PNDSIBGE e
surveyO pacote PNDSIBGE foi desenvolvido para facilitar o download, importação e análise dos dados amostrais da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.
A PNDS possui dois tipos de microdados:Maiores informações sobre a pesquisa e os temas investigados podem ser encontradas no site oficial do IBGE.
Através do objeto criado com este pacote, é possível utilizar o pacote survey para realizar análises considerando o efeito do esquema de seleção utilizado no plano amostral complexo da pesquisa e calcular corretamente as medidas de erro das estimativas, considerando o estimador de pós-estratificação utilizado na pesquisa.
O Pacote está disponível no repositório CRAN do R, onde pode ser
acessada sua documentação.
Tais informações também podem ser acessadas pelo repositório no GitHub
do mantenedor do pacote através do endereço: https://github.com/Gabriel-Assuncao/PNDSIBGE.
É
importante sempre conferir se a versão instalada em seu computador é a
mais recente disponível no CRAN.
A instalação do pacote pode ser
feita pelo seguinte comando:
install.packages("PNDSIBGE")
Antes de utilizar o pacote é necessário carregá-lo no R através do comando:
library(PNDSIBGE)
Para a importação dos microdados da PNDS, há duas opções. A primeira é uma opção online, que exige que o computador esteja conectado à Internet. A segunda opção não necessita de conexão a Internet, e é utilizada para a leitura de microdados que estejam no disco rígido.
A função get_pnds permite o download, leitura,
rotulação, inserção das variáveis para deflacionamento e criação do
objeto do plano amostral da pesquisa.
Esta função pode ser usada
para microdados de todos os níveis investigados pela pesquisa.
help("get_pnds")
A importação dos microdados do questionário de mulheres (que é o
padrão de obtenção) através da função get_pnds é muito
simples. Basta indicar o ano dos microdados desejados no respectivo
argumento da função, além do argumento de seção atribuindo o valor
relacionado ao questionário de mulheres. Abaixo um exemplo de como
importar os microdados do questionário de mulheres da PNDS 2023:
dadosPNDS <- get_pnds(year=2023, section="Female")
Apenas com esse comando, os microdados da pesquisa já estão
disponíveis no objeto dadosPNDS para análise.
year e section, que
indicam, respectivamente, o ano e a seção dos microdados a serem
baixados, a função get_pnds ainda possui outros cinco
argumentos que podem ser modificados no download para este tipo de
microdados:
vars: Este argumento recebe um vetor de caracteres com o
nome das variáveis a serem baixadas. Caso nenhuma variável seja passada,
todas as variáveis disponíveis na pesquisa são baixadas. É útil caso
deseje trabalhar com poucas variáveis, pois assim o objeto ocupará um
espaço menor na memória do computador;
labels: Um argumento lógico que indica se os níveis das
variáveis categóricas devam ser rotuladas de acordo com o dicionário da
pesquisa. O default é rotulá-los;
deflator: Um argumento lógico que indica se as variáveis
para deflacionamento serão incluídas nos microdados. O
default é incluí-las;
design: Um argumento lógico que indica se a função deve
retornar um objeto do plano amostral para análise com o pacote
survey. Caso design=FALSE, a função retorna apenas
um data-frame com os microdados. É altamente
recomendado que mantenha essa opção como TRUE,
caso contrário suas análises poderão ser feitas de forma incorreta;
reload: Um argumento lógico que indica se a função deve
baixar novamente os arquivos no diretório de referência mesmo que estes
arquivos já tenham sido baixados;
curlopts: Uma lista com indicação das opções para
utilização nas funções do pacote RCurl;
savedir: O endereço onde devem ser salvos os arquivos
baixados. Padrão é utilizar uma pasta temporária.
