Atividade 3 - índices de biversidade biológica

ps: Intepretações no final de cada análise

Contexto:

Uma ilha recém descoberta batizada de Atlântida, localizada no meio do Atlântico Norte, teve sua flora árborea amostrada por dois grupos diferentes de pesquisadores. Cada grupo amostrou a ilha a partir de um método distinto: O grupo do laboratório Quentin, utilizou um método de amostragem por quadrantes; O grupo do laboratório Tarantin utilizou transectos para amostrar a população de árvores da ilha.


Ao trocarem informações os grupos perceberam variações em seus dados e resolveram comparar qual seria o melhor método de amostragem com base em estimadores de diversidade biológica e índices de diversidade.

Abaixo estão as duas matrizes representando a amostragem feita pelas duas equipes:


Amostragem do grupo Quentin:

kable(base_q) %>% 
  kable_styling(full_width = FALSE, bootstrap_options = c("stripped", "hover", "responsive"), position = "center")
q1 q2 q3 q4 q5 q6 q7 q8 q9 q10
arroz_c 0 1 7 6 1 4 4 1 1 5
arroz_e 1 0 0 1 0 0 8 4 0 3
milho 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ervilha 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0
feijao_preto 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
carioca_c 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0
carioca_e 0 0 0 2 2 0 0 0 0 8
mac_paraf 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
mac_tubo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
mac_espag 0 0 0 3 1 0 0 0 6 4

Amostragem do grupo Taratin:

kable(base_t) %>% 
  kable_styling(full_width = FALSE, bootstrap_options = c("stripped", "hover", "responsive"), position = "center")
t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8 t9 t10
arroz_c 3 8 5 6 3 0 0 0 0 3
arroz_e 0 1 8 1 1 0 0 0 1 0
milho 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ervilha 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
feijao_preto 0 0 6 0 0 0 0 0 0 0
carioca_c 0 0 0 0 0 2 0 0 0 1
carioca_e 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
mac_paraf 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
mac_tubo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
mac_espag 16 9 0 0 0 0 2 2 1 0

Análises e Interpretações

Diversidade estimada

Para estimar a riqueza amostrada pelos dois métodos utilizou-se Chao1, com base na abundância de espécies -

Chao1 para o grupo Quentin:

est_chao1_q <- estaccumR(base_q, permutations = 100)
summary(est_chao1_q, display = "chao")
## $chao
##               N      Chao   2.5%  97.5%  Std.Dev
## feijao_preto  1  3.940000  0.000 15.000 4.702933
## carioca_e     2  6.448333  0.000 15.000 5.082247
## arroz_e       3  8.133333  1.425 16.000 4.850978
## mac_espag     4  8.940000  3.000 16.000 4.303870
## arroz_c       5  9.656667  5.000 16.000 3.595875
## ervilha       6  9.743333  5.000 15.525 2.667026
## milho         7 10.275000  6.475 15.525 2.214934
## mac_paraf     8 10.615000  8.000 13.000 1.540456
## mac_tubo      9 10.610000  8.000 13.000 1.088461
## carioca_c    10 11.000000 11.000 11.000 0.000000
## 
## attr(,"class")
## [1] "summary.poolaccum"
resultados <- summary(est_chao1_q, display = c("S", "chao"))
res_chao1_q <- cbind(resultados$chao[, 1:4], resultados$S[, 2:4])
res_chao1_q <- as.data.frame(res_chao1_q)
colnames(res_chao1_q) <- c("Amostras", "Chao", "C_inferior", "C_superior", 
                        "Riqueza", "R_inferior", "R_superior")

ggplot(res_chao1_q, aes(y = Riqueza, x = Amostras)) +
    geom_point(aes(y = Chao, x = Amostras + 0.1), size = 4, 
               color = "darkred", alpha = 0.7) +
    geom_point(aes(y = Riqueza, x = Amostras), size = 4, 
               color = "lightgreen", alpha = 0.7) +
    geom_point(y = 3.5, x = 7, size = 4, color = "darkred", alpha = 0.7) + 
    geom_point(y = 1.5, x = 7, size = 4, color = "lightgreen", alpha = 0.7) + 
    geom_label(y = 3.5, x = 10.7, label = "Riqueza estimada - Chao 1 - Quentin") +
    geom_label(y = 1.5, x = 10, label = "Riqueza observada - Quentin") + 
    geom_line(aes(y = Chao, x = Amostras), color = "darkred") +
    geom_line(aes(y = Riqueza, x = Amostras), color = "lightgreen") +
    geom_linerange(aes(ymin = C_inferior, ymax = C_superior,
                       x = Amostras + 0.1), color = "darkred") +
    geom_linerange(aes(ymin = R_inferior, ymax = R_superior,
                       x = Amostras), color = "lightgreen") +
    scale_x_continuous(limits = c(1, 15), breaks = seq(1, 15, 1)) +
    labs (x = "Número de amostras", y = "Riqueza estimada - Chao 1 - Quentin") +
    tema_livro()

