SoBio Workshop
Resistência e resiliência de espécies frente a mudanças climáticas
Temáticas abordadas
- Mudanças climáticas e Eventos extremos
- Respostas esperadas das plantas
- Métodos para acessar a resistência e resiliência de plantas
Mudanças climáticas no contexto do Sul da Mata Atlântica
- Aquecimento (2-6°C até 2100)
- Provável aumento de precipitação anual
- Eventos extremos
- Frentes frias, ondas de calor, eventos de seca
- Alterações na Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS)
Ondas de calor
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Temperatura máxima (a), anomalias de precipitação (b) e IDI (c) de Set-Nov 2020
Ondas de frio
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Anomalia na temperatura mínima (A,B), e máxima (D,E) em 2021
Consequências para vegetação
Maiores mudanças florísticas desde último máximo glacial
Redução da área de distribuição para maioria das espécies
Homogenização da flora arbórea
Extinção e turnover de espécies
Mas pouco se sabe como as plantas lidam fisiologicamente com esses eventos extremos e anomalias climáticas…
Atributos de resposta para medir resistência e resiliência
Uso de atributos funcionais: a seleção natural de organismos que compõem uma comunidade ocorre de acordo com sua FUNÇÃO
Atributos de efeito: determinam como uma espécie influencia as propriedades do ecossistema
Atributos de resposta: determinam como uma espécie responde à mudanças bióticas e abióticas
- Atributos associados a possíveis distúrbios
- Deficit hídrico
- Margem de segurança Hiráulica (HSM)
- Vulnerabilidade do xilema a embolismo (P88, P50)
- Ondas de calor (e frio)
- Tolerância fotossintética a calor (PHT ou termotolerência)
- Margem de segurança térmica (TSM)
- Temperatura crítica (Tcrit) e T50
Respostas ao deficit hídrico
- Falha hidráulica: ruptura da coluna de água causada por demanda evaporativa da atmosfera mais alta que o suprimento de água.
- Cavitação (ar dentro do xilema) e Embolismo (bloqueio do vaso causado por bolhas de ar)
Curvas de vulnerabilidade do xilema
- Métricas:
- P50 e P88: potenciais do xilema onde 50% e 88% da condutividade é perdida, respectivamente
- Margem de segurança hidráulica (HSM50 e HSM88): P50 e P88 em relação ao potencial mínimo atingido durante o mês mais seco.
Metodologia acessível desenvolvida por Pereira et al. (2016)
Respostas a temperaturas extremas
- Danos ao aparato fotossintético: PSII especialmente sensível
- Rubisco desativa em altas temperaturas
- Desbalanço do fluxo de elétrons: maior emissão de fluorescência da clorofila
- T50: Temperatura em que a função do PSII é reduzida a 50%
- T95: Temperatura em que a função do PSII é reduzida a 95%
Curvas de termotolerância
- TSM (margem de segurança térmica): diferença entre T50 e a temperatura máxima da folha
- DW: extensão do declínio da curva (T95-T5)
Pontos para discussão
- Possibilidade de inclusão de características de resistência nos modelos - Dynamic Vegetation Models (Trait/Species-based Models)
- Reduzir a escala para abranger especificidades das espécies
- Onde medir? Quais espécies? Plântulas?
- Termotolerância a geadas
- Questão ética da aplicabilidade - seleção das espécies mais resistentes? E as mais sensíveis/ vulneráveis?
- Questão ecológica - atributos de respostas devem guiar decisões?