Por exemplo, um usuário que deseje trabalhar apenas com as variáveis
de Diagnóstico de alguma doença crônica, física ou mental, ou
doença de longa duração (J007) e Informação sobre a
procura de um mesmo médico ou serviço de saúde para atendimento
(J009) da PNDS 2023, pode utilizar o argumento vars para
selecionar apenas estas variáveis:
dadosPNDS <- get_pnds(year=2023, section="Female", vars=c("J007","J009"))
Através do código abaixo, podemos ver que o objeto retornado pela
função é da classe survey.design ou
svyrep.design, sendo o tipo de objeto utilizado para
análises de dados amostrais complexos através do pacote
survey.
dadosPNDS
class(dadosPNDS)
Caso o usuário não queira trabalhar com este objeto, ele pode
escolher a opção design=FALSE para baixar os microdados
brutos:
dadosPNDS_brutos <- get_pnds(year=2023, section="Female", vars=c("J007","J009"), design=FALSE)
O Objeto resultante é um data-frame com as variáveis selecionadas e as variáveis relacionadas ao processo de amostragem:
dadosPNDS_brutos
Também é possível baixar os dados sem incluir os rótulos dos níveis,
através do argumento labels.
dadosPNDS_brutos_sem <- get_pnds(year=2023, section="Female", vars=c("J007","J009"), labels=FALSE, design=FALSE)
Perceba que agora os níveis das categorias são representados por números:
dadosPNDS_brutos_sem
Com relação ao processo de inserção das variáveis para
deflacionamento através do argumento deflator, existe um
documento disponível no site oficial do IBGE para auxílio no processo de
deflacionamento
das variáveis de rendimento.
Além dos microdados do questionário de mulheres, a função
get_pnds também permite a importação dos microdados do
questionário de homens.
Neste exemplo, mostraremos como importar os microdados do questionário de homens da PNDS 2023.
Para a importação dos microdados do questionário de homens basta
alterar o valor fornecido no argumento section:
dadosPNDS_homens <- get_pnds(year=2023, section="Male")
dadosPNDS_homens
O objeto retornado é da classe survey.design ou
svyrep.design, e os argumentos vars,
labels, deflator, design,
reload, curlopts e savedir podem
ser utilizados da mesma forma dos microdados do questionário de
mulheres.
get_pnds, é possível criar o mesmo objeto para
análise com arquivos que estejam em disco. Para isto, são utilizadas
quatro funções:
read_pnds: Para a leitura do arquivo .txt dos microdados;
pnds_labeller: Opcional. Coloca os rótulos dos níveis nas
variáveis categóricas;
pnds_deflator: Opcional. Insere as variáveis para
deflacionamento nos microdados;
pnds_design: Cria o objeto do plano amostral para a análise
com o pacote survey.
Para utilizar estas funções, primeiramente é necessário ter os
microdados e sua documentação no disco e extraídos dos arquivos
compactados, se for o caso.
Estes arquivos podem ser baixados
diretamente do FTP do
IBGE.
Para a função read_pnds são utilizados os arquivos de
texto contendo os microdados e o input para SAS.
Exemplo de leitura para a PNDS 2023:
dadosPNDS <- read_pnds(microdata="PNDS_2023.txt", input_txt="input_PNDS_2023.txt")
Assim como na importação online, pode ser utilizado o
argumento vars para definir quais variáveis serão
lidas.
Como na PNDS o questionário é dividido em suas seção, tendo o
questionário de mulheres e o questionário de homens, é necessário após a
realização do procedimento de obtenção dos microdados através da função
read_pnds, realizar um recorte na variável identificadora
de seleção da subamostra correspondente e também remover as variáveis de
peso relativas ao outro tipo de questionário.
dadosPNDS <- dadosPNDS[(dadosPNDS$M001 == "1" & !is.na(dadosPNDS$M001)),]
dadosPNDS <- dadosPNDS[,!(names(dadosPNDS) %in% c("V0029", "V00291", "V00292", "V00293"))]
Para o método de obtenção dos microdados na importação online não é preciso realizar tal procedimento, pois isto é feito automaticamente dentro da própria função.
A função pnds_labeller utiliza o objeto criado pela
função read_pnds e o arquivo de dicionário das variáveis
presente na documentação da pesquisa.
dadosPNDS <- pnds_labeller(data_pnds=dadosPNDS, dictionary.file="dicionario_PNDS_microdados_2023.xls")
A utilização de pnds_labeller é opcional e não interfere
nos resultados obtidos.