Chao1 para o grupo Tarantin:

est_chao1_t <- estaccumR(base_t, permutations = 100)
summary(est_chao1_t, display = "chao")
## $chao
##               N      Chao      2.5%   97.5%   Std.Dev
## mac_paraf     1  2.710000  0.000000 11.0000 3.4239059
## arroz_c       2  4.238333  0.000000 13.6250 3.8113853
## ervilha       3  6.573333  1.000000 16.0000 3.8839846
## milho         4  7.727667  2.000000 16.0000 3.3824398
## carioca_e     5  8.755833  3.000000 16.0000 3.0439600
## arroz_e       6  9.374333  4.500000 15.7625 2.5713722
## feijao_preto  7  9.739500  6.475000 15.5000 1.8806022
## mac_tubo      8  9.820500  8.158333 10.7500 1.1068906
## mac_espag     9  9.937500  9.000000 10.7500 0.4269563
## carioca_c    10 10.000000 10.000000 10.0000 0.0000000
## 
## attr(,"class")
## [1] "summary.poolaccum"
resultados <- summary(est_chao1_t, display = c("S", "chao"))
res_chao1_t <- cbind(resultados$chao[, 1:4], resultados$S[, 2:4])
res_chao1_t <- as.data.frame(res_chao1_t)
colnames(res_chao1_t) <- c("Amostras", "Chao", "C_inferior", "C_superior", 
                        "Riqueza", "R_inferior", "R_superior")

ggplot(res_chao1_t, aes(y = Riqueza, x = Amostras)) +
    geom_point(aes(y = Chao, x = Amostras + 0.1), size = 4, 
               color = "red", alpha = 0.7) +
    geom_point(aes(y = Riqueza, x = Amostras), size = 4, 
               color = "blue", alpha = 0.7) +
    geom_point(y = 3.5, x = 7, size = 4, color = "red", alpha = 0.7) + 
    geom_point(y = 1.5, x = 7, size = 4, color = "blue", alpha = 0.7) + 
    geom_label(y = 3.5, x = 10.7, label = "Riqueza estimada - Chao 1 - Tarantin") +
    geom_label(y = 1.5, x = 10, label = "Riqueza observada - Tarantin") + 
    geom_line(aes(y = Chao, x = Amostras), color = "red") +
    geom_line(aes(y = Riqueza, x = Amostras), color = "blue") +
    geom_linerange(aes(ymin = C_inferior, ymax = C_superior,
                       x = Amostras + 0.1), color = "red") +
    geom_linerange(aes(ymin = R_inferior, ymax = R_superior,
                       x = Amostras), color = "blue") +
    scale_x_continuous(limits = c(1, 15), breaks = seq(1, 15, 1)) +
    labs (x = "Número de amostras", y = "Riqueza estimada - Chao 1 - Tarantin") +
    tema_livro()

Interpretação:

Com base nas curvas que representam a riqueza amostrada por cada método, é
possível concluir que o método dos quadrantes, utilizado pelo grupo Quentin,
foi mais eficiente com o esforço amostral implementado, de modo que a sua
curva, ainda que levemente, ainda aponta para cima. Em contrapartida, a curva
das espécies observadas pelo grupo Tarantin parece
ter atingido uma assíntota.

Além disso, as estimativas de riqueza, com base em Chao1, indicam que o grupo
Quentin poderia amostrar mais de 10 espécies com apenas 6 amostras, enquanto
que a estimativa para o grupo Tarantin, que usou o método de amostragem por
transectos, não ultrapassa 10 espécies em momento algum.

Portanto, tanto a curva do coletor, quanto o estimador utilizado indicam que o
grupo Quentin apresentou o melhor método de amostragem para as espécies
vegetais árboreas da ilha de Atlântida.

Índices de diversidade tradicionais

Número de espécies por unidade amostral, grupo Quentin:

specnumber(t(base_q))
##  q1  q2  q3  q4  q5  q6  q7  q8  q9 q10 
##   1   1   3   5   3   1   3   2   2   4

Número de espécies por unidade amostral, grupo Tarantin:

specnumber(t(base_t))
##  t1  t2  t3  t4  t5  t6  t7  t8  t9 t10 
##   2   3   4   2   2   1   2   1   2   2

Número de indivíduos:

Total de indíviduos por espécie coletada pelo grupo Quentin:

rowSums(base_q)
##      arroz_c      arroz_e        milho      ervilha feijao_preto    carioca_c 
##           30           17            0            2            0            2 
##    carioca_e    mac_paraf     mac_tubo    mac_espag 
##           12            0            0           14

Total de indíviduos por espécie coletada pelo grupo Tarantin:

rowSums(base_t)
##      arroz_c      arroz_e        milho      ervilha feijao_preto    carioca_c 
##           28           12            0            1            6            3 
##    carioca_e    mac_paraf     mac_tubo    mac_espag 
##            0            1            0           30

Total de indivíduos coletados por unidade amostral:

Grupo Quentin:

colSums(base_q)
##  q1  q2  q3  q4  q5  q6  q7  q8  q9 q10 
##   1   1   9  13   4   4  13   5   7  20

Grupo Taratin:

colSums(base_t)
##  t1  t2  t3  t4  t5  t6  t7  t8  t9 t10 
##  19  18  20   7   4   2   3   2   2   4

Índices de Diversidade:

Shannon:

Grupo Quentin:

diversity(colSums(base_q), index = "shannon")
## [1] 2.017347

Grupo Taratin:

diversity(colSums(base_t), index = "shannon")
## [1] 1.92467

Simpson:

Grupo Quentin:

diversity(colSums(base_q), index = "simpson")
## [1] 0.8436499

Grupo Taratin:

diversity(colSums(base_t), index = "simpson")
## [1] 0.8190825

Interpretação:

O grupos Quentin e Tarantin amostraram 2,5 e 2,1 espécies por
unidade amostral em média, respectivamente.

