Analise Cofinanciamento

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Grupo de Estudos em Território e Inovação da UA (GETIN) https://www.ua.pt/pt/getin (Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território (DCSPT))https://www.ua.pt/pt/dcspt
2023-03-17

1. Introdução

2. Análise Exploratória do Cofinanciamento: Municipal, NUTSIII e Total

2.1. Estatísticas básicas

O valor total do Cofinanciamento foi de €99.392.404,70, sendo €46.981.367,16 destinado diretamente para 131 Conselhos Municipais e, €52.411.037,54 para 13 Concelhos Intermunicpais, que representam 239 municípios. Vila Nova de Gaia foi o Concelho que recebeu o maior valor de Cofinanciamento diretamente para a Câmara Municpal (€ 1.538.102,74), enquanto Estremoz, o que menos recebeu (€ 77.350,00). Dos recursos destinados ao Concelhos Intermunicipais, Tãmega e Sousa foi quem mais recebeu (€ 6.692.920,14), enquanto Alto Tâmega a que menos recebeu (€ 178.500,00). Os valores médios destinados diretamente aos Concelhos Municipais foi de €400.084,26, enquanto a média dos recursos intermunicipais foi de €196.574,76.

A tabela, a seguir, apresenta estatísticas gerais dos valores dos Cofinanciamentos repassados aos municípios, NUTSIII e total, sendo este último, a soma dos valores repassados diretamtente aos Concelhos e o racio calculado a partir dos valores destinados às comunidades intermunicipais e o número de Concelho desta NUTSIII.

cof_mun cof_nutsiii cof_total
Min. : 0 Min. : 0 Min. : 30018
1st Qu.: 0 1st Qu.: 40190 1st Qu.: 261614
Median : 38675 Median : 91594 Median : 331259
Mean : 200042 Mean :179318 Mean : 379360
3rd Qu.: 329312 3rd Qu.:330089 3rd Qu.: 470541
Max. :1538103 Max. :608447 Max. :1591044

O Coeficiente de Variação (CV), calculado pelo racio entre o desvio padrão em relação à média, apresenta, de largada, o quão dispersos podem ser os valores repassados. Conforme pode ser visto, a seguir, seja em escala municipal, intermunicipal ou total, pode-se afirmar que há importantes diferenças nos valores dos Cofinanciamentos distribuídos.

cv_mun cv_nutsiii cv_total
1.376075 0.9224113 0.6099616

Esta questão será discutida ao longo desse trabalho, de modo a perceber se estas diferenças ocorrem a partir de fatores demográficos, onde localizações com maior população residente e/ou estundantil, justicam a diferença entre os valores recebidos.

2.2 Análise gráfica - densidade, dispersão e correlação

À direita, têm-se os gráficos das densidades dos Cofinanciamentos Municipal, NUTSIII e Total. À esquerda, uma matriz de gráficos das variávies Cofinanciamento Municipal e NUTSIII. Eles apresentam a dispersão entre a duas variávies e a densidade na diagonal principal. A correlação negativa (r=-0,545) indica que há uma relação inversa dos valores recebidos diretamente pelos municípios, quando comparados aos recursos intermunicipais, ou seja, os municípios que receberam mais recursos diretos, proporcionalmente, receberam menos recuros intermunicipais.

Na Figura 1, os gráfico são apresentado de modo a possibilitar comparações pareada dos dados multivariados. A Figura 2, apresenta uma matriz de gráficos, onde a diagonal principal apresenta gráficos de densidade das variávies. Segundo (Schmuller, 2018), abaixo da diagonal principal, cada item é um gráfico de dispersão que representa a relação entre a variável em sua linha e a variável em sua coluna.

Acima da diagonal principal, cada entrada é um coeficiente de correção, ou seja, uma estatística que resume a relação entre a variável em sua linha e a variável em sua coluna. Um coeficiente de correlação pode variar entre -1,00 e 1,00. Um coeficiente positivo indica uma relação direta: à medida que uma variável aumenta, a outra aumenta. Um coeficiente negativo indica uma relação inversa: à medida que uma variável aumenta, a outra diminui.

2.3 Distribuição dos cofinanciamentos agregados por Município, NUTSIII e Total.

A seguir, gráficos em barra para o Cofinanciamento Municipal agregado por NUTS III, NUTS III e ambos.

Ao todo, 131 municípios receberam recursos administrados por suas Câmararas, que foram repassados ao longo dos anos de 2016 e 2019. Estes valores foram agregados por NUTS III e estão apresentados na Figura 3. Destacam-se as Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto como as que receberam os maiores aportes financeiros. Por outro lado, as regiões de Ave e Leziria do Tejo, como as que receberam, respectvamente, os menores valores.

Já os recursos destinados às comunidades intermunicipais são apresentados na Figura 4. A Região de Coimbra e Tâmega e Sousa, destacam-se por serem as regiões que receberam os maiores cofinanciamentos, enquanto a Região do Douro e Alto Tãmega, como as que receberam menos recursos financeiros. A Figura 5 apresenta o total recebido quando consideradas as duas formas de repasse, seja os enviados diretamente aos municípios, somados ao resultado do racio dos valores recebidos pelas comunidades intermunicipais, em relação ao total de municipio de cada NUTS III.

Na próxima sessão, começa-se a análise em relação aos valores discrepantes. O coeficiente de varição indicou que nas três dimensões analisadas, a variação em relação aos valores médios dos cofinanciamentos recebidos, é muito grande. Incialmente, serão analisados os valores absolutos, sendo as questões demográficas incorporadas, em outra sessão.

2.3 Análise de Outliers

Outliers são observações incomuns inconsistentes com as observações restantes em um conjunto de dados amostrais. Eles podem influenciar em grande parte os resultados dos testes estatísticos e, portanto, é necessário encontrar os outliers em o conjunto de dados. Abordagens visuais, como histograma, gráfico de dispersão (como gráfico Q-Q) e boxplot são os métodos mais fácil para detectar valores atípicos. Este trabalho utiliza o Método Estatístico do Intervalo Interquartil para a detecção de outliers.

O Intervalo Interquartil é a diferença entre os pontos de dados que se classificam no percentil 25 (primeiro quartil ou Q1) e percentil 75 (terceiro quartil ou Q3) no conjunto de dados (IIQ = Q3 - Q1). O valor IIQ é usado para calcular os valores-limite para detecção de valores atípicos,

\[T_{min} = Q_{1} - (c*IIQ)\] \[T_{max} = Q_{1} + (c*IIQ)\] Onde \(T_{min}\) e \(T_{mxn}\) são os limiares para encontrar o outlier e c é constante que é geralmente 1,5 (outlier leve) ou 3 (outlier extremo).

2.3.1 Identificação de outlier via boxplot

Nesta primeira fase, buscou-se identificar outliers nos três grupos de financiamentos: Municipal, Intermunicipal e Total, conforme é possível ver no Boxplot 1. Estes apareceram nos cofinanciamentos destinados aos Municípios e Total. Os valores discrepantes aparecem no limite superior da distribuição, ou seja, destacam-se concelhos que receberam mais recursos que os demais.

Tatas-se de 12 concelhos que receberam cofinanciamentos discrepantes, quando considerados as verbas totais e, 4 concelhos, para o cofinanciamento direto aos municípios. Destes, os município Lisboa, Sintra, Odemira, Loures aparecem como outlier, tanto no confinanciamento municipal, quanto total.

2.3.2. Análise de oulier via diagrama de dispersão

Identificando os valores dos outliers