A função pnds_deflator utiliza o objeto criado pela
função read_pnds e o arquivo de deflatores presente na
documentação da pesquisa.
dadosPNDS <- pnds_deflator(data_pnds=dadosPNDS, deflator.file="deflator_PNDS.xls")
A utilização de pnds_deflator é opcional e não interfere
nos resultados obtidos, desde que não seja o objetivo a análise das
variáveis de rendimento em valor real.
A criação do objeto do plano amostral é feita
diretamente pela função pnds_design aplicada no objeto que
contém os microdados:
dadosPNDS <- pnds_design(data_pnds=dadosPNDS)
O objeto resultante é o mesmo retornado pela função
get_pnds e pode ser utilizado para análises com o pacote
survey.
A importação offline é feita da mesma forma tanto para microdados do questionário de mulheres, quanto para os microdados do questionário de homens. No entanto, para alternar a seção dos questionários é preciso utilizar as variáveis identificadoras de seleção da subamostra e também remover as variáveis de peso relativas ao outro tipo de questionário.
Devido ao plano amostral da PNAD Contínua, é necessário que sejam utilizadas ferramentas específicas para a análise de dados amostrais complexos. O pacote survey é um pacote criado especificamente para análise e modelagem de dados provenientes de pesquisas com estes tipos de planos amostrais. Maiores detalhes sobre o pacote podem ser encontrados no site do autor.
Para os exemplos, utilizaremos microdados da PNDS de 2023, com algumas variáveis selecionadas de acordo com a tabela abaixo:
| Variável | Descrição |
|---|---|
| V0001 | Unidade da Federação |
| C001 | Número de pessoas no domicílio |
| C004 | Condição no domicílio |
| C006 | Sexo |
| C008 | Idade do morador na data de referência |
| C009 | Cor ou raça |
| E01602 | Rendimento bruto mensal normalmente recebido para pessoas de 14 anos ou mais de idade |
| E017 | Número de horas normalmente trabalhadas para pessoas de 14 anos ou mais de idade |
| J002 | Interrupção na realização de quaisquer atividades habituais por motivo da própria saúde |
| J00402 | Motivo de saúde que impediu a realização das atividades habituais |
| J007 | Diagnóstico de alguma doença crônica, física ou mental, ou doença de longa duração |
| VDD004A | Nível de instrução mais elevado alcançado |
Importando os dados:
variaveis_selecionadas <- c("V0001","C001","C004","C006","C008","C009","E01602","E017","J002","J00402","J007","VDD004A")
dadosPNDS <- get_pnds(year=2023, section="Female", vars=variaveis_selecionadas)
O objeto dadosPNDS vai ser utilizado com o pacote
survey para a análise dos microdados.
Para iniciar a análise dos dados é necessário carregar o pacote
survey.
library(survey)
svytotal. Sua sintaxe precisa de três parâmetros
principais:
~;
na.rm=TRUE, que remove as observações onde a
variável é não-aplicável.
Ela pode ser utilizada para a estimação do total de uma variável numérica, como a renda bruta mensal normalmente recebida:
totalrenda <- svytotal(x=~E01602, design=dadosPNDS, na.rm=TRUE)
totalrenda
Além da estimativa do total da renda bruta mensal normalmente
recebida, o comando também retorna o erro padrão (SE)
dessa estimativa.
A partir desse resultado, também é possível
calcular coeficientes de variação e intervalos
de confiança para a estimativa:
cv(object=totalrenda)
confint(object=totalrenda)
confint(object=totalrenda, level=0.99)
Também é possível estimar totais populacionais de categorias, utilizando variáveis categóricas, como o sexo:
totalsexo <- svytotal(x=~C006, design=dadosPNDS, na.rm=TRUE)
totalsexo
E estimar o total de mais de uma variável categórica no mesmo código,
separando com o operador +:
totalsexoraca <- svytotal(x=~C006+C009, design=dadosPNDS, na.rm=TRUE)
totalsexoraca
Também é possível estimar o total resultante do cruzamento de
duas ou mais variáveis categóricas, com a função
interaction:
totalsexoEraca <- svytotal(x=~interaction(C006,C009), design=dadosPNDS, na.rm=TRUE)
ftable(x=totalsexoEraca)
A função ftable possibilita uma saída mais organizada da
tabela no caso de cruzamento de variáveis. Para todos esses objetos
também podem ser utilizadas as funções cv e
confint.
