Minha primeira aula de Estatística
COTAS RACIAIS
As cotas raciais no acesso a concursos públicos têm sido tema de intensos debates no Brasil, refletindo as discussões mais amplas sobre ações afirmativas e o enfrentamento às desigualdades raciais. Eu felizmente consegui entrar na faculdade por cotas e sempre me orgulho de dizer que entrei por meio da cota racial. Sinto que por meio dessa lei, a população negra, que tanto se esforçava para entrar em instituições públicas, infelizmente não conseguia.
A adoção de cotas raciais tem como objetivo não apenas corrigir essa distorção, mas também promover uma administração pública mais plural e que reflita a diversidade racial do país. Ao ter essa lei, o equilíbrio nos concursos públicos e aos acessos a oportunidades, e por muito tempo, essa esfera foi impedida de participar e ingressar nos serviços públicos. A presença de pessoas de diferentes etnias em cargos públicos pode ajudar a mudar a percepção social sobre as capacidades e contribuições da população negra, contribuindo para a diminuição de estigmas raciais. E as cotas podem motivar jovens de comunidades marginalizadas a se dedicarem mais à educação, uma vez que veem a possibilidade real de acesso a oportunidades profissionais antes consideradas inalcançáveis.
Porém, a sociedade nos últimos anos vem questionando muito a medida feita em 2012. Alguns dizem que com as cotas, geram injustiças no processo seletivo, pois reserva-se 20% de vagas para cotas raciais. Além disso, eles defendem em voltar os concursos exclusivamente no mérito individual. No entanto, os defensores das cotas apontam que, em um contexto de desigualdade estrutural, a ideia em si não é válida, pois nem todos os candidatos partem do mesmo lugar.
Em alguns casos, negros e pardos com uma boa renda, passam a frente de brancos com baixa renda. Isso pode gerar uma sensação de injustiça e desigualdade, pois a vulnerabilidade econômica não é levada em conta como critério primário, apesar de ser um dos principais obstáculos ao acesso à educação e oportunidades.
Ademais, há discussões sobre o método de verificação, pois alguns candidatos fraudam os processos. Casos de candidatos brancos, se autodeclarando negro ou pardo, e consequentemente, passando a frente de candidatos que por sua vez são válidos para as vagas. E para lidar com esses problemas, os sistemas públicos alguns concursos passaram a adotar comissões de verificação racial, responsáveis por avaliar se a autodeclaração é condizente com as características fenotípicas do candidato.
Porém, ao serem acompanhadas, a banca deverá ser rígida e ao mesmo tempo bem treinada para as heteroidentificação. Pois, houve casos em que alunos negros e pardos, nao conseguiram as vagas, nas respectivas cotas raciais. E além disso, necessita de um critério que seja rigorosamente seguido, para como já falado, não haja fraudes.
Portanto, as cotas raciais no acesso a concursos públicos são uma política essencial para enfrentar as desigualdades raciais no Brasil. Embora haja desafios e críticas, a medida contribui para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, onde a diversidade racial esteja representada em todos os espaços, inclusive na administração pública.