrac{P \left( 1 + i \right)^{m-1}}{a_{n\rceil i}}\\ \end{align} \]
Uma instituição financeira faz um empréstimo de R$ 100.000,00 para ser pago pelo SAF em 4 prestações anuais, com 3 anos de carência, à taxa de 15% a.a. Confeccione a planilha de amortização da dívida.
Solução: Caso 2
\[ \begin{align} P &= 100000 \\ n &= 4 \text{ anos} \\ m &= 3 \text{ anos} \\ i &= 15\% \text{ a.a.} \end{align} \]
Neste caso, como a amortização só deve começar no fim do terceiro ano de carência, \(m=3\), devemos inicialmente capitalizar o saldo devedor, à taxa de 15% a.a., durante os dois primeiros anos de carência.
Portanto:
\[ D_k = P \left( 1 + i \right)^k, \quad k = 1, 2 = m - 1 \]
\[ \begin{align} D_1 &= 100000 \times \left( 1 + 0.15 \right)^1 = 115000.00 \\ D_2 &= 100000 \times \left( 1 + 0.15 \right)^2 = 132250.00 \end{align} \]
A fórmula do fator de amortização postecipada é:
\[ a_{n\rceil i} = \dfrac{1-(1 + i)^{-n}}{i} \]
Substituindo os valores:
\[ a_{4\rceil 15\%} = \dfrac{1-(1 + 0.15)^{-4}}{0.15}=2.85498 \]
Valor da prestação sobre o saldo devedor:
\[ \begin{align} T &= \dfrac{D_{m-1}}{a_{n\rceil i}}\\ &= \dfrac{P \left( 1 + i \right)^{m-1}}{a_{n\rceil i}}\\ &= \dfrac{100000 \left( 1 + 0.15 \right)^{3-1}}{a_{4\rceil 15\%}}\\ T &= \dfrac{132250.00}{2.85498} = 46322.59 \end{align} \]
Uma outra maneira de calcular a prestação, usando a fórmula de renda postecipada diferida, é:
\[ \begin{align} T &= \dfrac{P}{a_{n+m-1\rceil i}-a_{m-1\rceil i}}\\ T &= \dfrac{P}{a_{n+m-1\rceil i}-a_{m-1\rceil i}}\\ &= \dfrac{100000}{a_{6\rceil 15\%}-a_{2\rceil 15\%}}\\ T &= 46322.59 \end{align} \]
Planilha SAF com carência:
Período | Prestação (T) | Juros (J) | Amortização (A) | Saldo Devedor (D) |
---|---|---|---|---|
0 | 100.000,00 | |||
1 | 115.000,00 | |||
2 | 132.250,00 | |||
3 | 46.322,59 | 19.837,50 | 26.485,09 | 105.764,91 |
4 | 46.322,59 | 35.702,24 | 56.942,94 | 75.307,06 |
6 | 46.322,59 | 46.998,30 | 91.969,47 | 40.280,53 |
6 | 46.322,59 | 53.040,38 | 132.249,98 | 0,02 |
P <- 100000
n <- 6 # anos
i <- 0.15 # a.a.
m <- 3 # anos
tvm::loan(rate=i, maturity=n, amt=P, grace_int=m-1, type="french")$cf
[1] 0.00 0.00 46322.59 46322.59 46322.59 46322.59
Saldo devedor no fim da carência:
f REG f 2 100000 PV 15 i 2 n FV {-132.250,00}
Período 1:
Prestação:
f REG f 2 132.250,00 PV 15 i 4 n PMT {-46.322,59}
Juro: 1 f AMORT {-19.837,50}
Amortização: x<->y {-26.485,09}
Saldo devedor: RCL PV {105.764,91}
Período 2:
Prestação:
f REG f 2 132.250,00 PV 15 i 4 n PMT {-46.322,59}
Juro: 2 f AMORT {-35.702,24}
Amortização: x<->y {-56.942,94}
Saldo devedor: RCL PV {75.307,06}
Período 3:
Prestação:
f REG f 2 132.250,00 PV 15 i 4 n PMT {- 46.322,59}
Juro: 3 f AMORT {-46.998,30}
Amortização: x<->y {-91.969,47}
Saldo devedor: RCL PV {40.280,53}
Período 4:
Prestação:
f REG f 2 132.250,00 PV 15 i 4 n PMT {- 46.322,59}
Juro: 4 f AMORT {-53.040,38}
Amortização: x<->y {-132.249,98}
Saldo devedor: RCL PV {0,02}
Suponha que uma dívida \(P\) possa ser amortizada com \(n\) prestações, à taxa \(i\). O valor presente da dívida é:
\[ P = Ta_{n\rceil i} \]
Se o devedor deseja antecipar \(m\) períodos (com \(m < k\)), o valor equivalente no período \(k\) passa a ser:
\[ T^{\prime}_k (1+i)^{-(k-m)}= T(1+i)^{-k} \]
Portanto, o valor atual do capital a ser pago em \(k\) períodos é:
\[ T^{\prime}_k= T(1+i)^{-m} \]
Prestação antecipada ou postergada: a = T
De forma análoga, o valor de uma prestação postergada \(m\) períodos é:
\[ T^{\prime\prime}_k = T(1+i)^{m} \]
Essa equivalência é usada para reprogramação de dívidas com antecipação ou postergação das parcelas.
Esses resultados, todavia, estão sujeitos a uma condição. Quando um credor cede um capital \(P\), a uma taxa \(i\), por um prazo, em geral não aceita a devolução desse capital antes do prazo estipulado, se nessa ocasião, em virtude das oscilações do mercado financeiro, só tem a possibilidade de reempregá-lo a uma taxa inferior. Do mesmo modo, não aceitaria um adiantamento da devolução do capital se, na data estipulada, a taxa de juro do mercado fosse superior a \(i\). Em ambos os casos far-se-ia mister uma compensação.
Entretanto, esse inconveniente não existe quando há estabilidade na taxa de juro, como acontece, por exemplo, no Brasil, com a Caixa Econômica e demais institutos de crédito em seus empréstimos sob consignação e sob garantia pignoratícia ou hipotecária. Tal é a estabilidade nesse setor que, em geral, nos contratos de empréstimo há uma cláusula que faculta ao devedor restituir, antes do prazo, o capital ou parte dele sem qualquer ônus além do pagamento dos juros do período devido.
Um médico obteve um empréstimo de R$ 100.000,00 para pagar com 10 prestações postecipadas anuais, sendo 9% a.a. a taxa de juro composto. Depois de pagar a quarta prestação, a fim de abreviar o prazo de empréstimo, propôs à instituição credora pagar a décima prestação juntamente com a quinta, a nona juntamente com a sexta e a oitava juntamente com a sétima.
Calcular quanto deverá pagar por cada uma das prestações antecipadas e formar a planilha SAF levando em conta as antecipações indicadas.
Solução:
Planilha SAF inicial:
\[ \begin{align} T&=\dfrac{100000}{a_{10\rceil 9\%}}=15582.00 \end{align} \]
n <- 10 # anos
k <- 1:n
i <- 0.09 # a.a.
P <- 100000
out <- FinancialMath::amort.table(Loan=P,
n=n,
i=i,
plot=FALSE)
print(out)
$Schedule
Payment Interest Paid Principal Paid Balance
1 15582.01 9000.00 6582.01 93417.99
2 15582.01 8407.62 7174.39 86243.60
3 15582.01 7761.92 7820.08 78423.52
4 15582.01 7058.12 8523.89 69899.62
5 15582.01 6290.97 9291.04 60608.58
6 15582.01 5454.77 10127.24 50481.34
7 15582.01 4543.32 11038.69 39442.66
8 15582.01 3549.84 12032.17 27410.49
9 15582.01 2466.94 13115.07 14295.42
10 15582.01 1286.59 14295.42 0.00
$Other
Details
Loan 100000.00
Total Paid 155820.09
Total Interest 55820.09
Eff Rate 0.09
T <- as.numeric(out$Schedule[k,"Payment"])
J <- as.numeric(out$Schedule[k,"Interest Paid"])
A <- as.numeric(out$Schedule[k,"Principal Paid"])
D <- as.numeric(out$Schedule[k,"Balance"])
matriz <- rbind(Juro = J, Amortização = A)
barplot(matriz,
beside = FALSE,
col = c("gray", "white"),
names.arg = k,
main = "Composição da Prestação - SAF",
ylab = "Valor (R$)",
legend.text = TRUE,
args.legend = list(x = "topright", bty = "n"))
plot(k, D, type = "s", col = "black",
xlab = "Ano", ylab = "Saldo Devedor (R$)",
main = "Evolução do Saldo Devedor - SAF")
# Evolução percentual do juro e do saldo
juro_perc <- J / T
saldo_perc <- D / P
# Gráfico com as duas séries percentuais
plot(k, juro_perc * 100, type = "s", pch = 16, col = "black",
ylim = c(0, 100),
xlab = "Ano", ylab = "Percentual (%)",
main = "SAF: Juro em relação à prestação e \nSaldo devedor em relação à dívida")
lines(k, saldo_perc * 100, type = "s", pch = 17, col = "black", lty=2)
legend("topright", legend = c("Juro / Prestação", "Saldo / Dívida"),
col = c("black", "black"), lty = c(1,2), bty = "n")
grid()
TIR = 0.09
Planilha SAF final:
\[ \begin{align} T&=\dfrac{100000}{a_{10\rceil 9\%}}=15582.00\\\\ T^{\prime}_{10} &= 15582.00\times (1+0.09)^{-5}= 10127.00\\ T^{\prime}_{9} &= 15582.00\times(1+0.09)^{-3}=12032.20 \\ T^{\prime}_{8} &= 15582.00\times(1+0.09)^{-1}=14295.40 \\ \end{align} \]
Ano | Prestação | Juro | Quota de amortização | Total amortizado | Saldo devedor |
---|---|---|---|---|---|
0 | 100.000,00 | ||||
1 | 15.582,00 | 9.000,00 | 6.582,00 | 6.582,00 | 93.418,00 |
2 | 15.582,00 | 8.407,60 | 7.174,40 | 13.756,40 | 86.243,60 |
3 | 15.582,00 | 7.761,90 | 7.820,10 | 21.576,50 | 78.423,50 |
4 | 15.582,00 | 7.058,10 | 8.523,90 | 30.100,40 | 69.899,60 |
5 | 15.582,00 | 6.291,00 | 9.291,00 | 39.391,40 | 60.608,60 |
10.127,20 | 10.127,20 | 49.518,60 | 50.481,40 | ||
6 | 15.582,00 | 4.543,30 | 11.038,70 | 60.557,30 | 39.442,70 |
12.032,20 | 12.032,20 | 72.589,50 | 27.410,50 | ||
7 | 15.582,00 | 2.466,90 | 13.115,10 | 85.704,60 | 11.295,40 |
14.295,40 | 14.295,40 | 100.000,00 | 0,00 |
P <- 100000
T_final <- c(rep(15582.00, 4), 15582.00+10127.20, 15582.00+12032.20, 15582.00+14295.40)
# Taxa Interna de REtorno (TIR) do SAF:
cat("\nTIR =", round(FinCal::irr(cf=c(-P, T_final)), 4))
TIR = 0.09
Um médico obteve um empréstimo de R$ 10.000,00 para pagar com 9 prestações imediatas anuais, sendo 10% a.a. a taxa de juro composto. Desejando ausentar-se temporariamente do país, dispôs-se a pagar a quinta, a sexta e a sétima anuidades juntamente com a quarta.
Pede-se calcular quanto deverá pagar pelas prestações antecipadas e formar o plano de amortização, levando em consideração essas antecipações.
Solução:
Planilha SAF inicial:
\[ \begin{align} T&=\dfrac{10000}{a_{9\rceil 10\%}}=1736.40 \end{align} \]
n <- 9 # anos
k <- 1:n
i <- 0.1 # a.a.
P <- 10000
out <- FinancialMath::amort.table(Loan=P,
n=n,
i=i,
plot=FALSE)
print(out)
$Schedule
Payment Interest Paid Principal Paid Balance
1 1736.41 1000.00 736.41 9263.59
2 1736.41 926.36 810.05 8453.55
3 1736.41 845.35 891.05 7562.50
4 1736.41 756.25 980.16 6582.34
5 1736.41 658.23 1078.17 5504.17
6 1736.41 550.42 1185.99 4318.18
7 1736.41 431.82 1304.59 3013.60
8 1736.41 301.36 1435.05 1578.55
9 1736.41 157.86 1578.55 0.00
$Other
Details
Loan 10000.00
Total Paid 15627.65
Total Interest 5627.65
Eff Rate 0.10
T <- as.numeric(out$Schedule[k,"Payment"])
J <- as.numeric(out$Schedule[k,"Interest Paid"])
A <- as.numeric(out$Schedule[k,"Principal Paid"])
D <- as.numeric(out$Schedule[k,"Balance"])
matriz <- rbind(Juro = J, Amortização = A)
barplot(matriz,
beside = FALSE,
col = c("gray", "white"),
names.arg = k,
main = "Composição da Prestação - SAF",
ylab = "Valor (R$)",
legend.text = TRUE,
args.legend = list(x = "topright", bty = "n"))
plot(k, D, type = "s", col = "black",
xlab = "Ano", ylab = "Saldo Devedor (R$)",
main = "Evolução do Saldo Devedor - SAF")
# Evolução percentual do juro e do saldo
juro_perc <- J / T
saldo_perc <- D / P
# Gráfico com as duas séries percentuais
plot(k, juro_perc * 100, type = "s", pch = 16, col = "black",
ylim = c(0, 100),
xlab = "Ano", ylab = "Percentual (%)",
main = "SAF: Juro em relação à prestação e \nSaldo devedor em relação à dívida")
lines(k, saldo_perc * 100, type = "s", pch = 17, col = "black", lty=2)
legend("topright", legend = c("Juro / Prestação", "Saldo / Dívida"),
col = c("black", "black"), lty = c(1,2), bty = "n")
grid()
TIR = 0.1
Planilha SAF final:
A soma dos valores atuais, no fim do quarto período, da quinta, da sexta e da sétima prestações, é o valor atual de uma renda imediata de 3 termos iguais a \(T=1736.40\):
\[ \begin{align} A_{10\rceil 9\%}&=1736.40\times {a_{3\rceil 10\%}}=4318.10 \end{align} \]
Ano | Anuidade | Juro | Quota de amortização | Total amortizado | Saldo devedor |
---|---|---|---|---|---|
0 | 10.000,00 | ||||
1 | 1.736,40 | 1.000,00 | 736,40 | 736,40 | 9.263,60 |
2 | 1.736,40 | 926,40 | 810,00 | 1.546,40 | 8.453,60 |
3 | 1.736,40 | 845,40 | 891,00 | 2.437,40 | 7.562,60 |
4 | 1.736,40 | 756,30 | 980,10 | 3.417,50 | 6.582,50 |
4.318,10 | 4.318,10 | 7.735,60 | 2.264,40 | ||
5 | 226,40 | 7.509,20 | 2.490,80 | ||
6 | 249,10 | 7.260,10 | 2.739,90 | ||
7 | 274,00 | 6.986,10 | 3.013,90 | ||
8 | 1.736,40 | 301,40 | 1.435,00 | 8.421,10 | 1.578,90 |
9 | 1.736,40 | 157,90 | 1.578,50 | 9.999,60 | 0,40 |
P <- 10000
T_final <- c(rep(1736.40, 3), 1736.40+4318.10, rep(0,3), rep(1736.40, 2))
# Taxa Interna de REtorno (TIR) do SAF:
cat("\nTIR =", round(FinCal::irr(cf=c(-P, T_final)), 4))
TIR = 0.1
Um funcionário público obteve numa instituição de crédito um empréstimo sob consignações de R$ 3.797,40, para ser pago em 48 prestações imediatas mensais de R$ 100,00, sendo 1% a.m. a taxa de juro composto. Imediatamente após o pagamento da décima segunda anuidade, prontificou-se a pagar uma amortização extraordinária tal que o prazo do empréstimo fosse abreviado de 16 meses.
Calcular essa amortização.
Solução:
\[ \begin{align} T&=100.00 \end{align} \]
n <- 48 # meses
k <- 1:n
i <- 0.01 # a.m.
P <- 3797.40
out <- FinancialMath::amort.table(Loan=P,
n=n,
i=i,
plot=FALSE)
print(out)
$Schedule
Payment Interest Paid Principal Paid Balance
1 100 37.97 62.03 3735.37
2 100 37.35 62.65 3672.73
3 100 36.73 63.27 3609.45
4 100 36.09 63.91 3545.55
5 100 35.46 64.54 3481.00
6 100 34.81 65.19 3415.81
7 100 34.16 65.84 3349.97
8 100 33.50 66.50 3283.47
9 100 32.83 67.17 3216.31
10 100 32.16 67.84 3148.47
11 100 31.48 68.52 3079.95
12 100 30.80 69.20 3010.75
13 100 30.11 69.89 2940.86
14 100 29.41 70.59 2870.27
15 100 28.70 71.30 2798.97
16 100 27.99 72.01 2726.96
17 100 27.27 72.73 2654.23
18 100 26.54 73.46 2580.77
19 100 25.81 74.19 2506.58
20 100 25.07 74.93 2431.65
21 100 24.32 75.68 2355.96
22 100 23.56 76.44 2279.52
23 100 22.80 77.20 2202.32
24 100 22.02 77.98 2124.34
25 100 21.24 78.76 2045.58
26 100 20.46 79.54 1966.04
27 100 19.66 80.34 1885.70
28 100 18.86 81.14 1804.56
29 100 18.05 81.95 1722.60
30 100 17.23 82.77 1639.83
31 100 16.40 83.60 1556.23
32 100 15.56 84.44 1471.79
33 100 14.72 85.28 1386.51
34 100 13.87 86.14 1300.37
35 100 13.00 87.00 1213.38
36 100 12.13 87.87 1125.51
37 100 11.26 88.75 1036.76
38 100 10.37 89.63 947.13
39 100 9.47 90.53 856.60
40 100 8.57 91.43 765.17
41 100 7.65 92.35 672.82
42 100 6.73 93.27 579.55
43 100 5.80 94.20 485.34
44 100 4.85 95.15 390.20
45 100 3.90 96.10 294.10
46 100 2.94 97.06 197.04
47 100 1.97 98.03 99.01
48 100 0.99 99.01 0.00
$Other
Details
Loan 3797.40
Total Paid 4800.01
Total Interest 1002.61
Eff Rate 0.01
T <- as.numeric(out$Schedule[k,"Payment"])
J <- as.numeric(out$Schedule[k,"Interest Paid"])
A <- as.numeric(out$Schedule[k,"Principal Paid"])
D <- as.numeric(out$Schedule[k,"Balance"])
matriz <- rbind(Juro = J, Amortização = A)
barplot(matriz,
beside = FALSE,
col = c("gray", "white"),
names.arg = k,
main = "Composição da Prestação - SAF",
ylab = "Valor (R$)",
legend.text = TRUE,
args.legend = list(x = "topright", bty = "n"))
plot(k, D, type = "s", col = "black",
xlab = "Ano", ylab = "Saldo Devedor (R$)",
main = "Evolução do Saldo Devedor - SAF")
# Evolução percentual do juro e do saldo
juro_perc <- J / T
saldo_perc <- D / P
# Gráfico com as duas séries percentuais
plot(k, juro_perc * 100, type = "s", pch = 16, col = "black",
ylim = c(0, 100),
xlab = "Ano", ylab = "Percentual (%)",
main = "SAF: Juro em relação à prestação e \nSaldo devedor em relação à dívida")
lines(k, saldo_perc * 100, type = "s", pch = 17, col = "black", lty=2)
legend("topright", legend = c("Juro / Prestação", "Saldo / Dívida"),
col = c("black", "black"), lty = c(1,2), bty = "n")
grid()
TIR = 0.01
Planilha SAF final:
Calcula-se diretamente a amortização no fim do décimo período, o valor atual de uma renda imediata de 16 termos iguais à prestação \(T=100.00\), diferida de 20 períodos:
\[ \begin{align} {}_{m}|A_{n\rceil i} &= T \times {}_{m}|a_{n\rceil i} \\ &= T \left( a_{m+n\rceil i} - a_{m\rceil i} \right) \\ {}_{m}|A_{n\rceil i} &= T (1+i)^{-m}a_{n \rceil i} \\ {}_{20}|A_{16\rceil 1\%} &= 100\times (1+0.01)^{-20}a_{16 \rceil 1\%} \\ {}_{20}|A_{16\rceil 1\%} &= 1206.20 \end{align} \]
# Parâmetros
T = 100 # valor da prestação
i = 0.01 # taxa de juro mensal
m = 20 # diferimento
n = 16 # número de períodos após o diferimento
# Fator a_{n|i}
a_ni = (1 - (1 + i) ** (-n)) / i
# Valor presente da anuidade diferida: _{m}|A_{n|i}
VA_diferida = T * (1 + i) ** (-m) * a_ni
print(VA_diferida)
[1] 1206.195
Resposta:
O valor da amortização extraordinária é R$ 1.206,20.