A média de uma variável numérica é estimada através da função
svymean, que possui uma sintaxe idêntica à
svytotal. O exemplo do total da renda bruta mensal
normalmente recebida pode ser facilmente reescrito para médias:
mediarenda <- svymean(x=~E01602, design=dadosPNDS, na.rm=TRUE)
mediarenda
E podemos calcular coeficientes de variação e intervalos de confiança da mesma forma:
cv(object=mediarenda)
confint(object=mediarenda)
Utilizando variáveis categóricas, é possível estimar a
frequência relativa de cada categoria. Isso pode ser
feito também através da função svymean, com uma sintaxe
análoga à utilizada para estimar os totais das categorias.
Para estimar a proporção de cada sexo na população:
propsexo <- svymean(x=~C006, design=dadosPNDS, na.rm=TRUE)
propsexo
Da mesma forma, podemos estimar a proporção de mais de uma variável:
propsexoraca <- svymean(x=~C006+C009, design=dadosPNDS, na.rm=TRUE)
propsexoraca
E estimando a proporção de um cruzamento de duas ou mais variáveis
com a função interaction:
propsexoEraca <- svymean(x=~interaction(C006,C009), design=dadosPNDS, na.rm=TRUE)
ftable(x=propsexoEraca)
Neste caso, as frequências relativas calculadas são em relação ao total, não a uma marginal.
Além das proporções, também é possível estimar razões entre duas variáveis. Um exemplo de razão é a taxa de interrupção das atividades habituais por problemas respiratórios: ela é a razão entre o total de pessoas que indicaram problemas respiratórios como motivo da interrupção das atividades habituais pelo total de pessoas que interromperam as atividades habituais por motivo de saúde.
A função para estimar razões é a svyratio. Sua sintaxe
utiliza quatro argumentos: a variável cujo total estará no numerador, a
variável cujo total estará no denominador, o objeto do plano amostral e
a opção de remover valores não aplicáveis.
Um exemplo para a estimativa dessa taxa é:
txprobresp <- svyratio(numerator=~(J00402=="Problemas respiratórios (Resfriado / gripe /sinusite/ asma / bronquite / pneumonia)"), denominator=~(J002=="Sim"), design=dadosPNDS, na.rm=TRUE)
txprobresp
Cálculos de coeficiente de variação e intervalos de confiança para essa taxa:
cv(object=txprobresp)
confint(object=txprobresp)
Medianas e quantis de variáveis numéricas são estimados através da
função svyquantile. Além dos argumentos utilizados para
estimar a média, é necessário definir os quantis a serem calculados no
argumento quantiles.
Para calcular a mediana da renda bruta mensal normalmente recebida,
basta utilizar quantiles=0.5:
medianarenda <- svyquantile(x=~E01602, design=dadosPNDS, quantiles=0.5, ci=FALSE, na.rm=TRUE)
medianarenda
Para obtenção do intervalo de confiança pela função
svyquantile, é necessário utilizar o parâmetro
ci=TRUE e a partir dele, utilizar as funções
SE e cv para estimar o erro padrão e
coeficiente de variação, respectivamente.
medianarenda <- svyquantile(x=~E01602, design=dadosPNDS, quantiles=0.5, ci=TRUE, na.rm=TRUE)
medianarenda
SE(object=medianarenda)
cv(object=medianarenda)
Além disso, é possível calcular vários quantis simultaneamente,
colocando um vetor no argumento quantiles.
No código
abaixo, estimamos, além da mediana, o primeiro e nono decis e primeiro e
terceiro quartis:
quantisrenda <- svyquantile(x=~E01602, design=dadosPNDS, quantiles=c(0.1,0.25,0.5,0.75,0.9), ci=FALSE, na.rm=TRUE)
quantisrenda
Para estimar totais e médias de variáveis de rendimento deflacionadas, ou seja, ao invés de obter as estimativas sob o valor nominal destas variáveis, passar a obter as estimativas sob o valor real. Primeiramente, é necessário realizar a criação da variável de rendimento com os valores deflacionados nos microdados.