O grupo Taratin amostrou mais indíviduos, 81 contra 77 e, além
disso, foi capaz de amostrar 7 espécies distintas, uma a mais
que o grupo Quentin.

Entretanto, os índices de diversidade mais tradicionais,
utilizados na comparação (e.g. Shannon e Simpson), indicaram
uma maior diversidade obtida pelo grupo Quentin, apesar
de seu número de espécies e indivíduos ter sido menor do que
aquele observado no grupo Tarantin.

Diversidade verdadeira (Hill’s Numbers)

datahillq <- t(base_q) 
datahiilt <- t(base_t)
hill_res_q_0 <- hill_taxa(datahillq, q  = 0)
hill_res_q_1 <- hill_taxa(datahillq, q  = 1)
hill_res_q_2 <- hill_taxa(datahillq, q  = 2)
hill_res_t_0 <- hill_taxa(datahiilt, q  = 0)
hill_res_t_1 <- hill_taxa(datahiilt, q  = 1)
hill_res_t_2 <- hill_taxa(datahiilt, q  = 2)

Data frame contendo o resultado dos números de Hill nas ordens 0, 1 e 2, para ambos os grupos de pesquisadores.

qq=0 (diversidade na ordem 0 para o grupo Quentin);

qt=0 (diversidade na ordem 0 para o grupo Tarantin);

qq=1 (diversidade na ordem 1 para o grupo Quentin);

qt=1 (diversidade na ordem 1 para o grupo Tarantin);

qq=2 (diversidade na ordem 2 para o grupo Quentin);

qt=2 (diversidade na ordem 2 para o grupo Tarantin)

res_hill <- data.frame (hill_res_q_0, hill_res_t_0, hill_res_q_1, hill_res_t_1, hill_res_q_2, hill_res_t_2)
colnames(res_hill) <- c("qq=0", "tq=0", "qq=1", "tq=1", "qq=2","tq=2")
rownames(res_hill) <- c("1", "2", "3", "4", "5", "6", "7", "8", "9", "10")
res_hill <- round(res_hill,2)
kable(res_hill) %>% 
  kable_styling(full_width = FALSE, bootstrap_options = c("stripped", "hover", "responsive"), position = "center")
qq=0 tq=0 qq=1 tq=1 qq=2 tq=2
1 2 1.00 1.55 1.00 1.36
1 3 1.00 2.38 1.00 2.22
3 4 1.98 3.40 1.59 3.17
5 2 3.97 1.51 3.31 1.32
3 2 2.83 1.75 2.67 1.60
1 1 1.00 1.00 1.00 1.00
3 2 2.36 1.89 2.09 1.80
2 1 1.65 1.00 1.47 1.00
2 2 1.51 2.00 1.32 2.00
4 2 3.74 1.75 3.51 1.60

Média dos números de Hill nas ordens 0, 1 e 2 para cada um dos grupos:

hillq_0 <- mean(hill_res_q_0)
hillt_0 <- mean(hill_res_t_0)
hillq_1 <- mean(hill_res_q_1)
hillt_1 <- mean(hill_res_t_1)
hillq_2 <- mean(hill_res_q_2)
hillt_2 <- mean(hill_res_t_2)

Data frame com as médias dos números de Hill nas ordens o, 1 e 2 para cada um dos grupos:

res_hillm <- data.frame (hillq_0, hillt_0, hillq_1, hillt_1, hillq_2, hillt_2)
colnames(res_hillm) <- c("qq=0", "tq=0", "qq=1", "tq=1", "qq=2","tq=2")
kable(res_hillm) %>% 
  kable_styling(full_width = FALSE, bootstrap_options = c("stripped", "hover", "responsive"), position = "center")
qq=0 tq=0 qq=1 tq=1 qq=2 tq=2
2.5 2.1 2.103423 1.823526 1.895873 1.708037

Interpretação:

A diversidade verdadeira, obtida através dos números de Hill
vão na mesma linha dos índices de diversidade tradicional;
em todas as ordens a média da diversidade é maior na coleta
realizada pelo grupo Quentin, que utilizou o método dos quadrantes.

Isso significa que tanto o índice riqueza absoluta, quanto
aqueles que favorecem espécies comuns e espécies dominantes
apontam para uma maior diversidade amostrada pelo método dos
quadrantes.

Dessa forma, conclui-se que o método dos quadrantes, utilizado
pelo grupo de pesquisadores Quentin, de fato, parece ser o melhor
para a amostragem de plantas arbóreas na ilha de Atlântida.