Este sistema constitui um caso particular do SAF ou SAP, quando a pretação é mensal.
Um dos motivos para o emprego da Tabela Price é a facilidade gerada pela determinação do chamado fator multiplicador.
Trata-se de um fator de cálculo que pode ser aplicado uniformemente a qualquer capital se a taxa de juro se mantiver inalterada.
Assim, é comum nas lojas, financeiras e bancos existirem tabelas que variam de 2 até o limite de meses concedido pelo financiamento. Conforme o valor a ser financiado, basta multiplicá-lo pelo fator de cálculo e o resultado será a prestação a pagar.
Os fatores multiplicadores e prestações do SAP nos prazos de 2 a 12 meses, para taxa de 1.5% a.m., são:
P <- 1
i <- 0.015 # a.m.
print(tp <- sapply(2:12, function(maturity) tvm::loan(rate=i, maturity=maturity, amt=P, type="french")$cf[1]), digits=3)
[1] 0.5113 0.3434 0.2594 0.2091 0.1755 0.1516 0.1336 0.1196 0.1084 0.0993
[11] 0.0917
centro <- tp
esquerda <- 2:12
direita <- centro * 10000
tabela <- data.frame(Esquerda = esquerda,
Centro = centro,
Direita = direita)
knitr::kable(tabela, digits = 4, align = "c", col.names = c("Num.Prestações", "Fator", "Prestação"), caption = "D = R$ 10.000 i = 1.5% a.m.")
Num.Prestações | Fator | Prestação |
---|---|---|
2 | 0.5113 | 5112.7792 |
3 | 0.3434 | 3433.8296 |
4 | 0.2594 | 2594.4479 |
5 | 0.2091 | 2090.8932 |
6 | 0.1755 | 1755.2521 |
7 | 0.1516 | 1515.5616 |
8 | 0.1336 | 1335.8402 |
9 | 0.1196 | 1196.0982 |
10 | 0.1084 | 1084.3418 |
11 | 0.0993 | 992.9384 |
12 | 0.0917 | 916.7999 |
Fator multiplicador 1:
f REG f 5 1 CHS PV 1.5 i 1 n PMT {1.01500}
Fator
multiplicador 2: 2 n PMT {0.51128}
Fator multiplicador 3:
3 n PMT {0.34338}
Fator multiplicador 4:
4 n PMT {0.25944}
Fator multiplicador 5:
5 n PMT {0.20909}
\(\vdots\) Fator multiplicador 12:
12 n PMT {0.09170}
O Sistema de Amortização Constante (SAC), também chamado de Sistema Hamburguês ou Alemão, foi introduzido entre nós a partir de 1971, pelo Sistema Financeiro da Habitação.
Neste sistema, assim como no SAF, o mutuário paga a dívida em prestações periódicas postecipadas (imediatas), que englobam juros e amortizações. A diferença é que, neste sistema, a amortização é constante em todos os períodos. Isto facilita o controle do saldo devedor.
Como os juros são cobrados sobre o saldo devedor e a amortização é constante, as prestações são decrescentes.
Notação:
Valor da amortização uniforme do período:
\[ \begin{align} A_k &= \dfrac{D_0}{n}\\ A &= \dfrac{P}{n} \end{align} \]
Valor do saldo devedor do período \(k\):
\[ \begin{align} D_k &= D_{k-1} + J_k - T_k \\ D_k &= D_{k-1} - \left(T_k - J_k\right) \\ D_k &= D_{k-1} - A_k\\ D_k &= D_{k-1} - A\\\\ D_1 &= D_{0} - A\\ D_1 &= P - A\\\\ D_2 &= D_{1} - A\\ D_2 &= P - A - A=P-2A\\\\ D_k &= P-kA\\ D_k &= P-k\dfrac{P}{n}\\ D_k &= \left(1-\dfrac{k}{n}\right)P\\\\ D_n &= 0\\\\ D_0 &=P \end{align} \]
A soma das amortizações é igual ao valor do empréstimo:
\[ \begin{align} D_k &= D_{k-1} - A_k \\ \sum_{k=1}^{n}{D_k}&=\sum_{k=1}^{n}{D_{k-1}} - \sum_{k=1}^{n}{A_{k}}\\ D_n &= D_0-\sum_{k=1}^{n}{A_{k}}\\ 0 &= P-\sum_{k=1}^{n}{A_{k}}\\ P &= \sum_{k=1}^{n}{A_{k}}\\ P &= nA\\ \end{align} \]
Valor do juro do período:
\[ \begin{align} J_k &= i D_{k-1} \\ J_k &= i \left(1-\dfrac{k-1}{n}\right)P \\ \end{align} \]
O valor da prestação é:
\[ \begin{align} A_k &= T_k - J_k \\ T_k &= A_k + J_k \\ T_k &= A + J_k \\ T_k &= \dfrac{P}{n} + J_k \\ T_k &= \dfrac{P}{n} + i \left(1-\dfrac{k-1}{n}\right)P \\ T_k &= \dfrac{P}{n}\left(1+i(n-k+1)\right) \\ \end{align} \]
O total pago, \(\sum_{k=1}^{n}{T_k}\), é igual ao valor inicial do empréstimo, \(D_0=P\), acrescido do juro total, \(\sum_{k=1}^{n}{J_k}\):
\[ \sum_{k=1}^{n}{T_k}=P+ \sum_{k=1}^{n}{J_k} \]
A planilha do SAC pode ser produzida pelo método das fórmulas recorrentes de De Faro e Lachtermacher (2012, p. 266).
Época \(k\) | Prestação \(T_k\) | Amortização \(A_k\) | Juro \(J_k\) | Saldo Devedor \(D_k\) |
---|---|---|---|---|
\(0\) | \(D_0=P\) | |||
\(1\) | \(T_1=P\left(1+\dfrac{1}{n}\right)\) | \(A_1=\dfrac{P}{n}\) | \(J_1 = iP\) | \(D_1 = P\left(1-\dfrac{1}{n}\right)\) |
\(2\) | \(T_2=T_{1}-\dfrac{iP}{n}\) | \(A_2 = \dfrac{P}{n}\) | \(J_2 = iP\left(1-\dfrac{1}{n}\right)\) | \(D_2 = P\left(1-\dfrac{2}{n}\right)\) |
\(k\) | \(T_k=T_{k-1}-\dfrac{iP}{n}\) | \(A_k = \dfrac{P}{n}\) | \(J_k = iP\left(1-\dfrac{k-1}{n}\right)\) | \(D_k = P\left(1-\dfrac{k}{n}\right)\) |
\(n\) | \(T_n=\dfrac{P\left(1+i\right)}{n}\) | \(A_n = \dfrac{P}{n}\) | \(J_n = \dfrac{iP}{n}\) | \(D_n =0\) |
Uma instituição financeira faz um empréstimo de R$ 100.000,00 para ser pago pelo SAC em 4 prestações anuais, à taxa de 15% a.a.
Calcule o valor da prestação e monte a planilha de amortização.
Solução:
\[ \begin{align} P=100000 \\ n &= 4 \text{ anos} \\ i &= 15\% \text{ a.a.} \end{align} \]
O valor de cada amortização, \(A=100000/4\), é R$ 25.000,00.
[1] 40000 36250 32500 28750
n <- 4 # anos
k <- 1:n
i <- 0.15
P <- 100000
T <- tvm::loan(rate=i, maturity=n, amt=P, type="german")$cf
A <- rep(P/n, n)
J <- i * (1 - (1:n - 1)/n) * P
D <- c(P - cumsum(A))
matriz <- rbind(Juro = J, Amortização = A)
barplot(matriz,
beside = FALSE,
col = c("gray", "white"),
names.arg = k,
main = "Composição da Prestação - SAC",
ylab = "Valor (R$)",
legend.text = TRUE,
args.legend = list(x = "topright", bty = "n"))
plot(k, T, type = "s", col = "black",
xlab = "Ano", ylab = "Prestação (R$)",
main = "Evolução da Prestação - SAC")
plot(k, D, type = "s", col = "black",
xlab = "Ano", ylab = "Saldo Devedor (R$)",
main = "Evolução do Saldo Devedor - SAC")
# Evolução percentual do juro e do saldo
juro_perc <- J / T
saldo_perc <- D / P
# Gráfico com as duas séries percentuais
plot(k, juro_perc * 100, type = "s", pch = 16, col = "black",
ylim = c(0, 100),
xlab = "Ano", ylab = "Percentual (%)",
main = "SAC: Juro em relação à prestação e \nSaldo devedor em relação à dívida")
lines(k, saldo_perc * 100, type = "s", pch = 17, col = "black", lty=2)
legend("topright", legend = c("Juro / Prestação", "Saldo / Dívida"),
col = c("black", "black"), lty = c(1,2), bty = "n")
grid()
tabela <- data.frame(
Período = 1:n,
Prestação = round(T, 2),
Juro = round(J, 2),
Amortização = round(A, 2),
`Saldo Devedor` = round(D, 2))
print(tabela)
Período Prestação Juro Amortização Saldo.Devedor
1 1 40000 15000 25000 75000
2 2 36250 11250 25000 50000
3 3 32500 7500 25000 25000
4 4 28750 3750 25000 0
TIR = 0.15
Uma dívida de R$ 600.000,00 será amortizada, por meio do SAC, em 12 prestações anuais, à taxa de 20% a.a. Calcule o saldo devedor após ter sido paga a oitava parcela.
Solução:
\[ \begin{align} D_0 &= P = 600000 \\ n &= 12 \text{ anos} \\ k &= 8 \text{ anos} \\ i &= 20\% \text{ a.a.} \end{align} \]
Calculamos, agora, o saldo devedor após ter sido paga a oitava parcela:
\[ \begin{align} D_k &= \left(1-\dfrac{k}{n}\right)P \\ D_8 &= \dfrac{4}{12}\times 600000 = 200000 \end{align} \]
O saldo devedor após ter sido paga a oitava parcela é R$ 200.000,00.
n <- 72 # meses
k <- 1:n
i <- 0.02
P <- 100000
T <- tvm::loan(rate=i, maturity=n, amt=P, type="german")$cf
A <- rep(P/n, n)
J <- i*(1 - (1:n - 1)/n)*P
D <- c(P - cumsum(A))
matriz <- rbind(Juro = J, Amortização = A)
barplot(matriz,
beside = FALSE,
col = c("gray", "white"),
names.arg = k,
main = "Composição da Prestação - SAC",
ylab = "Valor (R$)",
legend.text = TRUE,
args.legend = list(x = "topright", bty = "n"))
plot(k, T, type = "s", col = "black",
xlab = "Ano", ylab = "Prestação (R$)",
main = "Evolução da Prestação - SAC")
plot(k, D, type = "s", col = "black",
xlab = "Ano", ylab = "Saldo Devedor (R$)",
main = "Evolução do Saldo Devedor - SAC")
# Evolução percentual do juro e do saldo
juro_perc <- J / T
saldo_perc <- D / P
# Gráfico com as duas séries percentuais
plot(k, juro_perc * 100, type = "s", pch = 16, col = "black",
ylim = c(0, 100),
xlab = "Ano", ylab = "Percentual (%)",
main = "SAC: Juro em relação à prestação e \nSaldo devedor em relação à dívida")
lines(k, saldo_perc * 100, type = "s", pch = 17, col = "black", lty=2)
legend("topright", legend = c("Juro / Prestação", "Saldo / Dívida"),
col = c("black", "black"), lty = c(1,2), bty = "n")
grid()
tabela <- data.frame(
Período = 1:n,
Prestação = round(T, 2),
Juro = round(J, 2),
Amortização = round(A, 2),
`Saldo Devedor` = round(D, 2))
print(tabela)
Período Prestação Juro Amortização Saldo.Devedor
1 1 3388.89 2000.00 1388.89 98611.11
2 2 3361.11 1972.22 1388.89 97222.22
3 3 3333.33 1944.44 1388.89 95833.33
4 4 3305.56 1916.67 1388.89 94444.44
5 5 3277.78 1888.89 1388.89 93055.56
6 6 3250.00 1861.11 1388.89 91666.67
7 7 3222.22 1833.33 1388.89 90277.78
8 8 3194.44 1805.56 1388.89 88888.89
9 9 3166.67 1777.78 1388.89 87500.00
10 10 3138.89 1750.00 1388.89 86111.11
11 11 3111.11 1722.22 1388.89 84722.22
12 12 3083.33 1694.44 1388.89 83333.33
13 13 3055.56 1666.67 1388.89 81944.44
14 14 3027.78 1638.89 1388.89 80555.56
15 15 3000.00 1611.11 1388.89 79166.67
16 16 2972.22 1583.33 1388.89 77777.78
17 17 2944.44 1555.56 1388.89 76388.89
18 18 2916.67 1527.78 1388.89 75000.00
19 19 2888.89 1500.00 1388.89 73611.11
20 20 2861.11 1472.22 1388.89 72222.22
21 21 2833.33 1444.44 1388.89 70833.33
22 22 2805.56 1416.67 1388.89 69444.44
23 23 2777.78 1388.89 1388.89 68055.56
24 24 2750.00 1361.11 1388.89 66666.67
25 25 2722.22 1333.33 1388.89 65277.78
26 26 2694.44 1305.56 1388.89 63888.89
27 27 2666.67 1277.78 1388.89 62500.00
28 28 2638.89 1250.00 1388.89 61111.11
29 29 2611.11 1222.22 1388.89 59722.22
30 30 2583.33 1194.44 1388.89 58333.33
31 31 2555.56 1166.67 1388.89 56944.44
32 32 2527.78 1138.89 1388.89 55555.56
33 33 2500.00 1111.11 1388.89 54166.67
34 34 2472.22 1083.33 1388.89 52777.78
35 35 2444.44 1055.56 1388.89 51388.89
36 36 2416.67 1027.78 1388.89 50000.00
37 37 2388.89 1000.00 1388.89 48611.11
38 38 2361.11 972.22 1388.89 47222.22
39 39 2333.33 944.44 1388.89 45833.33
40 40 2305.56 916.67 1388.89 44444.44
41 41 2277.78 888.89 1388.89 43055.56
42 42 2250.00 861.11 1388.89 41666.67
43 43 2222.22 833.33 1388.89 40277.78
44 44 2194.44 805.56 1388.89 38888.89
45 45 2166.67 777.78 1388.89 37500.00
46 46 2138.89 750.00 1388.89 36111.11
47 47 2111.11 722.22 1388.89 34722.22
48 48 2083.33 694.44 1388.89 33333.33
49 49 2055.56 666.67 1388.89 31944.44
50 50 2027.78 638.89 1388.89 30555.56
51 51 2000.00 611.11 1388.89 29166.67
52 52 1972.22 583.33 1388.89 27777.78
53 53 1944.44 555.56 1388.89 26388.89
54 54 1916.67 527.78 1388.89 25000.00
55 55 1888.89 500.00 1388.89 23611.11
56 56 1861.11 472.22 1388.89 22222.22
57 57 1833.33 444.44 1388.89 20833.33
58 58 1805.56 416.67 1388.89 19444.44
59 59 1777.78 388.89 1388.89 18055.56
60 60 1750.00 361.11 1388.89 16666.67
61 61 1722.22 333.33 1388.89 15277.78
62 62 1694.44 305.56 1388.89 13888.89
63 63 1666.67 277.78 1388.89 12500.00
64 64 1638.89 250.00 1388.89 11111.11
65 65 1611.11 222.22 1388.89 9722.22
66 66 1583.33 194.44 1388.89 8333.33
67 67 1555.56 166.67 1388.89 6944.44
68 68 1527.78 138.89 1388.89 5555.56
69 69 1500.00 111.11 1388.89 4166.67
70 70 1472.22 83.33 1388.89 2777.78
71 71 1444.44 55.56 1388.89 1388.89
72 72 1416.67 27.78 1388.89 0.00
TIR = 0.02
# SAC: PMCMV/CVA 2015
# Parâmetros
P <- 66562.86 # Valor financiado pela CEF
n <- 360 # Número de parcelas (30 anos)
i <- 0.05/12 # Taxa de juro mensal (aproximadamente 0,42%)
# Vetores
k <- 1:n
A <- rep(P / n, n) # Amortização constante
D <- P - cumsum(c(0, A))[-(n+1)] # Saldo devedor
J <- i * D # Juros sobre saldo
T <- A + J # Prestação
# Tabela de amortização
tabela <- data.frame(
Parcela = k,
Prestacao = round(T, 2),
Amortizacao = round(A, 2),
Juros = round(J, 2),
Saldo_Devedor = round(D, 2)
)
# Visualizar primeiras linhas
head(tabela, 12)
# A tibble: 12 × 5
Parcela Prestacao Amortizacao Juros Saldo_Devedor
<int> <dbl> <dbl> <dbl> <dbl>
1 1 462. 185. 277. 66563.
2 2 461. 185. 277. 66378.
3 3 461. 185. 276. 66193.
4 4 460. 185. 275. 66008.
5 5 459. 185. 274. 65823.
6 6 458. 185. 273. 65638.