Para criação desta nova variável nos microdados utilizamos a função
transform.
dadosPNDS$variables <- transform(dadosPNDS$variables, E01602_real=E01602*Deflator)
Após a criação da variável de rendimento deflacionada, para obter a
estimativa do total desta variável basta utilizar a função
svytotal conforme visto anteriormente:
totalrenda_real <- svytotal(x=~E01602_real, design=dadosPNDS, na.rm=TRUE)
totalrenda_real
E para obtenção da média desta nova variável, basta utilizar a função
svymean:
mediarenda_real <- svymean(x=~E01602_real, design=dadosPNDS, na.rm=TRUE)
mediarenda_real
O processo de deflacionamento é essencial no processo de comparação de uma série histórica dos microdados quando estiver sendo analisada uma variável de rendimento.
Muitas vezes queremos fazer uma análise para um domínio específico da
população. Com o pacote survey, esse domínio pode ser
selecionado utilizando a função subset no objeto do plano
amostral, aplicando a condição que define aquele domínio. É
necessário que a seleção desse domínio nos dados seja
feita somente após a criação do objeto que define o
plano amostral, caso contrário poderá ser obtido resultados
incorretos.
Para a seleção dos domínios podem ser utilizadas condicionais com igualdade, como por exemplo para estimar a média da renda bruta mensal normalmente recebida de mulheres:
mediarendaM <- svymean(x=~E01602, design=subset(dadosPNDS, C006=="Mulher"), na.rm=TRUE)
mediarendaM
Ou condicionais com desigualdade, como por exemplo estimar a taxa de interrupção das atividades habituais por problemas respiratórios para pessoas com idade igual ou superior a 25 anos:
txprobresp25 <- svyratio(numerator=~(J00402=="Problemas respiratórios (Resfriado / gripe /sinusite/ asma / bronquite / pneumonia)"), denominator=~(J002=="Sim"), design=subset(dadosPNDS, C008>=25), na.rm=TRUE)
txprobresp25
Além disso, é possível utilizar múltiplas condições
com os operados lógicos & (“e”) e |
(“ou”), para estimar a frequência relativa de cada nível de instrução
para homens pardos com mais de 30 anos, por exemplo.
nivelinstrHP30 <- svymean(x=~VDD004A, design=subset(dadosPNDS, C006=="Homem" & C009=="Parda" & C008>30), na.rm=TRUE)
nivelinstrHP30
Além disso, caso deseje realizar diversas análises para um mesmo
domínio, é possível criar um objeto que contenha apenas os dados daquele
domínio a partir de um subset do objeto original do plano
amostral.
dadosPNDS_mulheres <- subset(dadosPNDS, C006=="Mulher")
dadosPNDS_mulheres
Outro ponto importante de ser mencionado diante de análises por domínio, é sobre a obtenção de indicadores em nível de domicílio, que para analisar corretamente é necessário realizar o recorte na variável de condição no domicílio, conforme exemplo apresentado abaixo da média de pessoas no domicílio:
mediapesdom <- svymean(x=~C001, design=subset(dadosPNDS, C004=="Pessoa responsável pelo domicílio"), na.rm=TRUE)
mediapesdom
Em outros casos há interesse em estimar quantidades de interesse para
diversos domínios mutuamente exclusivos, a fim de possibilitar
comparações. Para isto, podemos utilizar a função
svyby.
svytotal, svymean, svyratio,
svyquantile, …).
Se desejamos estimar a frequência relativa de homens e mulheres em cada nível de instrução, usamos o seguinte código:
freqSexoInstr <- svyby(formula=~C006, by=~VDD004A, design=dadosPNDS, FUN=svymean, na.rm=TRUE)
freqSexoInstr
Caso desejemos estimar o contrário, a frequência relativa de cada nível de instrução para cada sexo, basta inverter as variáveis correspondentes na sintaxe:
freqInstrSexo <- svyby(formula=~VDD004A, by=~C006, design=dadosPNDS, FUN=svymean, na.rm=TRUE)
freqInstrSexo
Também pode ser utilizado para estimar a renda média bruta mensal normalmente recebida por Unidade da Federação:
mediaRendaUF <- svyby(formula=~E01602, by=~V0001, design=dadosPNDS, FUN=svymean, na.rm=TRUE)
mediaRendaUF
É possível também calcular o intervalo de confiança para cada uma dessas estimativas:
confint(object=mediaRendaUF)
É possível definir domínios que sejam cruzamentos de
variáveis categóricas com a função
interaction.
