O socialismo científico é um conjunto de ideias que surge em oposição ao capitalismo como sistema econômico e forma de organização social, ao mesmo tempo em que apresenta um caminho de superação das lógicas exploratórias capitalistas.
O pensamento marxista está contido nos livros “O Manifesto Comunista”, publicado em 1848 e “O Capital”, publicado em 1868.
Segundo o Marxismo, a sociedade capitalista é dividida em dois grupos: proletariado e burguesia. O primeiro é constituído por aqueles que vendem sua mão-de-obra e não usufruem dos lucros gerados pelo trabalho executado. A burguesia, por outro lado, é a dona dos meios de produção e quem se beneficia da mão-de-obra proletária.
Para explicitar a exploração do proletariado pela burguesia, os sociólogos desenvolveram o conceito de MAIS VALIA. Ele expressa a diferença entre a riqueza que o trabalhador produz e aquilo que recebe em forma de pagamento. E demonstra que o proletariado, em um mês, produz muito mais riqueza do que aquilo que ganha. Logo, todo o excedente fica com o empregador.
Sendo assim, Marx e Engels afirmam que esses dois grupos possuem interesses antagônicos e as divergências existentes entre a burguesia e o proletariado deveriam resultar na LUTA DE CLASSES (fenômeno social em que cada classe tenta impor seus interesses sobre a outra). Por meio do MATERIALISMO HISTÓRICO que afirma que as relações históricas de produção são determinantes nas relações entre as classes sociais e do MATERIALISMO DIALÉTICO, influenciado pela dialética de Hegel (ideia de que de uma tese surge uma antítese e dessas uma síntese), que afirma que as mudanças surgem do embate entre as forças sociais; Marx aponta o conflito entre a burguesia, dona dos meios de produção, e o proletariado, força produtiva explorada, como elemento central para a produção de mudanças sociais.
Isso quer dizer que, na visão marxista, os membros do proletariado deveriam se unir e tomar os meios de produção das mãos da burguesia, ou seja, pôr em prática a REVOLUÇÃO PROLETÁRIA. Para justificar essa medida, Marx e Engels afirmam que: “Se a classe operária tudo produz, a ela tudo pertence”.
Contudo, os autores entendem que essa medida por si só não resultaria na construção da justiça e igualdade que eles defendem como pilares da sociedade ideal. Esse processo perpassa à aplicação da TEORIA DA EVOLUÇÃO SOCIALISTA. Segundo essa premissa do socialismo científico, após a revolução proletária e tomada dos meios de produção, seria necessária a existência de um Estado forte que regularia as relações produtivas. Esse Estado seria a DITADURA DO PROLETARIADO, conceito apropriado pelos idealizadores do Marxismo.
Nesse primeiro momento, o sistema político-econômico é dominado SOCIALISMO. Mas com o passar do tempo, o papel do Estado seria cada vez menos necessário. Do mesmo modo, deixariam de existir as classes sociais, a propriedade privada e a figura dos donos dos meios de produção. Esse estágio final da evolução socialista é denominado COMUNISMO, onde a justiça e a igualdade seriam finalmente alcançadas.