7 7 458. 185. 273. 65453.
8 8 457. 185. 272. 65269.
9 9 456. 185. 271. 65084.
10 10 455. 185. 270. 64899.
11 11 455. 185. 270. 64714.
12 12 454. 185. 269. 64529.
# A tibble: 12 × 5
Parcela Prestacao Amortizacao Juros Saldo_Devedor
<int> <dbl> <dbl> <dbl> <dbl>
1 349 194. 185. 9.24 2219.
2 350 193. 185. 8.47 2034.
3 351 193. 185. 7.7 1849.
4 352 192. 185. 6.93 1664.
5 353 191. 185. 6.16 1479.
6 354 190. 185. 5.39 1294.
7 355 190. 185. 4.62 1109.
8 356 189. 185. 3.85 924.
9 357 188. 185. 3.08 740.
10 358 187. 185. 2.31 555.
11 359 186. 185. 1.54 370.
12 360 186. 185. 0.77 185.
matriz <- rbind(Juro = J, Amortização = A)
barplot(matriz,
beside = FALSE,
col = c("gray", "white"),
names.arg = k,
main = "Composição da Prestação - SAC",
ylab = "Valor (R$)",
legend.text = TRUE,
args.legend = list(x = "topright", bty = "n"))
plot(k, T, type = "s", col = "black",
xlab = "Ano", ylab = "Prestação (R$)",
main = "Evolução da Prestação - SAC")
plot(k, D, type = "s", col = "black",
xlab = "Ano", ylab = "Saldo Devedor (R$)",
main = "Evolução do Saldo Devedor - SAC")
# Evolução percentual do juro e do saldo
juro_perc <- J / T
saldo_perc <- D / P
# Gráfico com as duas séries percentuais
plot(k, juro_perc * 100, type = "s", pch = 16, col = "black",
ylim = c(0, 100),
xlab = "Ano", ylab = "Percentual (%)",
main = "SAC: Juro em relação à prestação e \nSaldo devedor em relação à dívida")
lines(k, saldo_perc * 100, type = "s", pch = 17, col = "black", lty=2)
legend("topright", legend = c("Juro / Prestação", "Saldo / Dívida"),
col = c("black", "black"), lty = c(1,2), bty = "n")
grid()
# Taxa Interna de Retorno (TIR) do SAC:
tir_mensal <- FinCal::irr(cf=c(-P, T))
tir_anual <- round((1 + tir_mensal)^12 - 1, 6)
cat("TIR:", round(tir_mensal*100,2), "% a.m.\n")
TIR: 0.41 % a.m.
TIR: 5.09 % a.a.
Como o procedimento é genericamente o mesmo do SAF com prazo de carência, vamos nos abster de considerações pormenorizadas.
Planilha SAF: \(i=15\% \,a.a.\)
Período | Prestação (T) | Juros (J) | Amortização (A) | Saldo Devedor (D) |
---|---|---|---|---|
0 | 100.000,00 | |||
1 | 35.026,54 | 15.000,00 | 20.026,54 | 79.973,46 |
2 | 35.026,54 | 11.996,02 | 23.030,52 | 56.942,94 |
3 | 35.026,54 | 8.541,44 | 26.485,10 | 30.457,84 |
4 | 35.026,54 | 4.568,68 | 30.457,86 | -0,02 |
Total Pago: 140.106 Total Juro: 40.106 TIR: 15% a.a.
Planilha SAC: \(i=15\% \,a.a.\)
Período | Prestação (T) | Juros (J) | Amortização (A) | Saldo Devedor (D) |
---|---|---|---|---|
0 | 100.000,00 | |||
1 | 40.000,00 | 15.000,00 | 25.000,00 | 75.000,00 |
2 | 36.250,00 | 11.250,00 | 25.000,00 | 50.000,00 |
3 | 32.500,00 | 7.500,00 | 25.000,00 | 25.000,00 |
4 | 28.750,00 | 3.750,00 | 25.000,00 | 0,00 |
Total Pago: 137.500 Total Juro: 37.500 TIR: 15% a.a.
No SAC, paga-se aparentemente menos juro porque o saldo devedor é amortizado mais rapidamente com prestações de maior valor nas primeiras épocas do que no SAF.
# Parâmetros
n <- 36
i <- 0.05
P <- 100000
k <- 1:n
# SAF (Sistema Francês)
a_ni <- (1 - (1 + i)^(-n)) / i
s_ni <- ((1 + i)^n - 1) / i
T_SAF <- P / a_ni
A_SAF <- P * (1 + i)^(k - 1) / s_ni
s_k1 <- ((1 + i)^(k - 1) - 1) / i
J_SAF <- P * i * (1 - s_k1 / s_ni)
s_k <- ((1 + i)^k - 1) / i
D_SAF <- P * (1 - s_k / s_ni)
# SAC (Sistema de Amortização Constante)
A_SAC <- rep(P / n, n)
J_SAC <- i * (P - cumsum(c(0, A_SAC[-n])))
T_SAC <- A_SAC + J_SAC
D_SAC <- P - cumsum(A_SAC)
# Gráficos Comparativos
par(mfrow=c(3,2)) # 3 linhas, 2 colunas de gráficos
par(bg=NA) # Fundo transparente
# Juros J
barplot(rbind(J_SAF, J_SAC), beside=TRUE, col=c("black", "gray"),
names.arg=k, main="Juro")
legend("topright", legend=c("SAF", "SAC"), fill=c("black", "gray"),
bty="n", cex=1)
# Juro / Prestação (J/T)
barplot(rbind(J_SAF/T_SAF, J_SAC/T_SAC), beside=TRUE, col=c("black", "gray"),
names.arg=k, main="Juro/Prestação")
legend("topright", legend=c("SAF", "SAC"), fill=c("black", "gray"),
bty="n", cex=1)
# Amortização A
barplot(rbind(A_SAF, A_SAC), beside=TRUE, col=c("black", "gray"),
names.arg=k, main="Amortização")
legend("topleft", legend=c("SAF", "SAC"), fill=c("black", "gray"),
bty="n", cex=1)
# Amortização / Prestação (A/T)
barplot(rbind(A_SAF/T_SAF, A_SAC/T_SAC), beside=TRUE, col=c("black", "gray"),
names.arg=k, main="Amortização/Prestação")
legend("topleft", legend=c("SAF", "SAC"), fill=c("black", "gray"),
bty="n", cex=1)
# Saldo Devedor D
barplot(rbind(D_SAF, D_SAC), beside=TRUE, col=c("black", "gray"),
names.arg=k, main="Saldo Devedor")
legend("topright", legend=c("SAF", "SAC"), fill=c("black", "gray"),
bty="n", cex=1)
# Saldo Devedor / Principal (D/P)
barplot(rbind(D_SAF/P, D_SAC/P), beside=TRUE, col=c("black", "gray"),
names.arg=k, main="Saldo Devedor/Principal")
legend("topright", legend=c("SAF", "SAC"), fill=c("black", "gray"),
bty="n", cex=1)
par(mfrow=c(1,1)) # Reset layout
# Prestação T
barplot(rbind(T_SAF, T_SAC), beside=TRUE, col=c("black", "gray"),
names.arg=k, main="Prestação")
legend("topright", legend=c("SAF", "SAC"), fill=c("black", "gray"),
bty="n", cex=1)
Nos contratos firmados segundo as normas do Sistema Financeiro da Habitação procurou-se conciliar as vantagens dos sistemas SAF e SAC, introduzindo-se um terceiro sistema chamado Sistema de Amortização Misto (SAM), que é a média aritmética dos dois primeiros.
Ver a matemática do SAM em De Faro e Lachtermacher (2012, p. 268-272).
O sistema de amortização americano (SAA) tem por fim resguardar o credor dos riscos de reaplicação periódica das parcelas de capital reembolsadas, ao mesmo tempo que lhe assegura emprego do capital integral, à taxa estipulada, durante todo o prazo de empréstimo. Nele o devedor obriga-se a pagar periodicamente o juro de capital emprestado e a restituí-lo, de uma só vez, findo o prazo estalecido.
Para evitar, então, esse desembolso, o devedor procura constituir, por sua conta e mediante reaplicação periódica de quotas constantes, um fundo de amortização (sinking fund) que, no fim do prazo estipulado, seja suficiente para quitar a dívida.
Desse moro, a situação para o devedor, em relação ao desmbolso, é idêntica à do SAF: libera-se gradativamente do compromisso assumido mediando pagamento periódico de uma quota constante, igual à soma do juro (constante) do capital emprestado e a quota (constante) de reconstrução do capital. Pra o credor, a situaçao é diferente: recebe periodicamente o juro do capital emprestado e este integralmente no fim do prazo estipulado, o que lhe assegura seu emprego durante aquele prazo.
A planilha do SAA pode ser produzida pelo método das fórmulas recorrentes de De Faro e Lachtermacher (2012, p. 260).
Época \(k\) | Prestação \(T_k\) | Amortização \(A_k\) | Juro \(J_k\) | Saldo Devedor \(D_k\) |
---|---|---|---|---|
\(0\) | \(D_0=P\) | |||
\(1\) | \(T_1=iP\) | \(A_1=0\) | \(J_1 = iP\) | \(D_1 = P\) |
\(2\) | \(T_2=iP\) | \(A_2 = 0\) | \(J_2 = iP\) | \(D_2 = P\) |
\(k\) | \(T_k=iP\) | \(A_k = 0\) | \(J_k = iP\) | \(D_k = P\) |
\(n\) | \(T_n=(1+i)P\) | \(A_n = P\) | \(J_n = iP\) | \(D_n =0\) |
Uma instituição financeira faz um empréstimo de R$ 100.000,00 para ser pago pelo SAA em 4 prestações anuais, à taxa de 15% a.a.
Calcule o valor da prestação e monte a planilha de amortização.
Solução:
\[ \begin{align} P=100000 \\ n &= 4 \text{ anos} \\ i &= 15\% \text{ a.a.} \end{align} \]
O valor de cada amortização, \(A=100000/4\), é R$ 25.000,00.
[1] 15000 15000 15000 115000
P <- 100000
i <- 0.15
n <- 4
k <- 1:n
# Cálculos
T <- c(rep(i * P, n - 1), (1 + i) * P)
A <- c(rep(0, n - 1), P)
J <- rep(i * P, n)
D <- c(rep(P, n - 1), 0)
format_real <- function(x) formatC(x, format = "f", big.mark = ".", decimal.mark = ",", digits = 2)
tabela <- data.frame(
`Época` = k,
`Prestação` = format_real(T),
`Amortização` = format_real(A),
`Juro` = format_real(J),
`Saldo Devedor` = format_real(D)
)
# Mostra a tabela
knitr::kable(tabela, caption = "Planilha de amortização - SAA", align = "r")
Época | Prestação | Amortização | Juro | Saldo.Devedor |
---|---|---|---|---|
1 | 15.000,00 | 0,00 | 15.000,00 | 100.000,00 |
2 | 15.000,00 | 0,00 | 15.000,00 | 100.000,00 |
3 | 15.000,00 | 0,00 | 15.000,00 | 100.000,00 |
4 | 115.000,00 | 100.000,00 | 15.000,00 | 0,00 |
matriz <- rbind(Juro = J, Amortização = A)
barplot(matriz,
beside = FALSE,
col = c("gray", "white"),
names.arg = k,
main = "Composição da Prestação - SAA",
ylab = "Valor (R$)",
legend.text = TRUE,
args.legend = list(x = "topright", bty = "n"))
plot(k, D, type = "s", col = "black",
xlab = "Ano", ylab = "Saldo Devedor (R$)",
main = "Evolução do Saldo Devedor - SAA")
# Evolução percentual do juro e do saldo
juro_perc <- J / T
saldo_perc <- D / P
# Gráfico com as duas séries percentuais
plot(k, juro_perc * 100, type = "s", pch = 16, col = "black",
ylim = c(0, 100),
xlab = "Ano", ylab = "Percentual (%)",
main = "SAA: Juro em relação à prestação e \nSaldo devedor em relação à dívida")
lines(k, saldo_perc * 100, type = "s", pch = 17, col = "black", lty=2)
legend("topright", legend = c("Juro / Prestação", "Saldo / Dívida"),
col = c("black", "black"), lty = c(1,2), bty = "n")
grid()
TIR = 0.15
P <- 100000
n <- 72 # meses
k <- 1:n
i <- 0.02
# Cálculos
T <- c(rep(i * P, n - 1), (1 + i) * P)
A <- c(rep(0, n - 1), P)
J <- rep(i * P, n)
D <- c(rep(P, n - 1), 0)
format_real <- function(x) formatC(x, format = "f", big.mark = ".", decimal.mark = ",", digits = 2)
tabela <- data.frame(
`Época` = k,
`Prestação` = format_real(T),
`Amortização` = format_real(A),
`Juro` = format_real(J),
`Saldo Devedor` = format_real(D)
)
# Mostra a tabela
knitr::kable(tabela, caption = "Planilha de amortização - SAA", align = "r")
Época | Prestação | Amortização | Juro | Saldo.Devedor |
---|---|---|---|---|
1 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
2 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
3 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
4 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
5 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
6 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
7 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
8 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
9 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
10 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
11 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
12 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
13 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
14 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
15 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
16 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
17 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
18 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
19 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
20 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
21 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
22 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
23 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
24 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
25 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
26 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
27 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
28 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
29 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
30 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
31 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
32 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
33 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
34 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
35 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
36 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
37 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
38 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
39 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
40 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
41 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
42 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
43 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
44 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
45 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
46 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
47 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
48 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
49 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
50 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
51 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
52 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
53 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
54 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
55 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
56 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
57 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
58 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
59 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
60 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
61 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
62 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
63 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
64 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
65 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
66 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
67 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
68 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
69 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
70 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
71 | 2.000,00 | 0,00 | 2.000,00 | 100.000,00 |
72 | 102.000,00 | 100.000,00 | 2.000,00 | 0,00 |
matriz <- rbind(Juro = J, Amortização = A)
barplot(matriz,
beside = FALSE,
col = c("gray", "white"),
names.arg = k,
main = "Composição da Prestação - SAA",
ylab = "Valor (R$)",
legend.text = TRUE,
args.legend = list(x = "topright", bty = "n"))
plot(k, D, type = "s", col = "black",
xlab = "Ano", ylab = "Saldo Devedor (R$)",
main = "Evolução do Saldo Devedor - SAA")
# Evolução percentual do juro e do saldo
juro_perc <- J / T
saldo_perc <- D / P
# Gráfico com as duas séries percentuais
plot(k, juro_perc * 100, type = "s", pch = 16, col = "black",
ylim = c(0, 100),
xlab = "Ano", ylab = "Percentual (%)",
main = "SAA: Juro em relação à prestação e \nSaldo devedor em relação à dívida")
lines(k, saldo_perc * 100, type = "s", pch = 17, col = "black", lty=2)
legend("topright", legend = c("Juro / Prestação", "Saldo / Dívida"),
col = c("black", "black"), lty = c(1,2), bty = "n")
grid()
TIR = 0.02
“Não coloque todos os ovos na mesma cesta.” (Ditado popular)
Este capítulo baseou-se nos livros Luenberger (2013) e Park & Sharp-Bete (1990).
A análise de projeto de investimento é um processo essencial para qualquer organização ou indivíduo que deseja avaliar a viabilidade econômica de investir em novos projetos, expansões ou empreendimentos. Ela envolve a utilização de técnicas financeiras para prever os resultados futuros de um projeto, permitindo aos investidores tomarem decisões informadas. Esta análise é fundamental em diversas áreas, inclusive na saúde, onde pode ser utilizada para avaliar a viabilidade de novos tratamentos, tecnologias médicas ou infraestruturas hospitalares.
Um projeto é uma sequência cronológica de fluxos de caixa. Uma sequência cronológica de fluxos de caixa é formada por valores monetários equiespaçados no tempo, sendo que estes podem ser positivos, negativos ou nulos.
Os sinônimos para sequência cronológica são série temporal, série e crônica.
Consideraremos, inicialmente, apenas valores determinísticos da série de fluxos de caixa.
Imagine que exista um ativo do mercado monetário denominado \(b\) que custa hoje R$ 1.000,00 e que paga ao proprietário R$ 80,00 ao final de cada ano durante 10 anos. No décimo ano há também o pagamento do valor nominal desse ativo no valor de R$ 1.000,00. Dessa forma, o projeto tem a seguinte representação:
\[ \begin{align} b = (-1000, 80, 80, 80, 80, 80, 80, 80, 80, 80, 1080) \end{align} \]
Portanto, um ativo qualquer \(x\) tem a seguinte série de fluxos de caixa:
\[ x = \left(x_1, x_2, x_3, \ldots\right), \quad x_t \in \mathbb{R} \]
O valor presente (VP) de uma série de fluxos de caixa é:
\[ \begin{align} P &= x_0 + \dfrac{x_1}{1+i} + \dfrac{x_2}{(1+i)^2} + \cdots + \dfrac{x_n}{(1+i)^n}\\ P &= \sum_{j=0}^{n} \dfrac{x_j}{(1+i)^j} \\ \end{align} \]
É importante notar que o VP é uma forma de reduzir uma \(n\)-upla (série com \(n\) coordenadas) a um único número! O valor futuro (VF) também tem a mesma propriedade.
Suponha que a taxa de desconto é 8% a.a. Qual é o valor presente do projeto?
[1] 0
[1] 0
[1] 0
[1] 0.08
Dado o fluxo de caixa \(x=(-2, 1, 1, 1)\), qual é o valor futuro usando a taxa de juro de 10% a.a.? Qual é a relação do valor futuro com o valor presente?
Usando a fórmula anterior, temos que o VP da série de fluxos de caixa é:
\[ \begin{align} P &= x_0 + \dfrac{x_1}{1+i} + \dfrac{x_2}{(1+i)^2} + \dfrac{x_3}{(1+i)^3}\\ &= -2 + \dfrac{1}{1.1} + \dfrac{1}{1.1^2} + \dfrac{1}{1.1^3}\\ P &= 0.487 \end{align} \]
f REG f 3 2 CHS g CFo 1 g CFj 3 g Nj 10 i f NPV {0.487}
f REG f 3 2 CHS g CFo 1 g CFj 1 g CFj 1 g CFj 10 i f NPV {0.487}
[1] 0.486852
[1] 0.486852
[1] 0.486852
Capital Budgeting Assistant > Net Present Value: WolframAlpha Pro
Banco ideal constante é um banco que empresta e toma emprestado qualquer quantia sempre à mesma taxa de juro composto \(i\%\) a.a.
Dois fluxos de caixa \(x\) e \(y\) são equivalentes para um banco ideal constante com taxa de juro de $ i%$ a.p. se, e somente se, os valores presentes das séries de fluxos são iguais.
\[ \begin{align} x &= (x_0, x_1, x_2, \ldots, x_{n_{1}})= (P_x, 0, 0, \ldots, 0) \\ y &= (y_0, y_1, y_2, \ldots, y_{n_{2}})= (P_y, 0, 0, \ldots, 0) \end{align} \]
Sendo \(P\) o valor presente da série.