Na função svyby também é
possível utilizar o argumento vartype=“cv” caso desejemos
que no output apareça o coeficiente de variação ao invés do
erro padrão da estimativa. Para estimar a taxa de interrupção das
atividades habituais por problemas respiratórios por sexo e cor ou raça
utilizando as funções svyratio e svyby e o
respectivo cv:
txprobrespSexoRaca <- svyby(formula=~(J00402=="Problemas respiratórios (Resfriado / gripe /sinusite/ asma / bronquite / pneumonia)"), denominator=~(J002=="Sim"), by=~interaction(C006,C009), design=dadosPNDS, FUN=svyratio, vartype="cv", na.rm=TRUE)
txprobrespSexoRaca
O pacote survey possui funções específicas para gerar
gráficos que incorporem os pesos amostrais das observações. Para a
criação dos gráficos, é utilizado o mesmo objeto de plano amostral
utilizado para estimar as quantidades populacionais.
Entre os gráficos disponíveis no pacote estão o histograma, boxplot e gráficos de dispersão.
A função svyhist permite a criação de histogramas para
variáveis numéricas que consideram os pesos amostrais para computar as
frequências ou densidades das barras.
A sintaxe básica é semelhante
as de estimação apresentadas anteriormente. Além disto, possui os mesmos
parâmetros que a função hist: breaks,
xlab, main, […].
Para estimativas das
frequências absolutas, deve-se utilizar freq=TRUE. Abaixo,
um exemplo do histograma do número de horas normalmente trabalhadas para
cada um dos casos:
svyhist(formula=~as.numeric(E017), design=dadosPNDS, main="Histograma", xlab="Número de Horas Normalmente Trabalhadas")
svyhist(formula=~as.numeric(E017), design=dadosPNDS, freq=TRUE, main="Histograma", xlab="Número de Horas Normalmente Trabalhadas")
Para a construção de boxplots que considerem os pesos
amostrais, a função é svyboxplot.
A sintaxe dela difere um pouco das demais. É necessário declarar a
variável numérica, sucedida por um ~ e a variável de
agrupamento do boxplot. Caso não deseje usar grupos, basta
colocar o número 1. Além disto, há a opção de plotar apenas
os outliers mais extremos ou todos, através do argumento
all.outliers=TRUE. Exemplos:
svyboxplot(formula=E017~1, design=dadosPNDS, main="Boxplot do Número de Horas Normalmente Trabalhadas")
svyboxplot(formula=E017~C006, design=dadosPNDS, main="Boxplot do Número de Horas Normalmente Trabalhadas por Sexo")
svyboxplot(formula=E017~C006, design=dadosPNDS, all.outliers=TRUE, main="Boxplot do Número de Horas Normalmente Trabalhadas por Sexo")
Os gráficos de dispersão usuais não são muito úteis para dados
provindo de amostras complexas, pois não conseguem diferenciar o peso de
cada ponto representado no gráfico. Para isso, a função
svyplot tem algumas opções de construção de gráficos de
dispersão que representam esses pesos através do argumento
style.
Uma opção é a utilização de
style=“bubble”, que o tamanho do ponto no
gráfico representa o peso das observações naquele ponto.
svyplot(formula=E01602~E017, design=dadosPNDS, style="bubble", xlab="Número de Horas Normalmente Trabalhadas", ylab="Rendimento Mensal Bruto Normalmente Recebido")
Outra opção é a style=“transparent”,
onde regiões com menor peso são mais transparentes e com maior peso,
mais sólidas:
svyplot(formula=E01602~E017, design=dadosPNDS, style="transparent", xlab="Número de Horas Normalmente Trabalhadas", ylab="Rendimento Mensal Bruto Normalmente Recebido")
surveyNo pacote survey ainda há a possibilidade de realizar
testes de hipóteses e estimar parâmetros de modelos, considerando o
plano amostral complexo.
Os testes de hipóteses incluídos no pacote survey
incluem teste-t para médias, teste qui-quadrado e teste de postos.