Portanto, a equivalência de duas séries de fluxos de caixa é dada por:
\[ x \equiv y \iff P_x = P_y. \]
Esse resultado é importante, pois quando um banco ideal constante existe, o valor presente é o número que sintetiza uma série de fluxos de caixa.
A taxa interna de retorno (TIR/ IRR),\(i^{\ast}\), é a taxa de juro que torna o valor presente nulo, i.e.:
\[ P(x; i^{\ast}, n) = \sum_{j=0}^{n} \dfrac{x_j}{(1+i^{\ast})^j} = 0 \]
Expandindo:
\[ 0 = x_0 + \dfrac{x_1}{1 + i^{\ast}} + \dfrac{x_2}{(1 + i^{\ast})^2} + \cdots + \dfrac{x_n}{(1 + i^{\ast})^n} \]
Essa taxa de juro composto recebe o nome de interna porque é uma taxa que depende apenas da série de fluxos de caixa e, portanto, não depende de nenhuma outra informação financeira do mercado.
TIR é a taxa máxima que de aceitabilidade de projeto simples.
Para simplificar os cálculos posteriores, definimos \(c\) como:
\[ c = \dfrac{1}{1 + i^{\ast}} \]
Note que a TIR pode ser escrita como:
\[ i^{\ast} = \dfrac{1}{c} - 1 \]
Portanto, temos:
\[ 0 = x_0 + x_1 c + x_2 c^2 + \cdots + x_n c^n = \sum_{j=0}^{n} x_jc^j \]
A incógnita dessa equação é \(c\), que define um polinômio de ordem \(n\).
Considere a série de fluxos de caixa \(x=(-2; 1; 1; 1)\). Calcular a TIR.
Solução:
A TIR é obtida resolvendo a seguinte equação:
\[ 0 = -2 + c + c^2 + c^3 \]
O valor de \(c\) que satisfaz a equação é aproximadamente \(0.81\) (por tentativa-e-erro). Logo, a TIR é aproximadamente:
\[ i^{\ast} \approx 0.233767 \]
f REG f 4 2 CHS g CFo 1 g CFj 3 g Nj f IRR {23.3752}
f REG f 4 2 CHS PV 1 PMT 3 n i {23.3752}
[1] 0.2337533
[1] 0.233767
[1] 0.2337519
[1] -0.91+1.3i -0.91-1.3i 0.81+0.0i
# Seleciona raiz real
raiz_real <- r[Im(r) == 0]
# Converter para i = 1/r - 1
i <- 1/raiz_real - 1
# Imprimir as raízes reais e os valores de i = TIR
data.frame(Raiz_Real = raiz_real, TIR = i)
# A tibble: 1 × 2
Raiz_Real TIR
<cpl> <cpl>
1 0.8105357+0i 0.2337519+0i
Todo número real é um número complexo. Um número puramente real tem a parte imaginária nula.
Um polinômio de ordem \(n\) com coeficientes puramente reais tem \(n\) raízes complexas. As raízes complexas sempre aparecem aos pares conjugados. E.g.: Um polinômio de grau 4 com coeficientes reais pode ter: (i) 4 raízes reais; (ii) 2 raízes reais e 2 raízes complexas conjugadas; (iii) 0 raízes reais e 4 raízes complexas conjugadas (dois pares conjugados).
[1] "-2*x^4 + 1*x^3 - 1*x^2 + 3*x + 10"
# A tibble: 4 × 2
root mult
<cpl> <dbl>
1 1.71331911+0.000000i 1
2 -0.02683758+1.586139i 1
3 -0.02683758-1.586139i 1
4 -1.15964396+0.000000i 1
[1] 1.71331911+0.000000i -0.02683758+1.586139i -0.02683758-1.586139i
[4] -1.15964396+0.000000i
[1] 0+0i 0+0i 0+0i 0+0i
[1] -1.159644 1.713320
Uma série de fluxos de caixa, muitas vezes na prática, tem as seguintes características:
\[ \begin{align} x_0 &< 0 \\ x_j &\geq 0, \quad j = 1,2, \ldots, n \\ \sum_{j=0}^{n} x_j &> 0 \end{align} \]
Por exemplo, a série de fluxos de caixa \((-2;1;1;1)\) tem essas propriedades, pois \(x_0 = -2\), \(x_1 = 1\), \(x_2 = 1\), \(x_3 = 1\) e:
\[ \begin{align} \sum_{j=0}^{3} x_j &= -2 + 1 + 1 + 1 = 1 >0 \end{align} \]
Essa estrutura especial da série de fluxos de caixa faz com que o polinômio do valor presente tenha apenas uma raiz real.
Note que podemos escrever o valor presente em função de \(c\):
\[ \begin{align} P(c) &= -2 + c + c^2 + c^3 \end{align} \]
Portanto, o valor presente é um polinômio de ordem 3.
Quando \(c = 0\), temos que o valor presente da série de fluxos de caixa é negativo, i.e.:
\[ \begin{align} P(0) &= -2 \end{align} \]
Quando \(c = 1\), temos que o valor presente da série de fluxos de caixa é positivo, i.e.:
\[ \begin{align} P(1) &= 1 \end{align} \]
Portanto, o gráfico do valor presente cruzou a abscissa pelo menos uma vez. Logo, existe pelo menos um valor de \(c\) para o qual o valor presente é nulo, isto é:
\[ \begin{align} P(c^\ast) &= 0 \end{align} \]
Note ainda que quanto maior o valor de \(c\), maior o valor presente. Logo, o valor presente é crescente.
Portanto, existe apenas um valor de \(c\) que faz o valor presente ser nulo.
Note ainda que o valor de \(c\) está entre 0 e 1, i.e.:
\[ \begin{align} 0 &< c < 1 \end{align} \]
Portanto, como \(c = \dfrac{1}{1+i^\ast}\), então \(i^\ast\), i.e., a TIR é estritamente positiva:
\[ \begin{align} 0 &< c < 1 \\ 0 &< \dfrac{1}{1+i^\ast} < 1 \end{align} \]
A única forma de satisfazer as desigualdades é tendo \(i^\ast > 0\).
Utiliza-se uma série de ferramentas e técnicas financeiras para avaliar a viabilidade do projeto. As principais incluem:
Valor Presente Líquido (VPL, NPV): Calcula o valor atual de uma série de fluxos de caixa futuros, descontados a uma taxa que reflete o custo de capital. Um VPL positivo indica que o projeto é viável ou aceitável.
Taxa Interna de Retorno (TIR, IRR): É a taxa de desconto que iguala o valor presente dos fluxos de caixa futuros ao investimento inicial. TIR é a taxa máxima que de aceitabilidade de projeto simples.
Período de Payback (Recuperação do Investimento): Mede o tempo necessário para que os fluxos de caixa do projeto recuperem o investimento inicial.
Um projeto simples tem uma mudança de sinal, sendo o primeiro fluxo de caixa negativo, e apenas uma taxa de juro.
Se VPL é positivo, então o projeto simples é aceitável.
\(A = (-1000, 600, 500, 300)\) é um projeto simples. Determinar sua TIR.
-1000 + 600 x + 500 x^2 + 300 x^3 = 0, x = 1/(1+r)
[1] 0.2148486
[1] 0.2148413
[1] 0.2148468
[1] -1.24+1.6i -1.24-1.6i 0.82+0.0i
# Seleciona raiz real
raiz_real <- r[Im(r) == 0]
# Converter para i = 1/r - 1
i <- 1/raiz_real - 1
# Imprimir as raízes reais e os valores de i = TIR
data.frame(Raiz_Real = raiz_real, TIR = i)
# A tibble: 1 × 2
Raiz_Real TIR
<cpl> <cpl>
1 0.823149+0i 0.2148468+0i
\(B = (-1000, 300, 200, 1000)\) é um projeto simples. Determinar sua TIR.
-1000 + 300 x + 200 x^2 + 1000 x^3 = 0, x = 1/(1+r)
[1] 0.1832592
[1] 0.1832761
[1] 0.1832588
[1] -0.52+0.95i -0.52-0.95i 0.85+0.00i
# Seleciona raiz real
raiz_real <- r[Im(r) == 0]
# Converter para i = 1/r - 1
i <- 1/raiz_real - 1
# Imprimir as raízes reais e os valores de i = TIR
data.frame(Raiz_Real = raiz_real, TIR = i)
# A tibble: 1 × 2
Raiz_Real TIR
<cpl> <cpl>
1 0.8451237+0i 0.1832588+0i
\(C = (-10, 47, -72, 36)\) não é um projeto simples. É um projeto misto, pois tem duas mudanças de sinal. Determinar sua TIR.
-10 + 47 x - 72 x^2 + 36 x^3 = 0, x = 1/(1+r)
Error in uniroot(npv, interval = interval, cf = cf, ts = ts, extendInt = "yes", :
f.lower = f(lower) é NA
[1] 1
[1] 1.0 0.5 0.2
[1] 0.83 0.67 0.50
# Seleciona raiz real
raiz_real <- r[Im(r) == 0]
# Converter para i = 1/r - 1
i <- 1/raiz_real - 1
# Imprimir as raízes reais e os valores de i = TIR
data.frame(Raiz_Real = raiz_real, TIR = i)
# A tibble: 3 × 2
Raiz_Real TIR
<dbl> <dbl>
1 0.833 0.200
2 0.667 0.500
3 0.500 1.00
Os projetos A e B são aceitáveis até suas respectivas TIR, 21.48% e 18.33%.
O projeto B é melhor do que o A até a taxa de juro de 10.73%.
O projeto A é melhor do que o B até a 21.48% (TIR de A).
A série de fluxos de caixa que inclui todos os fluxos de um projeto de investimento é chamada de projeto.
O valor presente líquido (VPL, NPV) é o valor presente do projeto.
Um decisor pode preferir um projeto ao outro. Em geral, isso ocorre quando o decisor escolhe uma determinada taxa de juro para o cálculo de seu valor presente.
Um projeto é aceitável se o seu VPL é positivo.
Um critério para escolher o melhor projeto entre projetos aceitáveis é o de maior VPL.
Projeto simples tem o primeiro fluxo de caixa negativo e os subsequentes positivos e uma taxa de juro.
A taxa interna de retorno (TIR, IRR) é a taxa de juro para a qual o VPL do projeto é nulo.
Um projeto simples é aceitável se a taxa de juro é menor que TIR.
Imagine que você tenha a oportunidade de plantar árvores para depois vendê-las como lenha. Esse projeto necessita de um investimento inicial de 1 u.m. para comprar e plantar as sementes, sendo que até a colheita nenhum gasto adicional é necessário. No entanto, você tem a alternativa de escolher quando as árvores serão colhidas: (a) depois de um ano ou (b) depois de dois anos. Se você colher após 1 ano, você consegue seu retorno rapidamente. Porém, se esperar mais um ano, as árvores estarão mais crescidas e a receita gerada pelas vendas será maior. Imagine que as séries de fluxos de caixa de a e b sejam:
\[ \begin{align} a &= (-1,2) \\ b &= (-1,0,3) \end{align} \]
Imagine que a taxa de juro composto do mercado seja 10% a.a.
Portanto, os VPL são:
\[ \begin{align} VPL_a &= -1 + \dfrac{2}{1.1} \\ VPL_a &= 0.82 \end{align} \]
\[ \begin{align} VPL_b &= -1 + \dfrac{3}{1.1^2} \\ VPL_b &= 1.48 \end{align} \]
Os dois projetos simples são aceitáveis.
Como \(VPL_b > VPL_a\), então o projeto b é preferível ao a, i.e., \(b > a\).
Logo, projeto b é preferível ao a pelo critério de VPL.
Na HP12C, a notação matemática utilizada ao longo do texto tem a seguinte expressão:
\[ \begin{align} x_0 &= CF_0 \\ x_j &= CF_j \\ VPL &= NPV \\ TIR &= IRR \end{align} \]
Série a
f REG f 2 1 CHS g CFo 2 g CFj 10 i f NPV {0.82}
Série b
f REG f 2 1 CHS g CFo 0 g CFj 3 g CFj 10 i f NPV {1.48}
[1] 0.8181818
[1] 1.479339
Imagine que você quer passar sua vida toda plantando árvores para produzir lenha.
\[ \begin{align} a_{\infty} &= (-1,2,-1,2, \ldots) \\ b_{\infty} &= (-1,0,3,-1,0,3, \ldots) \end{align} \]
Considere que os dois projetos são perpétuos. Então:
\[ \begin{align} VPL_a^{\infty} &= VPL_a \left(1 - (1 + i)^{-2}\right)^{-1} = 0.82\times \left(1 - (1 + 0.1)^{-2}\right)^{-1} = 0.82 \times 5.76 = 4.7232 \\ VPL_b^{\infty} &= VPL_b \left(1 - (1 + i)^{-3}\right)^{-1} = 1.48\times \left(1 - (1 + 0.1)^{-3}\right)^{-1} = 1.48 \times 4.02 = 5.9496 \end{align} \]
Pelo critério de VPL finito de apenas um ciclo, \(b > a\), i.e., mesmo com a perpetuidade, o projeto b permanece preferível ao a.
Em algumas situações, a escolha do melhor projeto é determinada pelo decisor, independentemente da taxa de juro. Nesse contexto, dois critérios comuns de comparação são a dominância por magnitude e a dominância temporal.
A dominância por magnitude ocorre quando um projeto apresenta fluxos de caixa superiores aos de outro projeto em todos os instantes de tempo. Dizemos que a série de fluxos de caixa \(x\) domina a série \(y\) (\(x \succ y\)) se, para cada instante \(j\), o valor correspondente de \(x\) for maior ou igual ao de \(y\):
\[ x \succ y \implies (x_0, x_1, x_2, \dots, x_n) \succ (y_0, y_1, y_2, \ldots, y_n) \\\implies x_j \geq y_j\quad j = 0,1,2,\ldots,n \]
Exemplo:
\[ (-2, -1, 1, 5) \succ (-3, -1, 0, 5) \]
Neste exemplo, cada fluxo de caixa da série \(x\) é maior ou igual ao fluxo correspondente da série \(y\), portanto, \(x\) domina \(y\) por magnitude.
A dominância temporal ocorre quando dois projetos têm os mesmos valores de fluxo de caixa, mas em momentos diferentes. Neste caso, a série que apresenta os fluxos positivos mais cedo é considerada superior, pois antecipar receitas é geralmente preferível:
\[ x \succ y \implies (x_0, x_1, x_2, \dots) \succ (y_0, y_1, y_2, \dots) \]
Exemplo:
\[ (-1, 2, 0) \succ (-1, 0, 2) \]
Neste caso, a série \(x\) é preferível a \(y\) pois antecipa o fluxo positivo (2) em relação a \(y\), que o recebe posteriormente.
Imagine que você tenha que selecionar o melhor projeto de dois disponíveis. Os projetos são:
\[ \begin{align} a &= (-120000, 30000, 40000, 50000, 60000) \\ b &= (-120000, 45000, 45000, 45000, 45000) \end{align} \]
\[ \begin{align} TIR(a) &= 16.28\% \\ TIR(b) &= 18.45\% \end{align} \]
\[ \begin{align} VPL(a) &= 18877.13 \\ VPL(b) &= 22643.95 \end{align} \]
Para quais taxas de juros os VPL são negativos?
Plotar os gráficos do VPL de cada projeto para o intervalo de taxas de juros entre 5% e 25%.
a <- c(-120000, 30000, 40000, 50000, 60000)
b <- c(-120000, 45000, 45000, 45000, 45000)
cat("TIR a =", round(irra<-FinCal::irr(a),4), "\n")
TIR a = 0.1628
TIR b = 0.1845
VPL a = 18877.13
VPL b = 22643.95
r <- seq(0.05,0.25,0.01)
plot(r, FinCal::npv(r, a), type = "l", col = "blue",
xlab = "Taxa de Juro", ylab = "VPL",
main = "VPL dos Projetos em Função da Taxa de Juro")
lines(r, FinCal::npv(r, b), col = "red")
abline(v = 0.1, lty = 2)
abline(h = 0, lty = 2)
legend("topright",
legend = c("Projeto a", "Projeto b"), col = c("blue", "red"),
lty = 1, bty="n")
Imagine que você tenha que selecionar o melhor projeto de dois disponíveis. Os projetos são:
\[ \begin{align} a &= (-120000, 60000, 50000, 40000, 30000) \\ b &= (-120000, 45000, 45000, 45000, 45000) \end{align} \]
\[ \begin{align} TIR(a) &= 21.16\% \\ TIR(b) &= 18.45\% \end{align} \]
\[ \begin{align} VPL(a) &= 26410.76 \\ VPL(b) &= 22643.95 \end{align} \]
TIR a = 0.2116
TIR b = 0.1845
VPL a = 26410.76
VPL b = 22643.95
Imagine que você tenha que selecionar o melhor projeto de dois disponíveis. Os projetos são:
\[ \begin{align} a &= (-600000, 140000, 150000, 160000, 170000, 180000, 190000, 200000) \\ b &= (-600000, 0, 0, 200000, 200000, 200000, 200000, 200000, 200000, 200000) \end{align} \]
\[ \begin{align} \sum_{j=0}^{n} \dfrac{a_j}{(1+i)^j} &= \sum_{j=0}^{n} \dfrac{b_j}{(1+i)^j} \\ \sum_{j=0}^{n} \dfrac{a_j}{(1+i)^j} - \sum_{j=0}^{n} \dfrac{b_j}{(1+i)^j} &= 0 \\ \sum_{j=0}^{n} \dfrac{a_j - b_j}{(1+i)^j} &= 0 \end{align} \]
\[ i = 9.652\% \]
a <- c(-600000, 140000, 150000, 160000, 170000, 180000, 190000, 200000,0,0)
b <- c(-600000, 0, 0, 200000, 200000, 200000, 200000, 200000, 200000, 200000)
x <- a - b
try(tvm::irr(cf=x))
Error in uniroot(npv, interval = interval, cf = cf, ts = ts, extendInt = "yes", :
f.lower = f(lower) é NA
[1] 0.09651717
[1] 0.60085069 0.60085069 0.09651967
[1] 0.00+0.00i -0.92+0.36i -0.92-0.36i -0.22+0.95i -0.22-0.95i 0.62+0.75i
[7] 0.62-0.75i 0.91+0.00i -0.88+0.00i
# Seleciona raiz real
raiz_real <- r[Im(r) == 0]
# Converter para i = 1/r - 1
i <- 1/raiz_real - 1
# Imprimir as raízes reais e os valores de i = TIR
data.frame(Raiz_Real = raiz_real, TIR = i)
# A tibble: 3 × 2
Raiz_Real TIR
<cpl> <cpl>
1 0.0000000+0i Inf+NaNi
2 0.9119763+0i 0.09651967+ 0i
3 -0.8831079+0i -2.13236447+ 0i
\[ \begin{align} \text{TIR}(a) &= 19.27\% \text{ a.p.}\\ \text{TIR}(b) &= 16.00\% \text{ a.p.} \end{align} \]
a <- c(-600000, 140000, 150000, 160000, 170000, 180000, 190000, 200000,0,0)
b <- c(-600000, 0, 0, 200000, 200000, 200000, 200000, 200000, 200000, 200000)
x <- a
try(tvm::irr(cf=x))
Error in uniroot(npv, interval = interval, cf = cf, ts = ts, extendInt = "yes", :
f.lower = f(lower) é NA
[1] 0.192659
[1] 0.5745673 0.1926847 0.5745673
[1] -1.17+0.53i -1.17-0.53i -0.36+1.20i -0.36-1.20i 0.64+0.99i 0.64-0.99i
[7] 0.84+0.00i
# Seleciona raiz real
raiz_real <- r[Im(r) == 0]
# Converter para i = 1/r - 1
i <- 1/raiz_real - 1
# Imprimir as raízes reais e os valores de i = TIR
data.frame(Raiz_Real = raiz_real, TIR = i)
# A tibble: 1 × 2
Raiz_Real TIR
<cpl> <cpl>
1 0.8384446+0i 0.1926847+0i
Error in uniroot(npv, interval = interval, cf = cf, ts = ts, extendInt = "yes", :
f.lower = f(lower) é NA
[1] 0.1600677
[1] 0.3004330 0.1600936 0.3004330
[1] -1.155+0.42i -1.155-0.42i -0.610+0.99i -0.610-0.99i 0.769+0.85i
[6] 0.769-0.85i 0.065+1.14i 0.065-1.14i 0.862+0.00i
# Seleciona raiz real
raiz_real <- r[Im(r) == 0]
# Converter para i = 1/r - 1
i <- 1/raiz_real - 1
# Imprimir as raízes reais e os valores de i = TIR
data.frame(Raiz_Real = raiz_real, TIR = i)
# A tibble: 1 × 2
Raiz_Real TIR
<cpl> <cpl>
1 0.8619994+0i 0.1600936+0i
\[ \begin{align} \text{VPL}(a) &= 269134.00 \\ \text{VPL}(b) &= 292724.60 \end{align} \]
TIR a = 0.1927
TIR b = 0.1601
VPL a = 269134
VPL b = 292724.6
O projeto b é preferível para taxa de juro menor do que 9.65% a.p.
O projeto a é preferível para taxa de juro maior que 9.65% a.p. até sua TIR = 19.27% a.p.
Calcule a TIR do projeto \(a = (50, −100, 100)\).
Solução:
internal rate of return: the internal rate of return, IRR, is not a real number
Error in uniroot(npv, interval = interval, cf = cf, ts = ts, extendInt = "yes", :
f.lower = f(lower) é NA
Error in uniroot(function(r) -1 * pv.uneven(r, subcf) + cf[1], interval = c(1e-10, :
nenhuma alteração de sinal encontrada em 1000 iterações
[1] -3.7320508 -0.2679492
[1] 0.5+0.5i 0.5-0.5i
# Seleciona raiz real
raiz_real <- r[Im(r) == 0]
# Converter para i = 1/r - 1
i <- 1/raiz_real - 1
# Imprimir as raízes reais e os valores de i = TIR
data.frame(Raiz_Real = raiz_real, TIR = i)
# A tibble: 0 × 2
# ℹ 2 variables: Raiz_Real <cpl>, TIR <cpl>
Selecione e justifique a escolha do melhor projeto:
\[ \begin{align} a &= (−177.88; 276.79; 100.00) \\ b &= (−100.00; 100.00; 200.00) \end{align} \]
Solução:
Para taxa de juro maior que 7% e menor que 20%, a é o melhor projeto.
Para taxa menor que 7%, b é o melhor projeto. Para taxa de juro maior que 20% até \(TIR_b = 100\%\), b é o melhor projeto.
TIR a = 0.8585
TIR b = 1
VPL(i=0.07) a = 168.1461
VPL(i=0.07) b = 168.1457
VPL(i=0.2) a = 122.2228
VPL(i=0.2) b = 122.2222
Um investidor tem a oportunidade de comprar um terreno por R$ 79.000,00 e gostaria de ter um retorno de 13.50% a.a. Ele acha que será possível vendê-lo após 10 anos por R$ 100.000,00 e prevê os fluxos de caixa anuais mostrados na tabela abaixo:
Ano | Fluxo de caixa (R$) | Ano | Fluxo de caixa (R$) |
---|---|---|---|
1 | 14000 | 6 | 9100 |
2 | 11000 | 7 | 9000 |
3 | 10000 | 8 | 9000 |
4 | 10000 | 9 | 4500 |
5 | 10000 | 10 | 100000 |
Determinar VPL e TIR deste investimento.
Solução:
Como o VPL é positivo, o investimento aumentaria o valor financeiro do ativo do investidor em R$ 907.77. TIR = 13.72%.
f REG f 2
79000 CHS g CFo
14000 g CFj
11000 g CFj
10000 g CFj 3 g Nj
9100 g CFj
9000 g CFj 2 g Nj
4500 g CFj
100000 g CFj
RCL n
13.5 i
f NPV {907.77}
f IRR {13.72}
x <- c(-79000,
14000,
11000,
rep(10000,3),
9100,
rep(9000,2),
4500,
100000)
cat("VPL =", round(FinCal::npv(r=0.135, x), 2), "\n")
VPL = 907.77
[1] 0.1371737
[1] 0.1371971
[1] 0.2380619 0.2380619 0.1371972
[1] 0.81+0.57i 0.81-0.57i -0.30+0.94i -0.30-0.94i 0.32+0.94i 0.32-0.94i
[7] -0.99+0.00i -0.80+0.58i -0.80-0.58i 0.88+0.00i
# Seleciona raiz real
raiz_real <- r[Im(r) == 0]
# Converter para i = 1/r - 1
i <- 1/raiz_real - 1
# Imprimir as raízes reais e os valores de i = TIR
data.frame(Raiz_Real = raiz_real, TIR = i)
# A tibble: 2 × 2
Raiz_Real TIR
<cpl> <cpl>
1 -0.9864912+0i -2.0136938+0i
2 0.8793550+0i 0.1371972+0i
“A longo prazo, todos estaremos mortos.”
KEYNES, John Maynard (1923) A Tract on Monetary Reform. Londres: Macmillan, p. 80.
Os dois exemplos a seguir usam a distribuição normal multivariada para modelar a estrutura de relacionamento entre as variáveis financeiras, conforme Capítulo 4: Distribuição normal multivariada.
Ponto de equilíbrio (Break-Even Point (BEP)): Wikipédia
Este exemplo está baseado em Exemplo 10.3: Equação de ponto de equilíbrio de Park & Sharp-Bete (1990, cap. 10).
Considere a equação de ponto de equilíbrio de um produto:
\[ Z = (V - C)X - K \]
sendo que \(V\) é o preço de venda unitário, \(C\) é o custo variável unitário, \(X\) é o volume de vendas, \(K\) é um custo fixo, e \(Z\) é o lucro realizado.
O código em R abaixo calcula média, mediana, desvio-padrão e intervalo de alta densidade de 95% do lucro a ser realizado, assumindo que \(K\) é conhecido com certeza, mas \(V\), \(C\) e \(X\) são variáveis aleatórias dependentes normalmente distribuídas.
O ponto de equilíbrio é a quantidade mínima de consultas que uma clínica médica precisa realizar para cobrir seus custos, sem gerar lucro nem prejuízo. Ele é dado pela fórmula:
\[ X^\ast = \dfrac{K}{V - C} \]
Sendo que:
Suponha que uma clínica médica tenha os seguintes custos e receitas:
O ponto de equilíbrio é calculado como:
\[ X^\ast = \dfrac{50000}{200 - 50} = \dfrac{50000}{150} = 333.33 \]
Ou seja, a clínica precisa realizar 334 consultas por mês para não operar no prejuízo.
invisible(Sys.setlocale("LC_CTYPE", "pt_BR.UTF-8"))
invisible(Sys.setlocale("LC_ALL", "pt_BR.UTF-8"))
set.seed(123)
n <- 1e5
# Função para gerar vetor Z
gerar_Z <- function(mu, sd, r, K) {
Sigma <- matrix(c(
sd[1]^2, r[1]*sd[1]*sd[2], r[2]*sd[1]*sd[3],
r[1]*sd[1]*sd[2], sd[2]^2, r[3]*sd[2]*sd[3],
r[2]*sd[1]*sd[3], r[3]*sd[2]*sd[3], sd[3]^2
), 3, 3, byrow = TRUE)
stopifnot(all(eigen(Sigma)$values > 0)) # PSD
amostra <- mvtnorm::rmvnorm(n, mu, Sigma)
colnames(amostra) <- c("V", "C", "X")
Z <- (amostra[, "V"] - amostra[, "C"]) * amostra[, "X"] - K
return(Z)
}
# Cenários
mu1 <- c(300, 50, 200); sd1 <- c(60, 10, 40); r1 <- c(0.5, -0.5, 0)
mu2 <- c(400, 50, 200); sd2 <- c(80, 10, 40); r2 <- c(0.7, -0.2, 0.1)
K <- 5e4
Z1 <- gerar_Z(mu1, sd1, r1, K)
Z2 <- gerar_Z(mu2, sd2, r2, K)
# Estatísticas comparativas
estatisticas <- data.frame(
Estatística = c("Média", "Mediana", "Desvio-padrão", "Proporção Z < 0"),
Z1 = c(mean(Z1), median(Z1), sd(Z1), mean(Z1 < 0)),
Z2 = c(mean(Z2), median(Z2), sd(Z2), mean(Z2 < 0))
)
# Arredondar apenas as colunas numéricas
estatisticas$Z1 <- round(estatisticas$Z1, 4)
estatisticas$Z2 <- round(estatisticas$Z2, 4)
print(estatisticas)
Estatística Z1 Z2
1 Média -1227.8486 19359.9726
2 Mediana -1637.7844 18231.4587
3 Desvio-padrão 10504.6525 18083.5310
4 Proporção Z < 0 0.5616 0.1381
HDI 95% Z1
lower upper
-20910.89 20060.12
attr(,"credMass")
[1] 0.95
HDI 95% Z2
lower upper
-14850.87 55252.78
attr(,"credMass")
[1] 0.95
Shapiro-Wilk Z1
Shapiro-Wilk normality test
data: Z1[1:5000]
W = 0.99762, p-value = 4.977e-07
Shapiro-Wilk Z2
Shapiro-Wilk normality test
data: Z2[1:5000]
W = 0.99319, p-value = 1.023e-14
# Gráfico de densidades com normal teórica
plot(density(Z1), col = "red", lwd = 2,
xlab = "Z", main = expression(Z == (V - C) * X - 50000))
lines(density(Z2), col = "blue", lwd = 2)
curve(dnorm(x, mean(Z1), sd(Z1)), add = TRUE, col = "red", lty = 2)
curve(dnorm(x, mean(Z2), sd(Z2)), add = TRUE, col = "blue", lty = 2)
legend("topright", legend = c("Z1", "Z2", "Normal(Z1)", "Normal(Z2)"),
col = c("red", "blue", "red", "blue"), lty = c(1,1,2,2), lwd = 2, bty = "n")
abline(v=0, lty=3)
# Gráfico conjunto das ECDFs
plot(ecdf(Z1), col = "red", lwd = 2,
main = expression(paste("ECDF de ", Z == (V - C) * X - 50000)), xlab = "Z")
lines(ecdf(Z2), col = "blue", lwd = 2)
abline(h = 0.5, v = 0, lty = 2)
legend("bottomright", legend = c("Z1", "Z2"), col = c("red", "blue"),
lwd = 2, bty = "n")
invisible(Sys.setlocale("LC_CTYPE", "pt_BR.UTF-8"))
invisible(Sys.setlocale("LC_ALL", "pt_BR.UTF-8"))
set.seed(123)
n <- 1e5
mu <- c(100, 0.08, 5)
sd <- c(20, 0.02, 1)
r <- c(0.5, -0.5, 0.1)
Sigma <- matrix(c(
sd[1]^2, r[1]*sd[1]*sd[2], r[2]*sd[1]*sd[3],
r[1]*sd[1]*sd[2], sd[2]^2, r[3]*sd[2]*sd[3],
r[2]*sd[1]*sd[3], r[3]*sd[2]*sd[3], sd[3]^2
), 3, 3, TRUE)
stopifnot(all(eigen(Sigma)$values > 0)) # PSD garantido
amostra <- as.data.frame(mvtnorm::rmvnorm(n, mu, Sigma))
colnames(amostra) <- c("P", "i", "n")
F <- amostra$P * exp(amostra$i * amostra$n)
cat("\nMédia de F:", round(mean(F), 2), "\n")
Média de F: 151.24
Mediana de F: 148.76
Desvio-padrão de F: 38.06
# Gráfico de densidade com curva normal teórica
plot(density(F), col = "blue", lwd = 2,
main = expression(F == P*exp(i*n)), xlab = "F")
curve(dnorm(x, mean(F), sd(F)), add = TRUE, col = "red", lty = 2, lwd = 2)
legend("topright", legend = c("Densidade empírica", "Normal teórica"),
col = c("blue", "red"), lty = c(1, 2), lwd = 2, bty = "n")
HDI 95%
lower upper
80.10158 228.18666
attr(,"credMass")
[1] 0.95
Shapiro-Wilk normality test
data: F[1:5000]
W = 0.99161, p-value < 2.2e-16
# ECDF com curva da normal teórica
plot(ecdf(F), col = "blue", lwd = 2,
xlab = "F", main = expression(F == P*exp(i*n)))
curve(pnorm(x, mean(F), sd(F)), add = TRUE, col = "red", lty = 2, lwd = 2)
abline(h = 0.5, lty = 2)
legend("bottomright", legend = c("ECDF empírica", "CDF normal"),
col = c("blue", "red"), lty = c(1, 2), lwd = 2, bty = "n")
Suponha que a variável aleatória \(T\) tem função de densidade de probabilidade \(f(t)\).
A transformada de Laplace, sendo \(r>0\), é dada por:
\[ \mathcal{L}(r)=\int_{0}^{\infty}{f(t)\exp(-rt)dt}=\mathbb{E}\left(\exp(-rT)\right) \]
A transformada de Laplace é a esperança da variável aleatória fator de decaimento exponencial \(\exp(-rT)\).
\[ \mathbb{E}\left(\exp(-rT)\right)=\mathcal{L}(r) \]
a variância da variável aleatória fator de decaimento exponencial \(\exp(-rT)\) é:
\[ \mathbb{V}\left(\exp(-rT)\right)=\mathcal{L}(2r)-\left(\mathcal{L}(r)\right)^2 \]
\[ \begin{array}{|c|c|c|} \hline \text{Função de Densidade de } T& \text{Transformada de Laplace} \, \mathbb{E}(e^{-rT}) \\ \hline \text{Normal Generalizada} & \exp\left( \dfrac{1}{2}(r^2 \sigma^2-2r \mu ) \right) \\ \dfrac{1}{\sigma \sqrt{2 \pi}} \exp\left( -\dfrac{1}{2}\left(\dfrac{x - \mu}{ \sigma} \right)^2\right) & -\infty < x < \infty \\ \hline \text{Normal Padrão} & \exp\left( \dfrac{1}{2}r^2 \right) \\ \dfrac{1}{\sqrt{2 \pi}} \exp\left( -\dfrac{1}{2}x^2 \right) & -\infty < x < \infty \\ \hline \text{Uniforme} & \dfrac{\exp(-ra) - \exp(-rb)}{r(b - a)} \\ \dfrac{1}{b - a} & a \leq x \leq b \\ \hline \text{Gamma} & \left( 1 + \dfrac{r}{a} \right)^{-b} \\ \dfrac{a^b}{\Gamma(b)} x^{b-1} \exp\left( -ax \right) & 0 < x < \infty \\ \hline \text{Exponencial} & \left( 1 + \dfrac{r}{a} \right)^{-1} \\ a\exp(-ax) & 0 < x < \infty \\ \hline \end{array} \]
LaplaceTransform[PDF[UniformDistribution[a, b], x], x, r]
LaplaceTransform[2 PDF[NormalDistribution[\mu,\sigma], x], x, r]
LaplaceTransform[2 PDF[NormalDistribution[0,1], x], x, r]
LaplaceTransform[PDF[GammaDistribution[b,a], x], x, r]
LaplaceTransform[PDF[ExponentialDistribution[1,a], x], x, r]
Interrupções de energia em certa planta industrial acarretam um custo esperado de US$ 30.000 sempre que ocorrem. Essas interrupções são modeladas como ocorrendo segundo uma distribuição exponencial negativa, com tempo médio entre ocorrências sucessivas de 1.2 anos. Assumindo capitalização contínua a uma taxa \(r = 10\%\) ao ano, qual o valor esperado e o desvio padrão do valor presente do custo da próxima interrupção? Explique por que US$ 178 é o custo adicional associado à incerteza no momento da ocorrência.
Solução:
Seja \(T \sim \text{Exponencial}(\lambda)\) com \(\lambda = \dfrac{1}{1.2} = \dfrac{5}{6}\), e \(r = 0.10\).
A variável de interesse é o valor presente do custo:
\[ VP = C \cdot e^{-rT}, \quad \text{com } C = 30000 \]
A esperança de \(e^{-rT}\) é dada pela transformada de Laplace:
\[ \mathbb{E}(e^{-rT}) = \left(1 + \dfrac{r}{\lambda} \right)^{-1} = \left(1 + \dfrac{0.10}{5/6} \right)^{-1} = \dfrac{1}{1.12} \approx 0.892857 \]
Portanto:
\[ \mathbb{E}(VP) = 30000 \cdot 0.892857 \approx 26785.71 \]
A variância de \(VP\) é:
\[ \begin{align} \mathbb{V}(VP) &= C^2 \cdot \left[ \left(1 + \dfrac{2r}{\lambda} \right)^{-1} - \left(1 + \dfrac{r}{\lambda} \right)^{-2} \right] \\ &= 30000^2 \cdot \left[ \dfrac{1}{1.24} - \left( \dfrac{1}{1.12} \right)^2 \right] \\ &\approx 900000000 \cdot (0.806452 - 0.797101) \\ \mathbb{V}(VP) &\approx 8416350 \end{align} \]
Desvio padrão:
\[ \sigma_{VP} = \sqrt{8416350} \approx 2900.23 \]
Custo da incerteza:
Se o tempo até a interrupção fosse conhecido com certeza (1.2 anos), o valor presente seria:
\[ \begin{align} VP_{\text{certo}} &= 30000 \cdot e^{-0.10 \cdot 1.2} \\ &= 30000 \cdot e^{-0.12} \\ &\approx 30000 \cdot 0.88692 \\ VP_{\text{certo}} &\approx 26607.60 \end{align} \]
A diferença entre o valor esperado sob incerteza e o valor presente sob certeza é:
\[ 26785.71 - 26607.60 = 178.11 \]
Portanto, US$ 178 representa o custo adicional da incerteza no tempo de ocorrência da próxima interrupção.