Abaixo um exemplo do teste-t para diferenças de médias de rendimentos brutos mensais normalmente recebidos entre sexos:
svyttest(formula=E01602~C006, design=dadosPNDS)
Outro exemplo para testar diferenças entre médias de horas normalmente trabalhadas, entre pessoas com e sem diagnóstico de alguma doença crônica, física ou mental, ou doença de longa duração:
svyttest(formula=as.numeric(E017)~J007, design=dadosPNDS)
Além de testes de hipóteses, é possível estimar modelos lineares
generalizados para dados amostrais complexos através da função
svyglm.
Para regressão linear simples ou múltipla, basta descrever a fórmula
do modelo desejado na função svyglm.
No exemplo abaixo, utilizamos um modelo de regressão com rendimento
bruto mensal normalmente recebido como variável dependente e
escolaridade, cor ou raça e idade como variáveis explicativas. Para
obter as estatísticas do modelo, pode ser utilizada a função
summary, assim como feito para a regressão linear
convencional.
modeloLin <- svyglm(formula=E01602~VDD004A+C009+C008, design=dadosPNDS)
summary(object=modeloLin)
Além disso, é possível computar intervalos de confiança para os parâmetros:
confint(object=modeloLin)
Outro modelo pertencente a classe de modelos generalizados é a
Regressão Logística. Para utilizar este modelo, basta colocar o
argumento family=“binomial”.
No exemplo abaixo modelamos o diagnóstico de alguma doença crônica, física ou mental, ou doença de longa duração pelo sexo, cor ou raça e idade:
modeloLog <- svyglm(formula=J007~C006+C009+C008, design=dadosPNDS, family="binomial")
summary(object=modeloLog)
Sendo possível também computar intervalos de confiança para os parâmetros:
confint(object=modeloLog)
O pacote convey permite estimar diversas medidas de concentração de renda para dados provenientes de pesquisas com planos amostrais complexos.
Este pacote segue uma sintaxe bem próxima à sintaxe do pacote
survey, sendo possível utilizar funções do pacote
survey em objetos do pacote convey. Uma
extensa documentação sobre este pacote e sobre o processo de estimação
dos índices pode ser encontrada no GitHub dos autores: https://guilhermejacob.github.io/context/index.html.
Para a utilização do pacote convey, primeiramente é
necessário utilizar a função convey_prep, que transforma o
objeto do plano amostral do survey no objeto que o pacote
convey utiliza para as estimações:
library(convey)
dadosPNDS <- convey_prep(design=dadosPNDS)
Aqui, apresentaremos apenas exemplo de duas das diversas medidas disponíveis no pacote: O índice de Gini e a Curva de Lorenz.
Para estimarmos o índice de Gini, basta utilizar a função
svygini com a variável de renda desejada. Neste exemplo,
estimamos o índice de Gini do Brasil para a renda bruta mensal
normalmente recebida:
giniBR <- svygini(formula=~E01602, design=dadosPNDS, na.rm=TRUE)
giniBR
Assim como nas funções do pacote survey, é possível, por
exemplo, estimar o coeficiente de variação desta estimativa:
cv(object=giniBR)
Também é possível utilizar a função svyby para estimar o
índice de Gini da renda bruta mensal normalmente recebida por Unidade da
Federação:
giniUF <- svyby(formula=~E01602, by=~V0001, design=dadosPNDS, FUN=svygini, na.rm=TRUE)
giniUF
E estimar intervalos de confiança para cada UF:
confint(object=giniUF)
A Curva de Lorenz é um gráfico utilizado para relacionar a
distribuição relativa de renda pelas pessoas. A área entre essa curva e
a reta identidade, é uma das formas de definir o coeficiente de Gini. No
pacote convey, é possível fazer o gráfico desta curva com a
função svylorenz. Os quantis da população, para os quais a
renda acumulada será plotada no gráfico, são definidos no argumento
quantiles.
Exemplo para a Curva de Lorenz da renda bruta mensal normalmente recebida:
curvaLorenz <- svylorenz(formula=~E01602, design=dadosPNDS, quantiles=seq(from=0, to=1, by=0.05), na.rm=TRUE)
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - pacotesipd@ibge.gov.br↩︎