# Parâmetros do problema
C <- 30000 # custo por interrupção
r <- 0.10 # taxa de desconto contínua
lambda <- 5/6 # taxa da exponencial (inverso de 1.2 anos)
# Esperança teórica do VP
E_VP <- C * (1 + r / lambda)^(-1)
# Variância teórica do VP
L1 <- (1 + r / lambda)^(-1)
L2 <- (1 + 2 * r / lambda)^(-1)
V_VP <- C^2 * (L2 - L1^2)
SD_VP <- sqrt(V_VP)
# Valor presente certo (tempo certo = 1.2)
VP_certo <- C * exp(-r * 1.2)
custo_incerteza <- E_VP - VP_certo
# Impressão dos resultados teóricos
cat("Esperança teórica:", round(E_VP, 2), "\n")
Esperança teórica: 26785.71
Desvio-padrão teórico: 2886.51
Valor presente com tempo certo: 26607.61
Custo da incerteza: 178.1
# Simulação Monte Carlo
set.seed(2025)
n_sim <- 1e5
T_sim <- rexp(n_sim, rate = lambda)
VP_sim <- C * exp(-r * T_sim)
# Estatísticas simuladas
E_VP_sim <- mean(VP_sim)
SD_VP_sim <- sd(VP_sim)
cat("\nEsperança simulada:", round(E_VP_sim, 2), "\n")
Esperança simulada: 26790.18
Desvio-padrão simulado: 2896.6
# Gráfico de densidade
dens <- density(VP_sim)
plot(dens, main = "Densidade do Valor Presente Simulado",
xlab = "Valor Presente", lwd = 2, col = "blue")
abline(v = E_VP, col = "red", lwd = 2, lty = 2) # média teórica
abline(v = E_VP_sim, col = "blue", lwd = 2, lty = 1) # média simulada
abline(v = E_VP + SD_VP, col = "red", lty = 3)
abline(v = E_VP - SD_VP, col = "red", lty = 3)
abline(v = E_VP_sim + SD_VP_sim, col = "blue", lty = 3)
abline(v = E_VP_sim - SD_VP_sim, col = "blue", lty = 3)
legend("topleft",
legend = c("Esperança teórica", "Esperança simulada", "±1 DP teórico", "±1 DP simulado"),
col = c("red", "blue", "red", "blue"),
lty = c(2, 1, 3, 3), lwd = 2, bty="n")
Suponha que uma renda contínua uniforme de intensidade \(\bar{A}\) inicie em um instante aleatório \(K\) e tenha duração aleatória \(T\). Suponha ainda que \(K\) e \(T\) sejam variáveis aleatórias independentes com distribuições conhecidas. Deseja-se calcular o valor esperado e o desvio-padrão do valor presente dessa renda contínua, considerando capitalização contínua a uma taxa \(r > 0\).
Solução:
Vamos tratar essa situação em duas etapas. Primeiro, se \(K\) e \(T\) forem conhecidos com certeza, a expressão do valor presente a uma taxa nominal de juros \(r\), assumindo capitalização contínua, seria:
\[ PV(r) = A \left[ \frac{e^{-rK} - e^{-r(K+T)}}{r} \right] = \frac{A}{r} e^{-rK}(1 - e^{-rT}) \tag{10.59} \]
Quando \(K\) e \(T\) forem variáveis aleatórias, podemos tomar a esperança dos dois lados da equação (10.59), obtendo:
\[ \mathbb{E}[PV(r)] = \frac{A}{r} \cdot \mathbb{E}[e^{-rK} - e^{-r(K+T)}] \tag{10.60} \]
Suponha que \(f(K)\) e \(g(T)\) representem as funções de densidade de probabilidade dos tempos de início e de término, respectivamente. Da Tabela 10.4, definimos:
\[ \mathbb{E}[e^{-rK}] = \mathcal{L}_K(r), \quad \mathbb{E}[e^{-rT}] = \mathcal{L}_T(r) \]
Como \(K\) e \(T\) são independentes, segue-se que:
\[ \mathbb{E}[e^{-r(K+T)}] = \mathbb{E}[e^{-rK} e^{-rT}] = \mathbb{E}[e^{-rK}] \cdot \mathbb{E}[e^{-rT}] = \mathcal{L}_K(r) \cdot \mathcal{L}_T(r) \]
Substituindo essas expressões em (10.60):
\[ \mathbb{E}[PV(r)] = \frac{A}{r} \cdot \mathcal{L}_K(r) \cdot [1 - \mathcal{L}_T(r)] \tag{10.61} \]
Para encontrar a expressão da variância de \(PV(r)\), assumindo independência, usamos:
\[ \text{Var}[PV(r)] = \left( \frac{A}{r} \right)^2 \mathbb{V}(e^{-rK} (1 - e^{-rT})) \tag{10.62} \]
Da Eq. 10.56 decorre que:
\[ \mathbb{V}(e^{-rK}) = \mathcal{L}_K(2r) - \mathcal{L}_K^2(r), \quad \mathbb{V}(e^{-rT}) = \mathcal{L}_T(2r) - \mathcal{L}_T^2(r) \]
Da Eq. 10.25, a variância do produto de duas variáveis aleatórias independentes é:
\[ \mathbb{V}(e^{-rK}(1 - e^{-rT})) = \mathcal{L}_K(2r)(1 - 2\mathcal{L}_T(r) + \mathcal{L}_T(2r)) - [\mathcal{L}_K(r)(1 - \mathcal{L}_T(r))]^2 \tag{10.63} \]
Substituindo a Eq. 10.63 de volta na Eq. 10.62, obtemos a variância de \(PV(r)\).
Um fluxo de caixa contínuo uniforme totalizando $1.000 por ano começará num futuro próximo e continuará por um período de tempo incerto. Mais precisamente, o instante inicial, \(K\), sofre um atraso incerto, uniformemente distribuído entre 6 meses e 1 ano (ou seja, entre 0.5 e 1.0 anos). A duração do projeto, \(T\), segue uma distribuição gama com média de 3 anos e variância 1, cujos parâmetros são \(a = 3\) e \(b = 9\). A taxa nominal de juros é de 10% ao ano, com capitalização contínua. Deseja-se calcular o valor esperado e o desvio-padrão do valor presente desse fluxo contínuo uniforme.
Início e duração do projeto incertos.
Solução:
As transformadas de Laplace das distribuições uniforme e gama são as seguintes:
\[ L(r_1) = \dfrac{e^{-ra} - e^{-rb}}{r(b - a)} = \dfrac{e^{-0.1 \cdot 0.5} - e^{-0.1 \cdot 1}}{0.1(1 - 0.5)} = L(0.1) = 0.9278 \]
\[ L(r_2) = \left( 1 + \dfrac{r}{a} \right)^{-b} = \left( 1 + \dfrac{0.1}{3} \right)^{-9} = L(0.1) = 0.7444 \]
Assim, também calculamos:
\[ \begin{align} L(2r_1) &= \dfrac{e^{-0.2 \cdot 0.5} - e^{-0.2 \cdot 1}}{0.2(1 - 0.5)} = 0.8610\\ L(2r_2) &= \left( 1 + \dfrac{0.2}{3} \right)^{-9} = 0.5594 \end{align} \]
Finalmente:
\[ \begin{align} \mathbb{E}[PV(10\%)] &= \dfrac{1000}{0.1} \cdot 0.9278 \cdot (1 - 0.7444)\\ \mathbb{E}[PV(10\%)] &= 2,371.46\\\\ \mathbb{V}(e^{-rK}) &= 0.8610 - (0.9278)^2 = 0.00018746\\ \mathbb{V}(e^{-rT}) &= 0.5594 - (0.7444)^2 = 0.00526061\\\\ \mathbb{V}[PV(10\%)] &= \left( \dfrac{1000}{0.1} \right)^2 \left[ 0.00018746(1 - 0.7444)^2 + (0.9278)^2 \cdot 0.00526061 \right]\\ \mathbb{V}[PV(10\%)] &= \left( \dfrac{1000}{0.1} \right)^2 \cdot 0.0068277 = 450,482.6 \end{align} \]
Desvio-padrão de \(PV(10\%)\):
\[ \sigma_{PV}=\sqrt{450,482.6} = 671.18 \]
# Parâmetros
A <- 1000
r <- 0.1
# Transformadas de Laplace
L_K_r <- (exp(-r * 0.5) - exp(-r * 1)) / (r * 0.5)
L_K_2r <- (exp(-2 * r * 0.5) - exp(-2 * r * 1)) / (2 * r * 0.5)
# T ~ Gama(a = 3, b = 9) → rate = a, shape = b
a <- 3 # rate
b <- 9 # shape
L_T_r <- (1 + r / a)^(-b)
L_T_2r <- (1 + 2 * r / a)^(-b)
# Esperança teórica
E_PV <- (A / r) * L_K_r * (1 - L_T_r)
# Variância teórica
Var_PV <- (A / r)^2 * (L_K_2r * (1 - 2 * L_T_r + L_T_2r) - (L_K_r * (1 - L_T_r))^2)
SD_PV <- sqrt(Var_PV)
# Simulação
set.seed(2025)
n <- 1e6
K <- runif(n, 0.5, 1)
T <- rgamma(n, shape = b, rate = a)
PV <- A * exp(-r * K) * (1 - exp(-r * T)) / r
# Estatísticas simuladas
E_PV_sim <- mean(PV)
SD_PV_sim <- sd(PV)
# Saídas numeradas
cat("=== Resultados Teóricos ===\n")
=== Resultados Teóricos ===
Esperança teórica: 2371.09
Desvio padrão teórico: 671.14
=== Resultados Simulados ===
Esperança simulada: 2370.87
Desvio padrão simulado: 671.18
# Gráfico
plot(density(PV), main = "Densidade do Valor Presente", xlab = "Valor Presente", lwd = 2)
abline(v = E_PV, col = "red", lty = 2, lwd = 2)
abline(v = E_PV_sim, col = "blue", lty = 3, lwd = 2)
abline(v = E_PV_sim + SD_PV_sim, col = "blue", lty = 3)
abline(v = E_PV_sim - SD_PV_sim, col = "blue", lty = 3)
abline(v = E_PV + SD_PV, col = "red", lty = 2)
abline(v = E_PV - SD_PV, col = "red", lty = 2)
legend("topright", legend = c("Teórica", "Simulada"), col = c("red", "blue"),
lty = c(2, 3), lwd = 2, bty="n")
Quando há aleatoriedade tanto na magnitude quanto nos momentos dos fluxos de entrada, podemos desenvolver uma solução analítica com as seguintes suposições:
Sejam \(t_1, t_2, \dots, t_n\) os tempos dos fluxos \(F_1, F_2, \dots, F_n\), com \(t_j = \sum_{k=1}^{j} d_k\), onde \(d_j\) é uma variável aleatória contínua. O valor presente líquido é:
\[ PV(r) = \sum_{j=1}^{n} F_j \exp\left( -r \sum_{k=1}^{j} d_k \right) - F_0 \tag{10.64} \]
Períodos e fluxos de caixa incertos.
Considere um projeto com as seguintes características:
Período | Fluxo de Caixa | Média | Variância | Distribuição |
---|---|---|---|---|
\(t_0\) | -500 | certo | 0 | Determinístico |
\(t_1\) | 400 | 1 | 1 | Exponencial |
\(t_2\) | 400 | 1 | 1 | Exponencial |
Os tempos entre fluxos são: \(d_1 = t_1 -
t_0\), \(d_2 = t_2 - t_1\), com
\(d_1\) e \(d_2\) independentes e exponenciais com
média 1.
Com \(r = 0.10\) e \(n = 2\):
\[ PV(r) = F_0 + F_1 e^{-r d_1} + F_2 e^{-r(d_1 + d_2)} \]
Como \(F\) e \(d\) são independentes:
\[ \mathbb{E}[PV(r)] = \mathbb{E}[F_0] + \mathbb{E}[F_1] \cdot \mathcal{L}(r) + \mathbb{E}[F_2] \cdot \mathcal{L}^2(r) \]
Sabendo que a transformada de Laplace da distribuição exponencial é:
\[ \mathcal{L}(r) = \frac{1}{1 + r} \]
Obtemos:
\[ \mathbb{E}[PV(0.10)] = -500 + \frac{400}{1.1} + \frac{400}{1.1^2} = 194.21 \]
A variância do valor presente é:
\[ \mathbb{V}[PV(r)] = \mathbb{V}(F_1 e^{-r d_1}) + \mathbb{V}(F_2 e^{-r(d_1 + d_2)}) + 2 \cdot \text{Cov}(F_1 e^{-r d_1}, F_2 e^{-r(d_1 + d_2)}) \]
Com:
\[ \mathbb{V}(F_j) = 2500, \quad \mathbb{V}(e^{-r d}) = \mathcal{L}(2r) - \mathcal{L}^2(r) \]
Usando:
\[ \mathcal{L}(r) = \frac{1}{1.1}, \quad \mathcal{L}(2r) = \frac{1}{1.2} \]
Calculamos:
\[ \mathbb{V}(e^{-r(d_1 + d_2)}) = \left( \frac{1}{1.2} \right)^2 - \left( \frac{1}{1.1} \right)^4 \]
Assim:
\[ \mathbb{V}(F_1 e^{-r d_1}) = 3185.262, \quad \mathbb{V}(F_2 e^{-r(d_1 + d_2)}) = 3457.58 \]
Assumindo correlação perfeita (\(\rho = 1\)):
\[ \text{Cov}(F_1 e^{-r d_1}, F_2 e^{-r(d_1 + d_2)}) = \sqrt{3185.262 \cdot 3457.58} = 3369.819 \]
Logo:
\[ \mathbb{V}[PV(0.10)] = 3185.262 + 3565.069 + 2 \cdot 3369.819 = 13490.82 \]
E o desvio-padrão:
\[ \sigma_{PV} = \sqrt{\mathbb{V}[PV(0.10)]} = \sqrt{13490.82} = 116.15 \]
set.seed(123)
# Parâmetros
F0 <- -500
F1 <- 400
F2 <- 400
r <- 0.10
n <- 1e6
# Simulação
d1 <- rexp(n, rate = 1)
d2 <- rexp(n, rate = 1)
PV <- F0 + F1 * exp(-r * d1) + F2 * exp(-r * (d1 + d2))
# Estatísticas simuladas
mean_sim <- mean(PV)
sd_sim <- sd(PV)
# Esperança teórica
Lr <- 1 / (1 + r)
L2r <- 1 / (1 + 2 * r)
mean_theo <- F0 + F1 * Lr + F2 * Lr^2
# Variância teórica corrigida
E_F <- 400
V_F <- 50^2
V_exp_r <- L2r - Lr^2
V_exp_2r <- L2r^2 - Lr^4
print(V1 <- (F1^2+V_F)*(Lr^2+V_exp_r) - (F1*Lr)^2) # (10.25)
[1] 3185.262
[1] 3565.069
[1] 3369.819
# Variância total e desvio-padrão
var_theo <- V1 + V2 + 2 * Cov12
sd_theo <- sqrt(var_theo)
# Resultado
print(data.frame(
Estatística = c("Esperança", "Desvio-padrão"),
Teórico = c(round(mean_theo, 2), round(sd_theo, 2)),
Simulado = c(round(mean_sim, 2), round(sd_sim, 2))
))
Estatística Teórico Simulado
1 Esperança 194.21 194.25
2 Desvio-padrão 116.15 70.14
# Gráfico
plot(density(PV), main = "Densidade do Valor Presente",
xlab = "Valor Presente", lwd = 2, col = "blue")
abline(v = mean_sim, col = "blue", lwd = 2)
abline(v = mean_sim + sd_sim, col = "blue", lty = 2)
abline(v = mean_sim - sd_sim, col = "blue", lty = 2)
abline(v = mean_theo, col = "red", lwd = 2)
abline(v = mean_theo + sd_theo, col = "red", lty = 2)
abline(v = mean_theo - sd_theo, col = "red", lty = 2)
legend("topleft",
legend = c("Média Simulada", "Média Teórica",
"±1 DP Simulado", "±1 DP Teórico"),
col = c("blue", "red", "blue", "red"),
lty = c(1, 1, 2, 2), lwd = 2, bty = "n")
Fonte: Consortium for Mathematics and its Applications – COMAP (2003) For all practical purposes: Mathematical literacy in today’s world. 6ª ed. USA: WH Freeman. P. 826-9.
Atualmente, a distribuição da energia consumida no mundo é composta principalmente por fontes fósseis, sendo que o petróleo, o carvão e o gás natural ainda representam a maior parte do consumo energético global.
Apesar dos esforços globais para aumentar o uso de fontes de energia de baixo carbono, o progresso tem sido mais lento do que o necessário para atingir metas climáticas mais agressivas.
Especificamente, os dados mais recentes indicam que os combustíveis fósseis ainda representam cerca de 80% do consumo de energia primária mundial. O petróleo é a maior fonte de energia, seguido pelo carvão e pelo gás natural. A energia nuclear, que também é considerada uma fonte de baixo carbono, contribui com uma parte significativa, mas menor, do mix energético global.
A participação das energias renováveis está crescendo, com fontes como hidrelétrica, solar e eólica contribuindo cada vez mais para o mix energético. No entanto, essa transição para fontes de energia renováveis precisa acelerar para que possamos atender às demandas energéticas crescentes de forma sustentável e atenuar os impactos das mudanças climáticas.
Recursos não renováveis são materiais ou energias que, uma vez consumidos, não podem ser repostos, ou são repostos tão lentamente pela natureza que, para fins práticos, são considerados inesgotáveis. Estes incluem combustíveis fósseis como petróleo, carvão e gás natural, além de recursos como urânio, prata, cobre e ouro. A característica comum desses recursos é que eles foram formados ao longo de milhões de anos sob condições geológicas específicas e, portanto, sua taxa de reposição é extremamente lenta em comparação com a escala de tempo humana.
O esgotamento de recursos não renováveis pode levar a crises econômicas, conflitos geopolíticos e desordens sociais, à medida que as nações competem por recursos limitados.
Além disso, a dependência desses recursos incentiva a busca por alternativas mais sustentáveis, como energias renováveis e materiais recicláveis, fomentando inovações tecnológicas em direção a uma economia mais verde e menos dependente de combustíveis fósseis.
Em resumo, os recursos não renováveis são componentes vitais da
infraestrutura econômica global, mas seu contínuo apresenta desafios
significativos para a sustentabilidade ambiental e para a estabilidade
econômica e política mundial.
### Taxa de crescimento da população mundial
A taxa de crescimento da população mundial atualmente está em torno de 1% ao ano. Este valor representa uma desaceleração em comparação com décadas anteriores, refletindo tendências de redução nas taxas de natalidade em muitos países ao redor do mundo.
Longevidade exponencial da reserva é o número de anos de duração da reserva de um recurso não renovável com determinada taxa de crescimento populacional anual.
\(n\): Longevidade exponencial da
reserva (ano): número de anos de duração da reserva com taxa \(i%\) a.a.
\(n_e\): Longevidade estática da
reserva (ano): número de anos de duração da reserva com taxa nula
\(i\): Taxa de crescimento populacional
anual
Montante de uma renda postecipada:
\[ \begin{align} S_{n\rceil i} &= \sum_{a=1}^{n} T (1+i)^{a-1} \\ S_{n\rceil i} &= T \dfrac{(1+i)^n - 1}{i} \\ S_{n\rceil i} &= T s_{n\rceil i} \end{align} \]
A Longevidade estática da reserva é dada por:
\[ n_e = \dfrac{S_{n\rceil i}}{T} \]
\[ \begin{align} s_{n\rceil i} &= n_e \\ \dfrac{(1 + i)^n - 1}{i} &= n_e \end{align} \]
Portanto, a fórmula da Longevidade exponencial da reserva é dada por:
\[ n = \dfrac{\ln(1 + n_e i)}{\ln(1 + i)} \]
Os cálculos da longevidade das reservas de petróleo são essenciais para entender a sustentabilidade das fontes de energia no futuro. Considere os seguintes dados para alguns paíseis incluindo Brasil, EUA e o mundo:
Brasil:
Reservas de petróleo: 13.24 bilhões de barris
Consumo anual de petróleo: 0.919 bilhões de barris
\[ \begin{align} n_e &= \dfrac{13.24}{0.919} = 14.41 \text{ anos} \\ n &= \dfrac{\ln(1 + n_e i)}{\ln(1 + i)} = \dfrac{\ln(1 + 14.41 \times 0.01)}{\ln(1 + 0.01)} = 13.53 \text{ anos} \end{align} \]
f REG f 2 13.24 ENTER 0.919 ÷ 0.01 × 1 + LN ENTER 1.01 LN ÷ {13.53}
f REG f 2 g 13.24 FV 0.919 CHS PMT i n {14.00}
País | Reserva.bilhão.barril | Consumo.Anual.bilhão.barril |
---|---|---|
Brasil | 13.24 | 0.92 |
EUA | 55.25 | 6.98 |
Rússia | 80.00 | 3.36 |
Reino Unido | 2.50 | 0.45 |
Alemanha | 0.50 | 0.50 |
China | 27.00 | 5.21 |
Mundo | 1730.00 | 37.23 |
Região Longevidade.Estática Longevidade.Exponencial
1 Brasil 14.406964 13.526361
2 EUA 7.915473 7.655833
3 Rússia 23.809524 21.464020
4 Reino Unido 5.605381 5.481139
5 Alemanha 1.000000 1.000000
6 China 5.182342 5.077745
7 Mundo 46.467902 38.354114
Região | Reserva.Carvão.bilhão.ton | Consumo.Anual.Carvão.bilhão.ton |
---|---|---|
Brasil | 10 | 0.01 |
EUA | 250 | 0.70 |
Rússia | 160 | 0.20 |
Reino Unido | 3 | 0.05 |
Alemanha | 4 | 0.06 |
China | 190 | 1.80 |
Mundo | 1000 | 7.50 |
Região Longevidade.Estática Longevidade.Exponencial
1 Brasil 100.0 69.7
2 EUA 357.1 152.7
3 Rússia 800.0 220.8
4 Reino Unido 60.0 47.2
5 Alemanha 66.7 51.3
6 China 105.6 72.4
7 Mundo 133.3 85.2
Conforme AGUILERA et al. (2009, p. 157), a Tabela 6. Expectativa de Vida dos Recursos apresenta estimativas da expectativa de vida dos recursos convencionais e não convencionais de petróleo e gás, com base em diferentes taxas de crescimento na produção. Os dados incluem volumes futuros estimados de barris de óleo equivalente (BOE), produção média anual entre 2004-2006 e expectativa de vida em anos considerando crescimento de 0%, 2% e 5% na produção anual.
A expectativa de vida dos recursos cai significativamente à medida que a taxa de crescimento da produção aumenta. E.g., os recursos de petróleo e gás convencionais poderiam durar de 151 anos (se a produção permanecer constante) até 43 anos (com crescimento de 5% ao ano).
Fluxos de caixa da Nota Promissória
Estimar o valor da vida humana é uma tarefa complexa, que envolve dimensões econômicas, jurídicas e éticas. Em políticas públicas e análises de custo-benefício, utiliza-se o conceito de valor estatístico da vida (VEV), ou Value of a Statistical Life (VSL), que representa o valor monetário que a sociedade está disposta a pagar para reduzir pequenos riscos de morte em uma população. Esse valor não se refere a uma vida individual específica, mas à valoração de mudanças marginais no risco de morte.
Outras abordagens complementares consideram diferentes perspectivas econômicas e em saúde pública:
Custo de oportunidade: estima o valor presente dos rendimentos futuros que uma pessoa deixaria de gerar caso venha a falecer precocemente, ajustando pela taxa de desconto e pela probabilidade de sobrevivência.
Custo de produção: calcula o investimento acumulado na formação de um indivíduo, incluindo gastos com educação, saúde e infraestrutura social ao longo da vida.
QALY (Quality-Adjusted Life Years): métrica que combina quantidade e qualidade de vida, sendo usada para avaliar o benefício de intervenções médicas. Um QALY equivale a um ano de vida com plena saúde.
DALY (Disability-Adjusted Life Years): mede a carga da doença, somando os anos de vida perdidos por morte prematura (YLL) e os anos vividos com incapacidade (YLD), ajustados pela gravidade da condição.
Essas abordagens são úteis e complementares na formulação de políticas públicas, alocação de recursos em saúde, decisões judiciais envolvendo indenizações por morte ou invalidez, e avaliação econômica de programas de prevenção e segurança.
No contexto jurídico brasileiro, a Lei nº 14.128/2021 estabeleceu valores fixos de indenização para profissionais de saúde incapacitados pela Covid-19 ou para seus dependentes, nos seguintes termos:
\[ I = 50\,000 + 10\,000 \times \left( 21 - \text{idade do dependente} \right) \]
com teto de R$ 200.000,00, estendido até os 24 anos para dependentes universitários, ou fixado em R$ 50.000,00 para dependentes com deficiência, independentemente da idade.
A Lei nº 14.128, de 26 de março de 2021, que estabelece compensação financeira a profissionais de saúde incapacitados pela Covid-19 ou a seus dependentes em caso de óbito, não foi regulamentada pelo Poder Executivo. Contudo, o Poder Judiciário tem reconhecido sua aplicabilidade direta. A Turma Nacional de Uniformização (TNU) decidiu que a lei é autoaplicável, dispensando regulamentação para assegurar o pagamento da compensação financeira no âmbito judicial.
O Valor Estatístico da Vida (VSL) é uma medida de quanto a sociedade está disposta a pagar para reduzir o risco de morte. Essa abordagem pode ser calculada observando as decisões em situações em que as pessoas aceitam riscos adicionais em troca de compensação financeira, como em certos tipos de empregos.
O VSL não representa o valor intrínseco da vida humana, mas sim uma estimativa baseada na disposição de pagar para evitar riscos de morte ou danos à saúde no contexto ocupacional. Refere-se, portanto, ao valor associado à morbidade ou mortalidade do trabalhador decorrentes de sua atividade laboral.
A fórmula do VSL é:
\[ \text{VSL} = \dfrac{\Delta W}{\Delta R} \]
Sendo que:
O termo \(\Delta W\) pode ser interpretado de duas formas:
WTP (Willingness to Pay) – disposição a pagar: é o valor monetário máximo que um indivíduo estaria disposto a pagar para reduzir um pequeno risco de morte. Nesse caso, \(\Delta W\) representa um custo monetário voluntário assumido pelo trabalhador em troca de menor risco.
WTA (Willingness to Accept) – disposição a aceitar: é o valor monetário mínimo que um indivíduo exige para aceitar um aumento marginal no risco de morte. Aqui, \(\Delta W\) é a compensação monetária adicional que o trabalhador recebe para aceitar um risco maior, como em empregos perigosos.
Em estudos empíricos de VSL, \(\Delta W\) é geralmente estimado com base na WTA, por meio da observação de diferenças salariais entre ocupações com diferentes níveis de risco.
Quando a redução do risco (\(\Delta R\)) é pequena, a compensação adicional (\(\Delta W\)) resulta em um VSL maior. Isso significa que a sociedade está disposta a pagar mais para reduzir pequenos aumentos no risco de morte.
Por outro lado, quando a redução do risco (\(\Delta R\)) é maior, a mesma compensação adicional (\(\Delta W\)) resulta em um VSL menor. Isso ocorre porque o risco de morte é mais alto, e a compensação necessária para aceitá-lo não precisa ser tão grande para ter o mesmo efeito.
Passos para o cálculo:
Identificação da compensação financeira (\(\Delta W\)):
A compensação adicional que os trabalhadores recebem por aceitar um
risco maior de morte.
Estimativa da redução do risco de morte (\(\Delta R\)):
Risco de morte reduzido associado ao trabalho perigoso.
Cálculo do VSL:
O VSL é calculado dividindo a compensação adicional pela redução do
risco.
Exemplo de cálculo:
\[ \text{VSL} = \dfrac{\Delta W}{\Delta R} \]
Substituindo os valores:
\[ \text{VSL} = \dfrac{5.000}{0.001} = 5.000.000 \]
Portanto, o Valor Estatístico da Vida (VSL) nesse exemplo é de R$ 5.000.000. Isso significa que a sociedade está disposta a pagar R$ 5.000.000 para reduzir o risco de morte para 1 trabalhador em mil.
ΔR | ΔW | VSL |
---|---|---|
0.001 | 5000 | 5000000 |
0.002 | 5000 | 2500000 |
0.005 | 5000 | 1000000 |
0.010 | 5000 | 500000 |
0.020 | 5000 | 250000 |
Quando \(\Delta R = 0.001\): o VSL é R$ 5.000.000. A sociedade está disposta a pagar esse valor para reduzir o risco de morte em 0.1% (ou 1 em 1.000).
Quando \(\Delta R = 0.002\): o VSL é R$ 2.500.000, correspondente a uma redução de risco de 0.2% (ou 2 em 1.000).
Quando \(\Delta R = 0.01\): o VSL é R$ 500.000, correspondente a uma redução de risco de 1% (ou 10 em 1.000).
Assim, o VSL diminui quando \(\Delta R\) aumenta, refletindo que a compensação por unidade de risco adicional é menor quando o risco é mais elevado.
Outra abordagem considera o valor presente dos rendimentos futuros que um trabalhador poderia ter gerado se não tivesse morrido prematuramente por acidente laboral, ajustando pela probabilidade de viver até uma certa idade.
Exemplo:
Passos para o cálculo:
Estimativa dos rendimentos futuros anuais (\(R\))
Suponha que a pessoa teria um rendimento anual de R$ 50.000.
Taxa de desconto (\(d\))
Utilize uma taxa de desconto para trazer os rendimentos futuros ao valor
presente. Suponha uma taxa anual de 5% (\(d =
0.05\)).
Horizonte de tempo (\(n\))
Considere o número de anos que a pessoa viveria. Suponha expectativa de
vida de mais 30 anos.
Probabilidade de sobrevivência (\(P\))
Ajuste os rendimentos pela probabilidade de viver até cada idade futura.
Suponha uma probabilidade média de 90% (\(P =
0.9\)).
A fórmula do valor presente (VP) é:
\[ VP = \sum_{t=1}^{n} \dfrac{R \times P}{(1 + d)^t} \]
Substituindo os valores:
\[ VP = \sum_{t=1}^{30} \dfrac{50.000 \times 0.9}{(1 + 0.05)^t} \]
O valor presente (VP) dos rendimentos futuros é de aproximadamente R$ 691.760,30.
Algumas análises tentam calcular quanto custou “produzir” uma trabalhador em termos de educação, saúde e outros investimentos feitos pela sociedade.
Exemplo: uma vida até a conclusão do ensino superior:
Educação:
Educação Infantil (0–5 anos):
Custo anual médio: R$ 5.000
Total para 5 anos: $5.000 × 5 = R$ 25.000
Ensino Fundamental (6–14 anos):
Custo anual médio: R$ 6.000
Total para 9 anos: R$ 6.000 × 9 = R$ 54.000
Ensino Médio (15–17 anos):
Custo anual médio: R$ 7.000
Total para 3 anos: R$ 7.000 × 3 = R$ 21.000
Ensino Superior (18–22 anos):
Custo anual médio: R$ 10.000
Total para 4 anos: R$ 10.000 × 4 = R$ 40.000
Total de Educação: R$ 140.000
Saúde:
Custo médio anual de saúde para uma criança (0–17 anos): R$
3.000
Total: R$ 3.000 × 17 = R$ 51.000
Custo médio anual de saúde para um adulto jovem (18–22 anos): R$
4.000
Total: R$ 4.000 × 5 = R$ 20.000
Total de Saúde: R$ 71.000
Outros Investimentos:
Total de Outros Investimentos: R$ 44.000
Cálculo Total dos Custos de Produção:
\[ \text{Custo Total} = \text{Educação} + \text{Saúde} + \text{Outros Investimentos} \]
\[ \text{Custo Total} = 140.000 + 71.000 + 44.000 = 255.000 \]
Portanto, o custo total estimado para a formação de uma pessoa até a conclusão do ensino superior é de R$ 255.000.
Segue o conteúdo convertido para RMarkdown (.Rmd), com formatação matemática em LaTeX, sem negrito, e com separador decimal em ponto:
Qualidade Ajustada de Anos de Vida (QALY: Quality-Adjusted Life Years) e Anos de Vida Ajustados por Incapacidade (DALY: Disability-Adjusted Life Years) são métricas utilizadas em saúde pública para avaliar a eficácia de intervenções médicas. Ambas consideram não apenas a extensão da vida, mas também sua qualidade.
O QALY é uma métrica que combina quantidade e qualidade de vida proporcionadas por uma intervenção em saúde. Um QALY equivale a um ano de vida com plena saúde. Mesmo quando a intervenção não aumenta a expectativa de vida, ela pode gerar QALY ao melhorar a qualidade de vida.
Cálculo do QALY:
\[ \text{QALY} = \text{Anos de Vida Adicionais} \times \text{Fator de Qualidade de Vida} \]
Exemplo de QALY:
Suponha que uma intervenção médica aumente a expectativa de vida de um paciente em 3 anos e melhore a qualidade de vida com fator 0.8.
\[ \text{QALY} = 3 \cdot 0.8 = 2.4 \]
O DALY mede a carga total de doenças, somando os anos de vida perdidos por morte prematura (YLL) e os anos vividos com incapacidade (YLD).
Cálculo do DALY:
\[ \text{DALY} = \text{YLL} + \text{YLD} \]
Sendo que:
\[ \text{YLL} = N \cdot (LE - A) \]
Sendo que:
- \(N\): número de mortes
- \(LE\): expectativa de vida
padrão
- \(A\): idade na morte
\[ \text{YLD} = I \cdot DW \cdot L \]
Sendo que:
- \(I\): número de casos
incidentes
- \(DW\): peso da incapacidade (de 0 a
1)
- \(L\): duração da incapacidade
Exemplo de DALY:
Considere uma doença que causa a morte de uma pessoa 10 anos antes da expectativa de vida padrão (70 anos), e causa uma incapacidade com peso 0.4 por 5 anos.
\[ \begin{align} \text{YLL} &= 1 \times (70 - 60) = 10 \\ \text{YLD} &= 1 \times 0.4 \times 5 = 2 \\ \text{DALY} &= 10 + 2 = 12 \end{align} \]
As métricas QALY, DALY e VSL são utilizadas para quantificar e comparar impactos econômicos e de saúde associados à vida humana. São aplicadas na avaliação de políticas públicas, alocação de recursos em saúde e análise de custo-benefício.
Comparação Conceitual:
Indicador | Significado | Perspectiva | Unidade | Intervalo |
---|---|---|---|---|
QALY | Qualidade ajustada de anos de vida | Ganho de saúde | Anos ajustados por qualidade | 0 a 1 por ano de vida |
DALY | Anos de vida ajustados por incapacidade | Perda de saúde (carga da doença) | Anos ajustados por incapacidade | 0 a n anos perdidos |
VSL | Valor monetário estatístico de uma vida | Valor econômico da redução de risco | Moeda (ex: R$ ou US$) | Qualquer valor monetário |
Fórmulas Resumidas:
Métrica | Fórmula |
---|---|
QALY | QALY = Anos de vida × Fator de qualidade |
DALY | DALY = YLL + YLD |
YLL | YLL = N × (LE − A) |
YLD | YLD = I × DW × L |
VSL | VSL = ΔW / ΔR |
Tabela Comparativa de Exemplos Numéricos:
Métrica | Exemplo |
---|---|
QALY | 3 anos × 0.8 = 2.4 QALY |
DALY | 10 + 2 = 12 DALY |
YLL | 1 morte aos 60 anos com LE = 70: 1 × (70 − 60) = 10 |
YLD | 1 caso × 0.4 × 5 anos = 2 |
VSL | ΔW = R$ 5.000, ΔR = 0.001 → VSL = 5.000 / 0.001 = R$ 5.000.000 |
Interpretação:
Considerações:
“Para estabelecer o valor econômico de uma vida humana, os rendimentos ao longo da vida, descontados a uma taxa de 4%, são apresentados por idade, sexo, cor e nível educacional. Essas estimativas são destinadas ao uso por economistas, planejadores de programas e outros. Diversos achados específicos são relatados.”
“O valor da vida humana, expresso em termos de ganhos ao longo da vida, é uma ferramenta básica para economistas, planejadores de programas, administradores governamentais e outros interessados em medir os benefícios sociais associados a investimentos em programas específicos. Para programas públicos, como controle e erradicação de doenças, construção de rodovias, controle de acidentes, educação, reabilitação vocacional, assistência social, habitação e controle de inundações, a avaliação da vida humana é um requisito básico para o cálculo adequado dos benefícios a serem obtidos. A ênfase recente na análise custo-benefício em todas essas áreas exige que ferramentas adequadas sejam fornecidas para análise. Assim como o carpinteiro, cujo trabalho geralmente é facilitado e o produto melhorado pela disponibilidade de bons materiais e equipamentos, o economista deve estar equipado com as ferramentas de sua profissão, neste caso, dados básicos para a avaliação da vida humana.”
“Enquanto os ganhos futuros devem ser descontados a uma certa taxa de juro, os ganhos anuais médios devem ser aumentados para refletir ganhos de produtividade. É uma subestimação dos ganhos ao longo da vida assumir que uma pessoa, daqui a dez anos, ganhará o mesmo montante que uma pessoa da mesma idade, sexo, cor e nível educacional ganha hoje. Para ajustar para o ganho em produtividade, um ganho anual médio pode ser projetado e aplicado aos ganhos anuais. Essa taxa de aumento pode ser incorporada nos cálculos de desconto para obter uma taxa de desconto efetiva líquida. Por exemplo, assumindo um aumento de produtividade de 3% ao ano e uma taxa de desconto de aproximadamente 7%, esta será reduzida para uma taxa de aproximadamente 4% (1.07 / 1.03 = 1.039), a taxa utilizada neste artigo.”
“Resumo: Estimativas do capital humano sobre o valor econômico da vida têm sido rotineiramente utilizadas no passado para realizar análises de custo-benefício de programas de saúde. Recentemente, no entanto, surgiram sérias questões sobre a base conceitual para valorar a vida humana usando essas estimativas. A maioria dos economistas que escrevem sobre esses temas tende a concordar que um método conceitualmente mais adequado para valorar riscos à vida humana em análises de custo-benefício seria baseado na “disposição a pagar” dos indivíduos por pequenas mudanças em sua probabilidade de sobrevivência. Tentativas de aplicar a abordagem da disposição a pagar usando pesquisas ou estimativas baseadas em preferência revelada produziram uma variedade confusa de valores, repletos de problemas estatísticos e dificuldades de mensuração. Como resultado, economistas têm buscado uma conexão entre a disposição a pagar e as estimativas padrão de capital humano, e descobriram que, para a maioria dos indivíduos, um limite inferior para valorar riscos à vida pode ser baseado em sua disposição a pagar para evitar as perdas econômicas esperadas associadas à morte. No entanto, embora esses estudos deem suporte ao uso da valoração individual da renda perdida, também fica claro que estimativas padrão de capital humano não podem ser usadas para esse propósito sem reformulação. Após revisar as principais abordagens para valorar riscos à vida, este artigo conclui que estimativas baseadas na abordagem de capital humano — reformuladas usando o critério da disposição a pagar — produzem os únicos valores claros, consistentes e objetivos para uso em análises de custo-benefício de políticas que afetam riscos à vida. O artigo apresenta as primeiras estimativas empíricas de tais valores ajustados de capital humano com base na disposição a pagar.”
“Introdução: Entre as áreas de política pública mais intensamente debatidas estão aquelas que envolvem riscos à saúde e segurança humana. Central para esse debate é a valoração da vida humana. Embora alguns afirmem que o valor da vida humana não pode ser expresso em termos monetários, as demandas concorrentes sobre fundos públicos escassos exigem que algum valor seja atribuído a programas que salvam vidas. A recusa em atribuir um valor explícito à vida simplesmente força valorações implícitas que são feitas como parte das decisões de financiar ou não financiar projetos públicos, bem como decisões de tomar outras ações regulatórias. A maioria dos economistas que escrevem sobre essas questões concorda que o método conceitualmente correto para valorar riscos à vida humana em análises de custo-benefício deve ser baseado na disposição (prontidão) dos indivíduos para pagar (ou na disposição para aceitar compensação) por pequenas mudanças em sua probabilidade de sobrevivência. Apesar desse consenso, contudo, continua a controvérsia sobre a técnica apropriada para realmente produzir estimativas para valorar riscos à vida. Este artigo revisa as principais questões nesta área e conclui que estimativas baseadas na abordagem de capital humano — reformulada, usando um critério de disposição para pagar — produzem os únicos valores claros, consistentes e objetivos para uso em análises de custo-benefício de políticas que afetam riscos à vida.”
Os valores foram ajustados para 2024 usando a taxa média de inflação anual de 3.5%.
Adjusted Willingness-to-Pay / Human Capital (valores ajustados para 2024)
Faixa.Etária..anos. | Masculino | Feminino |
---|---|---|
0 a 1 | 3367227.93 | 2302738.99 |
1 a 4 | 3547774.26 | 2424394.44 |
5 a 9 | 3880915.04 | 2650351.89 |
10 a 14 | 4284522.39 | 2924093.01 |
15 a 19 | 4679007.21 | 3140726.45 |
20 a 24 | 4917920.56 | 3157329.34 |
25 a 29 | 4868202.56 | 2955424.92 |
30 a 34 | 4437021.12 | 2654205.41 |
35 a 39 | 3981731.24 | 2342916.37 |
40 a 44 | 3325579.66 | 2088266.55 |
45 a 49 | 2629784.65 | 1673491.54 |
50 a 54 | 1916127.44 | 1342345.53 |
55 a 59 | 1210872.41 | 1016151.16 |
60 a 64 | 601089.03 | 720764.82 |
65 a 69 | 252503.94 | 498973.21 |
70 a 74 | 127413.06 | 349114.01 |
75 a 79 | 64557.83 | 242807.17 |
80 a 84 | 34188.05 | 170945.27 |
85+ | 10271.02 | 50201.57 |
Standard Human Capital (valores ajustados para 2024)
Faixa.Etária..anos. | Masculino | Feminino |
---|---|---|
0 a 1 | 160780.03 | 144192.26 |
1 a 4 | 199763.57 | 179020.04 |
5 a 9 | 294011.16 | 263313.95 |
10 a 14 | 451360.80 | 403970.03 |
15 a 19 | 659249.51 | 566140.35 |
20 a 24 | 859899.65 | 671157.65 |
25 a 29 | 990390.49 | 688415.39 |
30 a 34 | 1032955.54 | 655068.57 |
35 a 39 | 996782.80 | 612266.76 |
40 a 44 | 908484.25 | 562397.65 |
45 a 49 | 787312.38 | 502700.80 |
50 a 54 | 629605.09 | 434647.09 |
55 a 59 | 434445.60 | 354710.43 |
60 a 64 | 227529.08 | 269121.94 |
65 a 69 | 94826.87 | 197527.02 |
70 a 74 | 49269.68 | 147033.28 |
75 a 79 | 25730.45 | 109450.11 |
80 a 84 | 14205.14 | 84560.89 |
85+ | 4750.16 | 28737.71 |
# Dados
age_groups <- c("0-1", "1-4", "5-9", "10-14", "15-19", "20-24", "25-29", "30-34", "35-39",
"40-44", "45-49", "50-54", "55-59", "60-64", "65-69", "70-74", "75-79", "80-84", "85+")
adjusted_male <- c(3367227.93, 3547774.26, 3880915.04, 4284522.39, 4679007.21, 4917920.56,
4868202.56, 4437021.12, 3981731.24, 3325579.66, 2629784.65, 1916127.44,
1210872.41, 601089.03, 252503.94, 127413.06, 64557.83, 34188.05, 10271.02)
adjusted_female <- c(2302738.99, 2424394.44, 2650351.89, 2924093.01, 3140726.45, 3157329.34,
2955424.92, 2654205.41, 2342916.37, 2088266.55, 1673491.54, 1342345.53,
1016151.16, 720764.82, 498973.21, 349114.01, 242807.17, 170945.27, 50201.57)
standard_male <- c(160780.03, 199763.57, 294011.16, 451360.80, 659249.51, 859899.65, 990390.49,
1032955.54, 996782.80, 908484.25, 787312.38, 629605.09, 434445.60, 227529.08,
94826.87, 49269.68, 25730.45, 14205.14, 4750.16)
standard_female <- c(144192.26, 179020.04, 263313.95, 403970.03, 566140.35, 671157.65, 688415.39,
655068.57, 612266.76, 562397.65, 502700.80, 434647.09, 354710.43, 269121.94,
197527.02, 147033.28, 109450.11, 84560.89, 28737.71)
# Plotagem
par(mfrow = c(2, 1), mar = c(4, 5, 3, 2))
# Gráfico 1: Adjusted WTP / Human Capital
plot(adjusted_male, type = "o", col = "orange", pch = 16, axes = FALSE,
xlab = "", ylab = "Valor (R$)", main = "Adjusted Willingness-to-Pay / Human Capital (2024)",
ylim = range(c(adjusted_male, adjusted_female)))
lines(adjusted_female, type = "o", col = "darkorange3", pch = 17)
axis(1, at = 1:length(age_groups), labels = age_groups, las = 2)
axis(2)
legend("topright", legend = c("Masculino", "Feminino"), col = c("orange", "darkorange3"),
pch = c(16, 17), bty = "n")
box()
# Gráfico 2: Standard Human Capital
plot(standard_male, type = "o", col = "steelblue", pch = 16, axes = FALSE,
xlab = "Faixa Etária (anos)", ylab = "Valor (R$)", main = "Standard Human Capital (2024)",
ylim = range(c(standard_male, standard_female)))
lines(standard_female, type = "o", col = "navy", pch = 17)
axis(1, at = 1:length(age_groups), labels = age_groups, las = 2)
axis(2)
legend("topright", legend = c("Masculino", "Feminino"), col = c("steelblue", "navy"),
pch = c(16, 17), bty = "n")
box()
As profissões “blue collar” ou de “colarinho azul” são aquelas geralmente associadas a trabalhos manuais ou de natureza industrial, tradicionalmente realizados por trabalhadores que usavam uniformes azuis duráveis que poderiam sujar sem preocupações. Este termo é contrastante com as profissões “white collar” ou de “colarinho branco”, que se referem a trabalhos mais ligados a funções administrativas ou de escritório.
Aqui estão algumas categorias comuns de profissões “blue collar”:
Estas profissões são essenciais para a infraestrutura e economia de qualquer país, e frequentemente requerem habilidades técnicas específicas, treinamento profissional e, em muitos casos, significativa força física.
Valores ajustados com base na taxa de inflação de 3,5% ao ano e 27 anos de diferença entre 1997 e 2024.
Tabela: 1997 GDP/Capita, VSL Range, and VSL Range as a Multiple of GDP/Capita for Selected Countries (Adjusted to 2024)
País | Best_Estimate_1997 | Best_Estimate_2024 |
---|---|---|
WORLD | 650 | 1692.6 |
NORTH AMERICA | 2190 | 5703.3 |
EUROPEAN UNION | 2730 | 7106.8 |
Argentina | 1200 | 3124.8 |
Australia | 2680 | 6977.1 |
Austria | 3200 | 8328.0 |
Belgium | 3000 | 7805.3 |
Brazil | 900 | 2341.8 |
Canada | 2540 | 6605.0 |
Chile | 650 | 1692.6 |
Czech Republic | 900 | 2341.8 |
Denmark | 3990 | 10383.4 |
Finland | 2340 | 6091.0 |
France | 3200 | 8328.0 |
Germany | 3100 | 8065.1 |
Greece | 1490 | 3878.0 |
Hong Kong | 3160 | 8219.4 |
Hungary | 900 | 2341.8 |
Ireland | 2540 | 6605.0 |
Israel | 2150 | 5594.6 |
Italy | 2520 | 6558.5 |
Japan | 4680 | 12182.2 |
Kuwait | 2250 | 5857.5 |
Malaysia | 610 | 1588.4 |
Mexico | 500 | 1301.8 |
Netherlands | 2930 | 7631.0 |
New Zealand | 2020 | 5262.8 |
Norway | 4320 | 11242.1 |
Peru | 360 | 936.4 |
Poland | 480 | 1248.6 |
Portugal | 1330 | 3459.3 |
Russia | 370 | 961.3 |
Saudi Arabia | 960 | 2495.7 |
South Africa | 410 | 1064.5 |
South Korea, 1997 | 1370 | 3563.7 |
South Korea, 1985 | 380 | 988.9 |
Spain | 1750 | 4556.9 |
Sweden | 3200 | 8328.0 |
Switzerland | 4430 | 11527.1 |
Taiwan, 1997 | 1680 | 4375.0 |
Taiwan, 1985 | 390 | 1014.8 |
Thailand | 580 | 1508.1 |
Trinidad | 630 | 1638.5 |
Turkey | 410 | 1064.5 |
United Kingdom | 2750 | 7159.2 |
United States | 3670 | 9554.5 |
Uruguay | 820 | 2133.0 |
Venezuela | 540 | 1405.9 |
Bangladesh | 40 | 104.1 |
China | 110 | 286.4 |
India | 60 | 156.1 |
Indonesia | 160 | 416.6 |
Jamaica | 340 | 885.2 |
Nigeria | 40 | 104.1 |
library(ggplot2)
# Criar um dataframe com os dados
dados <- data.frame(
País = c("WORLD", "NORTH AMERICA", "EUROPEAN UNION", "Argentina", "Australia", "Austria", "Belgium", "Brazil", "Canada",
"Chile", "Czech Republic", "Denmark", "Finland", "France", "Germany", "Greece", "Hong Kong", "Hungary", "Ireland",
"Israel", "Italy", "Japan", "Kuwait", "Malaysia", "Mexico", "Netherlands", "New Zealand", "Norway", "Peru", "Poland",
"Portugal", "Russia", "Saudi Arabia", "South Africa", "South Korea, 1997", "South Korea, 1985", "Spain", "Sweden",
"Switzerland", "Taiwan, 1997", "Taiwan, 1985", "Thailand", "Trinidad", "Turkey", "United Kingdom", "United States",
"Uruguay", "Venezuela", "Bangladesh", "China", "India", "Indonesia", "Jamaica", "Nigeria"),
ln_GDP_Capita = c(8.434, 9.705, 9.936, 9.073, 9.916, 10.107, 10.037, 8.483, 9.865, 8.432, 8.487, 10.338, 10.014, 10.034, 10.105,
9.301, 10.097, 8.362, 9.864, 9.688, 9.860, 10.502, 9.736, 8.369, 8.468, 10.013, 9.620, 10.409, 7.818, 8.120,
9.184, 7.846, 8.840, 7.957, 9.215, 7.875, 9.470, 10.125, 10.447, 9.428, 8.683, 7.868, 8.391, 7.954, 9.941,
10.251, 8.677, 8.209, 5.529, 6.556, 5.937, 6.962, 7.766, 5.517),
ln_Best_Estimate = c(6.476, 7.691, 7.912, 7.090, 7.893, 8.070, 8.006, 6.802, 7.841, 6.476, 6.802, 8.293, 7.759, 8.070, 8.043,
7.306, 8.057, 6.802, 7.841, 7.672, 7.832, 8.453, 7.718, 6.413, 6.215, 7.984, 7.611, 8.371, 5.886, 6.173,
7.192, 5.916, 6.867, 6.017, 7.223, 5.940, 7.468, 8.070, 8.397, 7.426, 5.966, 6.365, 6.445, 6.017, 7.919,
8.207, 6.707, 6.292, 3.689, 4.700, 4.094, 5.075, 5.828, 3.689)
)
# Modelo de regressão linear
model <- lm(ln_Best_Estimate ~ ln_GDP_Capita, data = dados)
print(summary(model))
Call:
lm(formula = ln_Best_Estimate ~ ln_GDP_Capita, data = dados)
Residuals:
Min 1Q Median 3Q Max
-0.75334 -0.01346 0.00211 0.00815 0.41552
Coefficients:
Estimate Std. Error t value Pr(>|t|)
(Intercept) -1.48278 0.14974 -9.902 1.46e-13 ***
ln_GDP_Capita 0.94462 0.01662 56.826 < 2e-16 ***
---
Signif. codes: 0 '***' 0.001 '**' 0.01 '*' 0.05 '.' 0.1 ' ' 1
Residual standard error: 0.1512 on 52 degrees of freedom
Multiple R-squared: 0.9842, Adjusted R-squared: 0.9838
F-statistic: 3229 on 1 and 52 DF, p-value: < 2.2e-16
# Adicionar resíduos ao dataframe
dados$residuals <- abs(resid(model))
# Encontrar os 5 maiores resíduos
top_residuals <- tail(sort(dados$residuals), 5)
# Criar o gráfico de dispersão
p <- ggplot2::ggplot(dados, ggplot2::aes(x = ln_GDP_Capita, y = ln_Best_Estimate, label = País)) +
ggplot2::geom_point(aes(color = País %in% c("Brazil")), show.legend = FALSE) +
ggplot2::scale_color_manual(values = c("TRUE" = "red", "FALSE" = "blue")) +
ggplot2::geom_smooth(method = "lm", se = FALSE, linetype = "dashed") +
ggplot2::geom_abline(intercept = 0, slope = 1, linetype = "solid", color = "gray") + # Bissetriz
ggplot2::geom_text(data = subset(dados, residuals %in% top_residuals), hjust = 1.1, vjust = 1.1) +
ggplot2::labs(title = "Gráfico de Dispersão de ln(GDP/Capita) vs.
ln(VSL Best Estimate) com Regressão",
x = "ln(GDP/Capita)",
y = "ln(VSL Best Estimate)") +
ggplot2::theme_minimal()
# Exibir o gráfico
print(p)
`geom_smooth()` using formula = 'y ~ x'
library(ggplot2)
# Creating a data frame with your data
data <- data.frame(
Country = c("Brazil", "India", "China", "United States", "Russia", "Japan", "Germany",
"United Kingdom", "France", "Italy", "South Africa", "Nigeria",
"Mexico", "Argentina", "Canada", "Australia", "Spain", "Netherlands",
"Switzerland", "Sweden", "Belgium", "Chile", "Greece"),
Population_1995 = c(162661000, 963922000, 1204855000, 266278000, 148244000, 125439000,
81338000, 58167000, 58109000, 57237000, 43309000, 109583000,
91158290, 34672000, 29597000, 18310000, 39433942, 15495000, 7017000,
8743000, 10082000, 14316000, 10689000),
Best_Estimate_1997 = c(1200, 60, 110, 3670, 370, 4680, 3100, 2750, 3200, 2520, 410, 40,
500, 1200, 2540, 2680, 1750, 2930, 4430, 3200, 3000, 650, 1490)
)
# Calculate the natural log of population and best estimate
data$ln_Population <- log(data$Population_1995)
data$ln_Best_Estimate <- log(data$Best_Estimate_1997)
# Modelo de regressão linear
model <- lm(ln_Best_Estimate ~ ln_Population, data = data)
print(summary(model))
Call:
lm(formula = ln_Best_Estimate ~ ln_Population, data = data)
Residuals:
Min 1Q Median 3Q Max
-2.9807 -0.5862 0.1458 0.7183 2.0491
Coefficients:
Estimate Std. Error t value Pr(>|t|)
(Intercept) 17.3176 3.1491 5.499 1.86e-05 ***
ln_Population -0.5752 0.1764 -3.261 0.00373 **
---
Signif. codes: 0 '***' 0.001 '**' 0.01 '*' 0.05 '.' 0.1 ' ' 1
Residual standard error: 1.15 on 21 degrees of freedom
Multiple R-squared: 0.3362, Adjusted R-squared: 0.3046
F-statistic: 10.64 on 1 and 21 DF, p-value: 0.003731
# Adding a new column to identify if the country is Brazil
data$is_Brazil <- ifelse(data$Country == "Brazil", "Brazil", "Other")
# Create the scatter plot with regression line
plot <- ggplot(data, aes(x = ln_Population, y = ln_Best_Estimate, color = is_Brazil, label = Country)) +
geom_point(size = 3) + # Adjust the size of the points
scale_color_manual(values = c("Brazil" = "red", "Other" = "blue")) +
geom_smooth(method = MASS::rlm, col = "black", se = FALSE) + # Regression line in black
geom_text(aes(label = ifelse(Country == "Brazil", "Brazil", "")), hjust = 0.5, vjust = -1.5) +
labs(title = "Log of Population 1995 vs. Log of VSL Best Estimate in 1997",
x = "ln(Population in 1995)",
y = "ln(VSL Best Estimate in 1997)") +
theme_minimal() +
theme(legend.position = "none") # Hide the legend
# Print the plot
print(plot)
`geom_smooth()` using formula = 'y ~ x'
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